A TODA A CLASSE BANCÁRIA,
PRINCIPALMENTE PARA OS SÓCIOS DO
SBN - SINDICATO DO SECTOR FINANCEIRO DE PORTUGAL
e aos
Beneficiários dos
SAMS-NORTE ou SAMS-SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL-NORTE
Hoje, inicia-se o 46 º Ano de actividade plena dos
SAMS - SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL dos Bancários,
ou SAMS- NORTE
Eis a história da sua fundação.
O Sindicato dos Bancários do Norte antecessor do actual SBN - SINDICATO DO SECTOR FINANCEIRO DE PORTUGAL fundou nos anos cinquenta (e oito), (salvo erro),- antes de eu ser admitido - nas suas instalações, na Rua Cândido dos Reis, um Posto de Serviços Clínicos com várias Especialidades Médicas e Serviços de Enfermagem, completados com acesso a meios auxiliares de diagnóstico (análises, raios X, etc.) e a médicos contratados exteriormente, hospitais e clínicas variadas e, ainda a um pequeno leque de comparticipações em despesas deste teor. Tudo isso era suportado apenas pela Classe Bancária.
Os outros Sindicatos nomeadamente o SBC - Sindicato dos Bancários do Centro e SBSI Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas possuíam idênticos serviços.
Quando eu dei ali entrada em 4 de Março de 1962 esses Serviços Clínicos internos tinham as especialidades de Clínica Geral (4 Médicos) Dr. Manuel Ramalho Fontes que era o Director Clínico, Dr, Luís Mena de Matos, Dr. Mário Moura Rocha, Dr. Estêvão Samagaio "CG e Ortopedia", Estomatologia (Dr. Mário Melo Aragão e Dr. Horácio Campos Silveira - que saiu em Abril de 1962), Ginecologia e Obstetrícia (Drª Maria Teresa Silva, Ortopedia, Pediatria (Dr. Carlos Cidrais Rodrigues), Pneumologia (Dr. Alberto Veiga de Macedo) e Enfermagem Geral (Eduardo São Simão e Maria Lucília Silva - que faleceu nesse mesmo ano). Um total de 9 pessoas.
Evidentemente que era um quadro pequeno, eram uns pequenos serviços de Saúde que os Bancários criaram à sua custa. Mas precisamente nesse ano começou um reconhecimento generalizado entre a Classe Bancária de que isso não chegava para as suas necessidades. Assim, resolveram arregaçar as mangas e atiraram-se "de cabeça" e a partir daí, abriram-se mais especialidades, admitiram-se mais médicos, pessoal administrativo de apoio, etc., etc. Houve algumas tentativas goradas para formar uma espécie de "Caixa de Previdência" ou Serviços de Saúde que se aproximassem ou quiçá, ultrapassassem o Serviço de Saúde que existia a nível estatal para assistência a todos os portugueses, o qual, diga-se de passagem não era assim tão excelente, mas era o melhor que havia.
Portanto em Setembro de 1975 existia já um Serviço de Saúde estabelecido entre a Classe bancária, que pedia meças a quase todos os Serviços existentes em outras áreas de actividade. No Porto, por exemplo havia já um quadro de Médicos Especialistas que estava repleto de profissionais muito competentes e dos melhores que existiam. O Sindicato possuía também já um quadro de trabalhadores dedicados exclusivamente ao Sector Clínico com uma Chefia (Manuel Ricardo) e funcionários nas Marcações, Comparticipações, etc., embora todos estivessem sob a orientação directa da Direcção.
Aliás isso sucedia com várias classes de trabalhadores que também já possuíam serviços clínicos particulares, embora com menos evidência daqueles que os Bancários possuíam.
Sucedeu o 25 de Abril e então a Classe Bancária, recrudesceu de actividade no sentido de alcançar uns Serviços de Saúde a sério. Conseguiu que no seu CCTV Contrato Colectivo de Trabalho fosse incluída uma Cláusula em que ficasse devidamente expressa essa necessidade.
Assim no CCTV ou ACTV assinado pelos Sindicatos da Classe (SBN, SBC e SBSI) e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) em vigor em 1975, fosse incluída essa Cláusula.
Realmente conseguiram-no fazer, mas...
Mas, sucede que a meio do ano (Julho) normalmente, era habitual começarem a ser discutidas as alterações do ACTV para se irem estudando até ao fim de cada ano, para entrarem em vigor no seguinte, e de facto, assim sucedeu em relação a assuntos exclusivamente de interesse monetário, como aumentos de vencimento, de subsídios, carreira profissional, etc.,
Porém, estranhamente no que respeita ao problema fulcral "a Assistência Médica", nenhum Organismo Sindical - SBN - SBC e SBSI - se debruçou sobre o assunto.
Ou seja, por simples acaso, aconteceu que, pelo facto do Chefe dos Serviços Clínicos do Sindicato, MANUEL RICARDO se encontrar com baixa médica por doença. eu, por força das circunstâncias e, como Segundo funcionário mais antigo do Sector Clínico fui chamado a exercer aquelas funções nos Serviços Clínicos, sendo directamente responsável por esse Sector, perante a Direcção para tratar de todos os assuntos inerentes.
Por conseguinte e de moto-próprio, comecei a ler com mais atenção o ACTV em vigor, e, em 13 de Setembro (e depois de falar com o Director Manuel Pinto de Figueiredo), constatei que a Direcção não estava a tratar do problema dos Serviços Clínicos. Entrei em contacto telefónico com os colegas que estavam à frente dos serviços clínicos dos SBC e do SBSI (Miguel e Dr. Barros) que confirmaram que da parte das suas Direcções também nada se estava a tratar naquele sentido. Pedi-lhes então que junto das respectivas Direcções, tentassem conseguir que eles se debruçassem sobre o assunto rapidamente e propus que fossem programadas reuniões de trabalho, em Coimbra, no Porto e em Lisboa, em Outubro (15), Novembro (25) e Dezembro (13) para que os Serviços começassem a funcionar em Janeiro de 1976.
Na reunião efectuada em Lisboa, a 13 de Dezembro, eu próprio, propus o nome da nova Instituição, - SAMS-SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL - que foi aprovado por unanimidade.
E o resto é história, que já contei aqui por várias vezes.
Os SAMS tornaram-se uma referência nacional e esta Instituição deu azo a que melhor se desenvolvesse o Serviço Nacional de Saúde em Portugal e entrasse em vigor em meados de 1979.
Dou no entanto o maior ênfase ao meu (e nosso) SAMS-NORTE que iniciou a sua actividade em pleno em Janeiro de 1976,
Isto, porque os SAMS-CENTRO e SAMS-SUL E ILHAS só completam os 46 anos em Fevereiro próximo.
No que se refere aos SAMS-QUADROS não me refiro a ele porque nada tenho a ver com ele. Aliás, poderia dizer que alguém (quem, não interessa) me contactou, do SQTB, para dirigir, tanto o referido Sindicato como os próprios SAMS-QUADROS na altura em que foi constituído, mas eu não aceitei porque considerei que seria uma traição ao SBN e aos SAMS-NORTE.
Tenho dito.
ANTÓNIO FONSECA
Funcionário do SBN-NORTE de 4 de Março de 1962 a 4 de Março de 2002
Funcionário cofundador dos SAMS-NORTE e funcionário do mesmo,
de 13 de Setembro de 1975 a 4 de Março de 2002
AF. - 1 de Janeiro de 2022
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