Narciso de Jerusalém
São Narciso de Jerusalém | |
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Bispo de Jerusalém e Confessor | |
Nascimento | 96 |
Morte | 213 em Élia Capitolina (Jerusalém), na Síria Palestina |
Veneração por | Igreja Católica Igreja Ortodoxa |
Canonização | Pré-Congregação |
Festa litúrgica | 29 de outubro (Igreja Católica) 7 de agosto (Igreja Ortodoxa) |
Atribuições | Representado como um bispo segurando uma flor de cardo; uma jarra de água próximo de si; um anjo conduzindo sua alma para o Céu. |
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Narciso de Jerusalém (96-213) foi bispo de Élia Capitolina entre 185 e 211 ou 213 d.C.[1]
Vida
Acredita-se que o episcopado médio de um bispo de Jerusalém era curto, como se vê pelos governos episcopais dos que se seguiram. Simeão de Jerusalém, o segundo bispo da cidade, foi martirizado em 117 d.C. pelo imperador romano Trajano[2][a].
Diz a tradição que Narciso nasceu na Grécia[1] por volta do ano 99 d.C. e que tinha pelo menos 80 anos de idade quando foi nomeado o décimo-terceiro Bispo de Jerusalém[2][1]. Mais de um século havia se passado desde que a cidade fora destruída pelos romanos e reconstruída com o nome de Élia Capitolina pelo imperador Adriano.
No ano 195, Narciso, junto com Teófilo, bispo de Cesareia, Síria Palestina, presidiu ao concílio de Cesareia onde foi aprovada a determinação de se celebrar a Páscoa sempre no Domingo, diferenciando-a assim da Pessach judaica (veja controvérsia da Páscoa)[1]. Desta forma, ele foi contra o costume dos bispos da Ásia Menor e dos judeo-cristãos que celebravam a Páscoa no 14 de Nisan (quartodecimanismo)[1]. De acordo com Eusébio de Cesareia[3], encabeçou a lista de assinaturas de uma carta que o episcopado da Palestina enviara ao papa Vítor I. Nela, os bispos declaravam observar os rito e usos da Igreja romana[4].
Realizou inúmeros milagres como num certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo[5].
Ausência
Não obstante sua santidade, foi acusado de imoralidade em 201 d.C. por alguns elementos do seu grupo[1]. O desgosto de ser assim difamado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém[5]. Foi para o deserto de Nítria, onde viveu recluso durante 8 ou 10 anos[4][1]. Estas acusações podem ter sido uma vingança dos quartodecimanistas, que não o perdoaram por ter apoiado os romanos no concílio em Cesareia[1].
Durante a sua ausência, três bispos (Dio, Germânio e Górdio[1]) comandaram a sé de Jerusalém. Quando de seu retorno para a Cidade Sagrada, a população o exortou a continuar seus deveres episcopais, o que Narciso aceitou, mas como já passava dos cem anos de idade, recrutou Alexandre de Jerusalém para ser seu bispo-coadjutor[6][1].
Morte
São Narciso morreu quando orava de joelhos aos 117 anos de idade. Santo Alexandre, seu coadjutor, escreveu uma carta ano 212 afirmando que Narciso completara então 116 anos[7].
Notas
- [a] ^ São Simeão foi eleito bispo de Jerusalém após Tiago, o Justo ter sido martirizado em 63 d.C. e reinaria por quase 54 anos, mas não sem interrupção (por conta de perseguições). Veja o artigo São Simeão de Jerusalém.
Referências
- ↑ ab c d e f g h i j «A História da Igreja de Jerusalém» (em inglês). More Who is Who. Consultado em 26 de maio de 2012
- ↑ ab "Lives of the Saints, For Every Day of the ano," edited by Rev. Hugo Hoever, S.O.Cist., Ph.D., New York: Catholic Book Publishing Co., 1955, p. 423
- ↑ Eusébio de Cesareia. «9». História Eclesiástica (Eusébio) 🔗. The Miracles of Narcissus. (em inglês). VI. [S.l.: s.n.]
- ↑ ab «S. Narciso, bispo de Jerusalém, +212. Evangelho quotidiano». evangelhoquotidiano.org
- ↑ ab «São Narciso». Santo do dia. Consultado em 1 de agosto de 2010
- ↑ "Lives of the Saints, For Every Day of the Year," edited by Rev. Hugo Hoever, S.O.Cist., Ph.D., New York: Catholic Book Publishing Co., 1955, pp. 424
- ↑ «St. Narcissus of Jerusalem» (em inglês). Saint Patrick.org. Consultado em 10 de outubro de 2010
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