| | | | São jogos diferentes. Pela qualidade dos adversários, pelo clima que se cria, pela intensidade que envolve, pela capacidade que exige. Andar na Liga dos Campeões é presenciar experiências de um mundo à parte onde só cabem os melhores. Na estreia, essa realidade voltou a estar bem presente. E a resposta das equipas portuguesas aos desafios que tinham pela frente mostrou bem as diferenças que existem entre as três, independentes da classificação e do rendimento no Campeonato na última época ou esta temporada. | O Sporting, que voltava à Champions após quatro anos de ausência, chocou contra uma realidade para a qual não existe um feitiço do tempo: com um plantel jovem e sem experiência de Liga milionária, entrou numa lei de Murphy onde tudo o que podia correr, mal correu ainda pior. Pela ideia de jogo do Ajax, pela ausência de Coates, pela exibição desastrada à esquerda, pela necessidade de remendar a defesa depois da lesão de Gonçalo Inácio, pelo “buraco” que deixou que se criasse no meio-campo. Numa semana em que foram conhecidos os resultados do exercício 2020/21 com um prejuízo de 32,9 milhões de euros, quando se preparam empréstimos obrigacionistas até 50 milhões, aquilo que poderia ser um tónico importante também para as contas tornou-se um pesadelo. Segue-se o B. Dortmund, que ganhou fora ao Besiktas. | Já o FC Porto, habituado a andar na principal prova europeia, começou de forma positiva a participação naquele que é descrito como o “grupo da morte”. Nem tanto pelo ponto conseguido em Madrid, apesar de ser um bom arranque dentro do contexto que enfrentava, mas pela resposta que conseguiu dar face a um campeão espanhol reforçado mas que colocou apenas por duas vezes à prova Diogo Costa (que se mostrou à altura como um grande guarda-redes, intervindo pouco mas sempre bem) entre um golo anulado por mão a Taremi e uma bola no poste de Otávio. As únicas más notícias foram mesmo a lesão de Pepe e o cartão vermelho a Mbemba mas os dragões, com alterações nas laterais defensivas, fizeram um jogo que permite sonhar com a qualificação. Segue-se o Liverpool, que venceu em casa o AC Milan. | Por fim, o Benfica, com presença habitual na fase de grupos apesar da eliminação na pré-eliminatória da última época, mostrou aquilo que tem capacidade de fazer no plano teórico mas aquilo onde muitas vezes falha em termos práticos. Em Kiev, num jogo onde o Dínamo esteve sempre com linhas baixas também por mérito da pressão e da reação à perda dos encarnados, a equipa de Jorge Jesus teve oportunidades para “acabar” com o encontro, soube gerir os momentos mas acabou a ser salvo pelo VAR depois de duas grandes defesas de Vlachodimos a manter o nulo numa exibição muito elogiada pelo treinador. Segue-se o Barcelona, que foi atropelado em Camp Nou pelo Bayern adensando a crise que continua a viver. | Nos outros encontros, duas confirmações e duas desilusões: o Chelsea entrou a ganhar em Londres frente ao Zenit com um golo de Lukaku; o Manchester City goleou o RB Leipzig em casa num encontro quase de hóquei em patins (6-3) com Rúben Dias como capitão e um golo de João Cancelo; o PSG não foi além de um empate na Bélgica com o Club Brugge no dia em que estreou Messi, Mbappé e Neymar na frente; o Manchester United perdeu na Suíça diante do Young Boys com Ronaldo a marcar e a ver depois do banco a reviravolta numa noite que começou acidentado com uma bolada na cabeça de uma steward. Nas outras provas europeias, o Sp. Braga perdeu na Sérvia com o Partizan para a Liga Europa, ao passo que a Roma de José Mourinho somou a sexta vitória seguida com uma goleada frente ao CSKA Sófia. | | Agora volta a Primeira Liga, na ressaca de um clássico entre Sporting e FC Porto que saiu ao Benfica: já depois da goleada nos Açores frente ao Santa Clara, que terminou com Jorge Jesus a valorizar o coletivo acima de qualquer individualidade, os encarnados passaram a ter quatro pontos de avanço em relação aos rivais com o empate em Alvalade marcado também pela queda de um adepto verde e branco da bancada e pela queixa apresentada (arquivada) pelos leões por um lance de Pepe com Coates. Luis Díaz foi a figura do encontro que marcou a estreia de Sarabia e que acabou com Rúben Amorim a dizer que o Sporting é ainda um work in progress e com Sérgio Conceição a assumir que preferia não ir pelas 1.001 desculpas. | Segue-se a sexta jornada, que começa esta sexta-feira no Algarve com o Portimonense-Santa Clara (20h15) e que terá no domingo o FC Porto-Moreirense (18h) e o Estoril-Sporting (20h) antes das partidas que fecham a ronda na segunda-feira, o Benfica-Boavista (19h) e o Sp. Braga-Tondela (21h15). Uma nota ainda para a Taça da Liga, que terá a sua primeira jornada da fase de grupos durante a semana ainda sem a presença dos “grandes”. Pode consultar o calendário dos quatro jogos desta ronda inicial aqui. | | Se a estreia de Cristiano Ronaldo pelo Manchester United tivesse sido escrita num guião como os documentários que se têm multiplicado nas mais diversas plataformas, dificilmente seria melhor: teve as suas partes cómicas, como a vergonha do restante plantel em “atacar” as sobremesas na refeição feita na véspera em estágio; teve emoção, com o estádio de Old Trafford completamente rendido aos dois golos do avançado que deixou a mãe no camarote em lágrimas; teve ação, com as duas equipas a marcarem cinco golos num encontro aberto e à inglesa; teve algumas recordações de drama, quando Alex Ferguson falou para dizer que a ideia de ver o seu “menino” com a camisola do City era um verdadeiro pesadelo. | As dúvidas em relação à capacidade de Ole Gunnar Solskjaer poder comandar a equipa até ao título estão ainda latentes (depois da derrota na Suíça até um pouco mais) mas a chegada do ‘7’ a Inglaterra veio reforçar o peso da Premier League no futebol europeu e mundial e, em paralelo, os argumentos dos red devils para discutirem o primeiro lugar. Assim, todas as jornadas são seguidas de forma mais atenta face à menor margem de erro que os principais candidatos têm, como acontecerá nesta ronda com jogos como Liverpool-Crystal Palace, Manchester City-Southampton (ambos no sábado, 15h), West Ham-Manchester United (domingo, 14h) e, sobretudo, o duelo londrino entre Tottenham e Chelsea (domingo, 16h30). | Na Serie A, a Roma de José Mourinho tenta dar continuidade ao início 100% vitorioso numa deslocação a Verona (domingo, 17h), na mesma jornada em que há jogo grande em Turim entre a Juventus e o AC Milan (domingo, 19h45), que o Inter recebe o Bolonha (sábado, 17h) e que o Nápoles vai tentar defender a liderança em Udine (segunda-feira, 19h45) antes de nova ronda a meio da semana que pode consultar aqui. Na Liga espanhola, o Atl. Madrid de João Félix recebe o Athl. Bilbao (sábado, 15h15), o Valencia de Gonçalo Guedes joga em casa com o Real (domingo, 20h) e o Barcelona defronta o Granada de Luís Maximiano e Domingos Duarte (segunda-feira, 20h) antes de uma nova jornada a meio da semana que pode consultar aqui. Na Ligue 1, Messi fará a estreia em casa pelo PSG frente ao Lyon (domingo, 19h45). | | Olhando agora para as modalidades, os Mundiais de velocidade de canoagem, que tiveram início esta quinta-feira na cidade dinamarquesa de Copenhaga, prometem trazer mais algumas medalhas em provas internacionais para Portugal, com Fernando Pimenta, já apurado para a final do K1 1.000 (sábado de manhã), a ser de novo a principal figura de uma Seleção Nacional que conta ainda com João Ribeiro, Messias Baptista, Kevin Santos, Rúben Boas (os dois últimos substituindo Emanuel Silva e David Varela no K4 500), Hélder Silva, Teresa Portela, Francisca Laia, Maria Rei, Alex Santos e Norberto Mourão, o paracanoísta medalha nos últimos Jogos de Tóquio que deu uma entrevista ao Observador esta semana no programa “Nem tudo o que vai à rede é bola”. Pode consultar aqui todo o programa da competição. | Mas este não é o único Campeonato do Mundo a decorrer, muito menos com a participação de atletas de Portugal. Na Lituânia, a Seleção de futsal já confirmou o seu apuramento para os oitavos após golear Tailândia e Ilhas Salomão, defrontando agora Marrocos pelo primeiro lugar do grupo (domingo, 16h). Na Flandres, começa este domingo os Mundiais de ciclismo e logo com a prova de contrarrelógio de Elites masculinas que contará com Nelson Oliveira e Rafael Reis. João Almeida, que acabou em décimo no contrarrelógio e 14.ª na prova de estrada dos Europeus, junta-se mais tarde à equipa por estar (e bem) na Volta ao Luxemburgo: ganhou a primeira etapa, perdeu a amarela na segunda tirada, manteve os quatro segundos de atraso de Marc Hirschi na terceira etapa e tem agora mais dois dias para tentar arrecadar mais uma vitória, a começar pelo contrarrelógio de 25,4km que se realiza na tarde desta sexta-feira. | Uma nota ainda para o que se vai passar e quatro para o que se passou: Miguel Oliveira chega ao Grande Prémio de São Marino com o objetivo de melhorar o 14.º lugar em Aragão após três provas sem pontuar (domingo, 13h); a Seleção de futebol de praia fez história ao vencer pela terceira vez a Liga Europeia após derrotar na final a Bielorrússia; a Seleção de voleibol caiu nos oitavos do Europeu mas fez uma das suas melhores exibições dos últimos anos na derrota na “negra” frente aos Países Baixos (estão nas meias Polónia, Eslovénia, Sérvia e Itália); a Supertaça de andebol acabou como têm terminado todas as provas nacionais nos últimos anos, com o FC Porto a derrotar o Sporting na Nazaré; e a Fórmula 1 voltou a ver uma dobradinha da McLaren após uma década de jejum num Grande Prémio de Itália que ficou marcado pelo choque entre Max Verstappen e Lewis Hamilton que ainda dá que falar. | Por fim, centramos olhar nos EUA. Durante duas semanas os olhos do ténis mundial concentraram-se no US Open mas ninguém arriscaria um desfecho como aquele que aconteceu: Emma Raducanu, 150.ª do rankingWTA com apenas 18 anos, tornou-se a primeira jogadora de sempre a sair do qualifying para um triunfo no Grand Slam após bater a também surpreendente Leylah Fernandez; Daniil Medvedev teve uma exibição de sonho frente ao “nervoso” Novak Djokovic e conquistou o seu primeiro Grand Slam da carreira, impedindo o sérvio de se tornar o jogador com mais Majors de sempre. Três dias depois, as atenções estavam viradas para o Senado, onde quatro ginastas olímpicas explicavam como o FBI falhou na proteção às vítimas do antigo médico da USA Gymnastics, Larry Nassar. E o caso não ficará por aqui. |
| EU, A TV E UM COMANDO | | O JOGO EM PALAVRAS | | PÓDIO | 1 | | | Portugal somou o seu oitavo título, depois dos êxitos em 2002, 2007, 2008, 2010, 2015, 2019 e 2020, mais três cetros do que Espanha e Rússia, com cinco. |
| 2 | | | Ansiedade? Cansaço? Dia não? Algo aconteceu a Djokovic no jogo mais importante da carreira frente a um Medvedev com uma exibição de sonho. Afinal, o marco histórico foi o primeiro Grand Slam do russo. |
| 3 | | | Saiu das qualificações para o quadro principal, saltou do quadro principal para a glória: Emma Raducanu venceu Leylah Fernandes na final do US Open e conquistou o seu primeiro Grand Slam da carreira. |
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| A ENTREVISTA | | CANOAGEM | | Norberto Mourão chega aos Mundiais como campeão europeu, vice-campeão mundial e bronze nos Jogos. Em entrevista à Rádio Observador explica o antes e o depois do acidente onde perdeu as duas pernas. | |
| TERCEIRO TEMPO | |
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