Fornos de Algodres
Fornos de Algodres | |
Município de Portugal | |
Vista panorâmica de Fornos de Algodres | |
Gentílico | Algodrense |
Área | 131,45 km² |
População | 4 989 hab. (2011) |
Densidade populacional | 38 hab./km² |
N.º de freguesias | 12 |
Presidente da câmara municipal | Manuel Fonseca (PS) |
Região (NUTS II) | Centro (Região das Beiras) |
Sub-região (NUTS III) | Beiras e Serra da Estrela |
Distrito | Guarda |
Província | Beira Alta |
Orago | São Miguel |
Feriado municipal | 29 de setembro |
Código postal | 6370 |
Sítio oficial | www.cm-fornosdealgodres.pt |
Fornos de Algodres é uma vila portuguesa pertencente ao distrito da Guarda, na província da Beira Alta, região do Centro e sub-região da Beiras e Serra da Estrela, com cerca de 1 600 habitantes.
É sede do município de Fornos de Algodres com 131,45 km² de área[1] e 4 989 habitantes (2011),[2][3] subdividido em 12 freguesias.[4] O município é limitado a nordeste pelo município de Trancoso, a leste por Celorico da Beira, a sul por Gouveia, a oeste por Mangualde e Penalva do Castelo e a noroeste por Aguiar da Beira.
População
Número de habitantes [5] | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
Global * | 8 304 | 9 259 | 9 477 | 10 147 | 9 953 | 9 657 | 9 730 | 10 507 | 10 645 | 9 035 | 7 130 | 6 594 | 6 270 | 5 629 | 4 989 |
0-14 Anos ** | 3 587 | 3 593 | 3 469 | 3 408 | 3 602 | 3 462 | 2 644 | 1 965 | 1 454 | 1 125 | 807 | 542 | |||
15-24 Anos ** | 1 896 | 1 679 | 1 645 | 1 759 | 1 794 | 1 823 | 1 436 | 840 | 972 | 867 | 687 | 511 | |||
25-64 Anos ** | 4 021 | 3 943 | 3 812 | 4 012 | 4 254 | 4 332 | 3 944 | 3 245 | 2 805 | 2 787 | 2 649 | 2 344 | |||
= ou > 65 Anos ** | 560 | 671 | 690 | 785 | 893 | 953 | 1 011 | 1 080 | 1 363 | 1 491 | 1 486 | 1 592 |
* População residente; ** População presente (1900-1950)
Freguesias
O município de Fornos de Algodres está dividido em 12 freguesias: |
Política
Eleições autárquicas
Data | % | V | % | V | % | V | % | V |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PPD/PSD | CDS-PP | AD | PS | |||||
1976 | 67,82 | 4 | 17,72 | 1 | ||||
1979 | AD | AD | 76,01 | 4 | 18,37 | 1 | ||
1982 | 55,90 | 4 | 24,37 | 1 | 12,57 | - | ||
1985 | 47,65 | 3 | 45,84 | 2 | ||||
1989 | 54,96 | 3 | 19,61 | 1 | 20,52 | 1 | ||
1993 | 44,58 | 2 | 17,01 | 1 | 33,83 | 2 | ||
1997 | 48,46 | 3 | 8,33 | - | 39,92 | 2 | ||
2001 | 70,93 | 4 | 24,51 | 1 | ||||
2005 | 63,31 | 4 | 2,84 | - | 28,69 | 1 | ||
2009 | 54,67 | 3 | 3,28 | - | 38,04 | 2 | ||
2013 | 42,94 | 2 | 5,64 | - | 47,15 | 3 | ||
2017 | 28,82 | 1 | 6,60 | - | 60,24 | 4 |
Eleições legislativas
Data | % | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
CDS | PS | PSD | PCP | UDP | AD | APU/ | FRS | PRD | PSN | B.E. | PAN | PàF | L | CH | IL | |
1976 | 44,27 | 25,80 | 15,94 | 1,86 | 0,92 | |||||||||||
1979 | AD | 24,30 | AD | APU | 0,58 | 64,78 | 3,03 | |||||||||
1980 | FRS | 0,77 | 68,50 | 3,64 | 20,15 | |||||||||||
1983 | 29,20 | 29,89 | 31,81 | 0,36 | 2,89 | |||||||||||
1985 | 24,50 | 19,80 | 36,39 | 1,10 | 3,97 | 8,43 | ||||||||||
1987 | 6,94 | 16,60 | 65,46 | CDU | 0,17 | 2,11 | 1,72 | |||||||||
1991 | 7,01 | 21,98 | 64,10 | 1,08 | 0,73 | 0,83 | ||||||||||
1995 | 10,45 | 38,54 | 46,55 | 0,48 | 1,14 | 0,20 | ||||||||||
1999 | 10,10 | 38,34 | 46,37 | 2,23 | 0,46 | |||||||||||
2002 | 10,25 | 36,60 | 52,97 | 1,18 | 0,86 | |||||||||||
2005 | 7,34 | 42,37 | 42,49 | 1,45 | 1,97 | |||||||||||
2009 | 14,15 | 32,00 | 39,47 | 2,37 | 5,47 | |||||||||||
2011 | 14,02 | 27,65 | 47,15 | 2,05 | 2,34 | 0,48 | ||||||||||
2015 | PàF | 37,22 | PàF | 2,68 | 5,37 | 0,34 | 46,25 | 0,14 | ||||||||
2019 | 5,19 | 40,20 | 35,69 | 1,89 | 5,15 | 1,06 | 0,30 | 1,55 | 0,57 |
História
Na Idade Média dava-se o nome genérico de “terras” a certas regiões mais ou menos extensas, a que correspondia uma circunscrição jurisdicional, compreendendo povoações mais ou menos próximas umas das outras, ligadas entre si por laços morais de interesses, fóros, tradições e costumes. Assim se dizia Terras de Riba Côa, Terras da Beira, Terras de além do Monte, etc.
Essas circunscrições territoriais, em geral demarcadas por limites naturais, montes ou rios, subdividiam-se em sub-regiões que ainda também conservavam a mesma designação de Terras, como Terra de Alafões, Terra de Tavares, Terra de Azurara, nome genérico da sub-região, às vezes sem corresponder a nenhuma povoação, antes tomando estas aquele sobrenome, como Chãs de Tavares, Quintela de Azurara, etc., outras vezes adotando o nome de uma povoação mais importante da área, como Terra de Algodres, Terra de Aguiar, Terra de Linhares, etc.
Mais tarde, a designação de "terras" foi substituída pela de "termo" com significação mais restrito, aplicando-se este nome, como sinónimo de distrito e alfoz, a mais reduzidas circunscrições, a que se chamava concelho.
O concelho de Algodres compreendia oito paróquias: Casal Vasco, Ramirão, Cortiçô, Vila Chã, Muxagata, Fuínhas, Sobral Pichorro e Maceira, e a todas elas, como é natural, se adicionava o determinativo de Algodres: «Cortiçô de Algodres», «Vila Chã de Algodres», «Muxagata de Algodres», etc.
Que ela emprestasse o nome às povoações do seu termo, era natural, mas a velha vila, como mais importante entre todas as da região, exercia a sua hegemonia e emprestava o seu nome ainda às outras terras e povoações que assentavam nas proximidades do seu termo, sem fazerem parte dele. Assim, a vila de Fornos, apesar de viver e de se administrar, com câmara e julgado próprios, viu-se (e vê-se ainda hoje) forçada, para se distinguir de outras terras com o mesmo nome, a adotar o designativo regional de Algodres.
Foi com as povoações e área do concelho de Algodres e concelhos limítrofes que se constituiu, em 1836, o concelho de Fornos de Algodres, depois acrescentado, em 1898, com as freguesias de Além-Mondego, Juncais e Vila Ruiva. Desceram, pois, os antigos concelhos à condição de simples freguesias e as cinco vilas de Algodres, Figueiró, Matança, Infias e Casais do Monte passaram, daí em diante, a ser designadas por ex-vilas.
O primeiro administrador do novo concelho unificado foi José Coelho de Albuquerque, nomeado por portaria de 24 de Fevereiro de 1836; seguiu-se António Bernardo da Silva Cabral e, depois, Francisco de Melo e Sá, com o seu substituto Agostinho Pedroso de Magalhães.
A primeira Câmara do novo concelho de Fornos, já ampliado, foi composta do presidente Anacleto José de Magalhães Taveira Mosqueira, presidente interino José Coelho de Albuquerque, e vogais Francisco Ferreira de Abreu, António José do Carmo e José António Clemente.[6]
Figuras ilustres
Nascido em Fornos de Algodres, na rua da Torre, a 5 de Maio de 1895, de uma família de 12 irmãos, António Menano foi, sem sombra de dúvida, o mais conhecido e popular cantor de Fados de Coimbra.
António Menano tornou-se conhecido em todo o país através dos inúmeros discos que gravou, os quais correram o mundo, principalmente pelo Brasil e pelas províncias Ultramarinas. Concluído o curso de Medicina, António Menano passa a exercer clínica em Fornos de Algodres, terra natal da família e onde os seus pais António da Costa Menano e de Dª Januária Paulo Menano residem.
Faleceu em Lisboa a 11 de Setembro de 1969.[7]
Primeiro Conde e depois Marquês de Tomar, foi um dos políticos portugueses mais destacados do século XIX.
Nascido em Fornos de Algodres a 9 de Maio de 1803, cedo se revelaram as suas invulgares capacidades intelectuais. Assim, foi com quinze anos para Coimbra estudar Direito, tendo-se formado com vinte anos apenas. Exerceu durante algum tempo a advocacia; tendo o seu valor sido reconhecido. Foi nomeado Membro do Tribunal de Segunda Instância em S. Miguel, nos Açores. Aí se casou com a inglesa Luiza Mitchell Meredith Read.
Como deputado esteve ligado à reorganização administrativa de 1836, devendo-se certamente à sua influência a elevação de Fornos de Algodres a sede de concelho. Depois, em 1838, Costa Cabral foi chamado a desempenhar as funções de Ministro da Justiça e mais tarde, em 1842, já com novo governo empossado, de Ministro do Reino e da Instrução. Foi nessas funções que, em 1845, a rainha lhe concedeu o título de Conde de Tomar. Posteriormente foi nomeado embaixador junto da Santa Sé, tendo-lhe sido concedido o título de Marquês de Tomar.
Faleceu a 1 de Setembro de 1889 em Foz do Douro, no Porto.[7]
Natural de Fornos de Algodres, doutorou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, seguiu carreira de magistratura e foi juiz de fora em Ovar.
Nomeado desembargador da relação de Goa, partiu para a Índia, tendo de abandonar esse estado por razões políticas, refugiando-se então Bombaim de onde partiu para Portugal. Em Portugal foi governar civil dos distritos de Coimbra, Braga, Guarda, Porto e Funchal, passando depois a Juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça.
Foi fidalgo da casa real, par do reino e grã-cruz das ordens de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Carlos III de Espanha. Casou duas vezes, a primeira com D. Luísa de Sousa Pimenta de Saavedra Santa Marta, e a segunda com sua sobrinha D. Maria José de Abreu Castelo-Branco.
Faleceu sem descendência, sucedendo-lhe como segundo conde de Fornos de Algodres, seu irmão Alexandre de Abreu Castelo Branco, nascido em Fornos de Algodres a(5 de Maio de 1806.
- José Pinheiro Marques
Nasceu em Figueiró da Granja, em 1871. Fez os seus estudos eclesiásticos e foi ordenado Padre em 1895. Foi Sacerdote em várias terras do atual município de Fornos de Algodres. Notabilizou-se como professor na Escola Académica de Lisboa, orador, ensaísta e, finalmente, Capelão da Casa Real.
Em 1900 foi distinguido com o título de Capelão Fidalgo Honorário da Casa Real, por alvará de El-Rei D. Carlos. Monárquico por formação e convicção, viu-se envolvido nas convulsões subsequentes à implantação da República. Foi preso várias vezes em Lisboa, onde, na companhia de outras figuras monárquicas, correu as cadeias do Limoeiro e do Castelo de S. Jorge.
Em 1930 foi agraciado com o título de Monsenhor e acabou por falecer em 1940.[7]
- Manuel de Pina Cabral
Nasceu na freguesia de Matança, mais concretamente no lugar da Fonte Fria, em 1746. As origens familiares de Pina Cabral inscrevem-se numa família de agricultores, eclesiásticos e militares. A sua infância foi marcada pelo estudo do latim desde tenra idade. A família, em especial o pai, preocupou-se com a sua formação, tendo encarregue um professor de gramática da sua instrução, mormente de o pôr em contacto com as “coisas latinas”. Em 1763 o seu pai, acreditando nas suas potencialidades, envia-o para a Universidade de Coimbra, matriculando-o no curso de Direito Canónico, embora não tenha obtido qualquer grau, o que originou uma certa tensão entre a família.
O seu percurso revela um homem oriundo de uma pequena localidade do interior que se afirmou na cultura e no governo de Instituições.
Desconhece-se a data da morte de Frei Manuel de Pina Cabral, mas deve ter ocorrido cerca de 1810, uma vez que a última missiva enviada a Manuel do Cenáculo data de 1807. O local de sepultamento terá sido provavelmente a igreja ou o convento de Nossa Senhora de Jesus em Lisboa, na freguesia de Mercês, onde atualmente funciona a Academia das Ciências.[7]
Heráldica
Armas: Escudo de prata, com um cacho de uvas de púrpura, folhado e troncado de verde, acantonado por quatro espigas de milho de ouro folhadas de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda: “VILA DE FORNOS DE ALGODRES”, a negro.[8] | |
Bandeira: Esquartelada de amarelo e de verde, cordões e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.[8] |
Património
- Igreja da Misericórdia de Algodres
- Pelourinho de Algodres
- Anta ou Orca de Cortiçô
- Pelourinho de Figueiró da Granja
- Pelourinho de Fornos de Algodres
- Pelourinho de Ínfias
- Dólmen de Matança
- Pelourinho de Matança
- Pelourinho de Casal do Monte
- Igreja de Nª Senhora da Graça ou Igreja Matriz de Sobral Pichorro
- Capela de Santo Cristo ou Capela do Senhor do Pé da Cruz
- Capela dos Girões ou Capela do Seminário
Geminações
O município de Fornos de Algodres é geminado com as seguintes cidades:[9]
Referências
- ↑ Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013». Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
- ↑ INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 108. ISBN 978-989-25-0184-0. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
- ↑ INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
- ↑ Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «História da Região - Município de Fornos de Algodres». Município de Fornos de Algodres. Consultado em 9 de junho de 2017
- ↑ ab c d «Ilustres da nossa Terra - Município de Fornos de Algodres». Município de Fornos de Algodres. Consultado em 9 de junho de 2017
- ↑ ab «Heráldica - Município de Fornos de Algodres». Município de Fornos de Algodres. Consultado em 9 de junho de 2017
- ↑ «Geminações de Cidades e Vilas - Fornos de Algodres». www.anmp.pt. Consultado em 9 de junho de 2017
Ver também
- Aldeias de Montanha do concelho de Fornos de Algodres: Algodres e Figueiró da Granja.
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