V-2
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Aggregat-4 / Vergeltungswaffe-2 | |
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Réplica em tamanho real de uma V2 no museu de Peenemünde, Alemanha. | |
Tipo | Míssil balístico de único estágio |
Local de origem | Alemanha Nazi |
História operacional | |
Em serviço | 1944 a 1959 |
Utilizadores | Alemanha Nazi Pós-guerra: Reino Unido Estados Unidos União Soviética |
Guerras | Segunda Guerra Mundial |
Histórico de produção | |
Criador | Mittlewerk GmbH |
Data de criação | 1944 |
Custo unitário | 100,000 RM Janeiro de 1944, 50,000 RM Março de 1945[1] |
Especificações | |
Propelente | 3.810 kg (8.400 £) 75% etanol / 25% de água 4910 kg (£ 10.820) e oxigênio líquido |
Altitude de vôo | 206 km (128 milhas) de altitude máxima se lançado verticalmente. |
Velocidade | máxima: 5.760 kmh |
Sistema de orientação | Giroscópios do tipo PIGA[2] |
Plataforma de lançamento | Meillerwagen, móvel |
O foguete V2 (sigla em alemão para Vergeltungswaffe - arma de vingança), ou simplesmente V2 - (cujo nome-código alemão original era A4[3]), foi o primeiro míssil balístico, tendo sido usado pela Alemanha Nazi durante as últimas fases da Segunda Guerra Mundial principalmente contra alvos britânicos e belgas. Recebeu este nome porque era uma arma alemã que se seguiu ao V-1, uma bomba que voava como avião a jato.
O engenheiro mecânico alemão Wernher von Braun foi, ao lado de Arthur Rudolph, Kurt H. Debus e outros, um de seus principais desenvolvedores na estação experimental do exército alemão de Peenemünde.[4] O verdadeiro nome do foguete era Aggregat-4 (A-4), mas ele ficou mais conhecido pelo nome Vergeltungswaffe 2 (Arma de Vingança 2, parte das Armas-V), dado pelo então ministro da propaganda Joseph Goebbels, já que as V2 eram lançadas como represália aos bombardeios aliados. Estima-se que cerca de 3 mil foguetes V-2 carregados com uma tonelada de amatol foram lançados sobre os inimigos da Alemanha.
Posteriormente à Segunda Guerra, von Braun fora transferido pelo serviço de inteligência militar americano para os EUA. Tanto o governo norte-americano quanto a URSS utilizaram a tecnologia desenvolvida para o foguete V2 como base para a corrida espacial e armamentista, culminando no desenvolvimento dos foguetes utilizados na primeira missão do programa espacial soviético, Vostok I, e dos foguetes Saturno, que impulsionaram as naves da Missão Apollo até a Lua.
Dificuldades do projeto do foguete
Até 1942 nenhum foguete grande havia deixado o solo, muito embora todo o funcionamento das V2 e dos futuros foguetes tenha sido descrito muito antes por pioneiros como Konstantin Tsiolkovsky (União Soviética) e Hermann Oberth (Alemanha). O norte-americano Robert Hutchings Goddard foi mais longe ao construir pequenos foguetes capazes de atingir grandes altitudes.
No entanto, nada se comparava ao desafio dos projetistas da V2: um foguete pesando 14 toneladas, lançado a 80 km de altitude, desenvolvendo para isto mais de meio milhão de cavalos-vapor, tudo isto reduzido em um motor de pouco mais de 1,65 m de comprimento e pesando 450 kg.
O projeto da V2 era máxima prioridade dos nazistas, já que o destino da Segunda Guerra Mundial pouco a pouco pendia para o lado dos aliados e apenas uma arma nova e excepcional poderia mudar este rumo (ver: Wunderwaffe).
Características técnicas
As V2 eram propelidas a álcool combustível (mistura de 75% de álcool etílico com 25% de água) e oxigênio líquido, conhecido abreviadamente por "LOX" da expressão em inglês "Liquid oxygen". Esses dois propelentes eram injetados na câmara de combustão em altíssima pressão por uma turbina, essa por sua vez, alimentada por dois combustíveis auxiliares, sendo: 80% de peróxido de hidrogênio e os outros 20%, uma mistura de 66% de permanganato de sódio com 33% de água. Com esse sistema, o motor gerava 24 947 kgf na ignição e chegava a 72 574 kgf de empuxo quando a velocidade máxima de 1 341 m/s era atingida,[5] com um raio de alcance de 321 a 362 km. O álcool etílico usado nestes foguetes era produzido a partir da batata,[6] que era produzida em abundância principalmente na Prússia Oriental.
Devido às altas temperaturas do motor, os projetistas da V2, inteligentemente, usaram o próprio álcool combustível como refrigerante do motor. Isto era feito injetando o álcool combustível ao redor do bocal, formando uma película protetora.
As manobras de voo eram feitas por meio de aletas que interferiam na direção do jato do foguete, solução simples se comparada com a dificuldade dos foguetes atuais, em que todo o motor gira para mudar a direção do jato. A orientação de voo era feita por meio de giroscópios.
Influência na exploração espacial
Em 1944, Wernher von Braun foi detido pelos nazistas por supostamente ter declarado que as V2 não haviam sido destinadas ao uso militar, mas sim para as futuras viagens espaciais.[8] Tendo dito ou não, von Braun estava certo, e a V2 deixou sua influência permanente no desenvolvimento dos futuros foguetes que seriam usados na exploração espacial.
Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a URSS capturaram a maioria dos engenheiros que trabalharam no desenvolvimento da V2 (na Operação Paperclip). a União Soviética havia chegado primeiro a Berlim, acredita-se que os principais planos secretos foram capturados e usados para financiar os avanços espaciais soviéticos como a Vostok 1. Particularmente importante para os Estados Unidos foi a captura de Wernher von Braun, um dos principais engenheiros alemães, que participou ativamente do programa de mísseis balísticos dos Estados Unidos e depois, dos primeiros passos do programa espacial estadunidense. Sabe-se que em Peenemünde os alemães faziam esforços para dotar a V2 de múltiplos estágios e capacidade para voos transatlânticos. Diversos testes com foguetes de combustível sólido e múltiplos estágios haviam sido feitos. Quando o regime da Alemanha Nazi colapsou em 1945, toda esta tecnologia, desenvolvida ao longo de uma década ao custo de milhões de marcos, estava pronta para ser usada pelos vencedores da guerra.
V2 remanescentes em exposição
Atualmente existem 20 foguetes V2 em exposição em diversos museus. O exemplar mais completo de todos encontra-se no Deutsches Museum, na Cidade de Munique, Alemanha.[9] Dentre as principais peças em exposição, destacam-se as seguintes:[10]
Alemanha
- Um foguete completo (com motor) e um motor adicional no Deutsches Museum, em Munique;
- Um motor no museu de tecnologia de Berlim;
- Um motor enferrujado no memorial do campo de concentração de Dora-Mittelbau;
- Uma réplica do foguete, em tamanho real, no museu de Peenemünde.
Estados Unidos
- Um foguete no museu da força aérea americana, em Ohio;
- Um foguete no National Air and Space Museum, em Washington, D.C.
França
- Um motor, exposto na cidade de Toulouse.
Reino Unido
- Um foguete no museu Imperial War Museum;
- Uma câmara de combustão no Museu de aviação de Norfolk e Suffolk.
Galeria
Filmografia
- Uma Luz na Escuridão (Shining Through, 1992)
- Esquadrão Mosquito (Mosquito Squadron, 1969)
- Esquadrão 633 (633 Squadron, 1968)
- Operação Crossbow (Operation Crossbow, 1965)
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