Bernardino de Siena
Bernardino de Siena | |
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Nascimento | 8 de setembro de 1380 Massa Marittima |
Morte | 20 de maio de 1444 (63 anos) Áquila |
Sepultamento | Mausoléu de São Bernardino |
Alma mater | Universidade de Siena |
Ocupação | escritor, teólogo |
Religião | Igreja Católica |
São Bernardino de Siena (Grosseto, Massa Marítima, 8 de setembro de 1380 — Áquila, 20 de maio de 1444) foi um pregador e místico franciscano que se tornou célebre por sua pregação da devoção ao Nome santo em praças e igrejas da Itália no século XV.
Em 1450, foi canonizado pelo Papa Nicolau V (1447-1455), apenas seis anos após sua morte.
Biografia
Nascido em uma família nobre orinária de Siena. Aos 3 anos ficou órfão de mãe. Quando tinha 6 anos, seu pai faleceu e modou-se para Siena, onde foi educado pela tia.
Aos 22 anos, juntou-se aos franciscanos.
Foi um pregador inspirado e bastante popular da devoção ao Santo Nome de Jesus Cristo. Em seu clássico livro sobre a cidade de Siena, Titus Burckhardt relata que Bernardino percorreu boa parte da Itália pregando o método de realização espiritual da invocação do Nome de Deus. "Em 1425 e 1427, São Bernardino pregou em Siena dia após dia durante seis semanas. A princípio ele escolheu falar no mosteiro de San Francesco, mas, quando o lugar ficou cheio com o número de ouvintes, ele passou a falar na praça central", escreveu Burckhardt.[1]
O santo viajou e pregou por povoados e cidades da Itália setentrional e central, levando populações inteiras a uma renovação cristã, pela palavra e pelo exemplo. Além disso, trabalhou pela reforma da Ordem Franciscana. Dele se tem alguns escritos em língua latina e vernácula. O livro Siena City of the Virgin, de Titus Burckhardt, contém alguns destes escritos e sermões.
O método de concentração espiritual favorecido por São Bernardino, de invocação do Nome revelado, encontra similares em todas as grandes religiões do mundo.[2] No Budismo, seu grande porta-voz foi o santo japonês Hônen, que fez do Nembutsu a oração mais popular do Budismo. No Islã, este mesmo método é conhecido como Dhikr, ou Lembrança de Deus, e alguns de seus grandes mestres foram os xeiques Darqawi e Alawi.[3]
Sua festa litúrgica é celebrada aos 20 de maio.
Pensamento econômico
Foi o autor de "De contractibus et usuris"[4] ("Sobre o contrato e a usura"), no qual condena a usura e lida com os temas de justificação da propriedade privada, ética do comércio e determinação de valor e preço.
Analisa a figura do empresário com grande profundidade e defende seu trabalho honesto. Ele afirma que o comércio, como todas as outras ocupações, pode ser praticado de maneira lícita ou ilegal, não sendo, portanto, necessariamente uma fonte de condenação.
Desse modo, os empresários honestos, prestam serviços muito úteis a toda a sociedade, pois:
- corrigem a escassez de mercadorias, transportando-as de áreas onde são abundantes;
- estocam mercadorias, o que limita os danos de possíveis fomes;
- transformam materiais brutos e inúteis em produtos processados úteis.
Portanto, os empreendedores deveriam que quatro grandes virtudes : eficiência, responsabilidade, diligência e capacidade para assumir riscos.
Desse modo, os ganhos auferidos pelos poucos que foram capazes de cumprir essas virtudes seriam a recompensa certa pelo trabalho árduo e pelos riscos assumidos.
Por outro lado, ele condenava os novos ricos, que, em vez de investirem em novos negócios, preferiam emprestar a juros altos e, desse modo, estrangulavam a sociedade, em vez de fazê-la crescer.
Acreditava que a propriedade não "pertencia ao homem", mas "era para o homem" como uma ferramenta para obter uma melhoria na sociedade como um todo. Um instrumento que veio de Deus e que o homem tinha que merecer, aplicar e tornar frutífero como administrador sábio.
Apreciava particularmente o tema da reconciliação e da resolução de disputas.
Os agiotas o trataram com hostilidade, ao ponto de o denunciarem por heresia.
Inquisição
Em 1427, foi absolvido de uma acusação diante por um Tribunal da Inquisição em Roma.
Com a ida a Roma, teve contato com o Papa Martinho V (1417-1731), que apreciou a espiritualidade e eloquência de Bernadino e pediu que ele pregasse também em Roma.
Bernardino pregou por 80 dias consecutivos em Roma.
O Papa apreciou os seus sermões e quis indicá-lo como pregador da casa papal, mas Bernardino, recusou por humildade.
Também se recusou a assumir o cargo de Bispo de Siena e de outras cidades italianas (Viterbo, Ferrara e Urbino).
Em 1437, tornou-se o supervisor das comunidades de franciscanos de observância rigorosa. Em 1438, foi nomeado como Superior Geral de todos os franciscanos na Itália.
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