Teste nuclear norte-coreano de janeiro de 2016
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O teste nuclear norte-coreano de janeiro de 2016, que a Coreia afirmou ter sido um teste bem sucedido de uma bomba de hidrogênio,[1] foi o quarto experimento do tipo do país, sendo realizado no dia 6 de janeiro, por volta das 11h30 locais.
Eventos
Inicialmente, o Serviço Geológico dos Estados Unidos detectou um abalo sísmico de magnitude 5,1,[2] na região de Pungyye-Ri, onde os norte-coreanos já haviam realizado três detonações nucleares, em 2006, 2009 e 2013.[3] O abalo foi sentido em algumas regiões da China, próximo à fronteira sino-coreana.[4] Logo de imediato, autoridades sul-coreanas e chinesas declararam que o tremor claramente teve uma origem artificial,[5] possivelmente provocada por uma explosão nuclear.
Poucas horas após o tremor, um comunicado emitido pela televisão estatal norte-coreana KCTV confirmou que o país havia realizado um teste bem sucedido com uma bomba de hidrogênio,[6] autorizado pelo líder Kim Jong-Un, no dia 15 de dezembro de 2015. A potência explosiva de uma bomba H costuma ser consideravelmente maior do que o de uma arma nuclear comum. Não obstante, a comunidade internacional acredita se tratar de uma bomba de fissão comum, levando-se conta que o tremor gerado foi relativamente fraco.[7] Segundo estimativas de autoridades norte-americanas e russas, o artefato teve um rendimento entre 6 - 9 quilotons.[8] Para efeito de comparação, a bomba atômica que destruiu Hiroshima, em 1945, tinha uma potência de 15 quilotons.[9]
Ao contrário das outras experiências, dessa vez Pyongyang não comunicou a outros governos da realização do teste. Por outro lado, fotos de satélite mostram que escavações no campo de testes já vinham sendo feitas desde abril de 2015.[10] No dia 10 de janeiro, o líder norte-coreano justificou a realização do teste. Segundo Kim Jong-Un, foi um ato de "autodefesa", necessário para manter a soberania do país e a paz na península coreana, diante da "ameaça imperialista" liderada pelos Estados Unidos,[11][12] mas sem a intenção de ameaçar ou provocar outras nações. Contudo, o evento aumentou a tensão na região, tecnicamente em guerra desde os anos 1950.[13] A Guerra da Coréia foi suspensa em 1953 após um armistício, mas até hoje não foi assinado um acordo de paz.[14]
Reação internacional
O teste foi amplamente condenado pela comunidade internacional.
- Coreia do Sul: "Uma grave provocação" e uma "ameaça ao futuro", declarou a presidente da Coréia do Sul, Park Geun-Hye.
- Estados Unidos: A Casa Branca, através de seu porta-voz Ned Price, voltou a exigir que a Coréia do Norte cumpra suas obrigações internacionais.
- China: A principal aliada de Pyongyang afirmou se "opor firmemente" àquelas experiências nucleares.[15]
- Brasil: Por meio do Itamaraty, o governo brasileiro declara estar "preocupado" com a detonação de uma arma nuclear, e conclama a Coréia do Norte a por fim aos testes atômicos.[16]
- Japão: O teste foi "energicamente condenado" pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que garantiu que seu país dará uma "firme resposta".[17]
- França: O presidente François Hollande classificou o teste como "inaceitável".[17]
Novas sanções da ONU
Em virtude do teste nuclear, seguido do lançamento de um foguete no mês seguinte[18] (que várias nações afirmaram ser na verdade mais um teste com um míssil), o Conselho de Segurança da ONU decidiu endurecer ainda mais as sanções[19][20][21] contra a Coréia do Norte. Algumas das novas medidas são:
- Todos os países membros das Nações Unidas devem inspecionar mercadorias provindas da Coréia do Norte, ou que se destinem àquele país;
- Embarcações que estiverem transportando cargas ilegais ou proibidas à Coréia do Norte estão impedidos de fazer escala nos portos dos membros da ONU;
- Proibição à exportação de combustível aeroespacial e minérios, que possam ter utilidade em projetos militares de Pyongyang, tais como: ferro, carvão, terras raras ou titânio;
- Artigos de luxo também estão na lista de mercadorias vetadas - ainda que somente a elite do regime norte-coreano possa comprá-los;
- Os Estados-Membros da ONU estão autorizados a expulsarem diplomatas norte-coreanos envolvidos em atividades ilícitas;
- Bloqueio de fundos de empresas "laranjas" financiadas ou controladas por Pyongyang.
Ver também
- Teste nuclear norte-coreano de 2006
- Teste nuclear norte-coreano de 2009
- Teste nuclear norte-coreano de 2013
- Teste nuclear norte-coreano de setembro de 2016
- Teste nuclear norte-coreano de setembro de 2017
Referências
- ↑ Five things science can (and can’t) tell us about North Korea’s nuclear test por THOMAS SUMNER em "Science News" (2016)
- ↑ M5.1 Nuclear Explosion - 22km ENE of Sungjibaegam, North Korea publicado pelo "U.S. Geological Survey"
- ↑ «Tremor de magnitude 5,1 pode indicar novo teste nuclear norte-coreano»
- ↑ «Footage from China of 'earthquake caused by North Korea H-bomb'». Mail Online
- ↑ «Terremoto é detectado próximo a teste nuclear da Coreia do Norte»
- ↑ «Coreia do Norte diz ter realizado teste nuclear com bomba de hidrogênio»
- ↑ «Países investigam se Coreia do Norte fez teste com bomba de hidrogênio». Jornal Hoje. Consultado em 6 de janeiro de 2016
- ↑ «Estimates differ on size of N.K. blast». 14 de fevereiro de 2013. Consultado em 15 de julho de 2016
- ↑ «70 anos da bomba atômica no Japão - Portal NippoBrasil». www.nippo.com.br. Consultado em 15 de julho de 2016
- ↑ «Imagens de satélite mostram que Pyongyang preparava teste desde abril»
- ↑ «Kim Jong-un diz que teste nuclear é uma medida de "autodefesa"». Terra. Consultado em 10 de janeiro de 2016
- ↑ «Kim Jong-un diz que teste nuclear é medida de "autodefesa"». 10 de janeiro de 2016
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