| | Enquanto dormia… os candidatos às eleições presidenciais de 24 de janeiro travaram o primeiro e único debate a sete. Com Marcelo Rebelo de Sousa ausente do estúdio (irritado por não ter recebido das autoridades de saúde uma confirmação por escrito em como poderia participar em pessoa), o debate acabou por se tornar numa sessão de “bullying” político, com grande parte dos ataques centrados no atual presidente. | Marcelo foi alvo de 38 ataques, 22 deles (quase um terço) vindos de Ana Gomes e André Ventura, como conta a equipa de Política do Observador neste especial. Impávido e de máscara, o presidente ouviu um pouco de tudo: foi acusado de estar colado ao governo de António Costa e ao PS; de distribuir mal os afetos, de bloquear os avanços que a “Geringonça” poderia ter feito, de não cumprir a Constituição ou de “não exercer o magistério de influência”. Mas também o acusaram de querer favorecer o setor privado na área da Saúde, em detrimento do SNS. | Restou assim muito pouco fôlego para outros confrontos de ideias. Os candidatos da esquerda – João Ferreira, Marisa Matias e Ana Gomes – não se atacaram entre si. E André Ventura – forçado a conter-se devido ao modelo coletivo do debate – deu uma noite de folga à esquerda, concentrando-se quase só em Marcelo. | O Governo aprova hoje em Conselho de Ministros as medidas do novo confinamento, na sequência de uma reunião no Infarmed em que os especialistas pareceram concordar em dois pontos: mesmo com confinamento haverá 150 mortes por dia e ninguém quer mandar para casa os alunos até aos 12 anos. Mas faltou consenso sobre o que fazer aos alunos mais velhos. Aliás, se o debate presidencial foi morno, o mesmo não se pode dizer da reunião no Infarmed, com os epidemiologistas Henrique Barros e Manuel Carmo Gomes a desentenderam-se sobre o eventual fecho das escolas, numa discussão “ao vivo e a cores”, como conta a Rita Tavares e o Miguel Santos Carrapatoso. No final, o primeiro-ministro viu-se novamente na posição desconfortável de outras reuniões: terá de decidir sem o respaldo de uma posição científica clara. | António Costa – que já tinha dito que o formato do novo confinamento seria “muito próximo do que aconteceu em março” e abril – afirmou ontem que a duração será de um mês. As creches, o pré-escolar e o ensino básico deverão ficar abertos, permanece a dúvida sobre se o governo decide mandar para casa os alunos do secundário. | O caso e-Toupeira continua a dar que falar na justiça portuguesa. Uma procuradora do Ministério Público mandou a PSP vigiar dois jornalistas para perceber quem eram as suas fontes de informação, acedeu às contas de um deles e esteve na PJ a recolher computadores e telemóveis, conta a Sónia Simões. A magistrada pretendia saber com quem os jornalistas se relacionavam para descobrir como ambos conseguiram noticiar em primeira mão a detenção Paulo Gonçalves, o assessor jurídico da SAD do Benfica detido no âmbito do processo e-Toupeira (que envolve crimes de corrupção). Ambos os jornalistas são agora arguidos por violação do segredo de justiça. | Nesta newsletter pode ler outras notícias essenciais para começar esta quarta-feira bem informado e já sabe que ao longo do dia terá todas as notícias no nosso site e na Rádio Observador. Até já. |
| AS NOTÍCIAS DO DIA | | O QUE SE PASSA LÁ FORA | | | | | | | COVID-19 | | | | | OS NOSSOS ESPECIAIS | | | | A NOSSA OPINIÃO | | | Caminhamos, alegremente, para um plebiscito, onde arriscamos a ter uma abstenção superior a 80 por cento. António Costa ficará contente. Um Marcelo fragilizado em Belém é o seguro de vida do governo. |
| | | O ataque a Paulo Rangel foi um ataque aos seus eleitores e à democracia portuguesa. A declaração de António Costa é própria de um ditador, e não de um primeiro ministro de um país democrático. |
| | | Em menos de 23 horas, Marcelo foi capaz de agradar a todo o tipo de resultado possível num teste à COVID. Desconfio que se fizer de novo o teste o resultado será um magnânimo, e esclarecedor, “Talvez” |
| | | O que resta da liberdade individual quando só falarmos pelo WhatsApp, deixarmos de ir à empresa, comprarmos o que queremos através um click e reduzirmos a informação às notificações do telemóvel? |
| | | O crescimento dos movimentos populistas, de esquerda ou de direita, justifica-se pelo aproveitamento do clima de incerteza, insegurança e medo, pois oferecem uma narrativa de pertença à tribo. |
| FACT CHECK | | | | MAIS PARA LER | | FESTIVAIS | | Realizado durante anos em Castelo de Vide, Portalegre, onde em 2016 um incêndio destruiu centenas de viaturas, vai passar a decorrer em Reguengos de Monsaraz, Évora, numa aldeia perto do Alqueva. | |
| | CULTURA | | Os cinemas registaram uma quebra de 75,55% em audiência e receitas no ano passado face a 2019. Os dados do Instituto do Cinema Audiovisual revela que a faturação caiu em 62,7 milhões de euros. | |
| | MORTE | | Paulo Abreu Lima tinha 68 anos. Autor de letras cantadas por Mariza e Rui Veloso, morreu esta terça-feira em Beja, de acordo com o fadista Buba Espinho. Destacou-se como autor e intérprete musical. | |
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