sábado, 2 de janeiro de 2021

LEONARDO COIMBRA - FILÓSOFO - MORREU EM 1936 - 2 DE JANEIRO DE

 

Leonardo Coimbra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Leonardo Coimbra
Nome nativoLeonardo Coimbra
Nascimento30 de dezembro de 1883
Borba de Godim
Morte2 de janeiro de 1936 (52 anos)
Porto
CidadaniaPortugal
Alma materUniversidade do Porto
Ocupaçãofilósofopolítico, professor universitário
PrêmiosGrã-Cruz da Ordem Civil de Afonso XII
Causa da morteacidente rodoviário

Leonardo José Coimbra (Borba de GodimLixa30 de Dezembro de 1883 — Porto2 de Janeiro de 1936) foi um filósofoprofessor e político português. Enquanto Ministro da Instrução Pública de um dos governos de Primeira República Portuguesa, lançou as Universidades Populares e a Faculdade de Letras do Porto. Como pensador fundou o movimento Renascença Portuguesa, e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião.

Biografia

Aos 14 anos Leonardo Coimbra deixou o Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Penafiel, para se matricular na Escola Normal de Coimbra em 1898. Em 1905 iniciou o curso da Academia Politécnica do Porto, que concluiu em Lisboa quatro anos depois, com média elevada.

Em 1907 fundou e dirigiu, com Jaime CortesãoCláudio Basto e Álvaro Pinto, a Nova Silva[1] (1907) (de orientação anarquista), e no ano seguinte fundou a Sociedade dos Amigos do ABC de inspiração huguesca, para combater o analfabetismo. Constitui depois com Jaime CortesãoRodrigo SolanoGil Ferreira e Correia de Sousa, o grupo político-literário "Nova Seara", e fundou em 1912 a Renascença Portuguesa, com as suas "Universidades Populares", tendo por órgão a revista A Águia. Em 1913 apresentou a sua tese "Criacionismo" ao concurso de assistente de Filosofia, e no ano seguinte iniciou a sua carreira de político, filiando-se no Partido Republicano Português. Em 1915 leccionou no liceu Gil Vicente, em Lisboa. Ainda no universo das publicações periódicas, colaborou com a Serões[2] (1901-1911) Atlantida[3] (1915-1920), e Contemporânea[4] (1915-1926).

Foi duas vezes ministro de Instrução Pública (1919 e 1923), criou as Escolas Primárias Superiores, reformou a Biblioteca Nacional, fundou a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (onde foi director e professor), defendeu, apesar de toda a polémica gerada, a liberdade do ensino religioso nas escolas particulares fiscalizadas pelo Estado.

Foi um dos maiores impulsionadores do Espiritismo em Portugal, tendo feito parte da mesa do I Congresso Espírita Português, realizado em Lisboa, nos dias 15, 16, 17 e 18 de Maio de 1925.

Incompatibilizando-se com a facção tradicional do seu partido que acabou por abandonar, devido à sua defesa do ensino religioso particular, ingressou na Esquerda Democrática.

Converteu-se ao Catolicismo em 1935, vindo a falecer, pouco depois, num acidente de automóvel.

Obras Literárias

  • Camões e a Fisionomia Espiritual da Pátria (eBook)
  • A Alegria, a Dor e a Graça
  • A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre (1935)

Referências

  1.  Álvaro de Matos (21 de Dezembro de 2011). «Ficha histórica: Nova silva : revista ilustrada» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa
  2.  Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014
  3.  Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014
  4.  Contemporânea (1915-1926) cópia digital, Hemeroteca Digital

Bibliografia

  • Leonardo Coimbra, Obras de Leonardo Coimbra, ed. Lello e Irmão, 2 volumes, Porto, 1983 (Vol. I: Criacionismo - Esboço de um Sistema FilosóficoCriacionismo - Síntese FilosóficaA Alegria, a Dor e a GraçaDo Amor e da MorteA Questão UniversitáriaA Rússia de Hoje e o Homem de Sempre. Vol. II: Pensamento CriacionistaA MorteLuta pela ImortalidadeO Pensamento Filosófico de AnteroProblema da InduçãoA Razão ExperimentalNotas sobre a abstracção científica e o silogismoJesusS. Francisco de AssisProblema da Educação NacionalS. Paulo de Teixeira de PascoaesO Homem às Mãos com o Destino).
  • Leonardo Coimbra, Dispersos I - Poesia Portuguesa, Lisboa, 1984.
  • Leonardo Coimbra, Dispersos II - Filosofia e Ciência, Lisboa, 1987.
  • Leonardo Coimbra, Dispersos III - Filosofia e Metafísica, Lisboa, 1988.
  • Alfredo Ribeiro dos SantosPerfil de Leonardo Coimbra, Lisboa, 1998.
  • Álvaro Ribeiro, Leonardo Coimbra. Apontamentos de Biografia e Bibliografia, Lisboa, 1945.
  • Álvaro Ribeiro, Memórias de um Letrado, Lisboa, 1977.
  • Ângelo Alves, O Sistema Filosófico de Leonardo Coimbra. Idealismo Criacionista, Porto, 1962.
  • António de Magalhães, "A perenidade do pensamento filosófico de Leonardo Coimbra" in Revista Portuguesa de Filosofia, n.º 12, 1956.
  • Delfim Santos, "Actualidade e valor do pensamento filosófico de Leonardo Coimbra", in Obra Completa, vol. II, Lisboa, 1973, p. 225-237.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "Análise de «O Criacionismo» de Leonardo Coimbra", Lisboa, 1989.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "Sobre o criacionismo - a propósito de Leonardo Coimbra", 1997.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "O pensamento dialéctico de Leonardo Coimbra - reflexão sobre o seu valor antropológico", 1997.
  • José MarinhoO Pensamento Filosófico de Leonardo Coimbra, Porto, 1945.
  • José Marinho, "Leonardo Coimbra e o magistério do Amor e da Liberdade" in Verdade, Condição e Destino no Pensamento Português Contemporâneo, Porto, 1976.
  • Manuel Cândido Pimentel, Filosofia Criacionista da Morte: meditação sobre o problema da morte no pensamento filosófico de Leonardo Coimbra, Ponta Delgada, 1994.
  • Manuel Cândido Pimentel, A Ontologia Integral de Leonardo Coimbra, Lisboa, 2003.
  • Manuel Ferreira Patrício, A Pedagogia de Leonardo Coimbra - Ensaio sobre a intuição do ser e a visão enigmática, Porto, 1992.
  • Miguei Spinelli, A Filosofia de Leonardo Coimbra, Braga, 1981.
  • Manuel Freitas, O Pensamento criacionista de Leonardo Coimbra, Braga, 1957.
  • Manuel Freitas, "Aspectos do Saudosismo em Leonardo Coimbra", in Itinerarium, 4, 1958.
  • Robert Junqueira, "Leonardo Coimbra e Vladimir Solovyov: relações inesperadas entre as filosofias em Portugal e na Rússia", Texto Aberto IEF 5 (2019), pp. 1-31.
  • Robert Junqueira, "Leitura Criacionista da «Síntese Filosófica» de Leonardo Coimbra", Periódico Héstia 3 (1) (2019), 36-51.
  • Sant'Anna DionísioValor da Ciência para Leonardo Coimbra, Porto, 1956.
  • Sant'Anna DionísioLeonardo Coimbra. Contribuição para o conhecimento da sua personalidade e seus problemas, Porto, 1983.
  • Sant'Anna DionísioLeonardo Coimbra, O Filósofo e o Tribuno, Lisboa, 1985.
  • Vários autores, Leonardo Coimbra Filósofo do Real e do Ideal. Colectânea de Estudos, Lisboa, 1985.
  • Vários autores, "Filosofia e Ciência na Obra de Leonardo Coimbra", in Actas do Simpósio realizado no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, Porto, 1992.

Ligações externas

Sem comentários:

Enviar um comentário

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue