terça-feira, 17 de novembro de 2020

DIA MUNDIAL DA CRIATIVIDADE - 17 DE NOVEMBRO DE 2020

 

Criatividade

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O jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho destacou-se pelas jogadas de grande criatividade.

Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". Segundo Flieger (1978), é quando "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". Outras definições:

  • "a expressão 'pensamento criativo' tem duas características fundamentais, a saber: é autônoma e é dirigida para a produção de uma nova forma";[1]
  • "criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo";[2]
  • "criatividade representa a emergência de algo único e original";[3]
  • "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados";[4]
  • "um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística".[5]

A criatividade é considerada uma capacidade humana de valor universal. Tudo indica que, nesta competência, reside a "memória RAM biológica" para o impulso da evolução humana. A memória RAM, segundo Cury (2009), é o fenômeno dos registros da memória. O que melhor descreve a criatividade é o que Sanchez (2003) referiu em seus apontamentos: a criatividade é uma sublime dimensão da condição humana. É, entretanto, na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evolução da humanidade. O mérito da expressão criativa é fruto da "complexidade", ou seja, é fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano. É muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a considerar a capacidade de um indivíduo criativo construir e reconstruir, transformando a nossa realidade. É consensual e gratificante perceber que todos temos a capacidade criativa, e que ela deve ser melhor desenvolvida.

Há quem defenda que a criatividade produz-se por meio da interação entre os pensamentos de uma pessoa e um contexto sociocultural, há casos em que ela pode exteriorizar-se naturalmente da própria personalidade humana, por se tratar de uma função da mente humana, por vezes também precisa ser activada por meio dos estímulos externos e internos. A criatividade representa-se de múltiplas maneiras. Segundo Gardner (1999), cada indivíduo também apresenta o seu perfil criativo distinto, daí a dificuldade de definição do termo. O ano 1950 foi um marco histórico na reabertura do estudo da criatividade.

Até o exato momento, não há um conceito único que a descreva, ou seja, não há uma definição exclusiva para o termo criatividade, porém fundamentais estudiosos contribuem para este conceito numa versão diferenciada que a justifica, e vão denominando esta temática na sua "complexidade" como um termo multidimensional. Eles seguem comunicando os seus resultados, ora como novas invenções, como a capacidade de análise e síntese, ora como um produto novo, ou como a resolução de problemas, ora como uma ideia nova, ou de uma teoria. Enfim, os componentes criativos se apresentam de formas sempre variadas e em multiplicidade. Dinamicamente, a variedade ou a "complexidade" condiciona o indivíduo a ver o diferente, daí se fica a um passo para criar a originalidade. O fenômeno criatividade se manifesta em todos os setores da vida, seja social, político, estético, científico. É por isto que todas as ciências apresentam uma versão diferenciada no seu conceito, condizentes com as suas próprias ideologias, agregando-lhe a utilidade e individualidade de cada uma.[6]

Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas esteja de certa forma ligadas a seus talentos.

Tipos

Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte:

  • Criatividade individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo;
  • Criatividade coletiva ou de grupo ou criatividade em equipe: forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo e tem como objetivo principal otimizar ou criar produtos, serviços e processos. Na organização moderna, a "criatividade em equipe" é o caminho mais curto e mais rápido para modernização e atualização de seus diversos métodos de gestão e de produção.

História

Antiguidade

Na antiguidade, sob o ponto de vista da filosofia, a criatividade era vista como parte da natureza humana, um dom divino, um "estado místico de receptividade a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas".[7] Havia também a concepção que associava a criatividade à loucura, considerando as manifestações criativas como um ato impensado, que serviria de compensação aos desajustes e conflitos inconscientes da pessoa. A maior parte das culturas antigas, incluindo pensadores da Grécia Antiga,[8] da Índia Antiga e da China Antiga, não possuía um conceito de criatividade, e via a arte como uma forma de descoberta, e não de criação. Os antigos gregos não possuíam um termo para "criar" ou "criador", exceto o termo poiein (fazer), que somente se aplicava a poiesis (poesia) e poietes (poeta). Platão não via a arte como uma forma de criação. Perguntado, em A República, se um pintor cria algo, Platão respondeu: "certamente não, pois ele só imita".[9]

Constantemente, argumenta-se que a noção de criatividade surgiu na cultura ocidental através do cristianismo e de sua noção de revelação divina.[10] De acordo com o historiador Daniel Boorstin, "o primeiro conceito ocidental de criatividade foi a história da criação no Gênesis".[11] Entretanto, isso não é criatividade no seu sentido moderno, que só surgiu no renascimento. Na tradição judaico-cristã, a criatividade é privilégio de Deus; não se considera que os seres humanos possuam habilidade de criar algo novo, exceto como uma expressão da obra divina.[12] Um conceito similar ao cristão existia na cultura grega: por exemplo, as musas eram vistas como mediadoras da inspiração divina.[13] Romanos e gregos possuíam o conceito de um daemon ou gênio ligado ao divino e que inspirava a criatividade dos seres humanos. Entretanto, nenhum desses conceitos é similar ao conceito moderno de criatividade, e o indivíduo não era visto como a causa da criação até o renascimento.[14] Foi a partir do renascimento que a criatividade passou a ser vista não como proveniente do divino, mas como uma habilidade dos "grandes homens".[15]

Renascimento e Iluminismo

A rejeição da criatividade em favor da descoberta e a crença de que a criação individual era proveniente do divino dominou o ocidente até o renascimento e mesmo após.[16] O desenvolvimento do moderno conceito de criatividade começou no renascimento, quando a criação começou a ser percebida como estando ligada às habilidades do indivíduo, e não a Deus. Isto pode ser atribuído ao movimento cultural predominante na época, o humanismo, que desenvolveu uma visão de mundo fortemente centrada no indivíduo, e valorizou o intelecto e a realização individual.[17] Desta filosofia, nasceu o homem renascentista, um indivíduo que corporifica os ideais renascentistas na sua eterna busca por conhecimento e criatividade.[18] Um de seus mais conhecidos exemplos foi Leonardo da Vinci.

Entretanto, essa mudança foi gradual e só se tornou patente a partir do iluminismo.[19] Por volta do século XVIII, a palavra "criatividade" (principalmente no campo da estética), ligada ao conceito de imaginação, se tornou mais frequente.[20] Nos escritos de Thomas Hobbes, a imaginação se tornou um elemento chave da cognição humana;[21] William Duff foi um dos primeiros a identificar a imaginação como uma qualidade do gênio, tipificando a separação entre talento (produtivo, porém não gerando conhecimento novo) e gênio.[22]

Como um tópico independente de estudo, a criatividade não recebeu atenção efetiva até o século XIX.[23] Runco e Albert argumentam que a criatividade, como objeto próprio de estudo, somente começou a emergir seriamente no final do século XIX, com um aumento de interesse pelas diferenças individuais devido à chegada do darwinismo. Em particular, eles se referem ao trabalho de Francis Galton, que, através de sua visão eugênica, desenvolveu um grande interesse pela herdabilidade da inteligência, com a criatividade sendo encarada como um aspecto do gênio.[24]

No final do século XIX e início do século XX, matemáticos e cientistas pioneiros como Hermann von Helmholtz (1896) e Henri Poincaré (1908) começaram a refletir e discutir publicamente sobre seus processos criativos.

Atualidade

As descobertas de Poincaré e von Helmholtz se basearam nos registros iniciais do processo criativo de teóricos pioneiros como Graham Wallas[25] e Max Wertheimer. Em seu trabalho "Arte do pensamento" (1926), Wallas apresentou um dos primeiros modelos do processo criativo. Ele se divide em cinco etapas:

  1. preparação (foca o indivíduo no problema e explora as dimensões deste);
  2. incubação (o problema é internalizado no inconsciente: externamente, nada parece estar acontecendo);
  3. indicação (o indivíduo sente que a solução está chegando);
  4. iluminação (a ideia criativa sai da pré-consciência e chega à consciência);
  5. verificação (a ideia é verificada conscientemente, elaborada e então aplicada).

Às vezes, o modelo de Wallas é dividido em quatro etapas, com a indicação sendo considerada como um subestágio. Wallas considerava que a criatividade é um legado da evolução, permitindo que os seres humanos se adaptem rapidamente a mudanças ambientais. Simonton[26] forneceu uma visão atualizada desse modelo em seu livro "Origens do gênio: perspectivas darwinianas sobre a criatividade".

Em 1927, Alfred North Whitehead deu as "palestras Gifford" na Universidade de Edimburgo, posteriormente publicadas como "Processo e realidade".[27] Acredita-se que Whitehead tenha criado o termo "criatividade".[28]

Embora estudos psicométricos de criatividade tenham sido conduzidos pela Escola de Londres de Psicologia em 1927,[29] considera-se que a medida psicométrica formal de criatividade, do ponto de vista da literatura psicológica ortodoxa, começou com o trabalho de J. P. Guilford apresentado à Associação Americana de Psicologia em 1950.[30] O trabalho ajudou a popularizar o estudo de criatividade e focou a atenção em conceptualizações científicas da criatividade. Análises estatísticas levaram ao reconhecimento da criatividade (tal como medida) como um aspecto separado da cognição humana. O trabalho de Guilford mostrou que, acima de um determinado nível de quociente de inteligência, diminuía a relação entre criatividade e a inteligência medida classicamente.[31]

Potencial criativo

Acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro. No entanto, um estudo de 2019 sugere que existem dois ciclos de vida diferentes de criatividade:[32]

  • Um que atinge algumas pessoas no início de sua carreira;
  • Mas, mais frequentemente, isso acontece mais tarde na vida.

Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, tendem a criar mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.

Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores genético/hereditários e, portanto, determinista.

Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação com o quociente de inteligência (QI), que ela tem mais afinidade com motivação do que com inteligência. Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120.

Processo criativo

Durante o processo criativo, frequentemente distinguem-se os seguintes estágios:

  • Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o "sentir" do problema ou desafio;
  • Teorização do problema. Depois da observação do problema, o próximo passo é convertê-lo em um modelo teórico ou mental;
  • Considerar/ver a solução. Este passo caracteriza-se geralmente pelo súbito insight da solução; é o impacto do tipo "eureka!". Muitos destes momentos surgem após o estudo exaustivo do problema;
  • Produzir a solução. A última fase é converter a ideia mental em ideia prática. É considerada a parte mais difícil, no estilo "1% de inspiração e 99% de transpiração";
  • Produzir a solução em equipe. Fase comum que ocorre nas empresas e organizações quando precisam, tanto diagnosticar ou superar um problema quanto otimizar ou inovar produtos, serviços e processos. Ancoram-se, para tal dinâmica, no conhecido sistema do brainstorming.

Importância da criatividade nas organizações de Ensino

Criar só é possível quando o cérebro detém uma grandiosa e alargada variedade de conhecimentos e informações, fazendo com que as associações de ideias, ocorram de uma forma mais fluida e direcionada. Essas associações permitirão alcançar as ideias e conceitos novos, de uma forma única e original. Porém, para que o processo criativo nas organizações, nomeadamente nas Instituições de Ensino Superior, seja eficaz e eficiente, torna-se necessário e decisivo a aceitação por parte das mesmas, das suas ideias e da liberdade de expressão no meio em que se executam.

O processo criativo refere-se a algo atendido por outras pessoas, e que se harmonize com as expectativas e valores de um determinado grupo de indivíduos. Somente desta forma, será visto como algo importante e decisivo, num mercado produtivo e evolutivo, que possa vender a ideia ou mesmo solucionar situações complicadas e/ou expandir novos produtos ou serviços. Cada vez mais, o setor do ensino está mais criativo e inovador, no que diz respeito à diversidade de cursos, cada vez mais adaptados ao mercado de trabalho.

O setor do Ensino Superior, não foge à regra no que respeita à criatividade, pelo fato de, devido ao constante desenvolvimento do mercado, ser imperativo, uma adaptação, o mais expansiva possível, atendendo às constantes mutações existentes.

Forma de expressão

  • Arte e cultura. O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convençõesdogmas e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado direto de sua liberdade.
  • Pesquisa e desenvolvimento. Para produtos resultantes de atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o critério criativo é a patente deste produto. São geralmente três os pré-requisitos de uma patente: a) novidade; b) inventividade e c) aplicação prática.
  • Humor (comédia).

Medição

Foram propostas várias tentativas de desenvolver um quociente de criatividade de uma forma análoga ao quociente de inteligência. Porém, a maior parte dos critérios de medição da criatividade depende do julgamento pessoal do examinador e por isso é difícil estabelecer um padrão de medição.

Criatividade em equipe: um produto.

Criatividade é arma de combate na conquista da sobrevivência dos seres vivos.

Na escala animal da natureza, as conquistas ocorrem através de ajustes e aprimoramentos a cada espécie viva, de acordo com os princípios da seleção natural descobertos por Darwin.

Na escala humana, as conquistas ocorrem dentro da história, não apenas socioeconômica, mas, sobretudo, industrial e tecnológica, com seu processo fantasioso e delirante de avanço.

O homem, através de sua criatividade, aperfeiçoa, melhora e inova os fundamentos de sua sobrevivência: da alimentação natural aos produtos transgênicos, da tanga à moda do vestuário, das infusões xamânicas à medicina moderna, da oca à casa decorada e eletrônica. No lazer, nos transportes ou na educação, a vida humana é um exercício contínuo de criatividade, pulsão viva em sua história.

O exercício da criatividade dentro da história impele a todos, por competitividade, a incrementar seu potencial criativo, adquirindo consciência deste fenômeno e adquirindo novas ferramentas de criatividade que o impulsionem, discutidas na obra "Criatividade em Equipe".

Capítulos teorizam sobre este ferramental, - carpintaria da "criatividade em equipe" - em linha com o brainstorming -, a partir de ambiências onde tal exercício é essencial: da empresa com suas disputas de poder e busca de crescimento, às escolas de samba, cuja diversão e jogo liberam pulsão criativa à construção de um espetáculo único e inigualável, ópera de um dia só.

Identificando a própria criatividade como um produto em si (ars gratia artis, expressão latina que significa "a arte pela arte"), proposta inovadora, agrega-lhe leis de mercado que, por regerem relações de produção, facilitam o entendimento da "criatividade em equipe" e a gestão de suas técnicas.

Ancorando-a em leis de mercado, uma dialética da produção, desmistifica sua aura de genialidade ou de difícil acesso às pessoas comuns, instalando-a no dia a dia da empresa, da escola, ou de qualquer ambiente empreendedor, integrado por pessoas voltadas à otimização de produtos, serviços e processos, num modelo de gestão conduzido pela criatividade em equipe, sua pedra angular.

Gerir e participar do processo de "criatividade em equipe" é a proposta do autor, com ampla e frutuosa experiência no dia a dia empresarial, - onde atua - na busca da otimização de produtos, serviços e processos, bem como na humanização do trabalho, ainda que sujeito à competitividade natural da espécie humana, que assim se aprimora e se recria continuamente em sua História, espaço-tempo próprio em contínua expansão, expansão justamente desta criatividade, projeto humano por excelência para aprimorar o mundo em que vivemos.[33]

Como ampliar o potencial criativo

É plenamente possível fazer com que uma pessoa se torne mais criativa. Os principais resultados criativos não advêm de exercícios mentais que prometem aumentar o potencial de criação dos indivíduos de forma isolada, a exemplo de exercícios mentais com CDs ou fórmulas mirabolantes que apregoam sete ou oito lições para aprimorar a criatividade.

A criatividade humana se revela a partir de associações e combinações inovadoras de planos, modelos, sentimentos, experiências e fatos. O que realmente funciona é propiciar oportunidades e incentivar os indivíduos a buscar novas experiências, testar hipóteses e, principalmente, a estabelecer novas formas de diálogos, sobretudo, com pessoas de outras formações, tipos de experiências e cultura. Alguns indivíduos altamente criativos já apresentam naturalmente esse padrão de comportamento curioso, investigativo, voltado à experimentação, à inovação e à busca persistente de pequenas e grandes nuances, seja em suas áreas de interesse ou em terrenos nem tão familiares, envolvendo outras culturas, tecnologias, idiomas etc. São pessoas que intuitivamente fazem o melhor exercício possível para o cérebro ao investir, de maneira consistente, no aprendizado e no estímulo a diferentes capacidades cognitivas e sensoriais.

Em suma, embora seja impossível modificar algumas características essenciais das pessoas, podemos incentivar comportamentos, estilo de vida e formas de interação com o mundo que permitam o desenvolvimento de novos padrões cognitivos e facultem aos indivíduos oportunidades de geração de insights criativos. O mais importante, no entanto, está no fato de que, no contexto organizacional, o que vale mesmo é a capacidade criativa coletiva.

Aumentar a criatividade é exercitar o pensamento.

Criatividade e inovação

Os conceitos "criatividade" e "inovação" são indissociáveis, no entanto não são sinónimos. Os autores Duaibili & Simonsen Jr. distinguem-os afirmando que "A criatividade é a faísca, a inovação é a mistura gasosa. A primeira dura um pequeno instante, a segunda perdura e realiza-se no tempo. É a diferença entre inspiração e transpiração, a descoberta e o trabalho". Normalmente, a criatividade é um processo individual, nasce da ideia que surgiu na cabeça de alguém, enquanto a inovação é um processo colectivo, que deve ser trabalhado em grupo e conduz colectivamente a uma mudança de percepção. Por isso, se diz que determinada pessoa é criativa e a empresa "xyz" é inovadora.[34]

Não existe inovação sem criatividade, pois a inovação é a aplicação prática da criatividade, ou seja uma ideia resultante de um processo criativo, só passará a ser considerada uma inovação, caso seja realmente aplicada, caso contrário é considerada apenas uma invenção. Citando Larry Hirst (um dos antigos Chairmen da IBM), "Invenção é transformar dinheiro em ideias, inovação é transformar ideias em dinheiro". Inovação tem, pois, este carácter de concretização, que só assim poderá gerar criação de valor. O conceito de criatividade é aplicável fora do contexto empresarial, podendo ser utilizado para caracterizar, por exemplo, os indivíduos na sua esfera não profissional.

Referências

  1.  Suchman, 1981
  2.  Stein, 1974
  3.  Anderson, 1965
  4.  Torrance, 1965
  5.  Amabile, 1983
  6.  Jácome, 2011
  7.  Alencar, 2001,p.15
  8.  Władysław Tatarkiewicz. A History of Six Ideas: an Essay in Aesthetics. [S.l.: s.n.] pp. p. 244
  9.  Władysław Tatarkiewicz. A History of Six Ideas: an Essay in Aesthetics. [S.l.: s.n.] pp. p. 244
  10.  Runco, Mark A.; Albert, Robert S. (2010). "Creativity Research". In James C. Kaufman; Robert J. Sternberg (eds.). The Cambridge Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-73025-9
  11.  Albert, R. S.; Runco, M. A. (1999). "A History of Research on Creativity". In Sternberg, R. J. (ed.). Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. p. 5
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  13.  Dacey, John (1999). "Concepts of Creativity: A history". In Mark A. Runco; Steven R. Pritzer (eds.). Encyclopedia of Creativity, Vol. 1. [S.l.]: Elsevier. ISBN 978-0-12-227076-5
  14.  Albert, R. S.; Runco, M. A. (1999). "A History of Research on Creativity". In Sternberg, R. J. (ed.). Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. p. 6
  15.  Albert, R. S.; Runco, M. A. (1999). "A History of Research on Creativity". In Sternberg, R. J. (ed.). Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. p. 6
  16.  Weihua Niu e Robert J. Sternberg (2006). «The Philosophical Roots of Western and Eastern Conceptions of Creativity» (PDF). Consultado em 4 maio de 2020 line feed character character in |título= at position 47 (ajuda)
  17.  «Rome Reborn: The Vatican Library & Renaissance Culture». Consultado em 4 de maio de 2020
  18.  «Leonardo da Vinci». Consultado em 4 de maio de 2020
  19.  Albert, R. S.; Runco, M. A. (1999). "A History of Research on Creativity". In Sternberg, R. J. (ed.). Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. p. 6
  20.  Tatarkiewicz, Władysław. Tradução de Christopher Kasparek (1980). A History of Six Ideas: an Essay in Aesthetics. [S.l.]: The Hague: Martinus Nijhoff
  21.  Runco, Mark A.; Albert, Robert S. (2010). "Creativity Research". In James C. Kaufman; Robert J. Sternberg (eds.). The Cambridge Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-73025-9
  22.  Dacey, John (1999). "Concepts of Creativity: A history". In Mark A. Runco; Steven R. Pritzer (eds.). Encyclopedia of Creativity, Vol. 1. [S.l.]: Elsevier. ISBN 978-0-12-227076-5
  23.  Dacey, John (1999). "Concepts of Creativity: A history". In Mark A. Runco; Steven R. Pritzer (eds.). Encyclopedia of Creativity, Vol. 1. [S.l.]: Elsevier. ISBN 978-0-12-227076-5
  24.  Runco, Mark A.; Albert, Robert S. (2010). "Creativity Research". In James C. Kaufman; Robert J. Sternberg (eds.). The Cambridge Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-73025-9
  25.  Wallas, G. (1926). Art of Thought. [S.l.: s.n.]
  26.  Simonton, D. K. (1999). Origins of genius: Darwinian perspectives on creativity. [S.l.]: Oxford University Press
  27.  Whitehead, Alfred North (1978). Process and reality : an essay in cosmology ; Gifford Lectures delivered in the University of Edinburgh during the session 1927–28 (Corrected ed.). [S.l.]: New York: Free Press. ISBN 978-0-02-934580-1
  28.  Meyer, Steven (2005). "Introduction: Whitehead Now". Configurations. 1 (13): 1–33. [S.l.: s.n.] doi:10.1353/con.2007.0010
  29.  Hargreaves, H. L. (1927). "The faculty of imagination: An enquiry concerning the existence of a general faculty, or group factor, of imagination". British Journal of Psychology. Monograph Supplement 3: 1–74. [S.l.: s.n.]
  30.  Sternberg, R. J.; Lubart, T. I. (1999). "The Concept of Creativity: Prospects and Paradigms". In Sternberg, R. J. (ed.). Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-57285-9
  31.  Kozbelt, Aaron; Beghetto, Ronald A.; Runco, Mark A. (2010). "Theories of Creativity". In James C. Kaufman; Robert J. Sternberg (eds.). The Cambridge Handbook of Creativity. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-73025-9
  32.  [https://www.techexplorist.com/creativity-not-just-young/22647/ Creativity is not just for the young Two career paths revealed for Nobel laureates in economics. por Amit Malewar (2019)
  33.  Prefácio de "Criatividade em Equipe e suas leis de marketing" - Vídeo-texto de Paulo Guilherme Hostin Sämy
  34.  De Brabandere

Ver também

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