Primeira Batalha do Marne
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Primeira Batalha do Marne | |||||||
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Parte da(o) Primeira Guerra Mundial | |||||||
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Combatentes | |||||||
França Reino Unido | Império Alemão | ||||||
Líderes e comandantes | |||||||
Joseph Joffre Franchet d'Espèrey Michel-Joseph Maunoury Joseph Gallieni Ferdinand Foch Sir John French | Helmuth von Moltke Karl von Bülow Alexander von Kluck Max von Hausen | ||||||
Forças | |||||||
~ 1 082 000 | + 900 000 | ||||||
Vítimas | |||||||
263 000 (incluindo 81 700 mortos) | 250 000 (incluindo 67 700 mortos) | ||||||
A Primeira Batalha do Marne ou, na sua forma portuguesa, do Marna[1] foi uma batalha da Primeira Guerra Mundial que durou de 5 de Setembro a 12 de Setembro de 1914. Foi uma vitória franco-britânica sobre a Alemanha, em um dos momentos decisivos da Primeira Guerra Mundial.[2]
A batalha[editar | editar código-fonte]
No fim de Agosto de 1914 toda a tropa da Tríplice Entente na Frente Ocidental foi forçada a recuar em direção à Paris. Ao mesmo tempo as duas principais forças alemãs continuavam avançando pela França. Segundo as diretrizes do Plano Schlieffen, o avanço alemão se fazia em um movimento duplo de duas grandes alas, a esquerda que penetrava pela fronteira da Renânia com a Lorena e enfrentava o sistema de defesa fortificado francês, e a direita, que invadiu pela Bélgica e faria uma grande e progressiva conversão, avançando em território francês no sentido nordeste - sudoeste, com a intenção de capturar Paris e surpreender a retaguarda inimiga. A tomada da capital francesa parecia inevitável.
Foi então organizado um contra-ataque pelo chefe militar de Paris, Joseph Simon Gallieni, ao longo do rio Marne para parar a ofensiva alemã. A batalha começou no dia 5 de Setembro quando a Sexta Infantaria Francesa, liderada pelo general Michel-Joseph Maunoury, encontrou a Primeira Infantaria Alemã. A ajuda britânica só veio em 9 de Setembro, o que obrigou o recuo da Alemanha.
Este desfecho, no entanto, se deve mais às falhas de execução no plano alemão, do que propriamente aos méritos dos defensores. Segundo o Plano Schlieffen, o avanço da ala direita seria o pilar da estratégia, o que requeria que a maioria das tropas avaçasse por ali. Porém, o Marechal Moltke (sobrinho menos brilhante do célebre Helmuth von Moltke), comandante-em-chefe da frente ocidental, inseguro em relação aos resultados de um combate tão próximo da fronteira renana com tropas reduzidas, mudou a proporção dos contingentes, tornando-os praticamente equivalentes. Ocorre que o braço oeste da ofensiva era realmente gigantesco, cobria uma extensa faixa de território, exigia um movimento acelerado e não toleraria atrasos, todos fatores que demandavam grandes contingentes. Em contrapartida, a frente a leste Verdun se fazia de forma mais concentrada, exigia mais artilharia do que tropas, e não tinha outra função a não ser atrair as forças francesas para uma concentração nas linhas defensivas, desguarnecendo o norte e o oeste.
O avanço da ala oeste sobre a Bélgica se revelou mais difícil que o imaginado, Namur e Liege só caíram após violenta e heróica resistência. Se antecipou que os belgas simplesmente se submeteriam sem resistir, permitindo a passagem do contingente alemão de quase dois milhões de homens. A Bélgica, no entanto, escolheu o "suicídio" na visão dos alemães, e teve que ser duramente castigada. Foi o primeiro atraso, e alertou parte dos militares franceses, que passaram a tentar mudar a opinião de um inflexível Marechal Joseph Joffre, que julgava possível vencer apenas pela determinação ofensiva e dava prioridade ao combate em direção à fronteira leste.
Batida a Bélgica, a ala oeste começou sua curva sobre o território francês, mas com número reduzido de tropas, o fez com maiores brechas e não com a superioridade numérica requerida para esmagar rapidamente a resistência francesa. Outra consequencia da modificação do plano Schlieffen foi que, para tentar compactar o avanço, a extensão da linha teve de ser reduzida e somente as tropas de sua extremidade ocidental, o primeiro exército sob comando de von Kluk, é que poderiam ameaçar Paris. Preocupado em dar combate ao quinto exército francês, que estava a leste, Moltke ordenou uma conversão mais acentuda para o sul antes que Paris fosse ultrapassada, de modo que os exércitos passaram a leste da cidade.
Percebendo o flanco alemão vulnerável, a defesa de Paris iniciou os ataques e obrigou o primeiro exército alemão a se voltar para oeste. Quando os avanços começaram a se retardar, Moltke enviou um oficial subalterno e inexperiente para a ala oeste, já com a missão de abortar o avanço rápido, recuar e reagrupar ao longo do rio Aisne. Encontrou generais com diferentes avaliações dos resultados dos combates, que não dialogavam claramente entre sí. Estavam a 40 km de avistar a própria torre Eifel! Bastaria apenas avançar mais, em bloco e em direção a Paris, os franceses já se preparavam para recuar e os britânicos ainda não haviam chegado. Manoury lutava sem esperanças e Gallieni tentava lhe mandar reforços até por meio de táxis. Mas a ordem do alto comando alemão foi atendida, poucos generais se sentiriam seguros de tomar uma decisão autônoma, mesmo vendo o inimigo praticamente batido.
Moltke temia o 5.º exército francês posicionado mais a leste, apesar de tê-lo feito recuar continuamente até então. Deixou por isto de considerar reforçar o avanço de von Kluk em direção a Paris com o deslocamento para o oeste do segundo exército, comandado por von Bullow, assim o esforço de primeiro exército criou uma grande brecha na frente alemã. O próprio von Kluk, que chegou a quase derrotar sozinho a defesa de Paris, deixou de prosseguir após o chamado de Moltke e não teve personalidade para defender um apoio a seu avanço. Não fosse a hesitação alemã, os combates mais duros ocorreriam realmente às portas de Paris, com enorme desvantagem defensiva em termos de terreno e com a captura certa do tronco ferroviário francês.
Joffre então entendeu a catástrofe iminente, para o alívio de Maunoury e Gallieni, e deslocou suas forças para o Marne, com o devido reforço britânico a caminho. Os exércitos franceses penetraram a brecha entre o primeiro e o segundo exército, enquanto a Força Expedicionária Britânica e as tropas de Manoury fustigavam o flanco direito de von Kluk. Os alemães foram detidos, cercados e obrigados a recuar com urgência. Começou a corrida para oeste que estendeu a frente de combate até o mar sem que nenhum dos lados conseguisse se impor e, fato definitivo, começaram a ser cavadas as trincheiras, que se revelariam mais tarde praticamente intransponíveis.
Referências
- ↑ Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda.
- ↑ Beyer, Rick, The Greatest Stories Never Told, A&E Television Networks / The History Channel, ISBN 0-06-001401-6. p. 148-149
Ver também[editar | editar código-fonte]
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