terça-feira, 8 de setembro de 2020

ODEMIRA - FERIADO - 8 DE SETEMBRO DE 2020

 


Odemira

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Odemira
Brasão de OdemiraBandeira de Odemira
V. Nova de Milfontes.JPG
Vila Nova de Milfontes, Odemira
Localização de Odemira
GentílicoOdemirense
Área1 720,60 km²
População22 536 hab. (INE, 2015)
Densidade populacional13,1  hab./km²
N.º de freguesias13
Presidente da
câmara municipal
José Alberto Guerreiro (PS)
Fundação do município
(ou foral)
1256
Região (NUTS II)Alentejo
Sub-região (NUTS III)Alentejo Litoral
DistritoBeja
ProvínciaBaixo Alentejo
OragoNossa Senhora da Piedade
Feriado municipal8 de Setembro
Código postal7630
Sítio oficialcm-odemira.pt

geral@cm-odemira.pt

Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg

Odemira é uma vila portuguesa pertencente à região do Alentejo e sub-região do Alentejo Litoral, com cerca de 22 536 habitantes (INE, 2015).

É sede do maior município português em extensão territorial, com 1 720,60 km² de área[1] e 22 536 habitantes (INE, 2015),[2][3] subdividido em 13 freguesias.[4] O município é limitado a nordeste pelo município de Sines, a norte por Santiago do Cacém, a leste por Ourique, a sudeste por Silves, a sul por Monchique, a sudoeste por Aljezur e a oeste tem litoral no oceano Atlântico. O limite sudoeste, com o concelho de Aljezur, é marcado pela Ribeira de Seixe. A faixa litoral do município e o vale do Mira até à vila de Odemira faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O concelho é atravessado pela Linha do Sul.

Tem como slogan "Odemira, Alentejo singular".

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [5]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
17 13618 09819 38620 48923 88327 69732 54140 51344 05043 99933 06829 46326 41826 10626 066

(Obs.: Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Por decreto de 21/09/1875, a freguesia de Cercal, deste concelho, passou a fazer parte do concelho de Santiago do Cacém. Por decreto lei de 26/06/1875, a freguesia de Santa Luzia, deste concelho, passou a fazer parte do concelho de Ourique.

Número de habitantes por Grupo Etário [6]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos7 3258 85310 38212 06114 69114 01212 4917 8405 8004 3813 3703 162
15-24 Anos3 7484 2855 0546 3957 2178 3747 9825 0304 1653 1463 1092 427
25-64 Anos8 6479 85110 81213 03716 25718 62020 87817 35514 83813 65613 13113 642
= ou > 65 Anos6741 0131 0801 1731 7562 0672 6483 0104 6605 2356 4966 835
> Id. desconh1410817639121

(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do concelho de Odemira.
O concelho de Odemira está dividido em 13 freguesias:

Política[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Data%V%V%V%V%V
APU/CDUPSPPD/PSDADPSD-CDS
197647,35440,0036,28-
197960,99513,891AD21,001
198259,75514,93120,551
198561,66516,45115,501
198950,51431,90310,54-
199339,39336,74316,811
199738,03346,3449,68-
200134,93353,0246,73-
200537,12348,344PSD-CDS8,56-
200934,39346,57410,77-
201329,38251,08510,06-
201723,36255,6958,92-

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data%
PCPPSPSDCDSUDPAPU/CDUADFRSPRDPSNBEPANPàFLCHIL
197638,9233,169,323,332,12
1979APU21,00ADAD1,9047,6919,80
1980FRS1,4145,4121,8019,68
198326,1010,845,350,8848,69
198515,5514,393,001,3942,4715,44
1987CDU17,7825,802,611,1433,858,27
199127,4132,162,7624,961,301,22
199548,6717,294,421,4622,31
199952,2114,974,7620,640,361,13
200247,8321,185,0717,661,62
200555,7912,683,1417,534,60
200935,1514,826,4923,0111,90
201127,4325,298,2219,837,091,14
201537,57PàFPàF18,849,941,2520,960,56
201944,4613,912,1915,1410,982,540,761,440,53

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Geografia[editar | editar código-fonte]

O concelho de Odemira caracteriza-se pela imensa diversidade paisagística, estendendo-se entre a planície, a serra e o mar.

Na faixa litoral, surgem pequenas praias que recortam as falésias e os portos de pesca tradicionais. Dos seus 55 km de costa atlântica, 12 km são de praia, das quais merecem destaque pela sua beleza natural: Malhão, Milfontes, Franquia, Farol, Furnas, Almograve, Zambujeira e Carvalhal. Toda a zona costeira do concelho está integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

O litoral conhece a maior expressão do turismo concelhio nos seus principais aglomerados urbanos de vocação turística, sobretudo nas localidades de Vila Nova de Milfontes, Almograve e Zambujeira do Mar (alojamento, empresas de animação e restauração). Neste ocorre também o grosso da produção pecuária (fundamentalmente a produção de bovinos da raça Limousine e de Holstein Frísia) e o fundamental da produção agrícola do território, designadamente a horticulturafruticultura e floricultura. Toda esta área beneficia da infraestrutura de rega do rio Mira e de um micro-clima assente em zero geada.

A faixa central, recortando o concelho de sul para norte, faz a transição orográfica entre a charneca, dominante na faixa litoral, e a serra, dominante na faixa interior. Neste espaço, encontramos os principais aglomerados urbanos do concelho, tais como São TeotónioBoavista dos Pinheiros, Odemira e São Luís. Esta faixa central corresponde ao espaço dos serviços públicos, das principais unidades comerciais e dos principais parques de fixação de empresas.

A faixa interior do concelho, marcada por uma orografia bastante acidentada, é palco para a maior mancha florestal do país, seja ela autóctone (sobreiro e azinheira), seja ela exótica (como o eucalipto).

Associado a essa mancha florestal, o setor agrícola e pecuário de sequeiro extensivo (bovinoculturaovinocultura e caprinocultura) marcam a paisagem física e económica de uma grande área do concelho que é estruturada, a sul, pela barragem de Santa Clara-a-Velha e a norte pela integração na planície alentejana.[7]

Clima[editar | editar código-fonte]

Odemira apresenta um clima quente e temperado. O clima é classificado como Csa de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger. A temperatura média anual em Odemira é de 17.1 °C. A média anual de pluviosidade é de 516 mm.

O mês mais seco é Julho e tem 1 mm de precipitação. Em Janeiro cai a maioria da precipitação, com uma média de 80 mm. O mês mais quente do ano é Agosto, com uma temperatura média de 23.1 °C. Ao longo do ano, Janeiro tem uma temperatura média de 11.9 °C, sendo esta a temperatura média mais baixa do ano.[8]

História[editar | editar código-fonte]

O povoamento do concelho é bastante remoto, como o provam os numerosos vestígios de culturas anteriores à romanização e os testemunhos das culturas posteriores.

A explicação do topónimo Odemira tem várias versões. A versão lendária sobre a origem do nome remonta à altura da sua povoação árabe: um alcaide mouro, de nome Ode, habitava o castelo com a sua mulher, uma moura encantadora, como todas as outras mouras das lendas populares. Quando esta viu chegar as tropas cristãs, terá gritado: “Ode, mira para os inimigos, donde vêm sobre nós“, tendo estado este aviso na origem do nome Odemira.

Estudos históricos e semânticos revelam que o termo Ode deriva do árabe Wad, que significa "rio", e o elemento Mira terá origem pré-céltica, estando relacionada, também, com a palavra "água". Pode-se, então, concluir que o topónimo Odemira se refere, em diferentes línguas, à noção de curso de água, o que denota a importância do rio.

A região terá sido habitada desde tempos remotos, desconhecendo-se, contudo, a sua origem. Aqui estabeleceram-se vários povos, entre os quais se destacam os romanos e árabes, que marcaram os usos e costumes das gentes da região. A reconquista de Odemira foi tardia e realizada, pensa-se, pelos frades guerreiros da Ordem de Santiago; em 1238, toda a região do Alentejo (incluindo Odemira) estava nas mãos dos cristãos.

Em 1245, D. Paio Peres Correiamestre da Ordem de Santiago, doa o castelo de Odemira ao bispo do Porto, D. Pedro Salvadores. Em 1256, D. Afonso III concretiza a apropriação da vila para a coroa, concedendo-lhe carta de foral em 28 de março do mesmo ano. Este foral estabelece o termo do concelho e denota uma realidade profunda que já vinha do passado, retendo uma certa continuidade em relação à herança árabe.

Odemira, situada perto do limite do troço navegável do rio Mira, ergue-se num local dominante sobre este, constituindo-se como centro aglutinador de uma vasta região. Reflete, assim, um modelo territorial comum no sudoeste da Península Ibérica: uma povoação relativamente recuada em relação à linha de costa, mas que a ela tem acesso por via fluvial, controlando economicamente uma área circundante relativamente vasta, neste caso a bacia do Mira. Trata-se da mesma lógica territorial a que obedeceram as povoações de Alcácer do SalSilvesMértolaSantarémCoimbra e, em Espanha, Sevilha e Niebla.

Capela de Nossa Senhora do Mar

No reinado de D. Dinis, o senhorio de Odemira é doado a Manuel Pessanha (1319), um genovês que terá ajudado a organizar a marinha portuguesa. Com D. Afonso IV, Odemira passa, por alguns anos, para a Ordem de Santiago, acabando por voltar à coroa em 1352. D. Pedro volta a entregar o castelo de Odemira à família Pessanha, desta vez a Lançarote Pessanha (1357), um filho de Manuel Pessanha.

Posteriormente, em 1387, Lourenço Anes Fogaça recebe de D. João I a vila de Odemira. O último elemento desta família a deter o senhorio de Odemira foi João Fogaça, escudeiro da casa do infante D. João.

O primeiro conde de Odemira foi D. Sancho de Noronha (1446), que obteve o título por carta passada por D. Afonso V.

No âmbito da reforma dos velhos forais levada a cabo por D. Manuel, Odemira recebeu foral novo em 1510, nele se revela a importância do porto de mar, dos montados de gado e dos filões de metais existentes.

O condado de Odemira extinguiu-se no século XVII (1661), tendo sido incorporado na casa de Cadaval.

No século XIX, o regime liberal reestrutura os limites do concelho, dando-lhe a sua configuração atual. O concelho abrange uma área extensa ao longo da costa e no seu interior uma vasta área de serras e campos com uma fauna e flora diversas, fazendo parte deste freguesias de outros concelhos, alguns deles extintos, como é o caso de Colos e Vila Nova de Milfontes.[9]

Economia[editar | editar código-fonte]

Cabo Sardão, em Odemira

O concelho de Odemira apresenta uma estrutura empresarial com forte peso no setor terciário (59%), seguindo-se o setor primário (31%) e setor secundário (10%), sendo que os seus quatro pilares são os setores agroflorestal (considerando a agricultura, floresta e a pecuária), o turismo, o comércio/serviços, a indústria e a pesca/recursos marinhos.

setor primário ocupa 1/3 das atividades económicas, apresentando como um Concelho turístico, mas com forte componente rural, nomeadamente na agriculturasilviculturapecuária e exploração florestal.

setor secundário tem uma expressão menos significativa no território, no entanto, parece ter encontrado áreas de desenvolvimento onde crescer, designadamente na indústria agroalimentar.

setor terciário representa 59% da dinâmica empresarial do concelho de Odemira, do qual se destaca o comércio a retalho e os serviços. O comércio é uma das atividades ancestrais que, do ponto de vista de fluxos de investimento, tem apresentado uma mobilidade muito interessante ao longo dos anos. Territorialmente, esta atividade acompanhou a deriva demográfica e económica do interior para o litoral do concelho.[10]

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Igreja de São Teotónio

O concelho de Odemira dispõe de um inestimável património de atividades artesanais. Esta riqueza está patente na variedade e qualidade das obras produzidas pelos artesãos do concelho, na diversidade das técnicas e dos materiais utilizados e na autenticidade com que integram o modo de vida da população local.

As atividades artesanais predominantes em Odemira são: cestariacerâmicaolariatecelagemlatoaria, fabrico e empalhamento de cadeirasviolas campaniças, miniaturas de atividades locais e de alfaias agrícolas e abegoaria. Estas são alguns exemplos da diversidade de criações tanto ligadas a atividades económicas específicas como à imaginação e à arte popular.

Por último, não se pode deixar de referir os Chocolates da Beatriz, uma fábrica de chocolate artesanal com sede em Odemira.[11]

Acessibilidades e infraestruturas[editar | editar código-fonte]

A rede rodoviária de Odemira tem 2 estradas nacionais e 4 estradas regionais, que são:

A estação ferroviária mais próxima de Odemira em funcionamento é Santa Clara-Sabóia, no qual param comboios de longo curso CP.

Património[editar | editar código-fonte]

Desporto[editar | editar código-fonte]

Um filho de Odemira distinguiu-se no campo do XadrezDamião de Odemira, boticário e autor do 1º Tratado de Xadrez conhecido.

Personalidades ilustres[editar | editar código-fonte]

Heráldica[editar | editar código-fonte]

ODM.png
Armas: Escudo negro com uma faixa de prata carregada por dois sobreiros a verde landados de ouro, arrancados a negro, troncados do mesmo e descascados a vermelho. Em chefe, uma torre torreada de prata, aberta e iluminada a vermelho, acompanhada de dois ramos de três espigas de trigo de ouro. Em contra-chefe, três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com legenda a negro: "VILA DE ODEMIRA".[12]
Pt-odm1.png
Bandeira: Esquartelada de amarelo e verde. Cordões e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.[12]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Odemira

Referências

  1.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  2.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 95. ISBN 978-989-25-0182-6ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  3.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  5.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  7.  «CM Odemira / Concelho»www.cm-odemira.pt. Consultado em 8 de julho de 2017
  8.  «Clima: Odemira - Gráfico climático, Gráfico de temperatura, Tabela climática - Climate-Data.org»pt.climate-data.org. Consultado em 9 de julho de 2017
  9.  «CM Odemira / História»www.cm-odemira.pt. Consultado em 8 de julho de 2017
  10.  «CM Odemira / Economia»www.cm-odemira.pt. Consultado em 8 de julho de 2017
  11.  «Artesanato - Turismo Odemira»www.turismo.cm-odemira.pt. Consultado em 10 de julho de 2017. Arquivado do original em 4 de junho de 2018
  12. ↑ Ir para:a b «Ordenação heráldica do brasão e bandeira de Odemira»www.ngw.nl. Consultado em 10 de julho de 2017

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