domingo, 9 de agosto de 2020

TERESA BENEDITA DA CRUZ ou EDITH STEIN (Santa) - 9 de AGOSTO DE 2020

 

Edith Stein

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Santa Teresa Benedita da Cruz, O.C.D.
(Edith Stein)
Mártir
Nascimento12 de outubro de 1891 em Breslávia
Morte9 de agosto de 1942 (50 anos) em Oświęcim
Nome nascimentoEdith Theresa Hedwing Stein
Nome religiosoIrmã Teresa Benedita da Cruz
Veneração porIgreja Católica
Beatificação1 de maio de 1987Colónia por Papa João Paulo II
Canonização11 de outubro de 1998Roma por Papa João Paulo II
Festa litúrgica9 de agosto
PadroeiraHebreus Católicosjudeus convertidosDia Mundial da JuventudeEuropa
Gloriole.svg Portal dos Santos

Edith Theresa Hedwig Steincanonizada como Santa Teresa Benedita da Cruz (Breslávia12 de outubro de 1891 — Oświęcim9 de agosto de 1942), foi uma filósofa e teóloga alemã.

Ela nasceu em uma família judia praticante, mas se tornou ateia na adolescência. Movida pelas tragédias da Primeira Guerra Mundial, em 1915, ela teve aulas para se tornar auxiliar de enfermagem e trabalhou em um hospital de doenças infecciosas. Teve uma grande mudança em sua crença a partir da leitura de um livro de Santa Teresa de Ávila, quando estava em casa da amiga Hedwig Conrad-Martius, em Beergzabern. Mais tarde converteu-se ao catolicismo tornando-se freira Carmelita Descalça.

Edith foi a segunda mulher a defender uma tese de doutorado em filosofia na Alemanha, tendo sido discípula e depois assistente de Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia.[1] Já religiosa, anotou: "A fé está mais próxima da sabedoria divina do que toda ciência filosófica e mesmo teológica".

Morreu aos 51 anos, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Em 11 de outubro de 1998, foi canonizada pelo Papa João Paulo II e é considerada mártir da Igreja Católica, sendo uma das seis santas copadroeiras da Europa.

Índice

História[editar | editar código-fonte]

Filha dos comerciantes judeus Siegfried e Augusta Courant Stein e última de onze irmãos, nasceu no dia 12 de outubro de 1891, quando se celebrava a grande festa judaica do Yom Kippur, o "Dia da Reconciliação"[2]. Seu pai faleceu quando tinha dois anos, numa viagem de negócios.

Durante a adolescência, deixou a escola e passou alguns meses na casa de sua irmã Else e família em (Hamburgo), ocasião em que passou por uma crise de fé.[3] Retomou os estudos em 1908 e obteve o diploma dos estudos secundários com distinção, em 1911. Começa então a cursar a Universidade em sua cidade de (Breslávia) alemão, história, psicologia e filosofia. Interessa-se pelos estudos realizados por Edmund Husserl criador da Fenomenologia, e parte para estudar com ele em 1913, na Universidade de Gotinga. Faz estudos de filosofia alemã e história. Faz grandes amigos, do grupo de filosofia de Gotinga. Em janeiro de 1915 gradua-se com distinção.

A Primeira Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Com a deflagração da Primeira Guerra Mundial trabalha como voluntária, enfermeira da Cruz Vermelha alemã, no hospital militar de Mährisch-Weisskirchen[4]. Recebe por este trabalho uma medalha de honra.

Em 1916 volta a Breslávia e trabalha como professora suplente na escola Viktoria, onde estudara. No mesmo ano faz seu doutorado em Freiburg com summa cum laude, com a tese "Sobre o Problema da Empatia" que é publicada em 1917.

Entre 1916-1918 trabalha como assistente de seu mestre Husserl, em Freiburg, e trabalha em escritos diversos. Apesar de fazer várias tentativas de obter um cargo em diversas universidades, como de Gotinga, Freiburg e Kiel, não é aceita por ser mulher.

Em 1917, morre na guerra seu grande amigo Adolf Reinach, em Flandres.

Durante o ano de 1918 participa do recém fundado Partido Democrático Alemão, mas logo se desilude da política. E com a República de Weimar, em 1919, as mulheres passam a ter o direito a voto e a igualdade.

Conversão ao Catolicismo[editar | editar código-fonte]

Em 1920, passa por uma dolorosa crise interior, e sua irmã Erna casa-se. Em 1921 Edith Stein dedica-se a preparar as obras de Adolf Reinach para publicação e decide-se pela conversão ao Catolicismo, o que ocorre no dia 1 de janeiro de 1922. Com o Batismo e a primeira comunhão realizada na Igreja Paroquial São Martin, de Bergzabern, onde passava as férias em casa de uns amigos. Nesta época relê a autobiografia de Santa Teresa de Ávila, intitulada «Livro da Vida», com quem se identifica, apesar de na época não saber da origem judaica desta santa. Faz sua confirmação na capela privada do bispo de Speyer, em 2 de fevereiro do mesmo ano. Publica seus trabalhos no Anuário de filosofia e investigação filosófica, editado por Husserl.

Entre 1923-1931 trabalha como professora no liceu para moças e no instituto para formação de professoras das irmãs dominicanas de Santa Madalena, em Speyer. Faz varias traduções e outros trabalhos e participa de conferências em simpósios e congressos pedagógicos realizados em PragaVienaSalzburgBâleParisMunster e Bendorf.

Em 1925 traduz para o alemão o Diário As Cartas do cardeal John Henry Newman. Publica no Anuário seu estudo, "Uma investigação sobre o Estado", entre outros.

Em 1928 participa de conferências sobre a questão feminina e sobre a educação católica por toda Alemanha e por países vizinhos. Faz a tradução para o alemão de De Veritate, de Tomás de Aquino.

Em 1929 publica no Anuário seu estudo comparativo entre Tomás de Aquino e Edmund Husserl.

Em 1930 faz conferências em NurembergSalzburgSpeyerBendorfHeildelberg sobre a questão feminina.

Tenta novamente, sem sucesso, em 1931 uma cátedra universitária. Continua a realizar conferências por diversos lugares, e publica o primeiro volume da sua tradução das Quaestiones Disputatae de Veritate, de Tomás de Aquino.

Consegue então uma posição em 1932 como docente no Instituto Alemão de Pedagogia Científica, em Münster, e continua a proferir diversas conferências pela Alemanha e Suíça. Participa do importante Congresso Internacional Tomista de Juvisy e publica o segundo volume da sua tradução de Tomás de Aquino, Questiones Disputatae de Veritate.

A Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Com a chegada de Adolf Hitler e do partido Nacional-socialista ao poder em 1933, em abril é publicada a lei que proíbe a presença de judeus em cargos públicos. Edith Stein é então demitida do posto de docente do Instituto e, não podendo também realizar conferências e dar aulas, decide-se por entrar no Carmelo de Colônia em 14 de outubro de 1933, tomando o hábito com o nome de Teresa Benedita da Cruz. Tem permissão de sua superiora para continuar seu estudo Ser Finito e Ser Eterno. Publica vários textos inclusive o estudo sobre Teresa d'Avila.

No dia 21 de abril de 1935, domingo de Páscoa, faz seus votos religiosos temporários[5].

Depois da morte de sua mãe, sua irmã Rosa também converte-se ao Catolicismo em 1936.

Em abril de 1938 faz seus votos definitivos. Morre seu mestre Edmund Husserl. Publica artigos sobre a História do Carmelo.

Com a violência da chamada Noite dos Cristais, em 1938, foge para a Holanda, e instala-se no Carmelo de Echt, aonde vai lhe encontrar sua irmã Rosa. Escreve seu Testamento.

A Alemanha invade a Polônia e tem inicio a Segunda Grande Guerra. Alguns familiares de Edith emigram para os Estados Unidos e para a Colômbia. Edith escreve um trabalho sobre Dionísio Aeropagita e começa a escrever A Ciência da Cruz, sua obra mais importante.

Em 1940, os nazistas ocupam a Países Baixos.

Morte em Auschwitz[editar | editar código-fonte]

Em 1941 seus irmãos Frida e Paul, bem como a esposa e a filha deste são deportados para o campo de concentração de Theresienstadt, onde morrem em 1942. Em Abril de 1942, Rosa e Edith são registradas como judias pela Gestapo, a policia nazista. O Carmelo e Edith procuram conseguir visto para que ambas saiam da Holanda e entrem na Suíça, mas os papéis chegam depois de sua prisão.

Em 26 de julho de 1942 os bispos católicos leem a carta pastoral, em todas as igrejas católicas holandesas, condenando a deportação dos judeus. Em 2 de agosto como represália, são presos todos os católicos de ascendência judaica, entre eles Rosa e Edith Stein. Ao chegar na sede da Gestapo na Holanda, Edith é submetida a um interrogatório de praxe. Se a mesma negasse sua fé crista, renegasse a Cristo, seria dada como apenas uma judia, porque os alemães respeitavam a carta pastoral, lida pelos bispos. Ela se nega a renegar o cristianismo, e por isso ela e sua irmã são condenadas. Ambas são transferidas para o campo de trânsito de Amersfoort, e depois para o campo de Westerbork. Em 7 de agosto vão de trem para o oeste, e chegam a Auschwitz em 9 de agosto, onde ambas morrem na câmara de gás.[3]

O seu número de prisioneira era o 44070.

Três dias antes de sua morte, tinha dito: “Aconteça o que acontecer, estou preparada. Jesus está aqui conosco”. (06-08-1942)[6].

Pelo seu heroísmo cristão, no dia 1 de maio de 1987, foi beatificada por João Paulo II em Colônia e, a 11 de Outubro de 1998, foi canonizada pelo mesmo Papa, sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz.

No dia 1 de outubro de 1999, o Papa João Paulo II, numa carta apostólica em forma de motu proprio intitulado «Spes aedificandi», proclamou Santa Teresa Benedita da Cruz, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Siena, copadroeira da Europa pelo particular contributo cristão que outorgou não só à Igreja Católica, mas especialmente à mesma sociedade europeia através do seu pensamento filosófico.

A sua celebração litúrgica, na forma de festa, na Igreja Católica, é no dia 9 de Agosto.

Referências

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Edith Stein - Em busca da verdade em tempos sombrios - Ilana Waingort Novinsky, editora Humanitas, Fapesp, Histórias da Intolerância n. 10, São Paulo, 2014.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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