Ovar
Ovar | |
Igreja Matriz de Ovar | |
Gentílico | Ovarense / Vareiro |
Área | 147,70 km² |
População | 55 398 hab. (2011) |
Densidade populacional | 375,1 hab./km² |
N.º de freguesias | 5 |
Presidente da câmara municipal | Salvador Malheiro (PSD) |
Fundação do município (ou foral) | 10 de Fevereiro de 1514 |
Região (NUTS II) | Centro |
Sub-região (NUTS III) | Região de Aveiro |
Distrito | Aveiro |
Província | Beira Litoral |
Orago | São Cristóvão |
Feriado municipal | 25 de Julho |
Código postal | 3880 Ovar |
Sítio oficial | www.cm-ovar.pt |
Municípios de Portugal |
Ovar DmTE é uma cidade portuguesa, situada no distrito de Aveiro, região Centro e sub-região Região de Aveiro, com 29 765 habitantes no seu perímetro urbano.
É sede de um município com 147,70 km² de área[1] e 55 398 habitantes (2011),[2][3] correspondendo a uma densidade populacional de 375,1 habitantes/km², estando subdividido em 5 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelo município de Espinho, a nordeste por Santa Maria da Feira, a leste por Oliveira de Azeméis, a sul por Estarreja e Murtosa e a oeste pelo Oceano Atlântico, que banha perto de 15 km da sua costa, contribuindo para um clima ameno e praias agradáveis.
Toponímia[editar | editar código-fonte]
O nome "Ovar"[5] é um vocábulo invulgar, não existindo outra povoação em Portugal (ou no estrangeiro) com esta designação.[6] A primeira referência, conhecida, a este nome, é feita numa carta de 12 de junho 922, de Ordonho II da Galiza e Leão, na qual são doados ao Mosteiro de Crestuma "bens consideráveis, entre os quais se contam a igreja de S. Donato e a igreja de S. João". No documento, este local é referido como porto de obal,[7] nome que faz referência ao então rio Obal (ou Obar), atual rio Cáster.[8]
História[editar | editar código-fonte]
O litoral de Ovar encontrava-se compreendido no maior segmento de costa baixa e lisa do país, mas nem sempre isso aconteceu, porque primitivamente a ria não existia e o mar avançava mais para o interior, formando uma baía. Aliás, conforme ensinam Amorim Girão, Alberto Souto e Jaime Cortesão, todos os terrenos do concelho de Ovar, a oeste da linha do caminho-de-ferro (actualmente a estação da CP de Ovar dista cerca de 5.200 metros do litoral, estando a uma altitude de 17,24 metros do nível do mar) foram domínio do mar.
A formação da Ria é contraditória, pois há quem lhe dê uma longevidade de quatro milénios, mas também quem lhe aponte os meados do século X ou mesmo XI, como início da sua sedimentação. Tudo leva a crer que, no século X, a linha da costa passava em Ovar. No entanto, o afastamento progressivo da linha da maré fez com que Ovar ficasse cada vez mais no interior, decaindo como porto de mar.
Porto salineiro e de pesca na Idade Média, é citado num documento laudatório com data de 12 de junho de 922, inserto no Livro Preto da Sé de Coimbra, tendo resultado da aglutinação de vários lugares, entre os quais a vila de Cabanões (28 de abril de 1026), São Donato (1101) e de Ovar (24 de fevereiro de 1046).
Ovar constituiu-se em Concelho desde 1251, com foral passado por Manuel I de Portugal em 10 de fevereiro de 1514.
Nos séculos XVIII e XIX destacou-se pela atividade piscatória, tendo os seus pescadores povoado grande parte do litoral português, fundado a Torreira, As Areias (São Jacinto), Espinho, e fixando-se ainda na Afurada, na Caparica, em Olhão, Paramos e no Ribatejo.
Foi fundada a 4 de Dezembro de 1811 uma das mais antigas e prestigiadas bandas do país, a Banda Filarmónica Ovarense.
Foi em Ovar que Júlio Dinis redigiu "As Pupilas do Senhor Reitor" e esboçou "A Morgadinha dos Canaviais".
Por ter resistido aos monárquicos à época da chamada "Traulitânia" (1919), a vila foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919.[9]
Ovar foi elevada a cidade em 1984, pela lei n.º 9/84, de 28 de Junho.
Entre 17 de março e 17 de abril de 2020, foi decretado no município de Ovar o estado de calamidade pública, tendo decorrido na sua área geográfica uma quarentena, implementada através de uma cerca sanitária, devido à pandemia de COVID-19. Durante este período, os acessos rodoviários ao município foram controlados por patrulhas da GNR e PSP, e os comboios da CP não efetuaram paragens em nenhuma das estações e apeadeiros do concelho.[10][11][12] Esta medida foi implementada devido ao elevado número de casos de contagio que foram confirmados no município, numa fase ainda prematura da pandemia em Portugal. Em 10 de abril de 2020, Ovar era o décimo concelho do país com mais casos de contágio confirmados (275).[13] Durante o desenrolar do cerco sanitário, existiram frequentes discrepâncias entre os números diários de casos anunciados pela Câmara Municipal de Ovar e pela Direção Geral de Saúde.[14][15] Até ao final do cerco sanitário, a pandemia de COVID-19 provocou em Ovar 25 vítimas mortais e entre 498 (DGS) e 604 (CMO) casos de infeção confirmada dependendo da fonte.[16]
Habitantes[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes[17] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
21 526 | 22 684 | 25 217 | 25 605 | 27 510 | 26 736 | 29 970 | 30 657 | 33 348 | 35 320 | 40 615 | 45 378 | 49 659 | 55 198 | 55 398 |
(Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário[18] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 8 670 | 9 889 | 9 063 | 9 438 | 9 772 | 10 219 | 11 381 | 13 500 | 13 118 | 10 925 | 10 000 | 8 583 |
15-24 Anos | 4 283 | 4 609 | 4 736 | 5 521 | 5 154 | 5 641 | 5 536 | 6 375 | 8 365 | 9 075 | 8 070 | 6 286 |
25-64 Anos | 10 162 | 10 663 | 10 809 | 12 277 | 12 735 | 14 254 | 15 269 | 16 600 | 19 518 | 24 348 | 30 292 | 31 721 |
> 65 Anos | 1 756 | 1 869 | 1 751 | 2 012 | 2 518 | 2 891 | 3 134 | 3 490 | 4 377 | 5 311 | 6 836 | 8 808 |
> Id. desconh | 14 | 39 | 66 | 69 | 64 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Freguesias[editar | editar código-fonte]
O município de Ovar está dividido em 5 freguesias:
- Cortegaça
- Esmoriz
- Maceda
- União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã
- Válega
O concelho é composto por quatro vilas: Cortegaça, Maceda, São João de Ovar e Válega, e duas cidades: Ovar (sede do município) e Esmoriz. Maceda foi a última freguesia do concelho a ser elevada à categoria de vila (1999).
Concelho[editar | editar código-fonte]
O Concelho de Ovar é um dos 19 concelhos que constituem o distrito de Aveiro, ocupando neste, uma posição excêntrica, no litoral norte.
Pertencente à Diocese do Porto, é composto por 5 freguesias - União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã; Esmoriz; Válega; Cortegaça e Maceda.
Com uma área de 149.88km2 e 15 km de costa Atlântico, o concelho beneficia da sua excelente localização relativamente à cidade de Aveiro (35 km a sul) e do Porto (35 km a norte).
O seu regular desenvolvimento sócio-económico terá de associar-se obrigatoriamente, à proximidade do mar e da ria, à fertilidade do solo e à planura da região.
Com cerca de 57 511, o concelho de Ovar assume-se como um pólo de centralidade e de desenvolvimento regional[carece de fontes].
Primitivamente denominado Var ou O Var, resultou da fusão de várias vilas próximas.
Também denominada de São Cristóvão de Ovar é cidade desde 1984 sendo uma das freguesias que compõem o Concelho de Ovar.
Área Geográfica[editar | editar código-fonte]
Situando-se no extremo sul do Concelho, Ovar localiza-se numa planície, ocupando uma área aproximada de 53 km² .
Espraiando-se entre a beira-mar e a Ria, a sua Praça da República dista mais ou menos 4.600 metros da costa marítima e, em relação aquela laguna 2 km do cais da Ribeira e 2.650 metros do cais do Carregal.
É uma freguesia de casas compactas com numerosas ruas e largos, mas ao mesmo tempo uma povoação alongada com casas ao longo das vias de comunicação que a cortam.
Habitantes[editar | editar código-fonte]
Os habitantes ou naturais de Ovar são denominados Ovarenses ou Vareiros, já que vareiros ou varinos são todos os indivíduos da beira-mar entre Aveiro e Porto aproximadamente.
Com cerca de 30 000 habitantes,[19] esta cidade tem sofrido grandes desenvolvimentos.
População LGBTI[editar | editar código-fonte]
Em 2019, com base em entrevistas de 64 pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo (LGBTI), procurou-se pesquisar sobre a realidade da população LGBTI do concelho de Ovar.[20][21][22] Tendo surgido conclusões como que no geral, apenas algumas das pessoas de importância pessoal e do seu dia a dia do concelho de Ovar sabem que a pessoa em questão é lésbica (54,4%)[21], gay (58%)[21], bissexual (70,4%)[21], transgénero (50%)[20] e, ou intersexo (100%)[20].
O estudo indicou também que 57% das pessoas LGB disse ter preferido esconder sentir atração pelo mesmo sexo ou género em receio de sofrer discriminação ou preconceito, e 37% assegura que já passou por essa discriminação.[21] Além disso, 46% das pessoas bissexuais diz ter preferido esconder sentir atração por mais de um sexo ou género por receio de sofrer discriminação ou preconceito, e 30% passou por tal.[21]
Entre imensas outras conclusões também refere-se que 64% das pessoas do estudo esconde ser LGBTI por medo de discriminação ou preconceito, e 51% já passou por tal.[21] Mesmo existindo discriminação na procura de emprego, no emprego, nos serviços de saúde, na educação e em outras situações, assim como situações de agressão sexual, psicológica e física apenas pela sua orientação sexual, identidade e, ou expressão de género e, ou características sexuais, 86% das pessoas LGBTI vítimas de discriminação não denunciaram a alguma autoridade o acontecido, tendo apenas 3% das denúncias sido feitas à polícia e 6% das denúncias foram feitas a autoridades da escola, como docentes ou ao conselho directivo.[21]
Também em 2019, assinalou-se o Dia Internacional do Orgulho LGBT ao ser hasteada a bandeira arco-íris na Praia do Furadouro em apoio da população LGBT do concelho.[23]
Política[editar | editar código-fonte]
Presidentes de Câmara Municipal[editar | editar código-fonte]
- 2013 ao presente: Salvador Malheiro Ferreira da Silva (PPD/PSD)[24][25]
- 2005-2013: Manuel Alves de Oliveira (PS)[26]
- 1993-2005: Armando França Rodrigues Alves (PS)[27][28]
- 1985-1993: José Augusto Pinheiro Guedes da Costa (PPD/PSD)[29][30]
- 1982-1985: Fernando Raimundo Rodrigues (PPD/PSD)[31]
- 1979-1982: Manuel Fernandes Silva (PPD/PSD)[32]
- 1976-1979: Fernando Raimundo Rodrigues (PPD/PSD)[33]
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PPD/PSD | PS | APU/CDU | CDS-PP | PSD-CDS | ||||||
1976 | 35,55 | 3 | 33,13 | 2 | 11,51 | 1 | 11,49 | 1 | ||
1979 | 43,23 | 3 | 25,31 | 2 | 13,12 | 1 | 12,15 | 1 | ||
1982 | 40,65 | 3 | 32,56 | 3 | 13,31 | 1 | 8,39 | - | ||
1985 | 38,05 | 3 | 15,26 | 1 | 11,18 | 1 | 23,56 | 2 | ||
1989 | 44,86 | 4 | 24,55 | 2 | 5,23 | - | 20,63 | 1 | ||
1993 | 41,34 | 3 | 44,05 | 4 | 4,37 | - | 4,68 | - | ||
1997 | 33,53 | 3 | 53,06 | 4 | 3,47 | - | 3,27 | - | ||
2001 | 34,99 | 3 | 44,71 | 4 | 6,31 | - | 5,50 | - | ||
2005 | 34,95 | 3 | 41,19 | 4 | 5,58 | - | 2,18 | - | ||
2009 | CDS-PP | 48,98 | 4 | 4,86 | - | PPD/PSD | 33,31 | 3 | ||
2013 | 43,86 | 4 | 35,12 | 3 | 6,01 | - | 2,95 | - | ||
2017 | 65,05 | 7 | 18,64 | 2 | 4,17 | - | 4,35 | - |
Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]
Data | % | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PS | PSD | CDS | PCP | UDP | AD | APU/CDU | FRS | PRD | PSN | B.E. | PAN | PàF | |
1976 | 39,31 | 31,98 | 13,42 | 6,61 | 1,53 | ||||||||
1979 | 32,24 | AD | AD | APU | 2,38 | 45,38 | 14,02 | ||||||
1980 | FRS | 1,61 | 47,90 | 10,95 | 32,89 | ||||||||
1983 | 41,95 | 29,96 | 10,48 | 1,04 | 12,29 | ||||||||
1985 | 22,35 | 33,36 | 6,94 | 1,58 | 11,22 | 19,98 | |||||||
1987 | 26,56 | 50,92 | 3,08 | CDU | 0,91 | 8,58 | 5,45 | ||||||
1991 | 34,32 | 50,91 | 3,22 | 5,99 | 0,39 | 1,75 | |||||||
1995 | 48,65 | 35,23 | 7,60 | 0,61 | 4,82 | 0,27 | |||||||
1999 | 48,08 | 32,87 | 7,54 | 6,45 | 0,22 | 1,70 | |||||||
2002 | 42,29 | 38,89 | 8,18 | 4,75 | 2,73 | ||||||||
2005 | 48,71 | 27,11 | 5,84 | 6,25 | 7,33 | ||||||||
2009 | 39,02 | 28,48 | 8,17 | 6,34 | 12,24 | ||||||||
2011 | 31,22 | 37,82 | 9,18 | 6,89 | 6,83 | 0,94 | |||||||
2015 | 31,74 | PàF | PàF | 7,13 | 12,40 | 0,97 | 38,33 |
Economia[editar | editar código-fonte]
Apresenta uma forte dinâmica nas áreas dos serviços e do comércio, bem como nas suas estruturas produtivas, sendo a indústria transformadora a principal fonte de emprego.
Património[editar | editar código-fonte]
Ovar é um concelho muito rico em termos de património, tanto natural, como construído.
Património Construído:
Museus:
- Museu e Casa de Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense;
- Museu de Ovar;
- Casa-Museu de Arte Sacra da Ordem Franciscana Secular;
- Núcleo Museológico do Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar”;
- Museu Escolar Oliveira Lopes;
- Museu Etnográfico de Válega;
- Núcleo Museológico da Tanoaria Ramalho;
- Núcleo Museológico da Tanoaria “Farramenta”;
- Núcleo Museológico da Ourivesaria Carvalho.
Igrejas e Capelas:
(Tendo em conta apenas as que se encontram na freguesia de Ovar)
- Capelas dos Passos de Ovar(Conjunto de 7 Capelas espalhadas pelo centro histórico da cidade);
- Igreja Matriz de Ovar (S. Cristóvão);
- Capela de Santo António (largo da Câmara Municipal de Ovar);
- Capela de Nossa Senhora da Graça (centro da cidade);
- Capela das Almas (Nossa Senhora do Parto) - Jardim dos Campos;
- Capela do Calvário (S. Pedro)-(última das Capelas dos Passos);
- Capela da Misericórdia;
- Capela de Santa Eufémia (ou de N. Sra da Conceição) - Carril;
- Capela de Santa Catarina (lugar da Ribeira);
- Capela de S. Roque (lugar da Ribeira);
- Capela do Sr. do Poço (lugar da Ribeira);
- Capela de N. Srª da Saúde;
- Capela dos Nunes da Silva;
- Capela de S. Miguel (lugar de S. Miguel);
- Igreja Paroquial do Furadouro (Sr. da Piedade);
- Capela de Nª Sra. da Boa Viagem (Torrão do Lameiro);
- Capela de S. Pedro (Carregal);
- Capela de Santa Marinha (lugar da Marinha);
- Alminhas de Nª Sra. do Livramento (Estrada da Marinha);
- Alminhas de S. José (Cova do Frade);
- Alminhas na Avenida da Régua.
Outros locais de interesse:
- CENÁRIO – Centro Náutico da Ria de Ovar
- Casa da Família Nunes da Silva e capela
- Conjunto formado pela Capela da Senhora do Bom Sucesso e imóvel adjacente do princípio do século XVIII
- Igreja Matriz de Válega, considerada recentemente uma das igrejas mais belas de Portugal
Património Natural:
- Parque Ambiental do Buçaquinho
- Praia do Furadouro
- Praia de Cortegaça
- Praia da Barrinha - Esmoriz
- Praia de São Pedro de Maceda
- Praia do Torrão do Lameiro (Praia dos Marretas)
- Praia Fluvial do Areínho
- Parque Urbano de Ovar
Gastronomia[editar | editar código-fonte]
Em matéria gastronómica, destacam-se o Pão de Ló de Ovar - o "ex libris" da cidade, com tradição de mais de dois séculos -, e a doçaria conventual, onde pontificam os ovos moles e a rosca de ovos.
Sendo terra de gentes do mar, os pratos de peixe são típicos, com destaque para as caldeiradas de peixe e de enguias - esta última uma importante referência na gastronomia vareira -, e as enguias de escabeche.
Turismo[editar | editar código-fonte]
O concelho está integrado na Região de Turismo do Centro de Portugal, fazendo parte da Costa de Prata Portuguesa, constituindo-se numa excelente opção para quem deseja encontrar variedade.
Outro elemento importante no património cultural de Ovar é a utilização do azulejo como componente decorativa na arquitectura local, sendo visível por toda a cidade, por este mesmo motivo, esta cidade é chamada e "Cidade Museu do Azulejo".
Dos elementos naturais de elevado valor ecológico destacam-se o mar, a floresta e a ria, com particular aptidão para o desenvolvimento de actividades ligadas ao turismo e lazer.
A etnografia, a arte e a história marcam a presença em vários monumentos, quase sempre de evocação religiosa, com destaque para as Capelas dos Passos que se encontram classificadas como Monumento de Interesse Nacional. A cidade é denominada "Museu do Azulejo", sendo terra natal do mais famoso boxer do país, Santa Camarão.
Ovar conta com praias e extensos areais, o mar, pinhais e sol, e a ria. Um pouco mais ao norte do concelho pode ainda observar-se a Barrinha de Esmoriz.
Em 2019, a Praia do Furadouro foi classificada pelo “Porto Gay Circuit” como uma das cinco praias gay-friendly de Portugal[34][35][36][37], localizada segundo o PortugalGay a norte “uma área gay com nudismo”[38][37], conhecida pela prática do cruising[39][40].
[editar | editar código-fonte]
A cidade de Ovar é muito conhecida pelo seu Carnaval, que se realiza de forma organizada, desde 1952.[41]
Todos os anos, os cortejos de Carnaval atraem milhares de visitantes,[41] num evento que conta com a participação de cerca de 2000 figurantes, organizados em quatro Escolas de Samba, catorze Grupos Carnavalescos e seis Grupos de Passerelle.
Tradições[editar | editar código-fonte]
O concelho é particularmente rico em tradições, principalmente as de carácter religioso. As mais importantes são as chamadas Procissões Quaresmais,um conjunto de 5 procissões que acontecem no tempo que se sucede ao Carnaval, a Quaresma. São elas a Procissão dos Terceiros (sempre no 2º Domingo da Quaresma), a dos Passos (no 4º Domingo da Quaresma), a do Terro-Terro, vulgarmente conhecida como procissão do Ecce-Homo (que acontece sempre na Quinta-feira Santa à noite), a Via-Sacra no início da manhã de Sexta-feira Santa e à noite desse mesmo dia a Procissão do Enterro do Senhor. Estas Procissões sofreram inúmeras alterações na sua própria constituição ao longo dos séculos, num entanto chegam aos nossos dias ainda como uma das principais manifestações de fé da Cidade, contando já com mais de 400 anos de história.
Uma outra tradição secular é o "Cantar os Reis", que ocorre anualmente em torno do dia 6 de Janeiro.
Pelas diversas freguesias do concelho vão acontecendo também todos os meses as festividades e/ou romarias religiosas dos diversos padroeiros dos diferentes lugares, por exemplo,na freguesia de Ovar a festa de Nossa Senhora do Parto, no jardim dos Campos, no 1º Domingo de Agosto (a ultima vez que se realizou foi no ano de 2011, encontrando-se atualmente interrompida), a festa de Santa Catarina no lugar da Ribeira a 25 de Novembro, ainda se realiza o programa de cariz religioso neste mesmo dia, num entanto, tal como muitas outras, foi uma festa que sofreu com a falta de dinheiros e atualmente não se realiza com o vigor de outros tempos; a festa de S. Miguel no lugar de S. Miguel de Ovar (também não se realiza todos os anos pelo mesmo motivo da anterior, sendo que a sua ultima edição ocorreu em 2015).
Num entanto, se estas perderam a força de outrros tempos, outras continuam extremamente implantadas na tradição, como a festa de N. Sra da Ajuda em Guilhovai (freguesia de S.João de Ovar), sempre no 2º fim-de-semana de Junho, as chamadas "Festas do Mar" que ocorrem pelas diferentes praias do concelho seguindo sempre o mesmo plano: na Praia de Esmoriz, no ultimo fim-de-semana de Agosto, as festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem e do Senhor dos Aflitos e nesta mesma data, no lugar do Torrão do Lameiro a festa em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, na semana seguinte realizam-se as festas da Praia de Cortegaça, em louvor a Nossa Senhora da Nazaré, e na semana a seguir a esta, ou seja no segundo fim-de-semana de Setembro, na Praia do Furadouro (a praia da cidade de Ovar) as festas em honra do Nosso Senhor e Nossa Senhora da Piedade.
As "Festas do Mar" são um importante cartaz turístico do concelho e atualmente são as festas de cariz religioso que mais visitantes atraem, talvez pelos seus programas onde se encontram sempre importantes referencias da atualidade musical portuguesa e mesmo pelos divertimentos e os grandes espetáculos pirotécnicos que ocorrem nestas ocasiões pelas diferentes praias.
Curiosidades[editar | editar código-fonte]
- Sippinpurpp (artista de hip hop/trap), os Redsocks (banda punk/ska), os Small Town Syndrome (banda rock/alternative), os Meio-Irmão e os Pevides de Cabaça são naturais de Ovar.
- Ovar tem como cidades-irmãs: Elizabeth (Estados Unidos), João Pessoa (Brasil), Moraleja (Espanha), Pernik (Bulgária), Peso da Régua (Portugal), Pithiviers (França) e São Nicolau Tolentino (Cabo Verde).[42]
- Ovar tem uma das melhores equipas de basquetebol de Portugal, a Associação Desportiva Ovarense, com vários títulos a nível nacional, tendo sido, por exemplo, várias vezes campeã nacional. Além de ser uma excelente equipa no Basquetebol profissional, a Ovarense aposta fortemente na formação, tendo já conseguido alcançar, por exemplo, 30 Títulos Distritais Masculinos(último nos finais de Janeiro, pelos SUB-14), 10 Títulos Distritais Femininos.
Ovarenses Notáveis[editar | editar código-fonte]
As seguintes personalidades são naturais ou estão intimamente ligadas à cidade/município de Ovar:[43]
- Fernando Raimundo Rodrigues — Primeiro Presidente da Câmara Municipal de Ovar eleito após o 25 de abril. Deputado da Assembleia da República, Governador Civil do Distrito de Aveiro, Presidente da Associação Desportiva Ovarense.
- Santa Camarão, (Pugilista) — Considerado o maior pugilista Português de todos os tempos.[44]
- Francisco Marques da Silva, (Benemérito) — Presidente e Benemérito da Associação Desportiva Ovarense, da Santa Casa da Misericórdia e dos Bombeiros Voluntários de Ovar.
- Januário Godinho, (Arquitecto) — Importante arquiteto modernista
- Maria Albertina Soares de Paiva — Fadista, Atriz
- António Valente da Fonseca — Bispo de Vila Real.
- Francisco Zagalo — Médico, principal impulsionador para a criação da Santa Casa da Misericórdia de Ovar e Patrono do atual Hospital de Ovar.
- João José da Silveira — Médico que serviu de inspiração para a personagem “João Semana”, da obra “As Pupilas do Senhor Reitor”, de Júlio Dinis
- António do Nascimento da Costa e Silva — Tenente-General, 1º Visconde de Ovar. Comandante e combatente em todas as campanhas da Guerra Peninsular e na Revolução Liberal
- Bernardo António Pereira Zagalo — Marechal de Campo graduado. Oficial da Ordem de Torre e Espada, Comandante do Batalhão Académico da Universidade de Coimbra Comandante e Combatente na Guerra Peninsular
- Francisco de Oliveira Gomes Ramada — Empresário, Benemérito
- António Dias Simões — Historiador, Poeta, Dramaturgo
- Licínio Fausto Cardoso de Carvalho — Dramaturgo, Secretário da Junta Provisória de Governo
- Comendador António Maria Augusto da Silva — Empresário, Benemérito. Financiou o revestimento em azulejo da fachada da Igreja Matriz de Válega
- Manuel de Oliveira Arala e Costa — Autarca e Deputado. Principal responsável pelo desenvolvimento das infraestuturas rodoviárias e abastecimento de águas do concelho de Ovar, incluíndo a rua que liga a antiga vila ao Furadouro e o Chafariz “Neptuno”
- Manuel Eliano Gomes Férrer — Padre, Benemérito. Emigrado no Brasil durante grande parte da sua vida, onde adquiriu uma avultada fortuna, doou-a em testamento à Santa Casa da Misericórdia de Ovar
- António Bernardino de Carvalho — Advogado, Político, Escritor, Juiz. Pai de Licínio de Carvalho, Oficial-Maior das Secretarias do Reino, Secretário da Sub-Prefeitura da Feira, Juiz em Ovar e Santo Tirso e Governador Civil do Distrito de Aveiro.
- José d’Oliveira Lopes — Empresário, Benemérito. Fundador da Escola (atual museu) “Oliveira Lopes”, em Válega, mandada construir, juntamente com o seu irmão, com os seus patrocínios. Fez parte dos fundadores da Misericórdia de Ovar.
- Manoel José d’Oliveira Lopes — Empresário, Benemérito. Fundador da Escola (atual museu) “Oliveira Lopes”, em Válega, mandada construir, juntamente com o seu irmão, com os seus patrocínios. Fez parte dos fundadores da Misericórdia de Ovar.
- Miguel Augusto de Oliveira — Pároco, Jornalista, Escritor, Historiador.
- SippinPurpp (André Vaz) — Trapstar
Referências
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- OLIVEIRA, Miguel de (Pe.). Ovar na Idade Média. Ovar: Câmara Municipal de Ovar, 1967. 258 p.
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