Vila Franca do Campo
Vila Franca do Campo | |
Gentílico | Vila-franquense |
Área | 78,00 km2 |
População | 11 229 hab. (2011) |
Densidade populacional | auto hab./km2 |
N.º de freguesias | 6 |
Presidente da Câmara Municipal | Ricardo Rodrigues (PS) |
Fundação do município | 1472 |
Região Autónoma | Região Autónoma dos Açores |
Ilha | Ilha de São Miguel |
Antigo Distrito | Ponta Delgada |
Orago | S. Miguel |
Feriado municipal | 24 de junho[1] |
Código postal | 9680 Vila Franca do Campo |
Site oficial | www.cmvfc.pt |
Municípios de Portugal |
Vila Franca do Campo é uma vila portuguesa na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, sede de um pequeno município com 78,00 km² de área e 11 229 habitantes (2011), subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município da Ribeira Grande, a leste pela Povoação, a oeste por Lagoa e a sul tem litoral no oceano Atlântico.
Localiza-se à latitude de 37.71667 (37°41') Norte e longitude de 2.433 (25°26') Oeste. Frente a Vila Franca do Campo, a cerca de 1200 m do porto do Tagarete, localiza-se o ilhéu de Vila Franca, um cone litoral de tufos palagoníticos fortemente litificados, que contém no seu interior uma caldeira inundada de forma quase perfeitamente circular.
O Ilhéu de Vila Franca é desde 1993 uma reserva natural, constituindo ainda um importante local de veraneio.
História[editar | editar código-fonte]
Vila Franca do Campo foi, durante o primeiro século de povoamento, a mais importante povoação da ilha, nela se fixando Gonçalo Vaz Botelho, o capitão do donatário, e as principais instituições oficiais, como a Alfândega e a Ouvidoria, de onde o epíteto de "primeira capital micaelense". Foi elevada a vila em 1472, a segunda no arquipélago. É testemunho de seu desenvolvimento o fato de contar com hospital em época anterior à da fundação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (1498), por efeito de disposição testamentária de D. Isabel Gonçalves que, em 1483, legou os seus haveres para a sua instituição.
Na noite de 21 para 22 de Outubro de 1522, a vila sofreu um violento terramoto - a chamada "subversão de Vila Franca" - que causou um grande escorregamento de terras nas encostas sobranceiras à vila, causando um lahar que soterrou a maior parte do povoado. Como consequência estima-se que pereceram milhares de pessoas, não apenas em Vila Franca, mas também em muitas outras povoações da ilha, tendo se registado ainda grandes escorregamentos de terras na Maia e região circunvizinha, e em Ponta Garça. A tragédia inspirou diversos escritos e, pelo menos, um romance de raiz oral intitulado "Romance que se fez d'algumas mágoas, e perdas que causou o tremor de Vila Franca do Campo", editado por Teófilo Braga. Com o intuito de reedificar a vila, o capitão donatário Rui Gonçalves da Câmara e a câmara da dita vila mandaram cortar nas florestas do Vale das Furnas um grande número de cedros que aí abundavam, a fim de serem distribuídos gratuitamente pelas famílias pobres na construção de novas habitações.
Apesar da destruição, Vila Franca manteve importância regional até ao século XVIII, apenas atrás de Ponta Delgada, quando foi suplantada pela Ribeira Grande. O cronista Gaspar Frutuoso, assim a refere:
- "...a antiga e nobre Vila Franca do Campo com seus ricos pomares de muitas frutas, de que está rodeada, chamada Franca porque, segundo dizem, logo no princípio, tirando os dízimos que somente se pagam a El-Rei, era franca de todas as mais coisas e direitos, para melhor ser povoada esta ilha e chamou-se do campo por ser situada em um formoso campo."
e acrecenta, sobre o seu crescimento:
- "...tanto em edifícios e comércio que parecia uma pequena corte, com seus ilustres capitães e fidalguia de gente nobre, que governava com prudência e zêlo." (in Saudades da Terra).
Em Vila Franca tiveram lugar alguns dos mais importantes eventos das lutas entre os partidários de D. António I de Portugal e de Filipe II de Espanha, que culminaram na batalha naval de Vila Franca, travada ao longo do litoral sul da ilha de São Miguel a 26 de Julho de 1582.
Após a batalha, D. Álvaro de Bazán, marquês de Santa Cruz de Mudela, desembarcou na vila, aqui estabelecendo o seu quartel general e fazendo supliciar por enforcamento cerca de 800 prisioneiros franceses e portugueses, no maior e mais brutal massacre jamais ocorrido nos Açores.
Em Julho de 1562 nasceu nesta povoação Bento de Góis, que empreendeu na Ásia Central, entre 1602 e 1606, a maior viagem de exploração terrestre portuguesa e uma das maiores de sempre da história da humanidade.
Aqui está sepultada a primeira freira micaelense, Petronilha da Mota, filha de Jorge da Mota. e que, com o nome de Madre Maria de Jesus, foi a primeira abadessa do Convento de Santo André.
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [2] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
9 373 | 11 224 | 10 460 | 11 190 | 10 462 | 10 052 | 11 204 | 13 296 | 14 204 | 14 596 | 13 905 | 11 866 | 10 924 | 11 150 | 11 229 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [3] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 3 982 | 3 742 | 3 570 | 3 988 | 4 625 | 4 740 | 5 483 | 5 805 | S/ dados | 3 217 | 2 752 | 2 184 |
15-24 Anos | 1 912 | 1 822 | 1 633 | 1 912 | 2 546 | 2 673 | 2 310 | 2 190 | S/ dados | 2 224 | 1 949 | 1 779 |
25-64 Anos | 4 460 | 4 148 | 3 966 | 4 394 | 5 104 | 5 924 | 5 942 | 4 955 | S/ dados | 4 456 | 5 143 | 5 957 |
= ou > 65 Anos | 733 | 754 | 825 | 854 | 864 | 804 | 861 | 955 | S/ dados | 1 153 | 1 306 | 1 309 |
> Id. desconh | 27 | 4 | 30 | 12 | 26 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Freguesias[editar | editar código-fonte]
As freguesias de Vila Franca do Campo são as seguintes:
- Água de Alto
- Ponta Garça
- Ribeira das Tainhas
- Ribeira Seca
- São Miguel (Vila Franca do Campo)
- São Pedro (Vila Franca do Campo)
Património construído[editar | editar código-fonte]
- Convento de Santo André
- Ermida de Santo Amaro
- Ermida de Santa Catarina
- Ermida de São João
- Ermida de Nossa Senhora da Paz
- Ermida da Mãe de Deus
- Igreja de São Pedro
- Igreja de São Miguel Arcanjo
- Igreja de São Francisco
- Igreja de Nossa Senhora da Piedade
- Império do Espírito Santo (Vila Franca do Campo)
- Forte de Jesus, Maria, José de Vila Franca
- Paços do Concelho de Vila Franca do Campo
- Castelo Branco
- Igreja do Senhor Bom Jesus da Pedra
Património natural[editar | editar código-fonte]
- Praia do Degredo
- Lagoa do Fogo
- Lagoa do Ilhéu de Vila Franca do Campo
- Ribeira das Tainhas (Vila Franca do Campo)
- Lagoa dos Nenúfares
Personalidades ilustres[editar | editar código-fonte]
Cultura[editar | editar código-fonte]
- Museu Municipal de Vila Franca do Campo, que integra o espólio do antigo Museu Rural da Casa de Povo de Vila Franca do Campo, criado em 1955
Equipas desportivas[editar | editar código-fonte]
Clube Escolar de Vila Franca do Campo
Clube Naval de Vila Franca
Acontecimentos históricos[editar | editar código-fonte]
Personalidades[editar | editar código-fonte]
Notas
- ↑ «Feriados - Região Autónoma dos Açores». Vice-Presidência do Governo dos Açores. Consultado em 15 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2015
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
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