360º
Miguel PinheiroDiretor ExecutivoSegunda-feira, 17 fevereiro 2020
Enquanto dormia…
… multiplicaram-se por todo o mundo reações ao caso Marega. Outro tema polémico: hoje é segunda-feira e o ritmo político já está a acelerar à medida que se aproxima a votação no Parlamento sobre a eutanásia — é já na quinta-feira.
Marega e os 10 minutos que pararam o futebol
Foram 10 minutos que obrigaram a parar para pensar. Marega marcou, festejou a apontar para o braço, fugiu de cadeiras, ouviu insultos racistas e saiu. Foi a primeira vez que um futebolista abandonou um jogo da Primeira Liga por causa de uma demonstração de racismo. O que aconteceu no V. Guimarães-FC Porto está a provocar reações desde ontem à noite:
- Vários clubes de futebol condenaram o que aconteceu ontem, mas o Vitória de Guimarães teve uma posição equívoca, falando de “comportamentos provocatórios” de Marega;
- Na política, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “o caminho do racismo é um caminho dramático”; António Costa manifestou “total solidariedade” e lembrou que os atos racistas são crime; e o secretário de Estado da Juventude e Desporto disse que as autoridades estão a identificar os responsáveis;
- Lá fora, os jornais desportivos estão todos a olhar para o caso. Em Espanha, o jornal Marca diz que o futebol português “viveu um dos episódios mais vergonhosos da sua história”. Em Itália, lê-se “escândalo”.
O que deve o árbitro fazer quando ouve insultos racistas? Devia ter interrompido o jogo? E o cartão amarelo mostrado antes a Marega é correto? O ex-árbitro Pedro Henriques deu as respostas na Rádio Observador.
E agora? Como é que se pode punir os autores dos insultos racistas a Marega? Para conseguir provar em tribunal o crime de discriminação racial, punível até cinco anos, é preciso perceber quem disse o quê ao jogador — e isso vai ser difícil.
A morte de Tozé Martinho, o homem que atravessou toda a ficção portuguesa
“Ele marcou uma era.” A frase é de José Eduardo Martins, que trabalhou durante muitos anos com Tozé Martinho. O ator e guionista morreu ontem aos 72 anos, no Hospital de Cascais. Foi uma longuíssima carreira, que começou no concurso de televisão “A Visita da Cornélia” e atravessou toda a ficção nacional.
Tozé Martinho foi galã, foi “homem da segurança” e foi autor. Entrou em novelas da RTP, como a pioneira “Vila Faia”, e em novelas da TVI, como “Baía das Mulheres”. O Bruno Horta recorda 10 papéis que marcam o percurso e o legado do ator.
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OS NOSSOS ESPECIAIS
A NOSSA OPINIÃO
A despenalização da eutanásia viola o contrato social entre o Estado e os cidadãos. Estamos a privilegiar a eficiência, como as tribos que consideramos primitivas.
A eventual aprovação da eutanásia no Parlamento, sem ter havido um debate prévio com os eleitores, constituiria uma irresponsável aventura política.
Não estamos a pagar a pronto um padrão aceitável de fogo – pagamos a prazo e com juros, uma elevada fatura que não apaga a dimensão trágica deste fenómeno recorrente... É assim que queremos fazer?
Transformar Lisboa numa espécie de parque temático só é chocante se não pensarmos bem. Na verdade, o que estamos a fazer é algo que tem mesmo de ser feito. As empresas têm de sair do centro da cidade.
Os portugueses “raizosparta” são a desilusão da sua extraordinária classe política, esses aristozeros sempre empenhados em políticas pioneiras. Primeiro para a nossa vida. Agora para a nossa morte.
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