Tango
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Tango | |
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Um espetáculo de tango em Buenos Aires. | |
Origens estilísticas | Polka, Habanera, Milonga |
Contexto cultural | Por volta de 1850, nos países da Bacia do Prata (Argentina e Uruguai) |
Instrumentos típicos | Acordeão, Bandoneón, piano, violão, violino e contrabaixo |
Popularidade | Muito popular nas áreas urbanas da Bacia do Prata e na França entre 1890 a 1910. |
Formas derivadas | Maxixe, Tango Cayengue |
Subgêneros | |
Tango finlandês, nuevo tango, tango argentino, tango de salão | |
Gêneros de fusão | |
Tango eletrônico | |
Formas regionais | |
Argentina, Uruguai, Europa |
O tango é um estilo musical e uma dança a par. Tem forma musical binária e compasso de dois por quatro. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos são celebradas pelos aficionados. Segundo Discépolo, "o tango é um pensamento triste que se pode dançar".
O tango foi integrado pela UNESCO na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2009, sendo associado aos estados-membros Argentina e Uruguai.[1]
Índice
Origem da música[editar | editar código-fonte]
Sua origem encontra-se na área de Rio da Prata, na América do Sul, nas cidades de Buenos Aires e Montevidéu. A música do tango não tem uma origem muito clara. De acordo com estudos que não dispõem de numerosa documentação, o tango descenderia da habanera e se interpretava nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu, nas duas últimas décadas do século XIX, com violino, flauta e violão. Nessa época inicial, era dançado por dois homens, daí o fato dos rostos virados, sem se fitar. Depois, já nos anos 1910, com o sucesso em Paris, foi aceito pela aristocracia platina.[2]
O escritor argentino Jorge Luis Borges afirmou que, por suas características, o tango só poderia ter nascido em Montevidéu ou Buenos Aires. O bandoneón, que atualmente caracteriza o tango, chegou à região do Rio da Prata por volta do ano 1900, nas maletas de imigrantes alemães. Não existem muitas partituras da época, pois os músicos de tango não sabiam escrever a música e, provavelmente, interpretavam sobre a base de melodias já existentes, tanto de habaneras como de polcas.
Origem da dança[editar | editar código-fonte]
O tango nasceu nos subúrbios de Buenos Aires, na Argentina, no final do século XIX (SZEGO, 2007, p. 62).[3]
Etimologia[editar | editar código-fonte]
"Tango" é um termo originário das línguas africanas: inicialmente, designava uma espécie de pequeno tambor africano.[4][5]
Características[editar | editar código-fonte]
O tango mescla o drama, a paixão, a sexualidade, a agressividade, e sempre é totalmente triste. Como dança, é "duro", masculino, sem meneios femininos, a mulher é sempre submissa. O ritmo é sincopado, tem um compasso binário. A síncope é de uma nota tocada no tempo fraco que se prolonga até um tempo forte, o que movimenta a música e desloca a acentuação do ritmo.[2]
Época de ouro[editar | editar código-fonte]
O tango | |
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Par dança tango | |
País(es) | Argentina Uruguai |
Domínios | Artes cénicas Técnicas artesanais tradicionais Tradições e expressões orais Usos sociais, rituais e atos festivos |
Referência | 00258 |
Região | LCA |
Inscrição | 2009 (4.ª sessão) |
Lista | Lista Representativa |
O tango argentino, ou rio-platense, começou a ultrapassar fronteiras já no início do século XX, quando marinheiros franceses levaram, ao seu país natal, o tango do uruguaio Enrique Saborido, La morocha, isso por volta de 1907. Paris se apaixonou pelo tango, uma dança exótica e sensual para os parisienses, o que fez com que muitos artistas argentinos e uruguaios viajassem e até se radicassem na capital francesa.
Os pesquisadores do gênero identificam duas fases de ouro do tango: a primeira, nos anos 1920, quando várias figuras do ambiente artístico de Buenos Aires e Montevidéu, inclusive muitos literatos como José Gonzalez Castillo e Fernán Silva Valdez, canalizaram seus esforços no fomento da música popular rio-platense e, em especial, do tango. Nos anos 1920, cantores como Carlos Gardel, Ignacio Corsini e Agustín Magaldi, e cantoras como Rosita Quiroga e Azucena Maizani, venderam muitos discos na florescente indústria discográfica argentina e difundiram o tango para fora da Argentina.
Os anos 1940 marcaram a segunda época de ouro do tango, quando novos valores do tango como Aníbal Troilo, Astor Piazzolla e Armando Pontier se juntaram a nomes consagrados como Francisco Canaro e Carlos di Sarli, isso sem contar o fenômeno de popularidade que foi Juan D'Arienzo.
O tango foi considerado um Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura[2] em 30 de setembro de 2009, em Dubai.
Existiu também o tango brasileiro, muito em voga no início do século vinte no Rio de Janeiro.
Estilo do tango[editar | editar código-fonte]
Há diferentes tendências em seu estilo, como o tango-canção, o tango canyengue, o tango milonga, o tango romanza e o tango jazz. Hoje em dia, é possível até se encontrarem estilos como o tango rock e o electrotango, ou tango eletrônico.
Compositores[editar | editar código-fonte]
Alguns compositores tradicionais do tango:
- Alfredo Le Pera
- Ángel Villoldo
- Aníbal Troilo
- Ástor Piazzolla
- Carlos di Sarli
- Carlos Gardel
- Edgardo Donato
- Eduardo Arolas
- Enrique Santos Discépolo
- Francisco Canaro
- Gerardo Matos Rodríguez
- Hugo del Carril
- Julio Sosa
- Osvaldo Fresedo
- Osvaldo Pugliese
- Juan D'Arienzo
- Roberto Firpo
- Francisco Lomuto
Notas e referências
- ↑ UNESCO. «El tango». Consultado em 21 de janeiro de 2019
- ↑ ab c Tango Conf. Marcelo Copello - Revista Gosto Nº7 Fev. 2010 - Editora Isabella
- ↑ SZEGO, Thais. Entre na dança. Revista Saúde! é vital. Março, 2007, pp. 62-64.
- ↑ CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1996. p. 754.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 647
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