terça-feira, 6 de agosto de 2019

PONTE 25 DE ABRIL "ex-Ponte SALAZAR" - Foi inaugurada em 1966 (há 53 anos) - 6 de AGOSTO DE 2019

PONTE SALAZAR ou 

PONTE 25 DE ABRIL


TO BE OR NOT TO BE - Eis a questão. 

Os altos luminares do Estado e não só, deliberaram depois de 1974 mudar o nome à PONTE SALAZAR para 25 DE ABRIL que não teve nada a ver com o assunto. 

COISAS DA VIDA E DA DEMOCRACIA PORTUGUESA...



Ponte 25 de Abril

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Ponte 25 de Abril
Ponte 25 de Abril vista de Alcântara (Lisboa). Ao fundo pode ver-se o Santuário Nacional de Cristo Rei.
Nome oficialPonte 25 de Abril
Outros nomesPonte Sobre o Tejo (nome oficial do projecto)
Ponte Salazar (até 1974)
Arquitetura e construção
DesignPonte suspensa
Início da construção5 de Novembro de 1962
Término da construção1966
Data de abertura6 de Agosto de 1966
Dimensões e tráfego
Comprimento total2 277,64 m
Altura máxima70 m
Tráfego150.000 carros
157 comboios
Pedágio1.80 € (Apenas no sentido norte, Jan 2018)
Geografia
ViaA2 / IP7 e Linha do Sul
CruzaRio Tejo
LocalizaçãoLisboaPortugal
Coordenadas38° 41′ 27″ N, 9° 10′ 39″ O
Ponte 25 de Abril, é uma ponte suspensa rodoferroviária sobre o rio Tejoque liga a cidade de Lisboa (margem norte) à cidade de Almada (margem sul), em Portugal. A ponte atravessa o estuário do Tejo na parte final e mais estreita — o designado gargalo do Tejo.
A Ponte tem 2 277 metros de comprimento. Com um vão livre de 1 013 metros, a Ponte 25 de Abril é a 33.ª maior ponte suspensa do mundo. O tabuleiro superior alberga 6 vias rodoviárias (3 por sentido), enquanto que o tabuleiro inferior alberga duas linhas ferroviárias eletrificadas a 25 kv AC.
Projetos para a construção de uma ponte sobre o estuário do Tejo existem desde finais do século XIX; no entanto, só na década de 1950 é que o governo português avançou com a construção de uma ponte para ligar as duas margens da área metropolitana de Lisboa. A construção começou em novembro de 1962 e prolongou-se por quatro anos. A Ponte foi inaugurada em 6 de agosto de 1966, então apenas com um tabuleiro rodoviário. Em 29 de julho de 1999 foi inaugurado o tabuleiro ferroviário.[1] A Ponte 25 de Abril foi concessionada à empresa privada Lusoponte em 1996, que também foi incumbida de construir a Ponte Vasco da Gama. A concessão destas duas pontes termina em março de 2030.
Até 1974, a Ponte 25 de Abril chamava-se Ponte Salazar. O nome 25 de Abril faz alusão à revolução de 25 de Abril de 1974.

História[editar | editar código-fonte]

A primeira ideia sobre a construção de uma ponte que ligasse a cidade de Lisboa a Almada, situada na margem esquerda do Tejo, remonta ao ano de 1876. Naquela altura, o engenheiro Miguel Pais sugeriu que a sua construção fosse feita entre Lisboa e o Montijo.
Mais tarde, em 1888, um engenheiro norte-americano de nome Lye, propôs que a ponte fosse construída entre a zona do Chiado, no centro de Lisboa, e Almada.
A Ponte 25 de Abril com o Cristo Rei e a Serra da Arrábida ao fundo.
Vista da ponte iluminada à noite.
No ano seguinte (1889), dois engenheiros franceses, Bartissol e Seyrig, sugeriram a ligação rodoviária e ferroviária a partir da zona da Rocha Conde de Óbidos, do lado de Lisboa, a Almada. Um ano depois (1890), surgiu uma nova proposta, feita por uma empresa alemã, que propunha a ligação entre a zona do Beato, do lado de Lisboa, e o Montijo. Esta última ideia teve bastante aceitação por parte da opinião pública à época.
Já no século XX, no ano de 1913, o governo português recebeu uma sugestão para a construção de uma ponte, retomando a ligação entre a zona da Rocha Conde de Óbidos e Almada. Esta proposta foi reatada, em 1921, pelo engenheiro espanholAlfonso Peña Boeuf, chegando o seu projecto a ser discutido no Parlamentoportuguês.
Decorria o ano de 1929, quando o engenheiro português António Belo solicitou a concessão de uma via férrea a estabelecer sobre o rio Tejo, a partir da zona do Beato, em Lisboa, e o Montijo. Perante esta iniciativa, o então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, acabou por nomear, no ano de 1933, uma Comissão com o fim de analisar a proposta em causa, tendo ele próprio, apresentado, em 1934, uma proposta ao Governo, de que fazia parte, para a construção de uma ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo.
Contudo, todas estas propostas acabaram por ser preteridas em favor das obras da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, aberta em 1951.
Apenas no ano de 1953 é que o Governo português criou uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo.
Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidiram oficialmente a construção de uma ponte. A concessão foi liderada pelo Eng. José Estevão de Abranches Couceiro do Canto Moniz (então nomeado director do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e depois ministro das Comunicações) que foi o responsável pela abertura de um concurso público internacional, para que fossem apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu em 1960, a obra foi adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em 1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.
5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção. Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada (seis meses antes do prazo previsto [carece de fontes]), cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, recebendo a denominação de Ponte Salazar.[2]
O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inflação, a perto de 11 milhões de euros
A ponte 25 de Abril exige uma manutenção permanente. Este colosso de aço é inspeccionado há 50 anos pelo ISQ.

Imprensa[editar | editar código-fonte]

No dia da inauguração a imprensa estava lá para festejar, laudatoriamente, a maior obra pública do país. Várias centenas de páginas de jornais e revistas foram preenchidas tendo-se difundido o grande projeto além fronteiras. Jornais de renome como o Diário de NotíciasO SéculoDiário de LisboaDiário PopularComércio do Porto entre muitos outros, mostraram ao mundo o impacto da fundação através de imagens e testemunhos.[3] Ainda no mesmo ano nasceu o filme "A Ponte Salazar sobre o Rio Tejo em Portugal", filme oficial encomendado pelo regime, produzido pela Tobis Portuguesa sob a direção de imagem de Leitão de Barros.[4]

A Revolução[editar | editar código-fonte]

Aspecto da ligação ferroviária entre o Túnel do Pragal e a Ponte 25 de Abril, na Linha do Sul.
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estrondo da ponte 25 de abril
Logo a seguir à Revolução de 25 de Abril de 1974, o seu nome foi mudado para Ponte 25 de Abril.[5]
Ainda que projectada para suportar, em simultâneo, tráfego ferroviário e rodoviário, nesta fase só ficou preparada para a passagem de veículos rodoviários. Apenas em 1996, é que o Governo português procedeu à elaboração de um projecto para a instalação do tráfego ferroviário, através da montagem de um novo tabuleiro, alguns metros abaixo do tabuleiro do trânsito rodoviário, já em funcionamento. A 30 de Julho de 1999 foi inaugurada este novo tipo de travessia.
As consequências resultantes desta travessia não se fizeram esperar, desde a sua entrada em funcionamento, designadamente no que se refere à explosão urbanística que surgiu na margem esquerda do Rio Tejo, de Almada a Setúbal, estimulando, igualmente, o crescimento económico e turístico do sul de Portugal, destacando-se, neste caso, a região do Algarve.
Desde o início do seu funcionamento que a circulação rodoviária é intensa, do que resultam situações de congestionamento automóvel diárias. Esclarecedores são os números referentes ao início do ano de 2006: passam na Ponte 25 de Abril sete mil carros, nos dois sentidos, na "hora de ponta" e cento e cinquenta mil, em média, por dia, o que corresponde a mais de 300 mil utilizadores diários.
Também a circulação ferroviária é intensa, correspondendo esta à passagem de 157 comboios, diariamente, nos dois sentidos, transportando estes cerca de oitenta mil passageiros dia.
Só no ano de 2007 foram transportados 22 milhões de utentes pela via ferroviária.
A grandeza e a imponência da Ponte 25 de Abril está bem expressa no facto de, à data da sua inauguração, ser a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos. Passados cinquenta anos, após a sua inauguração, ocupa, agora, o 20º[6] lugar, a nível mundial.
Anualmente, em meados de Março, a ponte é cortada ao trânsito por umas horas para a realização da Meia-Maratona de Lisboa.
Em 27 de setembro de 2017, abre na ponte um miradouro junto ao tabuleiro por onde circulam os carros na Ponte 25 de Abril, a 80 metros de altura, junto ao pilar 7 permitindo uma vista privilegiada de Lisboa até à outra margem. O projeto custou 5,3 milhões de euros, assegurados parcialmente pela taxa turística que é cobrada aos turistas que visitam Lisboa. A estrutura tem chão e paredes de vidro.[7]

Características técnicas[editar | editar código-fonte]

Outros dados relevantes sobre a Ponte 25 de Abril, à data da sua inauguração:
  • 1 012,80 metros de comprimento do vão principal
  • 2 277,64 metros de distância de amarração a amarração
  • 70 metros de altura do vão acima do nível da água
  • 190,47 metros de altura das torres principais acima do nível da água (o que a torna a segunda mais alta construção de Portugal [carece de fontes] e uma das pontes mais altas da Europa, com o viaduto de Millau em França)
  • 58,6 centímetros de diâmetro de cada cabo principal
  • 11 248 fios de aço com 4,87 milímetros de diâmetro, em cada cabo (o que totaliza 54,196 quilómetros de fio de aço)
  • 79,3 metros de profundidade, abaixo do nível de água, no pilar principal, Sul
  • 30 quilómetros de rodovias nos acessos Norte e Sul com 32 estruturas de betão armado e pré-esforçado
Na Ponte 25 de Abril pode ouvir-se constantemente este som (59s) que corresponde à deslocação dos carros no tabuleiro.
Ponte 25 de Abril vista do Cemitério dos Prazeres.
A Ponte vista de Santa Maria de Belém.
Panorama da Ponte vista do Palácio das Necessidades.

Perfil[editar | editar código-fonte]

TroçoPerfilExtensão
Lisboa - Almada
Spain traffic signal s11b.svg
2,27764 km

Histórico de Troços[editar | editar código-fonte]

TroçoSituaçãokm
Lisboa - AlmadaEm serviço (08/1966)
2,27764

Referências

  1.  Inauguração da Travessia de Comboio na Ponte 25 de Abril. RTP. 29 de julho de 1999. Consultado em 12 de novembro de 2018
  2.  Cf. Decreto-Lei n.º 48112, de 14 de dezembro.
  3.  Hemeroteca Digital (2016). «Dossier digital:A inauguração da Ponte sobre o Tejo na imprensa»Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de junho de 2017
  4.  Hemeroteca Digital (2016). «Dossier digital:A inauguração da Ponte sobre o Tejo na imprensa»Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de junho de 2017
  5.  Sobre a denominação oficial cf., entre muitos outros, o Decreto-Lei 145/77, de 9 de abril.
  6.  http://en.structurae.de/structures/data/index.cfm?id=s0000237
  7.  «Miradouro na Ponte 25 de Abril abre na quarta-feira»

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia

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