Língua inglesa
Inglês (English) | ||
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Pronúncia: | /ˈɪŋglɪʃ/ | |
Falado em: | (ver abaixo) | |
Total de falantes: | Primeira língua: 360–400 milhões Segunda língua: 199 milhões–1,4 bilhão[1][2] Total: 500 milhões[2][3] | |
Posição: | 3a posição como língua nativa e 2aposição contando também os que a falam como segunda língua. | |
Família: | Indo-europeia Germânica Germânica ocidental Anglo-frísia[4] Ânglica Inglês | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | 53 países Nações Unidas União Europeia Comunidade das Nações Conselho da Europa OTAN NAFTA OEA OCI UKUSA | |
Regulado por: | Sem regulamentação oficial | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | en | |
ISO 639-2: | eng | |
ISO 639-3: | eng | |
Países onde o inglês é a língua de facto em azul escuro
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Inglês (English) é uma língua germânica ocidental que surgiu nos reinos anglo-saxônicos da Inglaterra e se espalhou para o que viria a tornar-se o sudeste da Escócia, sob a influência do reino anglomedieval da Nortúmbria. Após séculos de extensa influência da Grã-Bretanha e do Reino Unido desde o século XVIII, através do Império Britânico, e dos Estados Unidos desde meados do século XX,[5][6][7][8]o inglês tem sido amplamente disperso em todo o planeta, tornando-se a principal língua do discurso internacional e uma língua franca em muitas regiões.[9][10] O idioma é amplamente aprendido como uma segunda língua e usado como língua oficial da União Europeia, das Nações Unidas e de muitos países da Commonwealth, bem como de muitas outras organizações mundiais. É o terceiro idioma mais falado em todo o mundo como primeira língua, depois do mandarim e do espanhol.[11]
Historicamente, o inglês originou-se da fusão de línguas e dialetos, agora coletivamente denominados inglês antigo, que foram trazidos para a costa leste da Grã-Bretanha por povos germânicos (anglo-saxões) no século V, sendo a palavra english derivada do nome dos anglos e, finalmente, de sua região ancestral de Angeln (no que é agora Schleswig-Holstein).[12] Um número significativo de palavras em inglês são construídos com base nas raízes do latim, visto que esse idioma foi, de alguma forma, a língua franca da Igreja Cristã e da vida intelectual europeia.[13] O inglês foi mais influenciado pela língua nórdica antiga, devido a invasões viquingues nos séculos VIII e IX.
A conquista normanda da Inglaterra no século XI originou fortes empréstimos do franco-normando e as convenções de vocabulário e ortografia começaram a dar a aparência superficial de uma estreita relação do inglês com as línguas românicas,[14][15] o que agora é chamado de inglês médio. A Grande Mudança Vocálica, que começou no sul da Inglaterra no século XV é um dos eventos históricos que marcam o surgimento do inglês moderno a partir do inglês médio.
Devido à assimilação das palavras de muitos outros idiomas ao longo da história moderna, o inglês contém um vocabulário muito grande. O inglês moderno não só assimilou palavras de outras línguas europeias, mas também de todo o mundo, incluindo palavras do hindi e de origens africanas. O Oxford English Dictionarylista mais de 250.000 palavras distintas no idioma, não incluindo muitos termos técnicos, científicos ou gírias.[16][17]
Índice
História
Ver artigo principal: História da língua inglesa
O inglês é uma língua germânica ocidental que se originou a partir dos dialetos anglo-frísio e saxão antigo trazidos para a Grã-Bretanha por colonos germânicos de várias partes do que é hoje o noroeste da Alemanha, Dinamarca e Países Baixos.[18] Até essa época, a população nativa da Bretanha Romana falava língua celta britânica junto com a influência acroletal do latim, desde a ocupação romana de 400 anos.[19]
Uma das tribos germânicas que chegaram à Grã-Bretanha foram os anglos,[20] que Bedaacreditava terem mudado completamente a Bretanha.[21] Os nomes england (de Engla land[22] ou "terra dos anglos") e english (do inglês antigo englisc[23]) são derivados do nome dessa tribo; no entanto saxões, jutos e uma variedade de povos germânicos a partir das costas da Frísia, Baixa Saxônia, Suécia e Jutlândia do Sul também se mudaram para a Grã-Bretanha nesta época.[24][25][26]
Inicialmente, o inglês antigo era um grupo diverso de dialetos, o que reflete as origens variadas dos reinos anglo-saxões da Grã-Bretanha,[27] mas um desses dialetos, o saxão ocidental, eventualmente passou a dominar e é neste que o poema Beowulf foi escrito.
O inglês antigo mais tarde foi transformado por duas ondas de invasões. O primeiro foi por falantes do ramo linguístico germânico setentrional, quando Haldano e Ivar, o Desossado começaram a conquista e a colonização do norte das Ilhas Britânicas, nos séculos VIII e IX (ver Danelaw). A segunda foi por falantes do normando antigo, uma língua românica, no século XI com a conquista normanda da Inglaterra. O normando desenvolveu-se para anglo-normando e depois para anglo-francês, quando introduziu uma nova gama de palavras, especialmente através dos tribunais e do governo. Além do alargamento do léxico com palavras escandinavas e normandas, estes dois eventos também simplificaram a gramática e transformaram o inglês em uma linguagem de empréstimo,mais aberta para aceitar novas palavras de outras línguas.
As mudanças linguísticas no inglês após a invasão normanda produziu o que é agora conhecido como inglês médio, sendo The Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, a obra mais conhecida.
Durante todo este período o latim, de alguma forma, era a língua franca da vida intelectual europeia, em primeiro lugar o latim medieval da Igreja Cristã, mas depois o latim humanista da Renascença e aqueles que escreveram ou copiaram textos em latim[13] comumente cunharam novos termos do idioma para se referir a coisas ou conceitos para os quais não havia nenhuma palavra nativa existente no inglês.
O inglês moderno, que inclui as obras de William Shakespeare[28] e a Bíblia King James, é geralmente datado de cerca de 1550, e quando o Reino Unido se tornou uma potência colonial, o idioma serviu como língua franca das colônias do Império Britânico. No período pós-colonial, algumas das nações recém-criadas que tinham várias línguas nativas optaram por continuar a empregar o inglês como língua franca para evitar as dificuldades políticas inerentes à promoção de qualquer língua própria acima das outras. Como resultado do crescimento do Império Britânico, o inglês foi adoptado na América do Norte, Índia, África, Austrália e em muitas outras regiões, uma tendência alargada com o surgimento dos Estados Unidos como uma superpotência em meados do século XX, nomeadamente após a Segunda Guerra Mundial.
Distribuição geográfica
Ver artigos principais: Anglofonia e América Anglo-Saxônica
Cerca de 375 milhões de pessoas falam inglês como sua primeira língua.[29] O inglês hoje é provavelmente a terceira maior língua em número de falantes nativos, depois do chinês mandarim e do espanhol.[11][30] No entanto, quando se combina nativos e não nativos é provavelmente a língua mais falada no mundo, embora eventualmente a segunda, ficando atrás de uma combinação dos idiomas chineses (dependendo ou não das distinções esses idiomas são classificados como "línguas" ou "dialetos").[31][32]
As estimativas que incluem falantes do inglês como segunda língua variam entre 470 milhões a mais de um bilhão, dependendo de como a alfabetização ou o domínio é definido e medido.[33][34] O professor de Linguística David Crystal calcula que os não-falantes já superam o número de falantes nativos em uma proporção de 3-1.[35]
Os países com maior população de falantes nativos de Inglês são, em ordem decrescente: Estados Unidos (215 milhões),[36] Reino Unido (61 milhões),[37]Canadá (18,2 milhões),[38] Austrália (15,5 milhões),[39] Nigéria (4 milhões),[40] Irlanda (3,8 milhões),[37] África do Sul (3,7 milhões),[41] e Nova Zelândia (3,6 milhões), conforme censo de 2006.[42] Entretanto, apesar dos Estados Unidos ser o país com o maior número de nativos que falam esta língua, o inglês não é o idioma oficial do país, que não tem, em sua Constituição, a designação de um idioma oficial, ao contrário do Brasil, por exemplo, que define o português como sua língua constitucional.[43] É possível, inclusive, que cada estado norte-americano adote a língua que quiser como a sua oficial, bastando para isso criar um artigo em sua legislação estadual.[44]
Países como as Filipinas, Jamaica e Nigéria também têm milhões de falantes nativos de dialetos contínuos que vão do crioulo de base inglesa a versão mais padrão do inglês. Dessas nações onde o inglês é falado como segunda língua, a Índia tem o maior número de falantes (inglês indiano). Crystal afirma que, combinando os falantes nativos e não nativos, a Índia agora tem mais pessoas que falam ou entendem o inglês do que qualquer outro país do mundo.[45][46]
Idioma global
O inglês deixou de ser uma "linguagem inglesa", no sentido de pertencer apenas às pessoas que são etnicamente inglesas.[47][48] O uso do idioma está crescendo ao redor do mundo para a comunicação internacional. A maioria das pessoas aprendem inglês por razões práticas, em vez de ideológicas.[49] Muitos falantes do inglês na África tornaram-se parte de uma comunidade linguística "afro-saxã" que une africanos de diferentes países.[50]
O inglês moderno, por vezes descrito como a primeira língua franca global,[51][52] também é considerado como a primeira língua mundial.[53][54] O idioma é o mais usado do mundo em publicações de jornais e livros, nas telecomunicações internacionais, na publicação científica, no comércio internacional, no entretenimento de massa e na diplomacia.[54] O inglês é, por um tratado internacional, a base para as línguas naturais controladas.[55] Seaspeak e Airspeak são utilizadas como línguas internacionais auxiliares de navegações marítimas[56] e da aviação.[57] O inglês substituiu o alemão como língua dominante na pesquisa científica[58] e atingiu paridade com o francês como uma língua diplomática após as negociações do Tratado de Versalhes em 1919.[59]
Na época da fundação da Organização das Nações Unidas no fim da Segunda Guerra Mundial, o inglês tornou-se proeminente[60] e é agora a principal língua em todo o mundo das relações internacionais,[61] além de ser uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas.[62] Muitos outras organizações internacionais em todo o mundo organizações, como o Comitê Olímpico Internacional e a União Europeia, especificam o inglês como sua língua de trabalho ou oficial. Apesar de na maioria dos países o inglês não ser uma língua oficial, é atualmente a língua mais frequentemente ensinada como língua estrangeira.[51][35]
Alfabeto inglês
Ver artigo principal: Alfabeto inglês
O inglês é escrito no alfabeto latino, sem nenhum carácter especial. Há aparentes exceções em palavras que mantém a grafia estrangeira, como naïve, Noël e fête. Os nomes das letras são os seguintes:
A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | |
nome | a | bee | cee | dee | e | ef | gee | aitch | i | jay | kay | el | em |
pronúncia (IPA) | /ˈeɪ/ | /ˈbiː/ | /ˈsiː/ | /ˈdiː/ | /ˈiː/ | /ˈεf/ | /ˈdʒiː/ | /ˈeɪtʃ/ | /ˈaɪ/ | /ˈdʒeɪ/ | /ˈkeɪ/ | /ˈεɫ/ | /ˈεm/ |
N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | |
nome | en | o | pee | cue | ar | ess | tee | u | vee | double-u | ex | wye | zee (EUA) ou zed (R.U.) |
pronúncia (IPA) | /ˈɛn/ | /ˈoʊ/ | /ˈpiː/ | /ˈkjuː/ | /ˈɑr/ | /ˈɛs/ | /ˈtiː/ | /ˈjuː/ | /ˈviː/ | /ˈdʌbəɫjuː/ | /ˈɛks/ | /ˈwaɪ/ | /ˈziː/ ou /ˈzed/ |
Fonologia
Vogais
AFI | Descrição | exemplo |
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monotongos | ||
i/iː | alta, anterior, não-arredondada | bead |
ɪ | média alta, central anterior, não-arredondada | bid |
ɛ | média baixa, anterior, não-arredondada | bed |
æ | média baixa, anterior, não-arredondada | bad |
ɒ | baixa, posterior, arredondada | box[cm 1] |
ɔ/ɑ | média baixa, posterior, arredondada | pawed[cm 2] |
ɑ/ɑː | baixa, posterior, não-arredondada | bra |
ʊ | média alta, central posterior | good |
u/uː | alta, posterior, arredondada | booed[cm 3] |
ʌ/ɐ/ɘ | média baixa, posterior, não-arredondada; média baixa, central | bud |
ɜː ou ɝ | média baixa, central, não-arredondada ou retroflexa | bird[cm 4] |
ə | média baixa, posterior, não-arredondada | Rosa's[cm 5] |
ɨ | alta, central, não-arredondada | roses[cm 6] |
Ditongos | ||
e(ɪ)/eɪ | média alta, anterior, não-arredondada alta, anterior não-arredondada | bayed[cm 7] |
o(ʊ)/əʊ | média alta, posterior, arredondada média alta, central posterior | bode[cm 7] |
aɪ | baixa, anterior, não-arredondada média alta, central anterior, não-arredondada | cry |
aʊ | baixa, anterior, não-arredondada média alta, central posterior | bough |
ɔɪ | média baixa, posterior, arredondada alta, anterior, não-arredondada | boy |
ʊɚ/ʊə | média alta, central posterior média baixa, posterior, não arredondada | boor[cm 8] |
ɛɚ/ɛə/eɚ | média baixa, anterior, não-arredondada média baixa, posterior, não arredondada | fair[cm 9] |
- Notas
- ↑ O inglês norte-americano não tem este som; palavras com este som são pronunciadas com /ɑ/ ou /ɔ/
- ↑ Alguns dialetos norte americanos não têm esta vogal
- ↑ A letra U pode representar tanto /u/ quanto /ju/. Na pronúncia inglesa, se /ju/ ocorrem após /t/, /d/, /s/ ou /z/, isso normalmente provoca palatização e tais consoantes tornam-se, respectivamente, /ʨ/, /ʥ/, /ɕ/ e /ʑ/, como em tune, during, sugar, e azure. No inglês norte-americano, a palatização não acontece normalmente, a não se que /ju/ seja seguido de r, resultando que /(t, d,s, z) jur/ tornem-se, respectivamente, /tʃɚ/, /dʒɚ/, /ʃɚ/and /ʒɚ/, como em nature, verdure, sure, e treasure
- ↑ A variante norte-americana deste som é uma vogal matizada de r
- ↑ Muitos falantes do inglês norte-americano não distinguem entre estas duas vogais átonas. Pronunciam roses e Rosa's do mesmo jeito e o símbolo usado é este: /ə/
- ↑ Este som é comumente transcrito /i/ ou /ɪ/
- ↑ ab Os ditongos /eɪ/ e /oʊ/ são monotongalizados por muitos falantes do inglês padrão norte-americano, respectivamente, em: /eː/ e /oː/
- ↑ Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, este som seria /ʊə/, /ɔ:/
- ↑ Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, o /ə/ é suprimido, ficando uma vogal longa /ɛ:/
Consoantes
Este é o sistema de consoantes da língua inglesa, transcritos com os símbolos do Alfabeto Fonético Internacional (AFI).
Bilabiais | Labio- dentais | Dentais | Alveolares | Palato- alveolares | Palatais | Velares | Labio- velares | Glotal | |
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Nasais | m | n | ŋ[cn 1] | ||||||
Plosivas | p b | t d | k ɡ | ||||||
Africadas | tʃ dʒ[cn 2] | ||||||||
Fricativas | f v | θ ð[cn 3] | s z | ʃ ʒ[cn 2] | ç[cn 4] | x[cn 5] | h | ||
Vibrante simples | ɾ[cn 6] | ||||||||
Aproximantes | ɹ[cn 2] | j | ʍ w[cn 7] | ||||||
Lateral | l |
- Notas
- ↑ A nasal velar [ŋ] é um alofone de /n/ em alguns sotaques do norte da Grã-bretanha, aparecendo apenas antes de /k/ e /g/. Em todos os outros dialetos, é um fonema separado, embora apareça apenas em fim de sílaba.
- ↑ ab c Os sons /ʃ/, /ʒ/, e /ɹ/ são labializados em alguns dialetos. A labialização nunca é contrastiva na posição inicial e, consequentemente, não é transcrita. A maioria dos falantes do inglês estadunidense e canadensepronuncia "r" (sempre rotizado) como /ɻ/, enquanto que o mesmo é pronunciado no inglês escocês e outros dialetos como vibrante múltipla alveolar.
- ↑ Em alguns dialetos, como o cockney, as interdentais /θ/ e /ð/ são usualmente misturadas com /f/ e /v/, e em outros, como o inglês vernáculo afro-americano, /ð/ é misturado com a dental /d/. Em algumas variedades irlandesas, /θ/ e /ð/ tornam-se as plosivas dentais correspondentes, que então contrastam com as plosivas alveolares.
- ↑ A fricativa palatal surda /ç/ é, na maioria dos sotaques, apenas um alofone de /h/ antes de /j/; por exemplo human /çjuːmən/. Contudo, em alguns sotaques (veja isto), o /j/ desaparece, mas a consoante inicial é a mesma.
- ↑ A fricativa velar surda /x/ é usada por falantes escoceses e galeses em palavras como loch /lɒx/ ou por alguns falantes em palavras emprestadas do alemão ou hebraico, como Bach /bax/ ou Chanukah /xanuka/. /x/ também ocorre no inglês sul-africano. Em alguns dialetos como o scouse (de Liverpool) tanto [x] quanto a africada [kx]podem ser usadas como alofones de /k/ em palavras como docker [dɒkxə]. A maioria dos falantes nativos tem grande dificuldade para pronunciar esse fonema corretamente quando aprendem outras línguas. A maioria usa os sons [k] e [h] no lugar.
- ↑ A vibrante simples alveolar [ɾ] é um alofone de /t/ e /d/ em sílabas átonas no inglês estadunidense, no canadense e no australiano.[63] Esse é o som das letras tt e dd nas palavras latter e ladder, que são homófonaspara muitos falantes do inglês na América do Norte. Em alguns sotaques, como o inglês escocês e o indiano, ele substitui /ɹ/. É o mesmo som representado por um r simples do português.
- ↑ O w surdo [ʍ] é encontrado no inglês da Escócia e da Irlanda e em algumas variedades da Nova Zelândia, dos Estados Unidos e da Inglaterra. Na maioria dos outros dialetos, ele é misturado com /w/, e, em alguns dialetos escoceses, com /f/.
Gramática
A língua inglesa possui um sistema de inflexão muito simples, se comparado com a maioria das línguas indo-europeias. Não tem gênero gramatical, pois os adjetivos são invariáveis. Há entretanto, resquícios de flexão casual (o genitivo saxônico e pronomes oblíquos).
Os verbos regulares têm apenas 6 formas distintas, duas das quais não se usam mais.
- Ex: love (forma básica), lovest (2ª pessoa singular do presente do indicativo ativo - obsoleta), loves ou loveth (3ª pessoa singular do presente do indicativo ativo - a segunda é obsoleta), loved (particípio passado e todas as pessoas menos a segunda singular do pretérito simples ativo), lovedst (2ª pessoa singular do pretérito simples ativo - obsoleta) e loving (particípio presente e gerúndio).
Não há formas passivas sintéticas, mas apenas três modos: indicativo, imperativo e subjuntivo, este raramente usado.
Outros artigos sobre gramática da língua inglesa
Vocabulário
Cores (colors)
- preto - black
- branco - white
- cinza / cinzento - gray / grey
- vermelho - red
- verde - green
- azul - blue
- amarelo - yellow
- laranja - orange
- marrom / castanho - brown
- bege - beige
- lilás - lilac
- roxo / púrpura - purple
- cor-de-rosa - pink
Numerais em inglês
Português | zero | um | dois | três | quatro | cinco | seis | sete | oito | nove | dez |
Inglês | zero | one | two | three | four | five | six | seven | eight | nine | ten |
pronúncia (IPA) | /ziːroʊ/ | /wʌn/ | /tiu/ | /θriː/ | /fɔr/ | /faɪv/ | /sɪks/ | /sɛvən/ | /eɪt/ | /naɪn/ | /tɛn/ |
De 11 a 20:
- onze - eleven
- doze - twelve
- treze - thirteen
- quatorze - fourteen
- quinze - fifteen
- dezesseis - sixteen
- dezessete - seventeen
- dezoito - eighteen
- dezenove - nineteen
- vinte - twenty
As dezenas são sempre terminadas com "ty" (Exemplo: twenty (20), thirty (30), forty (40), fifty (50), etc). As centenas são escritas na forma "NÚMERO hundred". Por exemplo:
- cem - one hundred
- duzentos - two hundred
- trezentos - three hundred
Os milhares funcionam do mesmo modo que as centenas, apenas trocando "hundred" por "thousand". Por exemplo:
- mil - one thousand
- dois mil - two thousand
- três mil - three thousand
Para escrever a casa dos milhões, devemos utilizar a palavra "million":
- 1 milhão - one million
- 2 milhões - two million
- 3 milhões - three million
Diferentemente do português, o inglês pode utilizar simples multiplicações para se referir a algum número, assim como entendemos facilmente que "cinco dezenas" equivalem à cinquenta, no inglês o número "mil e novecentos" (1900) pode assumir duas formas: "one thousand nine hundred"; "nineteen hundred". Seria basicamente "dezenove centenas".
Origem
Palavras de origem francesa
Devido à afluência das palavras de origem francesa a partir da invasão normanda em 1066, há em inglês pares de palavras usadas em contextos específicos e que correspondem a uma só nas línguas faladas em áreas próximas da Inglaterra. Notadamente, há, em inglês, uma palavra para designar o animal vivo (normalmente de origem anglo-saxã) e uma para a carne dele (normalmente, de origem francesa). Exemplo: ox (do anglo-saxão oxa), para designar o boi, e beef(do francês boef ou buef), para a carne de boi. Um outro exemplo é para festa de casamento e a instituição. A festa tem o nome de wedding, enquanto a instituição, marriage, que vem do francês marriage.[carece de fontes]
Outros exemplos de palavras de origem francesa:
- résumé - curriculum vitae
- royal - referente à realeza
- hors d'oeuvres - aperitivos
- arrive - do francês ariver, chegar
- sublime - do francês sublime
- challenge - do antigo francês chalengier, desafiar
- toilet - do francês toilette, banheiro
- fiancé/fiancée - noivo/noiva
- language - do antigo francês langage
- café - o estabelecimento, não a bebida
Ver também
A Wikipédia tem o portal: |
- História da língua inglesa
- Literatura inglesa
- Língua inglesa antiga
- Língua inglesa média
- Língua inglesa sul-africana
- Lista de línguas por total de falantes
- Índice de Proficiência em Inglês da EF
Língua castelhana
(Redirecionado de Língua Espanhola)
Castelhano ou espanhol (Castellano o español) | ||
---|---|---|
Falado em: | (veja abaixo) | |
Total de falantes: | 406 milhões nativos[1][2] 110 milhões como segunda língua Mais de 500 milhões no total[3] | |
Posição: | 2 | |
Família: | Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Românica ocidental Galo-ibérica Ibero-românica Ibero-ocidental Castelhano ou espanhol | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | ||
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | es | |
ISO 639-2: | spa | |
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O castelhano (castellano) ou espanhol (español) é uma língua românica ocidental do grupo ibero-românico que evoluiu a partir de vários dialetos do latim falados no centro-norte da Península Ibéricapor volta do século IX.[5] Gradualmente, espalhou-se com a expansão do Reino de Castela (presente no norte da Espanha) para o centro e o sul da Península Ibérica durante a Idade Média.
A transição do espanhol medieval para o moderno foi marcada pela mudança e pelo ensurdecimento das consoantes sibilantes da língua antiga, que começaram no século XV. No início da sua história, o vocabulário espanhol foi enriquecido pelo seu contato com o basco e o árabe e a língua continua a adotar palavras estrangeiras a partir de uma variedade de outras línguas, bem como o desenvolvimento de novas palavras. O espanhol foi trazido principalmente para a América, bem como a África e a Ásia-Pacífico, com a expansão do Império Espanhol entre os séculos XV e XIX, onde se tornou a língua mais importante para o governo e o comércio.[6]
Em 1999, havia, de acordo com o Ethnologue, 358 milhões de pessoas que falavam o espanhol como língua nativa e um total de 417 milhões de falantes em todo o mundo.[7] Atualmente, esses valores são de até 400[8][9] e 500 milhões de pessoas, respectivamente.[3] O espanhol é o segundo idioma mais falado no mundo, depois do mandarim.[10] O México contém a maior população de falantes do idioma. O espanhol é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU)[11] e é usado como língua oficial da União Europeia, do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).
Devido à sua crescente presença na demografia e na cultura populardos Estados Unidos, especialmente nos estados de rápido crescimento do Cinturão do Sol, o espanhol é a segunda língua mais aprendida por falantes nativos do inglês. A crescente estabilidade política e econômica de muitas das maiores nações hispanófonas, a imensa extensão geográfica da língua na América Latina e Europa para o turismo e a popularidade crescente de destinos culturalmente vibrantes encontrados no mundo hispânico têm contribuído significativamente para o crescimento da aprendizagem de espanhol como língua estrangeira em todo o mundo. Atualmente, o espanhol é a terceira língua mais usada na internet depois do inglês e do mandarim. É também a segunda língua mais estudada e a segunda língua da comunicação internacional, depois de inglês, em todo o mundo.[12][13][14]
Índice
História[editar | editar código-fonte]
A língua castelhana é o idioma da Espanha, e da maioria dos países da América Latina (excepto Brasil, Belize, Haiti, Guianas e várias ilhas caribenhas), das Filipinas, na Ásia, e da Guiné Equatorial, na África. Conta com cerca de duzentos e cinquenta milhões de falantes. Também é chamada de "castelhano", nome da comunidade linguística (Castela) que lhe deu origem nos tempos medievais. Na Espanha, também são falados o catalão, o asturiano, o aragonês e o galego (idiomas de tronco românico), e o basco, uma língua cujas origens ainda são estudadas.
Na formação do castelhano/espanhol, podem-se distinguir três períodos: o medieval ou castelhano antigo (dos séculos X ao XV), o espanhol moderno (entre os séculos XVI e XVII) e o contemporâneo, que vai da fundação da Real Academia Espanhola até nossos dias.
Apesar de ser um idioma falado em regiões tão distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua, daí a colaboração entre as diversas Academias da Língua de Espanha e as dos países americanos no intuito de preservar esta unidade. Espanha elaborou o primeiro método unitário de ensino do idioma que é difundido por todo o mundo através do Instituto Cervantes.
Latim vulgar[editar | editar código-fonte]
Como disse Menéndez Pidal: "a base do idioma é o latim popular, propagado na Espanha a partir do final do século III a.C. até se impor às línguas ibéricas". Entre os séculos III e VI, a língua que evoluía em Espanha assimilou germanismos através do latim falado pelos povos bárbaros romanizados que invadiram a Península. Com o domínio muçulmano de oito séculos, a influência do árabe — idioma dos conquistadores berberes — foi decisiva na configuração das línguas ibéricas, entre as quais se incluem o castelhano/espanhol e o português.
Glosas medievais[editar | editar código-fonte]
O nome da língua procede da terra dos castelos, Castela. A esta época, pertencem as Glosas Silenses e as Emilianenses, do século X, anotações em romance dos textos latinos no Monastério de Yuso (San Millán de la Cogolla), centro medieval de cultura, mas a mais antiga referência ao idioma vem do Cartulário de Valpuesta, nos primeiros anos do século IX.
O primeiro passo para converter o castelhano em língua oficial do reino de Castela e Leão foi dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor em romance, e não em latim, as grandes obras históricas, astronômicas e legais. O castelhano era a língua dos documentos notários e da Bíblia traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao Caminho de Santiago, entraram, na língua, escassos galicismos que foram propagados pela ação dos trovadores da poesia cortesã e provençal.
Árabe[editar | editar código-fonte]
No sul, sob domínio árabe, as comunidades hispânicas que conviviam com as comunidades judaica e árabe falavam moçárabe. Esta é a língua na qual foram escritos os primeiros poemas, as Jarchas, que conservam uma forma estrófica de clara origem semítica, a moasajas.
Em quase oito séculos de interação (711-1492), os povos falantes de Árabe deixaram, no castelhano, um abundante vocabulário de cerca de quatro mil termos. Com o tempo, alguns foram caindo em desuso, mas há muitas palavras de uso comum como tambor, adobe, alfombra, zanahoria, almohada e muitas outras, e a expressão ojalá, como no português "oxalá", que significa "queira Deus" (literalmente: "queira Alá"). Cabe assinalar que penetrou, na gramática castelhana, a preposição árabe hatta (حتى), que se converteu na preposição espanhola hasta e na preposição portuguesa até.
Primeira gramática moderna europeia[editar | editar código-fonte]
A publicação da primeira auto-denominada "gramática castelhana", escrita por Elio Antonio de Nebrija em 1492,[15] ano do descobrimento da América pelos europeus, estabelece o marco inicial da segunda etapa de conformação e consolidação do idioma. O castelhano adquire grande quantidade de neologismos, pois o momento coincidiu com a expansão da Coroa de Castelaque, pela força política, conseguiu consolidar seu dialeto como língua dominante. O castelhano é a língua dos documentos legais, da política externa e a que chega à América pela mão da grande empreitada realizada pela Coroa de Castela. Nesta mesma época, os judeus sefarditas foram expulsos de Castela e Aragão em 1492 e de Portugal em 1496,[16] levando consigo a fala que daria lugar ao ladino, uma língua que, ouvida, parece castelhano.
Num primeiro momento, os realistas não mostraram interesse em difundir a língua castelhana na América e nas Filipinas, realizando-se a evangelização nas línguas nativas.
Na França, Itália e Inglaterra são editados gramáticas e dicionários para o ensino do castelhano/espanhol, que ganha o status de língua diplomática até a primeira metade do século XVIII. O léxico incorporou palavras originárias de tantas línguas quantos contatos políticos possuía o Império: italianismos, galicismos e americanismos.
No ano 1713, fundou-se a Real Academia Espanhola. Como primeira tarefa, a Academia fixou as mudanças feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu grande variedade de estilos literários: da liberdade das alterações sintáticas do barroco, no século XVII, às contribuições dos poetas da geração de 1927. Publica entre 1726 e 1739 os diversos tomos do "Dicionário da língua castelhana"[17] e a sua primeira "Gramática da língua castelhana" em 1771. [18]
No primeiro terço do século XX, apareceram novas modificações gramaticais que, ainda hoje, estão em processo de assentamento. Paralelamente, é contínua a criação de neologismos provenientes das inovações técnicas e dos avanços científicos.
No século XIX, os Estados Unidos adquirem a Luisiana de França e a Flórida de Espanha, e conquistam do México os territórios que actualmente formam o Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México, Texas, Utah e Wyoming. Desta forma, o castelhano passou a ser uma das línguas dos Estados Unidos, ainda que estas variedades primitivas só sobrevivam até o início do século XXI em Paróquia de St. Bernard e uma faixa que se estende do norte do Novo México ao sul de Colorado.
Depois da guerra hispano-americana de 1898, os Estados Unidos apoderaram-se também de Cuba, Porto Rico, Filipinas e Guam. No arquipélago asiático, os Estados Unidos impuseram um sistema de ensino para substituir o castelhano pelo inglês como veículo de comunicação dos filipinos.
No século XX, milhões de mexicanos, cubanos e porto-riquenhos emigraram para os Estados Unidos, convertendo-se na minoria mais numerosa do país: 34 207 000 pessoas, em novembro de 2001.
A Constituição espanhola de 1931 e a Constituição espanhola de 1978, as únicas que versam o tema linguístico, explicitam o idioma oficial do Estado como castelhano. [19]
Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Distribuição geográfica da língua espanhola e Hispanofonia
Enquanto na lista mundial de línguas mais faladas figure na segunda, terceira ou quarta posição segundo a fonte consultada (os censos da Índia e América do Sul variam muito segundo o organismo consultado), o que fica claro é que em importância ocupa a segunda posição atrás do inglês, com quase quatrocentos milhões de falantes nativos.
Embora o castelhano seja uma língua principalmente americana, é falada nos seis "continentes", embora em alguns de forma quase residual:
- É oficial nos seguintes países:
- Argentina
- Bolívia
- Chile
- Colômbia
- Costa Rica
- Cuba
- Equador
- Espanha
- El Salvador
- Guatemala
- Guiné Equatorial
- Honduras
- México
- Nicarágua
- Panamá
- Paraguai
- Peru
- Porto Rico
- República Dominicana
- Uruguai
- Venezuela
- mas sua presença também é importante em
- Belize
- Estados Unidos
- África: Canárias, Ceuta, Melilha, Guiné Equatorial, Saara Ocidental. Em 11 de julho de 2001, o espanhol (castelhano) foi declarado uma das línguas oficiais da Organização da Unidade Africana (OUA), junto com o árabe, francês, inglês, português e kiSwahili.
- Europa: é oficial na Espanha e se fala também em Andorra e Gibraltar. Núcleos de imigrantes na Alemanha, França, Itália, República Checa e Suíça. É uma das línguas oficiais da União Europeia.
- Oceania: Ilha da Páscoa (Chile), núcleos de imigrantes na Austrália, Filipinas.
Também é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).[11]
Dialetos[editar | editar código-fonte]
Espanhol Ibérico[editar | editar código-fonte]
A língua Espanhola tem vários dialectos. Relativamente ao Castelhano, isto é, o Espanhol Ibérico, originalmente do Reino de Castela, podemos dividir Espanha ao meio, isto é, existe um feixe de isoglossas que divide o Espanhol Peninsular em dois grupos, os dialecto centro-nortenhos e os dialectos meridionais. Os dialectos centro-nortenhos têm características mais conservadoras e os dialectos meridionais, nos quais podemos incluir um grande sub-dialecto, o andaluz, têm características mais inovadoras. Convém realçar que os dialectos centro-nortenhos peninsulares são a única variedade do Espanhol que conserva a distinção entre /s/ (grafado como ) e /θ/ (grafado como ), isto é, «ceseo». Enquanto que todas as outras variedades são ou «seseantes» ou «ceceantes». «Seseo», isto é a perda da distinção fonética entre /s/ e /θ/ a favor de /s/. «Ceceo» é a perda da distinção fonética a favor da fricativa inter-dental /θ/, sendo este estigmatizado e marginalizado pelo resto da comunidade espanhola e até mesmo pelos próprios falantes «ceceantes». Este fenómeno de «ceceo» encontra-se apenas em zonas rurais do sul da Andaluzia, sendo nos meios urbanos evitado pelos próprios «ceceantes». O «seseo» é um fenómeno do norte da Andaluzia, que é encontrado em todos os países da América Latina. Nesta região do «seseo» encontra-se Sevilha, cidade da qual saíram as pessoas destinadas à repovoação e colonização do continente americano, levando assim o «seseo» com eles para a América, onde prevalece até hoje.[54]
Variedades do Espanhol[editar | editar código-fonte]
- Dialeto andaluz
- Dialeto canário
- Dialeto churro
- Dialeto murciano
- Dialeto extremenho
- Espanhol amazônico
- Espanhol andino
- Espanhol boliviano
- Espanhol caribenho
- Espanhol centro-americano
- Espanhol chileno
- Espanhol colombiano central
- Espanhol colombiano-equatoriano ribeirinho
- Espanhol mexicano
- Espanhol peruano ribeirinho
- Espanhol venezuelano
- Espanhol rioplatense
- Espanhol da Guiné Equatorial
- Espanhol das Filipinas
- Espanhol neotradicional
Línguas derivadas[editar | editar código-fonte]
Entre as línguas crioulas e outras línguas derivadas desta língua, se podem citar o ladino e o chabacano: este último, falado em algumas localidades das Filipinas.
Diferenças[editar | editar código-fonte]
Castelhano da Espanha | Castelhano da América Latina | Tradução ao Português |
---|---|---|
acera | vereda (Arg.) / banqueta (Mex.) / andén (Col.) | calçada, passeio |
aguacate | palta / aguacate | abacate |
alquilar, arrendar, rentar | rentar (Mex.) / arrendar (Col.) | alugar, arrendar |
alquiler, arriendo | renta (Mex.) / arriendo (Col. e Chile) | aluguel, aluguer ou renda (em Portugal) |
apresurar, apurar | apurar | apressar |
arcén | banquina (Arg. Parag. e Urug.) | acostamento, berma da estrada |
ascensor | elevador / ascensor (Col.) | elevador |
calabaza | zapallo / ayote (Nic. Cost. Rica e Guat.)[55] / calabaza (Col. e Méx.) | abóbora |
calabacín | calabacita (Méx) / calabacín (Col.) / zapallitos (Parag. Chil. Arg. e Urug.) | abobrinha, courgette |
coche (automóvil) | auto / carro / coche (automóvil) | carro (automóvel) |
coger, agarrar, sujetar, tomar | tomar (Méx.) / agarrar (Arg. Chile e Urug. / sujetar / coger (Col. Per. Ec. Cuba e PR) | pegar, segurar |
chaval, mozo | chavo (Méx.) / pibe (Arg.) / chino, niño, muchacho (Col.) | rapaz, garoto, menino, moço, miúdo, chavalo (em Portugal) |
chófer, conductor | conductor / chofer | motorista, condutor, chofer |
eh / ey / oye | che (Arg.) / oye / eh | ei / aê / aí |
judías, frejoles | frijoles, porotos (Arg. e Chile.) | feijão |
mejilla | cachete | bochecha |
móvil (teléfono), celular | celular (teléfono) | celular (telefone), telemóvel |
ordenador, computadora, computador | computadora / computador | computador |
Papá Noel, Santa Claus | Santa Claus (Méx e Amér. Central) / Viejito Pascuero (Chile) / Papá Noel (Col.) | Papai Noel, Pai Natal |
prisa | apuro | pressa |
puchero, olla, pote | olla | panela |
vídeo | video | vídeo |
zapatillas (deportivas), tenis | tenis / zapatillas | tênis (Brasil), ténis (calçado), sapatilhas (em Portugal) |
Glossário[editar | editar código-fonte]
- Amér. Central = América Central
- Arg. = Argentina
- Méx. = México
- Urug. = Uruguai
- Col. = Colômbia
Fonologia[editar | editar código-fonte]
Tem semelhanças com o português. Contudo, existem diferenças, sendo as principais: ("letra castelhana/espanhola" = "letra portuguesa") ⟨ll⟩ = ⟨lh⟩, ⟨ñ⟩ = ⟨nh⟩, ⟨ch⟩ = ⟨tch⟩, ⟨b⟩ e ⟨v⟩ = ⟨b⟩, ⟨x⟩ = /ks/ (nem sempre, como em México, que soa como méjico). Não há, no espanhol moderno, o som da letra X como em xadrez (até o século XVII, a letra ⟨x⟩ representava o som de /ʃ/, como em Quixote, mas, depois do reajuste das consoantes silábicas, o som /ʃ/ (grafado ⟨x⟩), se transformou em /x/ (grafado ⟨j⟩). As letras ⟨k⟩ (/k/), ⟨w⟩ (/b/ em palavras de origem alemã e /(ɡ)w/ em de origem inglesa) e ⟨y⟩ (/i/) fazem parte do alfabeto castelhano/espanhol. Além disso, o i grego pode ser consoante ou vogal, quando consoante tem um som mais forte /ʝ/ ou /d͡ʒ/. O "J" é um caso à parte: tem um som inexistente em português (o som que chega mais perto é o do R forte brasileiro e dalgumas zonas de Portugal - como em carro). O som correspondente ao ⟨j⟩ português é representado por ⟨ll⟩ no espanhol pratino, e inexistente noutros dialectos. Fora isso não há acentos graves, til (Ñ não conta) ou circunflexo. Assim como no português ge = je e gi = ji, e também há o gue e gui, a letra Q segue o mesmo esquema (que = ke, qui = ki) e também há trema. Em castelhano/espanhol o costume é encerrar palavra com N e não com M. O Ç apesar de ter nascido do castelhano/espanhol foi abolido no século XVIII, tal como o SS. Já RR existe no castelhano/espanhol e usa-se da mesma forma que no português. Vale ressaltar que a pronúncia é de 'dois erres', ou seja, /r/,/r/, e não de /ř/ como em carro /kařo/. O Z e o C, este último antes de E ou I, em Espanha pronunciam-se de forma similar ao ⟨th⟩ /θ/ inglês em think ou something ou a θ (theta) grega.
Labial | Dental | Alveolar | Palatal | Velar | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Nasal | m | n | ɲ | ||||||
Oclusiva | p | b | t | d | tʃ | ʝ | k | ɡ | |
Continuante | f | θ1 | s | x | |||||
Vibrante múltipla | r | ||||||||
Vibrante simples | ɾ | ||||||||
Lateral | l | ʎ2 |
Notas:
- ↑1 Falantes do norte e do centro da Espanha, incluindo a variante predominante na rádio e na televisão distinguem /θ/ e /s/ (distinción). Porém, falantes de América Latina e de algumas partes do sul da Espanha só têm /s/ (seseo) e não o /θ/ (ceceo).
- ↑2 O fonema /ʎ/ (distinto de /ʝ/) só é distinguido em algumas áreas do espanhol peninsular (sobre tudo no norte e em áreas rurais), e em algumas áreas de América do Sul. Este fenómeno é conhecido como yeísmo (indistinção de lle y).
Vogais[editar | editar código-fonte]
Anterior | Central | Posterior | |
---|---|---|---|
Fechada | i | u | |
Média | e̞ | o̞ | |
Aberta | ä |
Gramática[editar | editar código-fonte]
Verbo[editar | editar código-fonte]
Os verbos se dividem em três conjugações, que podem ser identificadas segundo as duas últimas letras do infinitivo: -ar, -er ou -ir.
Os verbos conjugam-se em quatro modos verbais: indicativo, subjuntivo, imperativo e potencial. Ainda, existem três formas impessoais: infinitivo, gerúndio e particípio, que entram na composição dos verbos compostos e perífrases verbais.
Os tempos verbais podem ser simples ou compostos. Para cada tempo simples há um que é composto, que se forma antepondo o tempo simples correspondente do verbo "haber" ao particípio do verbo que se está a conjugar.
Indicativo
tempos simples
- Presente - por exemplo, "(yo) hablo"
- Pretérito imperfecto - "hablaba"
- Pretérito perfecto simple ou pretérito indefinido - "hablé"
- Futuro - "hablaré"
- Condicional - "hablaría"
tempos compostos:
- Pretérito perfecto compuesto - "he hablado"
- Pretérito pluscuamperfecto - "había hablado"
- Pretérito anterior - "hube hablado"
- Futuro compuesto - "habré hablado"
- Condicional compuesto - "habría hablado"
O pretérito anterior é pouco usado.
Há situações onde se emprega o futuro para expressar dúvida, substituindo-se, assim, o tempo Presente: "serán las tres": "serão umas três [horas]". O português também apresenta esta caraterística, como mostrado na seguinte frase: "O que estará ele a fazer?", que significa "O que está ele a fazer?"
Subjuntivo / Conjuntivo
tempos simples
- Presente - "yo hable"
- Pretérito imperfecto - "hablara" ou "hablase"
- Futuro - "hablare"
tempos compostos
- Pretérito perfecto compuesto - "haya hablado"
- Pretérito pluscuamperfecto [Pretérito mais-que-perfeito] - "hubiera hablado" ou "hubiese hablado"
- Futuro compuesto[Futuro composto] - "hubiere hablado"
O futuro do conjuntivo é um tempo arcaico que só se emprega hoje em dia em documentos legais. Muitos hispanófonos desconhecem a existência deste tempo verbal. Na Argentina, a fala vulgar está a generalizar o uso do condicional em substituição do pretérito imperfeito nas frases condicionais ("si yo hablaría", significando "si yo hablara", ou "si yo hablase").
Imperativo: habla (tú), hablá (vos), hablad (vosotros)
Para outras pessoas ou em frases negativas, o presente do conjuntivo vale por imperativo.
Verbos regulares[editar | editar código-fonte]
Tempo Simples | Primeiro | Segundo | Terceiro | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Infinitivo: | Comprar | Vender | Vivir | ||||
Gerúndio: | Comprando | Vendiendo | Viviendo | ||||
Particípio passado: | Comprado | Vendido | Vivido |
Indicativo | Primeiro | Segundo | Terceiro | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Presente: | Compro Compras/Comprás Compra Compramos Compráis/Compran Compran | Vendo Vendes/Vendés Vende Vendemos Vendéis/Venden Venden | Vivo Vives/Vivís Vive Vivimos Vivís/Viven Viven | ||||
Pretérito: | Compré Compraste Compró Compramos Comprasteis/Compraron Compraron | Vendí Vendiste Vendió Vendimos Vendisteis/Vendieron Vendieron | Viví Viviste Vivió Vivimos Vivisteis/Vivieron Vivieron | ||||
Imperfeito: | Compraba Comprabas Compraba Comprábamos Comprabais/Compraban Compraban | Vendía Vendías Vendía Vendíamos Vendíais/Vendían Vendían | Vivía Vivías Vivía Vivíamos Vivíais/Vivían Vivían | ||||
Futuro: | Compraré Comprarás Comprará Compraremos Compraréis/Comprarán Comprarán | Venderé Venderás Venderá Venderemos Venderéis/Venderán Venderán | Viviré Vivirás Vivirá Viviremos Viviréis/Vivirán Vivirán | ||||
Potencial: | Compraría Comprarías Compraría Compraríamos Compraríais/Comprarían Comprarían | Vendería Venderías Vendería Venderíamos Venderíais/Venderían Venderían | Viviría Vivirías Viviría Viviríamos Viviríais/Vivrían Vivirían |
Vocabulário[editar | editar código-fonte]
Devido às prolongadas conquistas às quais Espanha foi submetida ou que submeteu a outras nações, a língua castelhana foi invadida por uma enorme quantidade de vozes "adquiridas" de línguas de diversos grupos. É possível encontrar, no castelhano, palavras celtas, iberas, ostrogodas, visigodas, latinas, gregas, árabes, francesas, italianas, germanas, caribes, astecas, quéchuas, guaranis e outras. A influência relativa de cada um destas "aquisições" varia de acordo com o país falante.
Os países da América, principalmente nas suas regiões rurais, conservam um grande número de arcaísmos: no extremo sul (Argentina e Uruguai), é frequente, no trato coloquial, o uso do "vos" em lugar do "tú" tradicional nos restantes países hispanófonos. A forma "vos" provém do trato formal da segunda pessoa do singular de antigamente, e sobrevive em Espanha na forma do trato informal para a segunda pessoa do plural (vosotros). Também sobrevive na Comarca de Fonsagrada para a segunda pessoa do singular. O trato formal actual é "Usted" para a segunda pessoa do singular e "Ustedes" para a segunda pessoa do plural (também utilizados em Espanha).
Sistema de escrita[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Ortografia da língua espanhola
O castelhano/espanhol escreve-se mediante o alfabeto latino. Tem uma letra adicional, Ñ, embora, no passado, ch e llfossem consideradas letras (ver dígrafo). As vogais podem levar um acento agudo para marcar a sílaba tónica quando esta não segue o padrão habitual, ou para distinguir palavras que, de outra forma teriam a mesma grafia (ver acento diferencial).
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