OUTRAS NOTÍCIASHoje é o
dia D para o Brexit. Pelas 19h30 tem lugar no Parlamento britânico a
votação decisiva sobre o acordo alcançado em novembro entre as instituições europeias e o Governo de Theresa May que
define os termos em que será feita a saída do Reino Unido da União Europeia - nomeadamente quanto é que o país ainda tem de pagar ao bloco europeu, o que acontece aos britânicos que vivem num estado-membro e aos cidadãos da UE que residem no Reino Unido ou como evitar a fronteira física na Irlanda, o assunto mais sensível. O
The Guardian explica os detalhes do que está em cima da mesa.
O
chumbo é o resultado mais provávelda votação e o problema é que ninguém sabe
o que acontece a seguir. May tem
três dias para apresentar um plano b, mas estará, mais do que nunca, debaixo de fogo: os
Trabalhistas já prometeram avançar com uma
moção de censura e
querem convocar eleições, caso o acordo seja rejeitado.
Nos últimos dias, a
primeira-ministra britânica dramatizou as
consequências de um chumbo no Parlamento, garantindo que, se isso acontecer, o
Reino Unido acabará por sair “à bruta” da União Europeia, gerando um
caos de dimensões imprevisíveis, ou por nem sequer sair, o que representaria um
desrespeito ao resultado do referendo de 2016, causando
“danos catastróficos” à confiança dos britânicos na democracia.
Um grupo de deputados europeístas de vários partidos exigiu, entretanto, um segundo referendo como forma de desbloquear o impasse. E perante toda esta incerteza, já há quem compre
kits de emergência para
sobreviver ao Brexit. Depois de algumas empresas e transportadoras terem alertado para a
possível falta de stocks nos supermercados imediatamente após a saída, vendem-se agora caixas que pesam 15 quilos e que incluem
mantimentos para um mês…Se o futuro do Reino Unido se define, em parte, esta tarde, o do
PSD traça-se depois de amanhã. Às 17h de quinta-feira - uma hora
“de bradar aos céus” nas palavras do presidente da distrital de Lisboa, Pedro Pinto - o
conselho nacional extraordinário do partido decidirá, por
voto secreto, a moção de confiança que Rui Rio propôs em resposta ao
desafio de Luís Montenegro para que aceitasse disputar a liderança do partido, marcando eleições diretas já.
Vem aí a
contagem de espingardas e, para já,
Rio segue na frente. Montenegro já começou a preparar o discurso para esse cenário, dizendo que a aprovação da moção de confiança
não será para si uma derrota, pois o seu desafio foi para diretas e não para um Conselho Nacional. E garante que, se estivesse na posição de Rio,
“Sá Carneiro teria aceitado o desafio e convocado eleições”. No Expresso Diário, Martim Silva explica quais são os
cinco pontos para perceber a guerra Montenegro vs. Rio e tudo o que vai acontecer no encontro de quinta-feira, que
promete ser tão ou mais picante do que os mais picantes dos congressos do partido.
Por falar em picante, a
Porto Editora nega que tenha havido censura no caso dos
polémicos cortes de um poema de Álvaro de Campos num manual escolar do 12º ano, mas confirma que retirou três versos à "Ode Triunfal" por conterem
“linguagem “explícita”, relacionada com a
“prática da pedofilia”. A decisão, noticiada domingo pelo Expresso, foi recebida com
incredulidade e crítica pelas associações de professores de Português.
A “Ode Triunfal” é um “texto canónico, uma referência” que não pode ser truncadadesta forma, dizem. O Expresso descobriu entretanto
mais um manual onde os versos foram omitidos.
O Hospital de
Santa Maria, em Lisboa, e outros
nove hospitais de todo o país
não têm condições para receber voos noturnos de emergência médica, do INEM ou da Força Aérea, por não terem heliportos com os requisitos necessários. A notícia é avançada pelo JN (apenas na versão digital paga).
Já o
Hospital de Egas Moniz, também em Lisboa, sofreu um
roubo milionário, conta o
Correio da Manhã. Dez aparelhos médicos de gastroenterologia, no valor de 300 mil euros, desapareceram de um gabinete médico com acesso restrito.
O
IRS surpreendeu reformados ao
cortar algumas pensões. Este mês
houve pensionistas que receberam menos e que, sem recibo, dizem não perceber porquê.
Cerca de um quarto dos
trabalhadores de baixa por doença que foram chamados a juntas médicas foram considerados
aptos para trabalhar, o que não significa que sejam situações de fraude, ressalva o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva.
Foi precisamente à porta do Ministério de Vieira da Silva que ontem se registaram momentos de tensão, com dezenas de
bombeiros sapadores a tentarem
invadir as instalações em
protesto contra as regras de progressão na carreira, os salários e a idade de reforma, barrando a entrada no Ministério e impedindo a circulação na zona da Praça de Londres, em Lisboa.
De oficioso a oficial: Bruno Lage foi
confirmado treinador do Benfica. Em comunicado à CMVM, o clube confirmou que o antigo treinador da equipa B assume a formação principal da Luz. "A primeira opção é este senhor que está aqui ao meu lado: Bruno Lage", disse ontem Luís Filipe Vieira, garantindo não ter contactado mais nenhum treinador. Mas é
difícil acreditar. Lage finge que sim e
agarra-se aos feelings: "Os jogadores não têm dito nada, mas eu senti logo no olhar dos jogadores. São os tais feelings. Olhei para eles e senti que ia ser o líder deles e as coisas têm seguido de uma forma muito natural”. Foi assim, com olhares e feelings, que Bruno oficialmente substituiu Rui (Vitória).
De Espanha chega uma
história angustiante. Um
menino de dois anos está preso desde domingo num poço com
110 metros de profundidade e apenas 20 centímetros de diâmetro. O incidente ocorreu na Serra de Totalán, no sul do país, e as equipas de resgate, constituídas por mais de uma centena de operacionais, tentam três alternativas para salvar a criança. Em 2017, os pais já perderam um filho de três anos, vítima de ataque cardíaco.
MANCHETES
Público: O caso da Ode Triunfal: Alunos de 17 e 18 anos não podem ler o poema?
Jornal de Notícias: Hélis de emergência proibidos de aterrar durante a noite em dez hospitais
Correio da Manhã: Assalto milionário a hospital
I: Como vai ser o dia-a-dia de Armando Vara na prisão de Évora
Jornal de Negócios: IRS deixa reformados com cortes nas pensões
FRASES
“Quando os livros de história forem escritos, as pessoas vão olhar para a decisão desta Câmara e perguntar: ‘Salvaguardámos a nossa economia, segurança e união ou desiludimos o povo britânico?’”Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, sobre a votação decisiva que decorrerá hoje na Câmara dos Comuns
"Se Sá Carneiro estivesse na minha posição faria o mesmo",Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD
“Disseram-me que isto era um polvo”Capitão Orlando Pinheiro, um dos 68 arguidos no processo de corrupção nas messes da Força Aérea, em alusão ao esquema de sobrefaturação que vigorava entre militares e fornecedores e que era visto como “uma situação normal de há muitos anos”
“Tenho 41 anos, sou pai, apesar de muita gente me tratar como um rapaz”Bruno Lage, treinador do Benfica
O QUE ANDO A VER
A Casa que Jack Construiu, de Lars von Trier Maltratado pela crítica nacional, mas
aplaudido lá fora, classificado como “obra-prima única e exaltante” (Le Monde) e eleito como
um dos filmes do ano, a última longa-metragem do
polémico realizador dinamarquês conta a história de um serial-killer (Matt Dillon), narrada a partir de cinco “incidentes” que o psicopata descreve como obras de arte, num longo diálogo reflexivo que mantém com Verge, a versão moderna do poeta romano Virgílio que
conduz Dante pelos círculos do inferno. Ao contrário do que escreveu Jorge Leitão Ramos no Expresso, é, na minha opinião, um
filme que vale bem a pena ver.
O QUE ANDO A LER
A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joel Dicker Se no caso do filme não concordo com grande parte da crítica publicada por cá, no caso deste livro subscrevo-a inteiramente. Estando longe de ser uma pérola da literatura ou uma obra inesquecível, é um
thriller bem contado e que dá muito gozo ler, sobretudo para quem gosta de policiais e para quem tem saudades da trilogia Millennium, do falecido jornalista sueco Stieg Larsson. A história do misterioso desaparecimento, em 1975, de uma jovem de 15 anos numa pequena e pacata vila costeira norte-americana e do aparecimento do seu cadáver, mais de 30 anos depois, no jardim de um dos mais conceituados escritores do país é um thriller que se devora rapidamente, capaz de “deixar pessoas acordadas toda a noite”, como refere a crítica publicada no Expresso. E eu, com olheiras, confirmo.
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