Amadora
Nota: Para outros significados, veja Amadora (desambiguação).
Gentílico | Amadorense |
Área | 23,79 km² |
População | 175 136 hab. (2011) |
Densidade populacional | 7 361,7 hab./km² |
N.º de freguesias | 6 |
Presidente da câmara municipal | Carla Tavares (PS) |
Fundação do município (ou foral) | 1979 |
Região (NUTS II) | Lisboa |
Sub-região (NUTS III) | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Província | Estremadura |
Orago | Nossa Senhora da Conceição |
Feriado municipal | 11 de setembro (Criação do município) |
Código postal | 2700, 2720, 2610 e 2650 Amadora |
Sítio oficial | www.cm-amadora.pt |
Municípios de Portugal |
A Amadora é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito e área metropolitana de Lisboa. com 175 136 habitantes, sendo a quarta cidade mais populosa em Portugal. É sede de um dos mais pequenos municípios de Portugal, com apenas 23,79 km², mas 175 136 habitantes (2011), sendo o mais densamente povoado do país e a quarta cidade mais populosa de Portugal[1], dividindo-se em seis freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Odivelas, a sueste por Lisboa, a sul e oeste por Oeiras e a oeste e norte por Sintra.
A Amadora constituiu-se em torno do lugar da Porcalhota, servida pela Capela de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, sede de irmandade própria que dispunha de avultados bens. Pertenceu, desde o século XIX até 1979, ao concelho de Oeiras, ano em que se eleva a cidade e passa a dispor de município próprio em virtude do seu desenvolvimento demográfico.
Índice
Geografia[editar | editar código-fonte]
O concelho da Amadora situa-se no norte da Área Metropolitana de Lisboa, sendo um dos concelhos de primeira coroa da capital, com a qual limita a oeste (freguesias de Benfica e, em menor parte, Carnide). O concelho de Oeiras(Carnaxide e Queijas, a sul e Barcarena, a sudoeste) situa-se a sul, enquanto que toda a faixa oeste e parte do norte do concelho são limitados por Sintra(Queluz e Belas e Casal de Cambra, respetivamente). Por fim, o concelho de Odivelas (Pontinha e Famões) restringe a vertente norte-ocidental da Amadora.
O seu relevo, de altitudes moderadas, desenvolve-se maioritariamente entre os 50 e 200 metros de altitude, com um nível de rugosidade entre os 30 e 60%.[2]É possível identificar, em traços gerais, três áreas morfológicas distintas no concelho, duas delas correspondentes às áreas mais elevadas (a norte e sul) e a terceira, uma depressão que ocupa a zona central e é confinada por estas áreas. Uma classificação mais detalhada permite a divisão em cinco unidades morfológicas. A primeira corresponde à Serra da Mira, de forma elíptica, localizada no extremo norte do concelho (Mina de Água) e confinada pelo rio da Costa e pela ribeira de Carenque. Desenvolve-se de nordeste para sudoeste, num total de 4 km de comprimento por 2 km de largura, e é atravessada por falhas que apresentam esta mesma direção e também nor-noroeste–su-sudeste. Geologicamente, compõe-se de formações carbonatadas e detríticas do Cretácico Inferior. É aqui que se encontra o ponto de maior altitude do concelho, de 273 metros.[3]
Segue-se o Planalto da Mina de Água, imediatamente a sul. Apresenta uma altitide de 170 metros, estando inclinado para sul e sudeste. É constituído por formações cretácicas sedimentares e vulcânicas.[3]
A Depressão Central ocupa o espaço entre o Planalto da Mina de Água e a Serra de Carnaxide. É um vale aberto, que se assume como um prolongamento do vale de Benfica, desenvolvido entre os 50 a 160 metros, de leste para oeste. O seu setor ocidental é mais elevado e é drenado para oeste pelos afluentes da ribeira de Carenque e para leste pelos afluentes da ribeira de Alcântara. Tem a sua origem no Complexo Vulcânico do Cretácico Superior e nas formações sedimentares terciárias sobre as quais assentam em discordância as formações sedimentares quaternárias. O seu ponto de menor altitude, que é também o do concelho, situa-se no fundo do vale do rio da Costa (41 m).[3]
Remata este conjunto a Serra de Carnaxide, de 211 metros de altitude máxima no sul da Venteira. Também de forma elíptica, prolonga-se de este para oeste, entrando depois em Oeiras. Circunscrita pelo rio Jamor e pela ribeira de Algés, possui 3 km de comprimento por 2 km de largura.[3]
Por toda a área concelhia predominam os declives fracos a moderados, e cerca de metade do município (53%) apresenta inclinações inferiores a 10%. As áreas de maior declive correspondem também às áreas de maior altitude (nos flancos da Serra da Mira e Planalto da Mina de Água). Os declives de menor expressão localizam-se no planalto e entre o sopé deste e a base do flanco norte da Serra de Carnaxide. A Amadora é um concelho com boa exposição solar, já que as vertentes soalheiras representam 41% da área total. As vertentes não possuem uma exposição dominante, se bem que o conjunto dos octantes S, SE, E e NE ocupa a maior parte da área do município (58%). Isto deve-se à inclinação do Planalto da Mina de Água e do fundo do vale da ribeira de Alcântara (sudeste), aos flancos sul e leste do planalto e à vertente sul da Serra da Mina. As umbrias ocupam 34% e as exposições intermédias os restantes 25%.[3]
Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]
O município da Amadora está dividido, na sequência da reorganização administrativa de 2013, nas seguintes seis freguesias:
- Alfragide (integra, não só, quase toda a área de Alfragide, mas também, grande parte da Buraca, a leste)
- Encosta do Sol (inclui quase todo o território de Alfornelos, bem como a maior parte da Brandoa, e ainda uma pequena parte do nordeste da Venda Nova [a leste do túnel da CRIL], outra do norte da Falagueira e, a norte, uma outra do leste de São Brás)
- Falagueira-Venda Nova (para além das áreas da Falagueira e Venda Nova, com as limitações já referidas, a limitação a oeste estendeu-se para todo Parque Aventura; a norte, foram anexadas uma parte da Brandoa e outra da Brandoa e São Brás, correspondente ao Monte da Galega)
- Mina de Água (grosso modo, corresponde às antigas freguesias da Mina e São Brás – excetuando os territórios anteriormente referidos como parte de outras freguesias –, incluindo ainda uma zona do oeste da Brandoa e, a sul, o território da Venteira situado a norte da linha ferroviária)
- Venteira (para além da freguesia da Venteira, a nova organização administrativa englobou na nova freguesia o norte da Reboleira, fixando a sua fronteira a leste na Estrada Nacional 117, abarcando, por isso, partes de Alfragide, Damaia e Reboleira)
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
A Amadora é considerada um município de montante, visto que o seu território abrange os troços iniciais das quatro bacias hidrográficas que o drenam. A rede de drenagem concelhia é de pequena dimensão e reduzidos afluentes (baixa densidade), com um padrão tipicamente dendrítico e ângulos de confluência agudos. Todas as bacias que atravessam o concelho pertencem à Região Hidrográfica do Tejo, sendo os cursos de água tributários desse rio e desaguando no seu estuário após atravessar solos geralmente pouco permeáveis. Os cursos de água apresentam vários sentidos de escoamento, sendo que na metade ocidental e sul-oriental o sentido dominante é norte–sul e nas restantes áreas é noroeste–sudeste.[3]
A bacia que drena a maior parte do município é a da ribeira de Alcântara (ou da Falagueira), com uma área de 8,6 km². A sua bacia abrange o setor central e oriental do concelho, originando-se no Planalto da Mina de Água (Moinhos da Funcheira) e atravessando depois a Depressão Central da Amadora em direção a Benfica. Segue-se a bacia do rio Jamor, representada pela ribeira de Carenque, que drena todo o terço ocidental do concelho (8 km²) e marca a fronteira em grande parte do seu percurso entre este município e Sintra. Após nascer na zona de Casal de Cambra, separa os dois concelhos até chegar a Carenque, localidade que atravessa para depois se juntar ao curso de água principal do Jamor em Queluz.[3]
O rio da Costa, cuja bacia ocupa 4,7 km², nasce igualmente em Casal de Cambra e possui algumas nascentes no Planalto da Mina de Água. Dirige-se para o concelho de Odivelas, onde se junta à ribeira da Póvoa e continua em direção à Várzea de Loures. Por fim, a bacia da ribeira de Algés, de apenas 2,5 km², ocupa o setor sul-oriental do concelho. Nascendo na Depressão Central da Amadora, dirige-se do Zambujal para a Portela de Carnaxide, acabando por desaguar em Pedrouços.[3]
Muitos troços destes cursos de água encontram-se alterados pela ação humana, tendo sido artificializados e encanados. Tal é especialmente notório no caso das ribeiras de Alcântara, de Algés e do rio da Costa, cujas bacias apresentam um grau de urbanização superior a 50%.[3]
Clima[editar | editar código-fonte]
À escala da Peninsula Ibérica, e segundo a classificação climática de Köppen, o município da Amadora enquadra-se nos climas temperados de tipo mediterrâneo, encontrando-se numa área de transição entre dois subtipos climáticos mediterrâneos (Csa e Csb) com um pequeno ascendente de influências marítimas. A temperatura média anual situa-se nos 16.ºC e a precipitação média anual é de cerca de 740 mm. Deste modo, integra a Região Pluviométrica do Sul.[2]
História[editar | editar código-fonte]
A região da Amadora serviu durante vários séculos de estância de veraneio para famílias abastadas de Lisboa. A salubridade do sítio, a proximidade da capital, as facilidades de comunicações e vasta área disponível para urbanização estão na base de um potencial desenvolvimento de construções e reabilitação da cidade que, em determinadas zonas, ainda tem habitações clandestinas.
O actual território da Amadora nasceu da divisão da antiga freguesia de Benfica, cortada pela Estrada da Circunvalação aquando da redefinição dos limites de Lisboa, em 1885-1886. A freguesia extramuros, chamada Benfica-Extra, ficou a pertencer ao concelho de Oeiras.
O principal núcleo da freguesia passou a ser o lugar da Porcalhota. Em 1907, a população local pediu ao rei D. Carlos que permitisse a mudança de nome, situação a que o Ministério do Reino deu despacho, renomeando a povoação de Amadora em 28 de outubro de 1907.
Foi elevada a freguesia dentro do concelho de Oeiras em 17 de abril de 1916, e foi elevada a vila em 24 de junho de 1937.
O município da Amadora viria a ser criado 42 anos depois, em 11 de setembro de 1979, por secessão da freguesia da Amadora, no nordeste do concelho de Oeiras. Dias depois, a 17 de setembro de 1979, a vila da Amadora é elevada a cidade, e a freguesia homónima é dividida em oito freguesias: Alfragide, Brandoa, Buraca, Damaia, Falagueira-Venda Nova, Mina, Reboleira e Venteira. Na ocasião agregou a si partes das freguesias de Queluz e de Belas, pertencentes ao concelho de Sintra, e tendo cedido a localidade de Presa que passou a fazer parte da freguesia de Odivelas, atual concelho de Odivelas.
Em 1997, foram criadas as freguesias de Alfornelos (parte da freguesia de Brandoa), Falagueira, Venda Nova (divisão da freguesia de Falagueira-Venda Nova) e São Brás (parte da freguesia de Mina), sendo esta a divisão municipal até 2013, ano em que estas freguesias foram extintas (as alterações podem ser consultadas nos respectivos verbetes).
Entre os seus símbolos contam-se o Aqueduto das Águas Livres, bem como os campos de aviação que tiveram tanta importância na emergência da aviação em Portugal, sendo que ainda hoje o Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa se situa no concelho, na freguesia de Alfragide. Ambos figuram nas armas da cidade.
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