Branca de Gonta Colaço
Branca de Gonta Colaço | |
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Branca de Gonta Colaço, c. 1908 | |
Nome completo | Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço |
Nascimento | 8 de julho de 1880 Lisboa, Portugal |
Morte | 22 de março de 1945 (64 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | Portuguesa |
Cônjuge | Jorge Rey Colaço |
Ocupação | Escritora e recitalista |
Magnum opus | Memórias da Marqueza de Rio Maior |
Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço OSE (Lisboa, 8 de Julho de 1880 — Lisboa, 22 de Março de 1945), mais conhecida por Branca de Gonta Colaço, foi uma escritora e recitalista portuguesa, erudita e poliglota, que ficou sobretudo conhecida como poetisa, dramaturga e conferencista. Era filha da inglesa Ann Charlotte Syder e do político e escritor português Tomás Ribeiro. Casou com Jorge Rey Colaço, um ceramista de renome, tendo publicado a sua obra sob o nome de Branca de Gonta Colaço.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro nasceu em Lisboa a 8 de Julho de 1880, filha do político e poeta Tomás Ribeiro e da poetisa inglesa Ann Charlotte Syder. Nascida numa das famílias mais ligadas à actividade intelectual da época, na sua juventude convive com nomes de relevo das letras e das artes portuguesas.
Com apenas 18 anos de idade, casou em 1898 com o pintor e azulejista Jorge Rey Colaço, adoptando o nome de Branca de Gonta Colaço. O apelido Gonta, na realidade um sobrenome, deriva de Parada de Gonta, a aldeia natal de seu pai.
Cedo revelando talento para as letras, inicia-se como poetisa e como colaboradora de publicações literárias, contribuindo activamente para um grande número de jornais e revistas. Deixou colaboração dispersa por múltiplos peródicos, com destaque para os jornais O Dia, de José Augusto Moreira de Almeida, e O Talassa[1] (1913-1915), um periódico humorístico que foi dirigido pelo seu marido. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas A Arte Musical [2] (1898-1915), Serões [3](1901-1911), Illustração portugueza [4] (1903-1980) e Ilustração [5] (1926-).
Por iniciativa sua, a Academia das Ciências de Lisboa promoveu em 1918 uma homenagem a Maria Amália Vaz de Carvalho. Nessa ocasião distinguiu-se também como conferencista e recitalista.
Era poliglota, escrevendo correntemente em inglês, sendo-lhe devidas algumas traduções de grande mérito.
A sua obra multifacetada abrange géneros tão diversos como a poesia, o drama e as memórias. Nela dá um valioso retrato das elites sociais e intelectuais portuguesas do seu tempo, com as quais conviveu e de que fez parte.
Com uma obra reconhecida em Portugal e no Brasil, França e Espanha, foi distinguida por várias sociedades científicas e literárias portuguesas e estrangeiras. O Estado português agraciou-a a 5 de Outubro de 1931 com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[6]
Branca Colaço foi mãe do escritor Tomás Ribeiro Colaço e da escultora Ana de Gonta Colaço.
Faleceu em Lisboa a 22 de Março de 1945. Em Lisboa e em Parada de Gonta existem ruas com o seu nome. Em 1949 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou a escritora dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.[7]
Obras publicadas[editar | editar código-fonte]
Branca de Gonta Colaço deixou um volumoso legado literário, em boa parte disperso por periódicos, sendo autora, entre muitas outras obras, das seguintes:
- Cartas de Camillo Castello Branco a Thomaz Ribeiro, com um prefácio de Branca de Gonta Colaço, Portugália, Lisboa, 1922; obra reeditada em versão fac-simile pela Câmara Municipal de Tondela, 2001.
- Memórias da Marqueza de Rio Maior, compiladas por Branca de Gonta Colaço, Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1930.
- Memórias da linha de Cascais, em co-autoria com Maria Archer (1899-1982), Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1943; reeditada em versão fac-simile pela Câmara Municipal de Oeiras, 1999 (ISBN 972-637-066-3).
- Ecos do atentado (poemas) in Basil-Portugal, n.º 219, Lisboa, 1908.
- A Sua Alteza o Príncipe Real (poema dedicado à memória do Príncipe Luís Filipe), in Basil-Portugal, n.º 219, Lisboa, 1908.
- Memórias da Marquesa de Rio Maior: Bemposta – Subserra, pref. de Maria Filomena Mónica, Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 2005 (ISBN 972-8645-25-2).
- Matinas, 1907 (poesia);
- Canção do Meio Dia, 1912 (poesia);
- Hora da Sesta, 1918 (poesia);
- Últimas Canções, 1926 (poesia);
- Auto dos faroleiros, 1921 (teatro, levada à cena no Teatro Nacional);
- Comédia da Vida (teatro, em colaboração com Aura Abranches);
- Porque Sim… (teatro);
- Poetas de Ontem, 1915 (prosa);
- À Margem da Crónica, 1917 (prosa);
- Últimas Canções, 1926;
- Abençoada a Hora em que Nasci (publicada postumamente), Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1945.
Referências
- ↑ O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ Rita Correia (6 de novembro de 2017). «Ficha histórica:A Arte Musical (1898-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de dezembro de 2017.
- ↑ Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ Illustração portugueza (1903-1980) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ Rita Correia (16 de Junho de 2009). «Ficha histórica: Ilustração (1926-)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 6 de Novembro de 2014.
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Branca de Gonta Colaço". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de fevereiro de 2015.
- ↑ https://www.facebook.com/423215431066137/photos/pb.423215431066137.-2207520000.1448280984./784818741572469/?type=3&theater
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