quinta-feira, 25 de outubro de 2018

JN

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AO FIM DO DIA
25/10/2018
 
 
 
 
 
JN
 
Helena Teixeira da Silva
 
 
O 'perfect match' do fim de semana no Porto
 
 
 
 
No mundo veloz e volátil em que vivemos, a Fundação de Serralves conquistou a polémica do mês de setembro. A inauguração da exposição do norte-americano Robert Mapplethorpe deu o mote fácil, porque é sempre fácil afogar um assunto grave numa polémica de ocasião. Perorou-se publicamente sobre censura (com a inusitada ironia de o dedo ter ficado apontado a quem se sentiu censurado e não quem alegadamente censurou), um diretor artístico escolhido num concurso internacional há oito meses para um mandato de cinco anos demitiu-se, a administração marcou presença numa comissão parlamentar mas nada explicou. O ministro da Cultura, que contribui com 36% da verba para o orçamento daquele equipamento, nem piou.
 
Ontem, um mês depois, juntaram-se na Câmara Municipal do Porto, o primeiro-ministro António Costa, a nova ministra da Cultura Graça Fonseca e a presidente do Conselho de Administração de Serralves Ana Pinho. Todos sorriram embalados pelo duplo protocolo que garante, com patrocínio da autarquia, a estadia da Coleção Miró durante 25 anos em Serralves. E ninguém - ninguém! - achou que tinha de dar satisfações sobre quando será nomeado ou selecionado um novo diretor artístico, sobre a polémica que envolveu a instituição, sobre se esta administração estará em condições de ser reconduzida em dezembro para um novo mandato.
 
 
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António Costa, naquele seu incontornável jogo de cintura, admitiu que "qualquer ameaça de censura é, obviamente, motivo de preocupação". Mas na verdade, acrescentou, "toda a polémica é um ato de cultura". E foi tudo. Nós continuamos na ignorância e eles, administrando a coisa pública como se privada fosse, e gerindo a nossa inteligência com a sensibilidade de um camião, continuaram felizes para sempre.
 
Afoguemos, pois, as mágoas na verdadeira cultura - a que se faz no palco e não nos bastidores. Este fim de semana o Porto vai experimentar o perfect match. São quase três dias em que todas as horas são imperdíveis.
 
Começa esta sexta à noite em dose dupla.
 
Na Casa da Música, às 21 horas, a Orquestra Sinfónica, sob a direção do seu maestro titular, Baldur Brönnimann, apresenta a Sinfonia nº 7 de Gustav Mahler. Na Culturgest, às 22 horas, é inaugurada a exposição"Fatamorgana" de Salomé Lamas, com curadoria de Delfim Sardo.
 
No sábado, na Biblioteca Municipal do Porto é inaugurada a exposição dedicada a Fernando Ribeiro de Mello, o mítico fundador da editora Afrodite. Já a Livraria Moreira da Costa celebra o seu 70º aniversáriocom um programa cheio de poesia e prosa. E de vontade de que nada a retire do seu lugar.
 
Às 19 horas, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, há uma espécie de momento solene: o coreógrafo e bailarino François Chaignaud e o artista visual Nino Laisné apresentam em estreia nacional o espetáculo "Romances inciertos - un autre Orlando".
 
No domingo, para fechar um fim de semana que só pode ser de coração cheio, é a última oportunidade para ver, às 16 horas, no Teatro Carlos Alberto, a peça "Display", do Teatro da Garagem, com texto e encenação de Carlos J. Pessoa. À noite, às 21 horas, há jazz na Casa da Música: o saxofonista e compositor Rudresh Mahanthappa traz o projeto Indo- Pak Coalition e o álbum Agrima.
 
São muitas e boas razões para passar um fim de semana no Porto!
 
 
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