quinta-feira, 18 de outubro de 2018

EXPRESSO DIÁRIO

17 OUT 2018
Paulo Luís de Castro
POR PAULO LUÍS DE CASTRO
Jornalista
 
CEME justifica demissão ao Exército: “As circunstâncias políticas assim o exigiram”. Presidência diz que as razões eram “pessoais”
Olá, boa tarde.
“A remodelação acaba hoje. O caso de Tancos não”. Assim titulava o Filipe Santos Costa o seu Expresso Curto servido cedinho, esta manhã. Frase premonitória e confirmada a meio da tarde, quando foi conhecida a demissão, a seu pedido, do chefe do Estado Maior do Exército.
À demissão de Rovisco Duarte não terá sido alheia a entrada em funções, 48 horas antes, do novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho. Segundo a nota da Presidência da República e do Ministério da Defesa, o militar invocou “razões pessoais”. No entanto, como salienta o Vítor Matos, na mensagem enviada ao ramo pela intranet do Exército justificou a sua saída de forma mais clara. E oposta: “A todos vós, e unicamente a vós, devo uma explicação: as circunstâncias políticas assim o exigiram”.
A saída do general Rovisco Duarte aconteceu cinco dias depois da demissão de Azeredo Lopes do Ministério da Defesa, na sequência do roubo de armamento em Tancos, mas há muito que a sua manutenção no cargo era questionada. Faz hoje exatamente uma semana, Daniel Oliveiraescrevia assim na sua coluna diária de opinião: “A partir do momento em que começámos a discutir as responsabilidades do ministro deixámos de discutir as responsabilidades das Forças Armadas. E eu quero saber porque é que as chefias militares ainda não deram explicações e ainda estão nos seus lugares. Os comandantes desta gente são o chefe do Estado Maior das Forças Armadas e o chefe do Estado Maior do Exército, não é o ministro.
Neste Diário, o diretor-executivo do Expresso, Martim Silva, defende que Tancos não era só Azeredo e também não deve ser só Rovisco: “Tancos não pode existir nunca mais. Como não pode existir nunca mais este clima generalizado de irresponsabilidade, encobrimentos e passa culpas num caso tão grave. Porque se o roubo fere a instituição, a forma como esta reagiu não a deixa em melhor estado.”
É este o tema de manchete do primeiro Expresso Diário desta semana, que aborda ainda outros temas:
Governo endurece regras para reforma antecipada
Ao mesmo tempo que acaba com a penalização derivada do fator de sustentabilidade nas reformas antecipadas dos trabalhadores com longas carreiras contributivas, o Governo vai endurecer as regras de acesso à reforma antecipada para todos os outros trabalhadores. O que quer dizer que quem só depois dos 60 anos de idade conseguir perfazer 40 anos de carreira contributiva deixará de poder reformar-se antecipadamente. Como esclarece a Sónia M. Lourenço, é o caso de todos os trabalhadores que ingressaram ou venham a ingressar no mercado de trabalho depois dos 20 anos de idade.
Taxa de proteção civil renasce. Vai chamar-se “contribuição”
Este ano, os lisboetas viram Fernando Medina reembolsar-lhes a taxa de proteção civil, que foi declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional, mas o cheque que receberam em casa não encerrou o assunto. No futuro, os proprietários poderão ser chamados a pagar um sucedâneo, agora com um novo nome: a contribuição municipal de proteção civil. E chamar-lhe “taxa” ou “contribuição” faz muita diferença, como explica a Elisabete Miranda.
“Este país não está preparado para bebés”. Os quatro grandes desafios que as portuguesas enfrentam
O mundo é muito desigual no exercício dos direitos reprodutivos. Há países em que as mulheres não têm acesso a métodos contracetivos – ou têm-no de uma forma deficitária – e outros em que há efetivamente um “poder de escolha”, como refere o Fundo de População das Nações Unidas no seu mais recente relatório sobre a população mundial. Portugal apresenta uma taxa de fertilidade baixa e uma das razões é a insegurança financeira, com o dá conta o Hélder Gomes.
O que me vai levar a decidir eu confesso que não sei
Falta cada vez menos para a votação decisiva no Brasil e agora é o momento de cada um dos rivais – Bolsonaro e Haddad –focarem esforços em manter quem já conquistaram na primeira volta mas ainda em conquistar a fé dos indecisos. Um desses, dos que não sabem em que votar, fala assim: “A minha indecisão baseia-se em eu achar que de um lado está o governo que eu quero mas na mão de um idiota e do outro um plano de governo que eu acho que vai acabar por afundar o Brasil mas na mão de um candidato que não é tão ruim assim”. Reportagem no Rio De Janeiro, assinada por Sofia Perpétua.
“Um território de discussão e não de censura”: sete escolhas políticas para ver no Festival de Documentário de Lisboa
Filmes que contam, acusam, revelam, torcem e retorcem e exigem atenção. São quase 250 as obras que passam nos próximos dez dias em Lisboa, a propósito de mais um DocLisboa, que começa esta quinta-feira. A diretora do festival, Cíntia Gil, seleciona sete filmes políticos a não perder, numa edição em que como salienta a Joana Beleza a Embaixada da Turquia pediu para ser retirado um filme agendado e a Embaixada da Turquia solicitou a revisão de textos na apresentação de filmes.
Sabe quem é o maior responsável pelas falhas de cibersegurança da sua empresa? É você
Os trabalhadores descuidados ou inconscientes são a maior vulnerabilidade das empresas no que diz respeito à segurança informática, conclui o relatório global sobre cibersegurança da Ernst & Young, divulgado esta quarta-feira. Os ataques de phishing e malware são as maiores ameaças para as empresas e 34% das inquiridas acreditam que estes trabalhadores descuidados ou com pouca formação foram o principal motivo para as vulnerabilidades mais perigosas às quais estiveram expostas no último ano.
Cada um destes portugueses tem 535 amigos
Em todo o mundo, os utilizadores das redes sociais são cada vez mais. Atualmente, estas plataformas são usadas por cerca de 3,2 mil milhões de pessoas – a cada segundo surgem onze novos utilizadores. Quais são os países em que as pessoas passam mais tempo nas redes sociais? E por cá, os portugueses são adeptos ou não deste fenómeno? E qual é o perfil dos utilizadores nacionais? Em mais um episódio da série 2:59, a Liliana Coelho faz uma viagem ao mundo das redes sociais. Jornalismo de dados em dois minutos e 59 segundos.
A condução é uma arma
O que pode ter levado o condutor do camião da Segunda Circular a entrar na via e a percorrer quase três quilómetros em contramão? Que fatores podem explicar o seu comportamento errático? O psicólogo forense Mauro Paulino escreve sobre causas possíveis para situações de “desajustamentos psicológicos”, numa análise à margem das duas crónicas bimensais que assina no Expresso Diário.
Boas leituras.

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