segunda-feira, 18 de junho de 2018

EXPRESSO CURTO

Pedro Lima
PEDRO LIMA
EDITOR
 
Fazer novas todas as coisas. E مرحبا بك في البيت
18 de Junho de 2018
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Bom dia,

“Eis que faço novas todas as coisas” – a frase bíblica está escrita no memorial inaugurado este domingo em Nodeirinho, concelho de Pedrógão Grande, e é mais uma forma de perpetuar a memória do que aconteceu há um ano. Está junto a um tanque onde um grupo de pessoas se salvou do fogo – mas nessa localidade houve outras 11 que perderam a vida, cujos nomes estão inscritos no memorial, e que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez questão de ler.

“Eis que faço novas todas as coisas” – “Eis que transformo o luto, a morte, a dor em vida”, disse Marcelo, que esteve incansável, mais uma vez, com as populações afetadas pela tragédia.

Foi um fim-de-semana marcado por muitas iniciativas para assinalar o primeiro aniversário dos terríveis incêndios de junho no centro de Portugal, na zona de Pedrógão Grande. Num fim-de-semana em que - após semanas de tempo incerto, com alguma chuva e frio à mistura -, as temperaturas subiram fazendo lembrar que vem aí o verão. E verão é, tem sido sempre, sinónimo de fogo. Este ano não se espera um regresso a um passado que se quer esquecer, mas que não se deve esquecer. O fogo virá, mas não como no ano passado, todos esperamos. “Ou isto serve para mudarmos mesmo de vida ou o que é que andamos a fazer aqui?”, disse também Marcelo em Pedrógão Grande.

Felizmente o assunto não caiu no esquecimento. E não devia cair nunca, porque “sobre Pedrógão já se mostrou tanto e está quase tudo por mostrar” - se ainda não teve oportunidade de ver o documentário do Expresso “A máquina do tempo: Pedrógão um ano depois”, em que entregámos câmaras de filmar às crianças afetadas pela tragédia para que filmassem o que quisessem, não perca aqui: “um ano depois, mostramos os vivos sem esquecer os 66 que o país perdeu. Portugal tem de saber”.

O Presidente da República, que esteve também com algumas das pessoas que sofreram pesadas queimaduras, já tem regresso marcado à região: diz que quer ir lá em agosto, como turista.
 
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BEM-VINDOS À EUROPA

مرحبا بك في البيت – bem-vindos, em árabe, mas também noutras línguas, foram palavras exibidas este domingo em Valência, Espanha, à chegada dos navios Dattilo, Aquarius e Orione, onde vinham 630 migrantes oriundos da Líbia que os governos de Itália e de Malta rejeitaram.O Expresso acompanhou esta operação humanitária. E falou com alguns dos voluntários que estiveram na viagem. Diz a australiana Lauren King, de 33 anos, membro da equipa dos Médicos Sem Fronteiras: “Quando desembarcamos no porto de Valência foram momentos tão bonitos: as pessoas aplaudiam e gritavam de felicidade. Ver esta receção para as 630 pessoas que foram resgatadas deixou-me muito feliz. No entanto, ao mesmo tempo senti-me irritada com a Europa, com as políticas e burocracias do sistema de pedidos de asilo que está em vigor”.

Espanha marcou pontos a nível internacional pela atitude que demonstrou, numa altura em que a insensibilidade e a intolerância parecem avançar pela Europa dentro. Para já França mostrou-se disponível para receber algumas dessas pessoas. Mas, há mais navios a caminho.

O FUTEBOL BOM... E O FUTEBOL MAU

Foi um fim de semana recheado de notícias sobre futebol. E no capítulo do futebol bom, aquele em que os jogadores brilham, em que os golos se sucedem – não houve até agora nenhum jogo sem golos no Mundial da Rússia – houve algumas surpresas. Algumas grandes surpresas. Quem diria que a campeã do mundo Alemanha ia perder por 0-1 com o México? Um escândalo! E o empate do Brasil? “Todo o mundo tenta, mas foram os suíços a empatar o penta”.

Esta segunda-feira constam do cardápio mais três jogos: o Suécia-Coreia do Sul às 13h (transmissão na RTP1), o Bélgica-Panamá às 16h (transmissão na Sport TV1) e o Tunísia-Inglaterra às 19h (transmissão na RTP1). Mas a Portugal o que interessa agora é o jogo de quarta-feira com Marrocos, depois do empate de sexta-feira com Espanha, que mais parecia uma vitória, e em que Cristiano Ronaldo – que passou a ter um novo busto no aeroporto do Funchal – teve mais uma exibição brilhante. Em antevisão, Adrien Silva diz que “já percebemos que não há jogos fáceis”.

Vamos agora ao futebol mau, aquele em que assistimos a vários momentos de apurado surrealismo em acelerados processos de destruição de clubes desportivos. Falamos, claro, do Sporting. A comissão de gestão foi anunciada no sábado à noite, Bruno de Carvalho, que continua a dizer que é presidente do clube apesar de tudo, deu uma entrevista à SIC e ontem regressou em força ao Facebook disparando em todas as direções. Diz que a comissão de gestão está proibida de entrar em Alvalade. A guerra está, por isso, para durar. E já não falta muito para a assembleia geral de destituição de dia 23. Ao que parece o clube já tem treinador de futebol: Será Sinisa Mihajlovic.

OUTRAS NOTÍCIAS

A compra da Media Capital pela Altice já estava dada como morta perante a posição assumida pela Altice de recusar avançar com mais remédios para conseguir a aprovação da Autoridade da Concorrência. Este fim-de-semana o jornal espanhol "El Confidencial" dava conta de que, para a Prisa, o negócio não ia avançar porque o prazo acordado com a Altice (sexta-feira à meia-noite) tinha acabado. A confirmação oficial de que o negócio morreuveio esta manhã com dois comunicados, um da Prisa e outro da Altice, onde dão conta de que o contrato de compra e venda chegou ao fim. E de que a oferta da Altice já não se vai concretizar.

Guerra que está para durar é a dos professores por causa do congelamento de carreiras. Está ao rubro: mais de 20 mil pessoas assinaram um projeto de lei que determina a recuperação dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo congelado, da Iniciativa Legislativa de Cidadãos, o que obriga a Assembleia da República a discutir e votar novamente esta questão.

E hoje arrancam os exames nacionais, com uma greve às reuniões de avaliação convocada por todos os sindicatos.

Mas nem tudo são más notícias na área da educação: os mestrados em Finanças de três escolas portuguesas estão entre os 30 melhores do mundo, de acordo com o ranking do Financial Times.

O Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, assinam hoje formalmente, na Concertação Social, o acordo “Combater a precariedade e reduzir a segmentação laboral e promover um maior dinamismo da negociação coletiva”. A cerimónia de assinatura acontecerá no Conselho Económico e Social, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro.

Estão a vender-se mais carros elétricos em Portugal, segundo os dados de janeiro a abril.

António Costa vai fazer um périplo por África – com especial destaque para a deslocação a Angola, onde o primeiro-ministro estará na segunda quinzena de julho. A informação foi dada pelo comentador da SIC Luís Marques Mendes, que disse também que uma maioria absoluta do PS não vai ser fácil.

PRIMEIRAS PÁGINAS

Educação sem novas medidas para evitar fraudes nos exames – Público

Juízes querem condenados mais cedo na prisão– JN

Só 560 professores têm formação do INEM para casos de paragem cardiorrespiratória – DN

Incêndios. Marcelo volta a avisar Costa: “É preciso mais” – I

Cimpor avança com mega operação de capitalização – Jornal de Negócios

Portugueses pagam 483 mil euros por dia à RTP– Correio da Manhã

O QUE EU ANDO A LER

“José Manuel de Mello - a cultura da união” é uma biografia escrita pelo professor Miguel Figueira de Faria sobre o empresário que morreu em 2009 e que representou a terceira geração empresarial construída em torno do grupo CUF - Companhia União Fabril. O livro atravessa vários momentos importantes da história recente de Portugal e dá a conhecer melhor um dos mais relevantes grupos familiares empresariais de Portugal, o grupo José de Mello, e a forma como se conseguiu refundar um universo empresarial que foi altamente penalizado com as nacionalizações que se seguiram à revolução de 25 de Abril de 1974. Aliás, em 8 de Setembro de 1973, conta-se no livro, o Expresso colocava na capa a seguinte questão: "será a CUF o único grande grupo português"? Quando o grupo foi criado por Alfredo da Silva, avô de José Manuel de Mello, tinha uma interessante premissa - "o que o país não tem a CUF cria".

O QUE EU ANDO A OUVIR

Três discos neste momento em escuta, em formato físico – CD –, todos de música portuguesa.

O mais recente é do projeto Espírito, de Toli César Machado, músico dos GNR. Chama-se “Contrário da escuridão” e tem colaborações de peso como Adolfo Luxúria Canibal ou Ricardo Ribeiro (“Preso por um fio”).

Outro é de Luís Severo, músico que anda a dar nas vistas e conseguiu pôr muita gente a ouvi-lo à chuva no Porto, no Primavera Sound, às 17h de um sábado cinzento.

E o terceiro, há já umas semanas em escuta, dos consagrados Linda Martini – com uma faixa em especial em modo repetição – “Se me agiganto”.
 
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