O público de Lisboa acorreu à Baixa para ver o quadro que esteve exposto nos Armazéns Grandella. A polémica nos jornais foi muita, houve comícios para debater a tela, e o homem que está ao lado de Cristo em “Sonho - Venite ad me” foi eleito Presidente da República portuguesa, anos depois. Numa época em que a relação entre a arte e a religião gera controvérsia, o Expresso conta a história deste quadro e recorda outras contendas
Muitos anos antes de o jornal satírico francês “Charlie Hebdo” ter sido palco de um brutal ataque terrorista por publicar cartoons alusivos ao profeta Maomé, o quadro do pintor português Baeta das Neves intitulado “Sonho - Venite ad me” gerou inúmeras querelas por representar o político Bernardino Machado ao lado de Jesus Cristo. Esta pintura é uma das 550 peças que podem ser vistas em Cascais, na mostra “Boa viagem, Senhor Presidente!”, até 29 de abril.
O quadro foi pintado em pleno regime monárquico, para satisfazer um desejo do mecenas que o patrocinou e encomendou – o empresário republicano Francisco Grandella, dono dos Armazéns Grandella, a primeira grande superfície comercial ao “estilo de Paris e Londres” que existiu em Lisboa [atual loja da H&M, na rua do Carmo], e aí foi mostrado ao público numa exposição inaugurada a 5 de julho de 1909.
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