sábado, 28 de abril de 2018

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Martim Silva
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Manguel, Angola, Coreia e tudo sobre as novas leis das rendas
28 de Abril de 2018
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Bom dia,
Eis os meus destaques da edição do Expresso desta semana, que vão de Manguel a Sousa Tavares, de Angola à Coreia, dos submarinos ao mercado de arrendamento, da Santa Casa a Santa Rita Pintor :

Angola ameaça deixar Lisboa sem embaixador
"No número 68 da Avenida da República, em Lisboa, há uma cadeira vaga para o novo representante de Angola em Portugal. Já se sabe a quem se destina: o Presidente angolano já o escolheu e o Presidente português já deu o agreement. Mas esta relação fraterna está tudo menos terna. No entanto, a cadeira da embaixada não será ocupada pelo futuro embaixador, porque Angola está irritada com a Justiça portuguesa e não quer escondê-lo, quer mostrá-lo. João Lourenço não vai indicar para já o embaixador."

Estado coloca 10 mil casas em renda acessível
Dez mil habitações que pertencem ao Estado vão ser colocadas no mercado para arrendamento a preços acessíveis. Todos os ministérios, institutos públicos e outros serviços da Administração direta ou indireta do Estado tiveram de comunicar quantos prédios ou frações têm na sua propriedade que estão atualmente vazios e para os quais não têm projeto de ocupação a médio prazo. Uma primeira contagem foi feita em março e os imóveis vão agora integrar o Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado para serem recuperados e transformados em casas de habitação, que serão arrendadas ao longo dos próximos dez anos por valores mais baixos do que os do mercado.
Nesta edição tem ainda um conjunto de perguntas e respostas que servem de guiapara que perceba tudo o que vai mudar, e o que pode afectar a sua vida caso seja inquilino ou senhorio.

Não é costume eu destacar aqui artigos de opinião, mas o texto do Miguel Sousa Tavaresesta semana, sobre a polémica do Museu das Descobertas, vale muito a pena:

O esplendor do politicamente idiota
Pobre Fernando Medina, do que ele se foi lembrar: fazer um Museu das Descobertas, ou dos Descobrimentos, em Lisboa! Uma ideia que pareceria absolutamente consensual e necessária e que só pecava por tardia, parece que se transformou numa polémica que já suscitou a indignação de mais de uma centena de historiadores e “cientistas sociais”, trazida a público num abaixo-assinado de professores de diversas Universidades, portuguesas e estrangeiras — se bem que, para dizer a verdade, quase todas de segundo plano, as Universidades, e quase todos, portugueses, os professores, com excepção de alguns, que presumo brasileiros, em decorrência dos nomes que ostentam e que só podem ter origem em antepassados portugueses e não em avós balantas ou mesmo tupi-guaranis.

Escom forjou documentos no caso dos submarinos
O cruzamento entre alguns e-mails encontrados nos “Panama Papers” e documentos descobertos numa consulta pormenorizada feita agora pelo Expresso a dossiês anexos aos autos do processo-crime de corrupção dos submarinos, arquivado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), revela que o mesmo tipo de procedimento exposto na ‘Operação Marquês’ foi usado no negócio com o consórcio alemão. E envolvendo diretamente Hélder Bataglia. Um contrato forjado em 2004 permitiu justificar transferência bancária de 2,5 milhões de dólares ocorrida 21 meses antes, em janeiro de 2003, e sobre a qual não há quase nada.
 
Eco
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Moon e Kim dão oportunidade à paz
Há apenas sete meses, pouco depois de a Coreia do Norte ter testado a sua primeira bomba de hidrogénio, Donald Trump ameaçou “destruir totalmente” aquele país e Kim Jong-un, em resposta, prometeu “a mais dura resposta da história”. Uma nova guerra na península coreana, e desta vez com armas nucleares, parecia iminente. Ontem, em Panmunjom, uma aldeia da Zona Desmilitarizada que há 65 anos separa as duas Coreias, os líderes do Norte e do Sul comprometeram-se a “promover a completa desnuclearização” da península e anunciaram “um novo capítulo, de paz e desenvolvimento” nas relações bilaterais.

Santa Casa congela entrada no capital do banco Montepio
Ao recomendar ao Governo que não autorize a entrada da Santa Casa no capital do Montepio, o Parlamento deu a estocada final num negócio que era para ser de valor elevado mas que poderá acabar por ser apenas simbólico. E dentro da instituição já não parece haver dúvidas que agora será mais difícil concretizar o projeto. “A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não tem condições para avançar com o investimento no capital do banco do Montepio nos termos que estavam em cima da mesa. Pelo menos para já”, disse ao Expresso fonte ligada à Misericórdia.
Entrevista a Alberto Manguel: "“A sociedade anestesiou-nos”
E
m 2009, abriu-nos o portão do presbitério medieval. A entrada dava para um jardim com árvores de fruto e abetos centenários, à direita a pequena casa, à esquerda o estábulo em ruínas. Ali, após cuidadosos restauros e sob a luminosidade oferecida por janelas até então amuralhadas, instalou os seus 35 mil livros. Em 2015, por razões de que não se quer lembrar mas que acaba por revelar, foi impelido a sair dali. Do único sítio no mundo onde conseguira montar a sua biblioteca. Dessa perda, da raiva e do luto nasceu finalmente um livro, a que chamou “Embalando a Minha Biblioteca” (Tinta da China). E é, como todos os livros de Alberto Manguel, uma viagem pela literatura, ou melhor, pela leitura que ela faz das experiências humanas.
Hoje, a casa de Mondion, na região francesa de Poitou-Charentes, é um daqueles espaços vazios semelhantes ao que a “Mona Lisa” deixou no Louvre quando um dia foi roubada e que os visitantes faziam questão de ir observar. E Manguel, o “Don Juan das bibliotecas” segundo George Steiner, atual diretor da biblioteca outrora dirigida por Borges e professor em Princeton, transformou-se num wanderer, um viajante sem rumo fixo, que assim permanecerá até encontrar a sua Ítaca ou o espaço onde irá desencaixotar os livros que lhe recordam quem foi.

Santa Rita Pintor existe?
Nos cem anos da morte do embaixador do futurismo em Portugal, o esquivo modernista regressa em dados inéditos, nova atenção académica e biografia a publicar ainda este ano. Companheiro de Almada, Mário de Sá-Carneiro e Souza-Cardoso, ei-lo um pouco menos intrigante em mais uma performance
 
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