OUTRAS NOTÍCIASO Fundo Monetário Internacional (FMI)
disse que Portugal vai crescer 2,4% este ano, contra os 2,2% que antes estimava. O novo valor está inclusive acima da previsão do Governo e em linha com a média da Zona Euro. Mas é também um dos piores registos.
A crescer menos que Portugal só França, Itália, Bélgica e Grécia. E para o ano só mesmo a Itália e a Bélgica.
Enquanto desfrutamos deste ‘milagre económico’, o
FMI confirmou que está
mais otimista com a economia mundial, que deverá crescer 3,9% em 2018 e 2019. Para digerir isto tudo pode consultar
aqui cinco gráficos que ajudam a traçar o retrato à economia mundial.
É sempre bom
relembrar o que diz o FMI sobre Portugal:
“As autoridades devem ser cautelosas em relação a aumentos permanentes na despesa, (…) principalmente em relação a decisões que podem afetar os gastos salariais do Estado nos próximos anos.”
“Para aumentar o PIB potencial são necessárias reformas estruturais e mais investimento e produtividade. (…) Um mercado de trabalho flexível é chave. E a flexibilidade deve ser preservada mesmo quando se procura um ambiente de maior estabilidade no emprego. O investimento tem de aumentar substancialmente. E para preservar o equilíbrio externo com o aumento do investimento é necessário aumentar as taxas de poupança.”Entretanto, ficámos a saber que, em 2017,
o investimento público, aquele que o Governo diz ter crescido muito,
foi 8% menos do que realizado em 2013, ano em que a crise atingiu o seu pico.
BE e PCE acordaram de um longo sono e agora exigem que a folga orçamental vá para
investimento público.
Mas Mário Centeno diz que o Orçamento do Estado
depende menos dele do que as pessoas imaginam, em mais uma entrevista, desta vez ao
Negócios. O ministro afirma que
a política orçamental não mudou, mas o discurso é totalmente diferente. O sucesso é agora fruto da descida das taxas de juro,
“num desempenho que não tem paralelo em nenhum país do mundo” e que
“não se repete”. A poupança foi também conseguida pelo melhor desempenho da Segurança Social mas “
quando há mais contribuições, há mais responsabilidades futuras (…) mais pensões que têm de ser pagas”, por isso é preciso poupar.
E avisa que a sua austeridade irá continuar pois
“sempre que em Portugal temos um período, infelizmente não muito longo, em que o sol brilha, há sempre um enorme apetite pela despesa pública”. Mas não deixa de confirmar que a folga orçamental está a ser guardada para ano de eleições:
“Exatamente”. A entrevista é em episódios e continua amanhã.
Esta quarta feira, pelas 18 horas, PSD e PS devem formalizar os acordos sobre descentralização e fundos comunitários.
Até lá, Rio e Costa‘namoram’ em público.
“Primeiro Portugal, depois o partido, depois nós próprios", diz Rio. E continua:
“Tudo aquilo de que o país precise e que não possa ser feito só por um Governo, que precise da ajuda dos outros partidos, estamos disponíveis para isso".
Costa responde:
“O futuro de Portugal deve merecer um acordo o mais alargado possível sobre aquilo que devem ser as traves mestras do desenvolvimento do país entre 2020 e 2030".
A SIC continua a apresentar a
reportagem “
Oui, Monsieur - O Saco Azul do Marquês”, que não pode mesmo perder. Entretanto, o Ministério Público abriu
um inquérito para investigar a divulgação dos vídeos dos interrogatórios, por considerar que
“está proibida".
Na Justiça não há descanso, mas há contestação. A ministra vai mexer no mapa judiciário, outra vez, e a
polémica está instalada.
Em três anos, mais de 67 mil toneladas de
resíduos com amianto foram enterrados
sem qualquer tratamento.
Feliciano Barreiras Duarte vai ter de voltar às aulas
se quiser continuar a frequentar o doutoramento em Direito.
A Fibroglobal, empresa ligada à Altice, poderá ter de devolver ajudas públicas se ficar provado que houve
sobrefinanciamento.
A Autoridade da Concorrência contestou a providência cautelar da Vodafone
colocada para travar a investigação daquele regulador à compra da Media Capital, pelo menos até haver uma decisão de outra ação judicial, que tenta que seja considerada válida a oposição da ERC ao negócio.
Um
estudo do thinktank Global Future conclui que
qualquer cenário para o Brexit (mesmo o mais pacífico), vai custar dezenas de milhares de milhões de libras ao Reino Unido.
Trump enviou o diretor da CIA para encontrar-se com Kim Jong-un e
preparar o encontro entre os dois.
Em Cuba começou o fim da era Castro. O novo rosto do poder é
Miguel Díaz-Canel.
Os
médicos que trataram as
vítimas do alegado ataque químico em Douma estão a ser alvo de elevada intimidação para que abandonem os pacientes e não contem nada do que se passou.
Aécio Neves, o senador do partido do Movimento Democrático Brasileiro, foi constituído arguido no âmbito da
Operação Lava Jato. Está acusado de corrupção e obstrução à justiça.
Barbara Bush, antiga primeira-dama norte-americana, mulher de George Bush e mãe de George W. Bush, morreu aos
92 anos. Vale a pena ler
este obituário do 'New York Times'.
A Starbucks vai fechar todas as suas lojas nos Estados Unidos,
cerca de 8 mil, por um dia para que os 175 mil empregados sejam formados em políticas
anti-discriminação racial, depois de dois negros terem sido presos numa das suas lojas em Filadélfia.
A
China vai
eliminar as limitações à propriedade de empresas da indústria automóvel que tinham de ser detidas em partes iguais com um parceiro chinês. Esta decisão é vista como
uma cedência aos EUA na sequência das imposição de tarifas sobre produtos chineses.
Jérône Hamon tornou-se a primeira pessoa do mundo a receber dois transplantes de face.
O QUE EU ANDO A LER?
A economia sul-africana deverá registar o quarto ano consecutivo de quebra do seu produto interno bruto. A queda será pequena de acordo com os dados do FMI (-0,1%), mas não deixa de ser mais um ano em que o futuro fica adiado num dos mais ricos países da África subsariana.
Um cenário muito diferente daquele idealizado por Mandela. Desde o fim do Apartheid (1994) a pobreza tem vindo a diminuir, mas entre 2011 e 2015 os dados mostram que a tendência se inverteu, ameaçando mesmo comer os ganhos conseguidos desde 1994, segundo um
relatório do Banco Mundial.
E quando olhamos para a desigualdade, vemos que esta não parou de crescer.
Os ricos são cada vez ricos deixando para trás a esperança de eliminar a pobreza até ao ano 2030, meta estabelecida pelas autoridades sul-africanas.
Talvez as mesmas que em pouco mais de 20 anos fizeram desaparecer “tens of billions of dollars” em fundos públicos. Há toda uma elite do ANC que enriqueceu em troca dos sonhos do milhões de sul-africanos.
A
reportagem ‘
They Eat Money’: How Mandela’s Political Heirs Grow Rich Off Corruption’, publicada pelo 'The New York Times', é um retrato cruel de uma nação que continua a segregar oportunidades e a fomentar a separação entre riscos e pobres. A não perder.
ERRATA No Expresso Curto de ontem, foram indicadas datas de publicação da Biblioteca Expresso com erros. Pelo lapso pedimos desculpa aos nossos leitores e aqui escrevemos as datas corretas:
Biblioteca Expresso - Já nas bancas: “A Ordem Mundial”, de Henry Kissinger (prefácio de Miguel Monjardino)
- 5 de maio: “Blink”, de Malcolm Gladwell (prefácio de Ricardo Costa)
- 2 de junho: “A Nova Era Digital”, de Eric Schmidt e Jared Cohen (prefácio de Miguel Cadete)
- 7 de julho: “O Cisne Negro”, de Nassim Nicholas Taleb (prefácio de Henrique Raposo)
- 4 de agosto: “Keynes: O Regresso do Mestre”, de Robert Skidelski (prefácio de Francisco Louçã)
- 1 de setembro: “Uma Sociedade Funcional”, de Peter F. Drucker (prefácio de Pedro Santos Guerreiro)
Este
Expresso Curto fica por aqui, tenha uma ótima quarta-feira e aproveite os primeiros ares da primavera. Dizem que são de curta duração.
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