A Verdade Sobre os Probióticos
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os probióticos são "micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, oferecem um benefício para a saúde do hospedeiro". O principal problema decorre do fato de que ingerir bilhões de organismos vivos desenfreadamente não garante que você receberá os benefícios, e isso não é algo que você aprenderá caminhando pelos corredores de uma loja de alimentos saudáveis.
No entanto, o diretor do Instituto Microbiome, Jack Gilbert, destaca a questão mais problemática através do artigo em 'Nautilus: Uma Escassez de Pesquisa'. "A falta de testes clínicos demonstrando eficácia é o principal obstáculo para saber se probióticos são melhores do que as formulações existentes que, comprovadamente, têm ajudado com diarreia e atopia. As alegações de que as misturas probióticas ajudam a manter a saúde em geral ainda não foram comprovadas ".
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Além disso, devido ao fato de que a indústria brasileira opera com poucos regulamentos tangíveis, é quase impossível estar 100% seguro do que você está colocando dentro de seu organismo. Uma série de estudos mostrou que existem discrepâncias regulares entre os conteúdos de um produto e os ingredientes mencionados no rótulo. Além disso, esse problema é particularmente prevalente quando se trata de produtos que contenham múltiplas cepas bacterianas. Por exemplo, uma análise em 2015 de 16 produtos probióticos descobriu que o conteúdo de apenas um deles corresponde perfeitamente ao que estava escrito no rótulo.
Apesar de uma grande proporção de probióticos comercialmente disponíveis fazer alegações de saúde infundadas, isso não significa que seus benefícios para a saúde são inexistentes. Existem muitas variedades de probióticos, e cada um deles atua de maneiras únicas. Infelizmente, apenas uma quantidade muito limitada provou ser eficaz por meio de testes clínicos, o que significa que muitas pessoas estão comprando produtos para colher benefícios que nunca recebem.
Vamos tomar o iogurte como exemplo, que normalmente contém duas cepas dominantes de bactérias, nomeadasLactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. O problema aqui é que nenhum desses é resiliente o suficiente para passar pelo ácido gastrointestinal vivos, tornando os seus benefícios essencialmente inúteis. No entanto, certos tipos de iogurtes são enriquecidos com diferentes cepas, que são capazes de passar pelo trato gastrointestinal em uma única peça. Alguns exemplos são bebidas fermentadas com Lactobacilos vivos, e iogurtes enriquecidos com Bifidobacterium vivos, ambas muito benéficas à saúde.
Enquanto isso, os pesquisadores descobriram conexões entre sérios problemas de saúde, como autismo e doença de Parkinson, e a presença de bactérias intestinais. Eles também estão investigando o impacto potencial que as bactérias intestinais têm sobre a eficácia da medicação e estão procurando maneiras de usar probióticos para tornar as curas personalizadas para toda uma gama de doenças, bem como para prolongar a vida dos seres humanos.
No entanto, por enquanto, todos devemos temperar nosso otimismo com uma dose saudável de ceticismo científico. Os probióticos certamente não são uma "cura" e é melhor optar por produtos destinados a atingir uma área específica, em vez daqueles que afirmam promover um bem-estar geral.
Fonte: Futurism | Imagens: Deposit Photos
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