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POR José Cardoso
Editor Adjunto
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França
fez “acordo secreto” com Comissão Europeia para não cumprir metas do
défice. Mossul, avanço ao dia 17. “Sabotagem política” nos EUA? |
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Boa tarde,
O respeito pelo cumprimento das metas do défice é a pedra de toque da
União Europeia (inclua-se nesta “União Europeia” a Comissão Europeia, o
Banco Central Europeu, a Alemanha, o seu sempre moralizador ministro das
Finanças, as troikas, até mesmo o FMI…) no trato com os países mais
endividados e/ou que recebem ajuda financeira das chamadas
“instituições”.
Pois ficou agora a saber-se que… a França fez um “acordo secreto” com a Comissão Europeia para não cumprir metas do défice. Desde que François Hollande foi eleito Presidente, em 2012,
o Governo francês apresentou sempre previsões de défices
intencionalmente falsas, para não ser castigado com sanções por
ultrapassar os limites do défice autorizado. Mais: a mentira tinha o beneplácito da Comissão, tanto da que foi presidida por Durão Barroso como da atual, de Jean-Claude Juncker.
Quem o revela é o próprio Presidente Hollande, num livro que acaba de
sair, intitulado “Um presidente não deveria dizer isso”, cujas cerca de
700 páginas o meu camarada Daniel Ribeiro, correspondente em Paris,
esteve a debulhar. E, a páginas tantas, lá está a revelação, que não foi
desmentida. Como diz o Daniel, o livro é explosivo, quer por isto quer
pelo que Hollande diz de muitos políticos franceses de primeiro plano.
É com este tema que abrimos o Expresso Diário desta quarta-feira. Outro
assunto quente é a corrida à Casa Branca, que está ao rubro. Abordamo-la
em dois trabalhos diferentes: um “tríptico” e um 2:59 Para Explicar o
Mundo.
No primeiro, publicamos uma entrevista exclusiva do Ricardo Lourenço, nosso correspondente nos Estados Unidos, a um senhor chamado Richard Painter, que foi chefe do Conselho de Ética da Casa Branca durante a presidência de George W. Bush. E que interpôs
agora a primeira queixa oficial contra o diretor do FBI, James Comey,
por ele ter “desenterrado”, poucos dias antes das eleições, o caso dos
emails de Hillary Clinton. Painter não tem dúvidas:
“Revelar parte de uma investigação sobre um candidato à Casa Branca a
menos de duas semanas das eleições é sabotagem política”. Uma
declaração a ter tanto mais em conta que Richard Painter é… republicano.
Publicamos, ainda, um artigo da Joana Azevedo Viana a propósito do pedido da campanha de Hillary Clinton para que – já agora - o FBI divulgue publicamente o que sabe sobre as alegadas ligações de Donald Trump à Rússia. E, para completar o “tríptico”, mais um artigo da Cátia Bruno sobre a importância dos “swing states”, desta vez a Virgínia,
cujo governador autorizou milhares de presos a votar (sabia que nos EUA
presidiários e até ex-presidiários não têm direito de voto? Que mais de
cinco milhões de pessoas nos Estados Unidos estão proibidas de votar
por terem cadastro?)
O segundo tema sobre as presidenciais norte-americanas é mais um artigo da série 2:59 Para Explicar o Mundo. Neste, o Pedro Cordeiro explica, no vídeo com os habituais 2 minutos e 59 segundos, que vias têm Hillary Clinton e Donald Trump para chegar à Casa Branca.
Outros dos assuntos que está em destaque desde o início desta semana é o documentário
“Before the flood”, que segue as aventuras de Leonardo Dicaprio como
mensageiro da ONU para as alterações climáticas. Estreou esta
segunda-feira na televisão portuguesa e está a “bombar” nas redes
sociais e no Youtube. A Mariana Lima Cunha escreve sobre o filme e a sua
importância, numa altura em que estudos indicam que Lisboa pode tornar-se um deserto daqui a menos de um século. Calma: os especialistas por ela consultados rejeitam alarmismos, garantindo que ainda estamos a tempo.
Do Iraque surgiu esta quarta-feira uma novidade: ao 17º dia de ofensiva, forças iraquianas conquistaram ao Daesh o primeiro bairro de Mossul, o último bastião no Iraque dos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico. Fazemos o ponto da situação, através de um texto do Rui Cardoso e de um mapa interativo explicando como avançam as várias forças (muitas vezes antagónicas entre si) que compõem a coligação anti-Daesh.
Por último, a Caixa Geral de Depósitos. Face a notícias
de que a Caixa teria de registar mais 900 milhões de euros de
prejuízos, por causa do dinheiro que meteu no grupo espanhol La Seda, a
Anabela Campos e o João Vieira Pereira escrevem que a maior parte das perdas do banco público relacionadas com o La Seda já foram registadas.
A Caixa volta, aliás, a fazer esta quarta-feira o pleno das crónicas de opinião do Expresso Diário. O Henrique Monteiro titula “CGD: ou é assim, ou vou-me embora”; o João Vieira Pereira escreve sobre “A magia na Caixa”; o Daniel Oliveira discorre sobre “Os media, António Domingues e Sérgio Monteiro”; e o Henrique Raposo diz “Caixa amoral“.
Neste Expresso Diário temos ainda Camões no Parlamento, Amália no Rio e Brexit à mesa dos hoteleiros.
Boas leituras e um bom resto de dia, sem acordos secretos nem amoralidades
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