segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A humilhação de Durão. A pneumonia de Hillary. A cartada de Cristas

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Expresso
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Martim Silva
Por Martim Silva
Diretor-Executivo
 
12 de Setembro de 2016
 
A humilhação de Durão. A pneumonia de Hillary. A cartada de Cristas
 
Bom dia,
Durão Barroso, sempre que queira ir matar saudades da Comissão Europeia, será recebido e tratado não como um estadista, não como o homem que durante dez anos liderou o Governo da Europa mas como um representante de um banco privado (Goldman Sachs), com os seus interesses privados.
Como um lobista.
A decisão foi ontem anunciada pela Comissão presidida pelo luxemburguês Jean Claude Juncker, depois das dúvidas e esclarecimentos pedidos pela Provedora de Justiça Europeia. Diz Juncker: “Ao assumir o emprego, o Sr. Barroso será recebido na Comissão não como um antigo presidente mas como um representante (dos interesses do banco) e será submetido às mesmas regras de outros representantes”.
Soa um pouco a amesquinhamento e humilhação, não soa?
Mas este é daqueles casos em que, para não dizer mais, Durão Barroso se colocou mesmo mesmo a jeito.

Nos EUA, ontem, 11 de Setembro, foi dia de cerimónias a assinalarem os 15 anos do mais terrível dos atentados em território norte-americano. Mas o dia acabaria por ficar marcado pela saída abrupta de Hillary Clinton das cerimónias no Ground Zero (faltam dois meses para as presidenciais e qualquer facto, por mais insignificante que pareca, pode ter efeitos políticos brutais). O staff de campanha apressou-se a esclarecer que a saída tinha sido motivada pelo calor que se fazia sentir no local. Mais tarde, a médica da candidata emitiu um comunicado dizendo que Hillary está com pneumonia. Aqui pode perceber mais pormenores do que aconteceu.

Por cá, o fim de semana político foi marcado pelo anúncio, no meio de um comício no distrito de Aveiro, de Assunção Cristas de que vai ser candidata à câmara de Lisboa no próximo ano (repetindo o que Portas fizeram em 2001).
Marques Mendes já veio elogiar a decisão da líder do CDS, considerando que a mesma coloca agora o PSD e Passos em situação mais delicada na capital.
Os sociais-democratas, picados, já vieram, através de Carlos Carreiras, coordenador autárquico, dizer que Cristas "será bem vinda a um futuro executivo" camarário liderado pelo PSD, como vereadora.
A própria Cristas veio ontem dizer que PSD e CDS são “amigos e aliados”, mas com calendários e timings próprios. Ricos amigos…
Quanto a Fernando Medina, o autarca de Lisboa, já antevendo o avanço de Cristas, afirmou este sábado numa entrevista ao Expresso (questionado sobre as possíveis candidaturas da líder do CDS e de Santana), que "a direita só tem respostas do passado". É nesta entrevista que o autarca revela que o projeto para a Segunda Circular vai ser atirado para depois das eleições autárquicas de 2017.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro,

Aos poucos vamos conhecendo mais detalhes e linhas do que deve ser o OE do ano que vem. Ontem, Marques Mendes disse que o Governo se prepara para subir a taxa de solidariedade que já é aplica sobre os contribuintes de rendimentos mais elevados (acima dos 80 mil euros anuais).

A questão do crescimento, ou falta dele, da nossa economia, é tema central. Hoje mesmo o Governo prepara-se para anunciar mais 500 milhões disponíveis para investimento das autarquias. Marcelo, há seis meses em Belém, deixou este sábado um alerta ao executivo, deixando claro que "Agora é preciso crescer".

Depois de ter vencido a quarta votação seguida na corrida a secretário-geral da ONU, António Guterres pode viver hoje um momento importante. Vai saber-se se Kristalina Georgieva, comissária europeia búlgara, vai ou não ser a candidata surpresa a aparecer na corrida e que pode baralhar tudo… e atrapalhar seriamente as pretensões do antigo primeiro-ministro português.
Estas perguntas e respostas podem ajudar a perceber o que se passa nesta luta.

Um diplomata da delegação da União Europeia na Tunísia foi esfaqueado pelo filho em Lisboa.

Hoje é o funeral do segundo militar morto no curso de treino de comandos, Dylan da Silva.. Este fim de semana, depois do governo vir admitir, e depois dizer que não tinha admitido, vir a extinguir os Comandos, várias vozes se levantaram. Destaque para o BE, o único partido que surgiu a apoiar a ideia e, no pólo oposto, para Marcelo Rebelo de Sousa, que deixou claro que é contra o fim da força especial.

Saíram este fim de semana as listas de colocados no ensino superior este ano. Curiosidade para o facto de desta vez não ter sido Medicina o mais difícil (nota mais elevada) de entrar. Leia aqui.

O Público afirma hoje que "Inspeção detecta 100 falhas de segurança em helicópteros do Estado".

O ator português Nuno Lopes venceu um prémio de interpretação no Festival de Veneza pelo seu papel de um boxeur desempregado, no filme “São Jorge”, de Marco Martins.

Dormiu mal? Costuma acontecer? Tem problemas nas costas? Já pensou trocar de colchão? Não se preocupe, não estou a fazer publicidade encapotada, estou só a falar deste artigo da Revista do Expresso que serve precisamente para o ajudar a escolher melhor um colchão.

Vem aí o Conselho Nacional da Saúde, um órgão consultivo de peritos que vão avaliar o sector. O novo organismo deve ser anunciado pelo Governo esta quinta-feira, num Conselho de Ministros dedicado precisamente à Saúde.

A venda do Novo Banco voltou a ser adiada, e o novo prazo é outubro. Veremos…


Lá fora,
Ontem, como já referi acima, foi 11 de Setembro. Sem querer ser exaustivo, deixo os links de alguns textos que vale a pena ler (há muito, muito sobre o tema na internet), como este sobre os efeitos dos atentados, do terror e do medo sobre as populações; este depoimento de um casal que roubou um kayak para fugir de Manhattan; a história da incrível foto “Falling Man”, que mostra um homem (ainda hoje de identidade desconhecida) que se atirou do alto da torre.
Essencial é a entrevista que o correspondente do Expresso nos EUA, Ricardo Lourenço, fez ao antigo "czar antiterrorismo" Richard Clarke, que trabalhou com Bush, Clinton e Obama. Tem como título "A Al Qaeda está de volta".

Deve iniciar-se esta segunda-feira um cessar-fogo no sangrento conflito na Síria, que já leva seis anos e fez mais de 300 mil mortos. Russos e norte-americanos, Lavrov e Kerry, chegaram a acordo quanto a um plano para diminuir a violência, e que deverá permitir, por exemplo, a abertura de rotas de ajuda humanitária em Alepo. Só que já depois do entendimento novos bombardeamentos fizeram mais de 100 mortos.


NÚMERO
17ª

É a posíção do Mestrado em Gestão da Universidade Nova de Lisboa nos rankings do Financial Times.


FRASES
"Marcelo tem uma presidência muitíssimo bem sucedida", Maria Luís Albuquerque, em entrevista ao Jornal de Negócios

"Assunção Cristas tem a possibilidade de ter um resultado histórico para o CDS", Nuno Melo, ao i, sobre a candidatura da líder em Lisboa. Simpatia ou pressão?

"Tenho o vento de Lisboa colado à minha pele e a água do Tejo colada à minha alma", Assunção Cristas

"No dia a seguir a Berlim estava a limpar o chão do teatro", Nuno Lopes, depois de ter ganho um prémio de interpretação, falando sobre a dureza da vida de actor, no jornal i

"Jesus dava um bom treinador para o Real", Paulo Futre, ao DN, no início de uma semana que é marcada pelo regresso da Liga dos Campeões, com Sporting, Benfica em Porto em ação


O QUE ANDO A LER
“Art of the lie” é o título do artigo que faz a capa da The Economist desta semana, sobre o período político que vivemos, da chamada ‘pós-verdade’. Uma era em que já não se trata só da existência de políticos e regimes que mentem, mas da desvalorização do papel da verdade na política. Trump é o expoente. Uma era em que a fragmentação das fontes noticiosas e em que mentiras, rumores e mexericos se espalham com alarmante velocidade, lê-se no texto. A ler, seguramente.

A ler também o convidado desta semana de "Lunch with the FT", Edward Snowden. Num quarto de hotel de Moscovo, com direito a room service.

Nos últimos dias mergulhei nas páginas escritas por Fernando Lima, ex-assessor de Cavaco em Belém (e antes disso em São Bento), "Na Sombra da Presidência". Já depois da experiência de Cavaco Silva como primeiro-ministro tinha lido o livro de memórias do seu mais fiél colaborador. Agora voltei a fazê-lo. Com algum desapontamento, confesso. O livro, mais do que falar da Presidência de Cavaco, dedica-se a… Sócrates. Ao seu projeto de poder, aos casos que o rodearam, à forma como pretendia controlar a comunicação, etc. Tudo construído para se chegar à ideia central do livro, e que desemboca precisamente no caso da chamada vigilância de Sócrates e dos socráticos a Cavaco em Belém. Caso que envolveu diretamente Fernando Lima e cujas consequências levariam a que tivesse passado os últimos seis anos na Presidência num obscuro gabinete num sotão da Presidência, afastado de Cavaco e sem qualquer influência. O livro é, como se percebe, marcado por um forte ressentimento. O problema nem é o ressentimento (foi isso que levou Felt a tornar-se o garganta funda do Watergate). Como o problema não é o tema, seguramente interessante, do projeto de poder e forma de atuar de Sócrates. O problema é que o livro não é verdadeiramente sobre o período de Cavaco em Belém.

Bem, por hoje é tudo, tenha um grande início de semana. E para não dizer que não sou amigo, deixo-lhe já o aviso: amanhã vai chover
 
 
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