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POR José Cardoso
Editor Adjunto
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As Escolhas do Editor
Bom dia,
Os
erros do FMI em Portugal - uma mão cheia deles. Um pedido do líder
islâmico português David Munir – quem está mal, que se mude. Um crime em
nome da honra – cometido por um irmão desonroso. A mudança de vida do
homem que tentou matar Reagan – ainda se lembra do caso? Na música há um
Clã – há duas décadas a rolar. Como gente grande, ou média, ou pequena –
a altura da população está a aumentar. Um trabalho bíblico – vem aí a
nova “Bíblia”. E ainda… um 2:59 para rir e chorar por mais. Está
apresentado o menu das escolhas do editor deste sábado. Passemos à
apresentação de cada um dos pratos:
E começo pelos 5 falhanços do FMI em Portugal.
O Fundo Monetário Internacional e a troika andaram por cá, como todos
nós sabemos e sentimos no bolso. O que nós não sabíamos é que as
previsões e os conselhos do Fundo Monetário Internacional deixaram
muito, mas mesmo muito, a desejar. Quem o diz não é um obscuro
economista da Conchichina, mas sim um organismo independente do próprio
FMI, que fez um relatório no qual refere vários erros no resgate
português. O João Silvestre e o Jorge Nascimento Rodrigues explicaram
tudo no Expresso Diário desta quinta-feira (e, já agora, leia também a crónica de ontem do Nicolau Santos)
(Por
falar em resgates, que têm a ver com défices, que têm a ver com
sanções, espreite o artigo do Pedro Santos Guerreiro que publicámos na
edição de quarta-feira, com a análise das não sanções de Bruxelas a
Portugal (não) decididas nesse dia. Porque há sanções se não há sanções?, é a pertinente pergunta que fazemos logo no título. Sabia que desde 1999 houve 213 violações ao limite de 3% do PIB de défice orçamental entre os estados membros da União Europeia?
E que, só nos países do Euro, aquele limite foi ultrapassado 140 vezes?
E que em todos estes anos nunca foram aplicadas sanções) Pois…)
Outro dos temas que dominou a semana foi o do ataque terrorista feito por dois extremistas islâmicos numa igreja francesa, na terça-feira. A este respeito, pedimos um depoimento ao Xeque David Munir, imã da mesquita de Lisboa e líder espiritual da comunidade muçulmana portuguesa.
Vale a pena reler o que David Munir diz: que não se trata de religião,
mas sim de terrorismo puro; que os portugueses também não estão a salvo;
que se há muçulmanos que se sentem mal no país em que vivem, então que
se vão embora para outro sítio e levem o ódio consigo. O depoimento, na
primeira pessoa, foi publicado no Expresso Diário de quarta-feira.
(Na
edição da véspera o Hugo Franco já tinha perguntado a padres
portugueses se o ataque à igreja em França pode ser o início de uma
guerra religiosa. Se quiser rever o que disseram é clicar na edição de
terça-feira).
É também de barbárie – outro tipo
de barbárie – que trata um artigo da Mariana Lima Cunha que publicámos
na edição desta sexta-feira e cuja (re)leitura recomendo. Qandeel Baloch, uma espécie de Kim Kardashian do Paquistão, muito popular nas redes sociais, foi morta pelo irmão, que se disse “orgulhoso” do feito. “Droguei-a e estrangulei-a. Ela estava a desonrar a família”, justificou. O artigo conta o caso e o que ele significa, num país onde desde o início do ano já foram cometidos 212 homicídios de “honra”.
Outra
forte história humana é a que publicámos na véspera, quinta-feira,
também pela pena da Mariana Lima Cunha. Conta a vida de um
norte-americano chamado John Hinckley, cujo nome poderá dizer-lhe pouco mas que ficará num rodapé da História: foi ele que há 35 anos tentou matar o então Presidente norte-americano, Ronald Reagan,
para impressionar a atriz Jodie Foster, na qual tinha uma fixação. Vive
desde então num hospital psiquiátrico, de onde vai agora ser libertado.
“Já não é um perigo”, decidiu a Justiça. Hinckley vai para casa da mãe.
Para uma leitura mais descontraída, proponho a seguir a entrevista que o Valdemar Cruz fez aos Clã, a pretexto do lançamento de uma coletânea com
vinte das grandes canções criadas pelo grupo desde o primeiro disco,
editado há vinte anos. O Valdemar foi à quinta da zona de Vila do Conde
onde os músicos construíram um estúdio de gravação e esteve horas à conversa com eles. Pode reler este trabalho, “que não é só uma entrevista”, avisa o autor. E pode relê-lo enquanto ouve as músicas da playlist que lhe propomos.
Que todos estamos mais altos do que os nossos avós é uma constatação comum. Mas sabe
quão mais altos estamos, em média? E quem são as pessoas mais altas do
mundo? E as mais baixas? E no meio disto tudo, como ficam os
portugueses? As respostas estão no artigo que publicámos no
Expresso Diário de terça-feira, que a Isabel Leiria redigiu depois de
analisar o mais recente relatório científico sobre o assunto e de falar
com especialistas portugueses, que explicam os porquês (fique já a saber
que o homem português cresceu nos últimos 100 anos de 1,59 metros para 1,73 e que as mulheres têm hoje menos 10 centímetros, em média).
Bíblias
há várias, mas como a nova que aí vem não é apenas mais uma, é
interessante revisitar o artigo que publicámos na edição de
quarta-feira, dia em que foi apresentada. O José Mário Silva esteve lá, e
explica tudo: é a mais completa Bíblia jamais publicada em português, traduzida do grego antigo pelo conceituado académico Frederico Lourenço,
que tem pela frente um trabalho quase bíblico: é feita a partir da
“Bíblia” grega, ou “Bíblia dos Setenta” (“Septuaginta”), que inclui os
27 livros do ‘Novo Testamento’ (iguais em todas as Bíblias) e 53 livros
do ‘Antigo Testamento’ – mais sete do que os abrangidos pelo cânone
católico, e mais 14 do que os das edições protestantes. Uma empreitada que não acabará antes de 2019.
Por fim – para um fim de semana bem disposto - proponho que reveja o trabalho da série 2:59 Para Explicar o Mundo que publicámos nesta quarta-feira e que trata de…gafes, erros, quedas e até danças. Ao chegar ao fim a primeira série deste formato inovador, mostramos como ele é feito - e às vezes desfeito… Além
de re(ver) este 2:59 especial, feito pela equipa base habitual (a Joana
Beleza, o João Santos Duarte, o André Atayde, o João Carlos Santos e o
João Roberto), poderá ainda revisitar os 26 trabalhos anteriores da
série.
Boas leituras, um excelente fim de semana
e, se for o caso, boas e retemperadoras férias, sem gafes nem quedas e
que pode aproveitar para (re)ver este e os outros 26 trabalhos do 2:59
(Nas
bancas tem nova edição do semanário, que oferece este sábado “A
brasileira de Prazins”, o terceiro de oito volumes das obras de Camilo
Castelo Branco que estamos a distribuir aos nossos leitores)
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