|
|
POR José Cardoso
Editor Adjunto
|
|
|
Bom dia,
As ameaças de um acordo chamado TTIP, a querida língua portuguesa, um
alpinista que esteve congelado 16 anos, os filhos que queremos ter e não
temos, a viagem triunfal do sr. De Sousa a Moçambique, o desgoverno em
Espanha, o futuro do Daesh explicado em 2:59 e o túnel para um local
onde quem mandava era até agora quem lá estava. É desta matéria prima
que se alimentam As Escolhas do Editor deste sábado. Comecemos por aquilo que a autora do artigo que publicámos nesta quinta-feira apresentou como “o assunto mais aborrecido com que todos devíamos estar preocupados”. O assunto dá pelo nome de Tratado Transatlântico de Comércio e Investimento, mas é mais conhecido pela sigla, TTIP. O problema com
o TIIP, que visa reduzir os entraves regulatórios e a burocracia para
potenciar ao máximo as trocas entre os Estados Unidos e a União
Europeia, não é um, são muitos. O principal é que tem estado a ser negociado no segredo dos deuses. Nenhum
parlamento nacional, ou o Parlamento europeu, estão à mesa das
negociações ou têm acesso aos documentos de um tratado que mexe com
serviços públicos, segurança ambiental, (des)regulação financeira,
privacidade dos cidadãos, direitos laborais e várias outras coisas.
Para perceber do que trata o TTIP e que ameaças representa ao modo de
vida dos europeus e ao papel do Estado, recomendo a leitura não só do
artigo da Joana Azevedo Viana como da crónica que o Daniel Oliveira publicou na mesma edição, na qual não teve papas na língua: o TTIP é “a porta dos fundos para assaltar a democracia”. Como esta quinta-feira foi o Dia da Língua Portuguesa, também não tivémos papas na língua e fizémos-lhe uma declaração de amor.
O Ricardo Marques mergulhou no Grande Dicionário e navegou ao sabor das
palavras, até aportar no verbo amar. O resultado esta navegação
resultou num belíssimo texto, cuja (re)leitura vale a pena. Um
artigo completamente “fora da caixa” numa altura em anda de novo por aí o
debate sobre o Acordo Ortográfico atualmente em vigor. Ou não está? (o embaixador e professor de Direito Internacional Carlos Fernandes acaba de publicar um livro em que diz que “não há Acordo Ortográfico nenhum”,
porque a sua aprovação não foi feita nos trâmites que a lei dita – já
agora espreite também o artigo sobre isto que publicámos no Diário de
quarta-feira). Um dos assuntos que dominou a semana foi a visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique.
Se não a acompanhou e quer ficar com uma ideia geral do tom da
deslocação revisite o texto e os vídeos que o Filipe Santos Costa enviou
logo no primeiro dia oficial da visita do sr. De Sousa, como lhe
chamaram nas boas vindas. O ambiente festivo e descontraído foi o mesmo
durante o resto da visita. Outro dos temas cuja (re)leitura recomendo é a história de Alex Lowe, um alpinista lendário que esteve congelado 16 anos.
Morreu nos Himalaias, sepultado por uma avalancha. A sua viúva casou-se
com um dos seus companheiros de expedição, que recebeu há dias um
inesperado telefonema : o corpo de Lowe tinha sido encontrado,
perfeitamente preservado pelo gelo. A Mariana Lima Cunha conta toda a
história no Expresso Diário de 3ª feira. Talvez não tenha dado por isso, mas Espanha está sem Governo desde dezembro,
altura em que nenhum partido conseguiu a maioria nas legislativas. E,
como entretanto as várias forças políticas não conseguiram montar uma
“geringonça”, acabou-se o prazo legal para formar Governo e o Rei Felipe VI convocou novas eleições,
para junho. Na edição de terça-feira, o Pedro Cordeiro explica porque é
que no país vizinho não foi possível uma solução “à portuguesa”, conta
como estão atualmente os equilíbrios políticos e faz uma antevisão do
que pode ou não advir do novo ato eleitoral. Numa semana em que
a questão da fecundidade voltou a estar na berlinda, com o CDS a fazer
propostas de estímulo à natalidade, a maioria de esquerda a chumbá-las
esta quinta-feira no Parlamento e o CDS a responder lançando uma
campanha nas redes sociais, fica ainda mais pertinente (re)ler o artigo
que a Luciana Leiderfarb escreveu no Expresso Diário de segunda-feira,
baseado no relatório “Determinantes da Fecundidade em Portugal”,
divulgado no mesmo dia. Que Portugal atingiu em 2014 o mais baixo nível de fecundidade da Europa (1,23 filhos por mulher) não é grande novidade, mas então como se explica este número se 95% dos portugueses querem ter filhos? E a maioria querem ter pelo menos dois, embora acabem por ter só um, o que faz que sejamos cada vez mais uma sociedade de filhos únicos. Na edição de quarta-feira publicámos mais um trabalho da série de jornalismo de dados 2:59 para explicar o mundo. Desta vez é sobre o Daesh, sobre o qual o Hugo Franco pergunta se é agora que conseguimos esmagá-lo. Veja, oiça e leia para saber as respostas. Por último, uma sugestão de (re) leitura tão atual quanto útil: tudo o que precisa de saber sobre o túnel do Marão,
que é inaugurado este sábado e abre amanhã, domingo, ao tráfego. Com a
abertura do lanço de 30 km fica concluída a ligação por autoestrada que
faltava do litoral (Matosinhos) à fronteira com Espanha e a viagem entre
o Porto e Bragança demora a partir de amanhã menos 25 minutos do que
demora hoje. No Diário desta sexta-feira, o Abílio Ferreira conta-lhe
tudo o que precisa de saber, em oito pontos e mais uma cronologia desta
obra, que tanta polémica causou. (antes de lhe desejar um bom fim de semana, deixe-me lembrar-lhe que o Expresso Diário acaba de fazer dois anos,
percurso que pode revisitar no artigo do Pedro Santos Guerreiro e do
Martim Silva que publicámos na edição de ontem, sexta-feira, na qual
mostramos algumas das principais “capas” do único jornal digital do
género em Portugal) Agora sim, é tudo por hoje, dia em que está
nas bancas uma nova edição do semanário (na capa da revista E está o
código que lhe permitirá ler gratuitamente o Expresso Diário durante
toda a semana: basta descarregar para o telemóvel a app Expresso, também
gratuita, da loja da Apple ou da Google, fotografar o código com o
telemóvel e… já está). Boas leituras e um excelente fim de semana, para cá e para lá do Marão
|
|
|
Sem comentários:
Enviar um comentário