Bom dia,
Começo as escolhas do editor deste sábado 2 de abril relembrando uma data que se celebra hoje: a aprovação da Constituição da República Portuguesa, no dia 2 de abril de 1976, faz agora 40 anos. E recordo-a por dois motivos que podem ser importantes para si, caro leitor, e que têm a ver quer com o Expresso Diário quer com a edição do semanário que hoje chegou às bancas.
No semanário porque, para celebrar a data, o Expresso tomou a inédita iniciativa de oferecer um exemplar da Constituição a cada leitor. Sim, leu bem: se comprar hoje o Expresso, recebe um exemplar da Lei Fundamental, em formato pequeno, que pode transportar no bolso. E é gratuito, uma oferta que se soma ao segundo volume da História dos Descobrimentos de Jaime Cortesão que começámos a oferecer aos nossos leitores na semana passada.
No Expresso Diário porque publicámos um artigo na edição de ontem, sexta-feira, no qual o Martim Silva explica as principais mudanças que a Constituição sofreu (ou não) nestes 40 anos, durante os quais foi revista sete vezes. Dois dados, para lhe aguçar o apetite: o número de artigos encolheu, dos 312 originais para os 296 atuais; e a expressão de que Portugal deve estar a “caminho para uma sociedade socialista”, que está logo no preâmbulo, mantém-se exatamente na mesma. Mas há mais, muito mais. É também por isso que pode ser-lhe útil comprar o semanário, para receber a versão mais atualizada da Constituição e poder comparar.
Um dos países que esteve esta semana em destaque no Diário foi Angola – e não pelos melhores motivos.
Logo no início da semana, esteve-o por causa da condenação a pesadas penas de prisão de 17 ativistas políticos, o mais conhecido dos quais é o rapper luso-angolano Luaty Beirão. Aconselho uma revisita ao Diário de segunda-feira, dia 28, onde pode (re)ler uma série de artigos sobre o caso, desde a história do processo às reações que as penas desencadeara, da crónica do Pedro Santos Guerreiro ao perfil de Luaty traçado pelo escritor José Eduardo Agualusa ou à carta de amor que a mulher do ativista lhe tinha endereçado quando ele esteve em greve da fome.
Mas recomendo também o artigo do correspondente do Expresso em Luanda, Gustavo Costa, que publicámos na edição de quinta-feira, 31, sobre o colapso do sistema de saúde provocado pelo aumento do número de casos de malária, cólera, febre amarela e outras doenças. A situação é dramática, ascendendo agora a muitas centenas o número de mortes de crianças e adultos registados todas as semanas. Os hospitais não têm camas suficientes, as farmácias não têm medicamentos, as morgues e cemitérios estão entupidos, morrem dezenas de crianças todos os dias.
Outro artigo que merece ser (re)visitado é o trabalho multimédia sobre o melhor tenista português de sempre, João Sousa. Nele, o Pedro Candeias e a Joana Beleza (no texto), o Rui Duarte Silva (nas fotos) e o João Roberto (no grafismo animado) contam a história do desportista, que saiu de casa aos 15 anos e foi para a Catalunha à procura de um sonho – e a quem o pai está sempre a dizer o que colocaram no título do artigo: “Mexe os pés, João!”.
No trabalho desta semana da série 2:59 para explicar o mundo, foi a vez de a Vera Lúcia Arreigoso explicar, no habitual formato de apresentação em vídeo de 2 minutos e 29 segundos, se o Serviço Nacional de Saúde é mesmo igual para todos, ou se há doentes mais iguais do que outros. (e há…). Um (re)visionamento que recomendo – e ao qual pode, já agora, acrescentar a leitura do artigo da mesma autora publicado na terça-feira, 29, sobre os quês e porquês de a Ordem dos Médicos querer que passem a sair das faculdades apenas cerca de 1.300 médicos por ano em Portugal, contra os atuais 1.800.
Ainda do mesmo dia, aconselho também o artigo do Valdemar Cruz no qual relembra o dia em que Fernando Pessoa criticou Jaime Cortesão, cuja “História dos Descobrimentos”, há muitas décadas esgotada nas livrarias, o Expresso está a distribuir gratuitamente desde este sábado.
Na área da Cultura vale igualmente a pena (re)ler o texto da Luciana Leiderfarb sobre quem foi e que importância teve o húngaro Imre Kertész. O nome pode não lhe dizer muito, mas trata-se do único Prémio Nobel da Literatura da Hungria, que obteve em 2002. Morreu agora, aos 86 anos, daquilo que o próprio definiu como a “doença burguesa” que o consumia há duas décadas, o que não deixa de ser irónica para um sobrevivente de Auschwitz, onde esteve quando tinha 16 anos e cujo horror fez dele escritor.
Mais duas sugestões de (re)leituras dos melhores artigos que fomos publicando ao longo da semana. Na quarta-feira, o caso da jovem norte-americana que pediu desculpa ao homem que a violou, por lhe ter chamado violador. Chama-se Jessica Knoll, teve relações sexuais com várias rapazes numa festa, quando estava alcoolizada, e andou 17 anos a recriminar-se por isso. A Mariana Cunha conta a história.
Na quinta-feira, um trabalho do José Pedro Castanheira, complementar ao quem foi publicado há um par de semanas na revista E, sobre a mais espetacular ação de sabotagem dos tempos da ditadura em Portugal, na base aérea de Tancos. Desta vez apresentado em formato multimédia, com depoimentos de quem esteve envolvido na destruição à bomba de dezenas de aviões na base aérea de Tancos.
Boas leituras e tenha um excelente fim de semana
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