Origens Remotas
A existência de vestígios pré-históricos há muito estão assinalados na área demarcada da cidade e da região do Porto (antas, castros, citânias) Recentes escavações na Casa do Infante permitiram perceber alguma da evolução da ocupação da cidade.
O lugar ocupado pela Sé foi, seguramente, um castro. O mesmo se poderá dizer do morro fronteiro de Gaia. Há mesmo referências a um «castrum novum de Portucale», identificável com o Porto. Com a conquista peninsular pelos romanos, a região assiste a profundas mudanças, quer a nível da organização espacial, quer a nível económico, religioso e político. A Sé era o centro da actividade romana e o seu ponto estratégico mais importante. A expansão da cidade foi até à zona da Ribeira. Na actual Casa do Infante foi encontrado um mosaico romano do século IV a.C. que atesta da expansão da cidade. Os núcleos de povoamento multiplicam-se. Encontram-se vestígios importantes, por exemplo da indústria da salga de peixe em Campanhã e Angeiras. Existia mesmo uma villa romana em Campanhã (campaniana) e uma aglomeração romana na Foz do Douro. Durante três séculos a romanização de todo o território é completa.
No início do século V, surgem modificações que marcarão indelevelmente o curso dos acontecimentos. Os povos além Reno, Suevos e Vândalos, instalam-se na Península. Os Suevos estabelecem mesmo um curto reinado (com capital em Braga). Deve-se a este povo o facto de Portucale ascender a sede episcopal. Os Suevos depressa são absorvidos por outro povo bárbaro, os Visigodos. Assiste-se à deterioração do sistema administrativo romano e à apropriação dos poderes por parte da classe dos guerreiros. Com a monarquia visigótica de Toledo a importância de Portucale não cessa de aumentar.
Mas pouco mais de um século após a conquista dos suevos, a monarquia visigótica atingia o seu fim. Um exército muçulmano, desembarca, em 711, no sul da Península Ibérica, e em rápida avançada chega à região do Douro. Mas a ocupação do norte seria efémera, e as regiões de Bracara (Braga) e Portucale renascem. Uma personalidade marca este período da história do Porto, Vímara Peres, peça fulcral no reordenamento e povoamento do Porto.
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