sábado, 27 de fevereiro de 2016

EXPRESSO DIÁRIO - 27 DE FEVEREIRO DE 2016


As Escolhas do Editor

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com
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27 FEV 2016
POR MARTIM SILVA
Editor-Executivo
 
As Escolhas do Editor
Bom dia,
o grande destaque da edição de hoje do semanário Expresso vai mesmo para a entrevista a Carlos Costa. Não só porque é muito raro o Governador do Banco de Portugal dar entrevistas. Mas também pelo facto de Costa estar nesta altura debaixo de fogo cerrado do Governo e da esquerda, que querem a sua saída. A todas as críticas responde o Governador do Banco dizendo que não se demite. Esobre o Novo Banco afirma que cabe ao Governo saber se o quer ou não tornar público. O resto da conversa de três horas do Ricardo Costa, Pedro Santos Guerreiro e João Vieira Pereira com o Governador pode ser lido na edição do próximo sábado.

Santander e La Caixa sondados para comprar Novo Banco é a manchete do caderno de Economia.

Camille Paglia, em entrevista, faz a capa da Revista.

No primeiro caderno, além da já referida entrevista a Carlos Costa, destaque para como a investigação a Manuel Vicente foi arquivada em apenas quatro meses; para oPCP, que anda a fazer reuniões em vários Ministériossobre o Orçamento; e para a guerra nas maçonarias que a sucessão da liderança nos serviços secretos abriu.

Vamos à edição deste sábado do Expresso Diário - As Escolhas do Editor.
1. O fogo inextinguível de Umberto Eco
O professor, semiólogo, medievalista, ensaísta, tradutor, colecionador e escritor deixou uma obra vasta que não se limita à literatura. Morreu no dealbar dos seus 84 anos. Há um ano, Eco abria a porta da sua casa com o gesto amplo e resoluto de quem está habituado a receber visitas. Alto, erguido, imponente, não era um eremita, não vivia numa torre de marfim. Vivia no centro de Milão, em frente ao Castelo Sforzesco, num apartamento grande, luminoso e branco, e a cidade inteira conhecia a sua morada. Lá dentro, o imperador de uma biblioteca de 30 mil volumes — fora os 20 mil que guardava na casa de campo — sentou-se na poltrona de cabedal e, com um cigarro apagado entre os dedos, respondeu a todas as perguntas e formulou outras, a que também deu resposta. Queixou-se da falta de memória coletiva, recuou até à infância e à guerra, riu-se de si próprio e do mundo. Disse que o riso é a consciência da morte, descreveu-se como um “otimista voluntarioso” e mandou suicidar-se quem não aceitar que a Europa está a sofrer uma mudança equivalente à destruição do Império Romano pelos alemães bárbaros. 

2. Fundação Gulbenkian cria o novo mapa de Portugal para a globalização
As velhas rivalidades Porto/Lisboa, litoral/interior e cidade/campo estão a passar à História. A Fundação Gulbenkian lançou esta semana um novo estudo sobre o Arco Metropolitano de Lisboa que mostra uma geografia do país muito diferente das ideias dominantes na cultura popular. O problema não é apenas o que se passa na cultura popular, mas o facto de estas ideias fazerem ainda hoje parte da visão que muitos dirigentes têm na administração pública, nas autarquias, nas empresas, nas associações, nas universidades, nos centros de investigação e noutras organizações. Visão que leva estes dirigentes a tomarem decisões erradas, longe do que se está a passar no país real. Foi a constatação deste paradoxo que levou Isabel Mota, administradora da Fundação Gulbenkian, a reunir uma equipa de conhecidos especialistas no âmbito da Iniciativa Cidades da Fundação, de modo a que fosse feita uma abordagem completamente inovadora desta realidade em rápida mutação, indo ao encontro de um novo mapa de Portugal que se está a afirmar cada vez mais, embora poucos tenham consciência dele. 

3. Para onde vais, Europa?
Talvez tenha sido um sonho mal sonhado sonhar uma Europa unida. Se calhar a Europa não precisa de ir para lado nenhum, nem ter outro estatuto histórico político e ideológico. Aqui se forjou o mundo moderno e a modernidade do mundo. Não precisamos que ninguém nos salve, precisamos de nos salvar nós mesmos. Já não é pouco. Não estamos à venda”. Foi com a leitura deste extrato do texto de Eduardo Lourenço que arrancou o debate na Gulbenkian, cujo pretexto foram os festejos dos 30 anos de adesão de Portugal à União Europeia. Mas o cerne da conversa foi mesmo a crise europeia e os perigos de desintegração que pairam sobre a União, confrontada “com um desafio de tipo verdadeiramente novo e estranho”, como disse o próprio filósofo: “é como se de repente fossemos transportados para outra época, para 1000 anos atrás”.

4. De Barcelona, com algumas novidades no bolso
Mais de 100 mil pessoas juntaram-se em Barcelona para conhecer os telemóveis, as apps, os portáteis ou os óculos de realidade virtual que vão chegar ao mercado nos próximos meses. Saiba aqui o que podemos esperar.

5. 'Brokered convention', a única hipótese de impedir um Trump Presidente?
Com a estrondosa vitória de Donald Trump esta terça-feira no Nevada, a terceira consecutiva do pré-candidato republicano entre as quatro votações estatais que já tiveram lugar, a teoria de uma convenção nacional republicana sem um vencedor declarado à partida perdeu força. Mas continua a ser essa a aposta — mais que isso, o desejo — de muitos, dentro e fora do Partido Republicano, para evitar que Trump venha a disputar a presidência dos EUA nas eleições de 8 de novembro. A “baleia branca” da política norte-americana, tão rara quanto improvável, tem dominado as análises das primárias e caucuses republicanos perante a preocupação generalizada de que Trump consiga angariar o maior número de delegados eleitorais para a Convenção Nacional Republicana, que este ano acontece entre 18 e 21 de julho em Cleveland, no Ohio. É nesse encontro nacional que, em anos de presidenciais norte-americanas, é anunciado o candidato de cada partido que irá disputar a Casa Branca nas eleições gerais. Ganha quem, durante o processo de primárias, conseguiu garantir pelo menos 51% dos 2472 delegados em disputa, ou seja, uma maioria simples de 1237 representantes na Convenção Nacional. A tal “baleia branca”, a que se chama “brokered convention”, surge quando nenhum dos candidatos alcança esse mínimo requerido.

6. “As crianças não são 'cobaias'. É preciso estabilidade no sistema de ensino”
Defensor de uma igreja ao ritmo dos tempos que correm, D. Jorge Ortiga, 72 anos, Arcebispo Primaz de Braga desde 1999, escolheu para temas de debate do II Ciclo de Conferências “Olhares Sobre...” o mundo do trabalho, o estado da educação e da arte em Portugal. O fim da precariedade laboral, a estabilidade no ensino e uma Europa sem medo de abrir fronteiras aos refugiados são alguns dos seus anseios. “O medo não nos pode tornar desumanos”, diz em entrevista ao Expresso

7. Apple vs FBI: O que está em causa
O gigante tecnológico e a agência de investigação criminal continuam em pé de guerra por causa do acesso ao iPhone usado por um dos atiradores de San Bernardino, na Califórnia, que, em dezembro, assassinaram 14 pessoas. Oferecemos algumas pistas para descodificar este caso, que dia 22 de março começa a ser esgrimido no tribunal federal de Riverside, a poucos quilómetros da zona do massacre

8. Vem aí o pós-capitalismo
Um jornalista britânico, Paul Mason, argumenta em quase 500 páginas que o capitalismo está enredado num choque com a revolução tecnológica em rede e a sociedade do conhecimento que abrem oportunidades para uma nova economia e política, cuja janela de oportunidade se abre até 2050. O livro de Mason “Pós-Capitalismo – Um guia para o nosso futuro” é lançado em português em março. Nesta edição publicamos a Introdução
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