Pela
primeira vez um Orçamento do Estado foi aprovado com o
‘sim’ do BE e do PCP. É
histórico, sem dúvida, mas estranho seria se as esquerdas, que se entenderam para formar uma maioria parlamentar, não aprovassem o Orçamento.
A história começa agora, com a execução. Mais do que o documento aprovado no Parlamento, mais do que as proclamações da viragem de página da austeridade; o que importa é perceber
como é que este Orçamento vai ser cumprido, com todos os riscos que lhe foram apontados. E com o
difícil equilíbrio que terá de ser feito entre as duas frentes:
esquerdas e Bruxelas.
António Vitorino, na SIC N, explicou-o da melhor forma:
“Os Orçamentos são como os pudins, só depois de os provarmos é que percebemos se são bons.” E
Santana Lopes punha o dedo na ferida: foi
“altruísmo” ou
“taticismo”político que motivou o ‘sim’ das esquerdas?
A prova começa agora e o Governo tem todo o interesse em não deixar deslizar a execução orçamental.
Há nuvens negras no horizonte, e há um
plano B que já se desenha.
Mário Centeno quis
garantir: se esse plano existir
não trará nem aumento de IRS, nem cortes de salários ou de pensões. António Costa jurou que
palavra dada é palavra honrada, mas quantos primeiros-ministros já nos disseram uma coisa e depois fizeram outra complemente diferente?
Bruxelas, a quanto obrigas?O debate passa agora para a especialidade.
As esquerdas já puseram em cima da mesa várias propostas para melhorar o OE, e não se espera que dessa discussão surjam problemas de maior. A questão que nos próximos tempos pode mexer verdadeiramente com a “geringonça” prende-se com a
renegociação (usem o termo que quiserem!)
da dívida externa. Catarina Martins deixou-o claro na
entrevista que deu ao
Expresso este fim de semana, e o
PCP voltou ontem a insistirno mesmo assunto.
Mário Centeno diz que está pronto para esse debate mas que não o suscitará. Ou seja, só o fará quando a Europa quiser:
“Estaremos lá quando esse debate se colocar em termos europeus”, explicou o ministro (ajudado por uma deixa de António Costa) num dia que fechou com os
juros da dívida portuguesa a descer.
E se ao problema da dívida juntarmos a questão da
venda do Novo Banco –
o PCP já veio pedir a nacionalização e o BE recusa a venda – dá para perceber que a fricção entre as esquerdas e António Costa subirá de tom…
O primeiro-ministro vai-se desviando do tema o quanto pode.
E vai dizendo que “a pressa é má conselheira.”Hoje são conhecidos os
números da execução orçamental de janeiro e o
Expresso Diário antecipou que o Executivo de António Costa vai receber
dois presentes extraordinários.
Imposto sobre o Tabaco e tributação de dividendosdeverão abrilhantar as contas. Está tudo
aqui.
Viremos a página.O caso está a
chocar o Ministério Público. E não é para menos. O ex-procurador
Orlando Figueira foi detido esta terça-feira por indícios de
corrupção passiva “na forma agravada”. Figueira terá recebido luvas de
€200 mil de uma sociedade ligada à Sonangol no mesmo dia em que
arquivou uma investigação sobre Manuel Vicente, o vice-presidente da Angola.
Tal como o
Expresso noticiou,
Vicente é suspeito de ser o corruptor ativo do magistrado, ainda que, para já, não tenha sido constituído arguido. A história está toda contada
aqui.
O
Correio da Manhã, que noticiou este caso em primeira mão, revela que as
suspeitas de más práticas intencionais do procurador incidem sobre os mais mediáticos processos que investigou relativos a Angola - nomeadamente aqueles que visavam, além de “Manuel Vicente, Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola; o general Bento Kangamba; ou a suposta burla, de cerca de 500 milhões de euros, para a compra da maioria do capital do BANIF em Portugal.”
É a primeira vez na história do DCIAP, um departamento de elite do Ministério Público em Portugal dedicado às investigações mais complexas de crimes de colarinho branco e de criminalidade organizada, que um dos seus elementos é alvo de um processo-crime.
E é também a primeira vez que um membro do governo de Angola é suspeito de corrupção em Portugal.
FRASES"O país não pode viver sempre em campanha eleitoral",
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República eleito.
“Certamente todos percebemos com facilidade que esses idosos que são submetidos a essas formas de violência, a partir do momento em que seja descriminalizada/ legalizada a eutanásia, vão ser coagidos a optar pela eutanásia",
José Manuel Silva,Bastonário da Ordem dos Médicos na
Renascença.
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