OUTRAS NOTÍCIASO Governo decidiu vender a TAP.
O Governo aprovou a venda da TAP. e, no mesmo dia, o contrato da
TAP foi assinado, prometendo os compradores (Pedrosa & Neeleman, ou a Gateway) injetar já 150 milhões de euros. Ainda no mesmo dia, porque foi tudo ontem, e o PCP avançou no Parlamento com uma proposta
para reverter a privatização da TAP. O Bloco diz que a venda é uma fraude e o PS, embora não fale em reversão, quer 51% da companhia nas mãos do Estado (apesar de o atual presidente,
Fernando Pinto ter sido contratado por um Governo PS para... vender a TAP). O problema é que já não havia 'el contado' na companhia para nada,
nem para pagar salários este mês. Para citar a velha série humorística ‘Soap’ (em português “Tudo em Família”), confusos?
Não percam os próximos episódios… Por exemplo, jornais de hoje já dizem que a CGD tentou travar o negócio.
Se querem fazer um golpe e ir para o Governo,
revejam a Constituição,
disse Passos Coelho ao PS, depois de ter defendido a venda da TAP como um encerrar de ciclo
. Acha que a resposta à revisão constitucional vai ser positiva? Se acha aposte comigo muito dinheiro, porque, sendo sinal que anda bastante confuso, vai perdê-lo todo. Aliás, o líder do PS já recusou a proposta, considerando que
tudo o que se passou é totalmente Constitucional.
Sobre a ideia de quem deve
corar de vergonha, se
esquerda ou
direita, por causa dos aumentos previstos pelo trio PS/BE/PCP para os pensionistas, propõe-se que corem todos. É só uma ideia de apaziguamento... embora confusa...
Numa entrevista à
Rádio Renascença,
Mário Centeno, proto-ministro das Finanças do possível Governo Costa (a confusão não é minha, peço desculpa) afirmou que, contas feitas,
não haverá problemas com os Orçamentos de 2016 e 2017 (para a frente é arte de adivinhação). Mais disse - e disse-me a mim - que não teria necessariamente de haver aumentos no IRS e no IMI, mesmo para os privilegiados e que espera que o
défice deste ano seja 3%. Confusos?
Ouçam o que ele diz... Pode ser que
convença os mercados e agências de
rating.
Prevaricação e tráfico de influências. Não, não é o que estão a pensar, são os
indícios que caem sobre Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna do governo de Passos Coelho. Lá diz o povo "
água de abril é água de cuco, molha quem está enxuto e não há governo sem acusado de corrupto". Confusos? A última parte foi ligeiramente alterada...
Mais prevaricadores:
Helder Bataglia, o luso-angolano que já respondeu por mais coisas do que aquelas que aqui se contam (BES, Monte Branco, Furacão),
vai ser o próximo arguido no 'Processo Marquês' o mesmo que afeta Sócrates. Numa carta ao MP diz que está
disposto para responder... em Angola. Isto anda tudo ligado, mas também confuso: o DN diz hoje que o Fisco está contra uma acusação à pressa. Parece que só em setembro de 2016 o inspetor tributário pode enviar o seu relatório (há pessoas mais lentas do que outras). No ´Sol' escreve-se que a polícia "vigiou (ou fotografou) 40 entregas em dinheiro, totalizando 1 milhão e 200 mil euros".
Já agora, sendo este também perseguido, mas estando já
condenado pela justiça de Macau (que confusamente não tem tratado de extradição com Hong Kong, embora façam parte do mesmo país),
Joseph Lau comprou para a filha de sete anos o 'diamante azul'. Custou, num leilão em Genebra,
4,8 milhões de dólares. O criminal, segundo as autoridades macaenses, tem uma fortuna que a Forbes avalia em 9,8 mil milhões de dólares.
Não há nada como
situações políticas fora do comumpara sabermos mais do nosso país. Afinal, a
Constituição da República Portuguesa defende, desde 1976, ano da sua aprovação,
o fim da NATO. Afinal, o PCP tem razão e o PS, PSD e CDS têm andado às avessas da Lei Fundamental.
Jorge Miranda, um dos constitucionalistas, diz que o artigo vem dos tempos revolucionários do PREC e só não foi revogado por
"inércia ou por demagogia". Confusos?
A propósito de situações menos claras,
Aung San Suu Kyi, a frágil líder birmanesa que durante anos, nas ruas e em prisão domiciliária se opôs à
ditadura militar em Myanmar, foi reconhecidamente a
vitoriosa das primeiras eleições livres, quando os mesmos militares aceitaram o triunfo folgado do seu partido, com mais de 80%, nas duas câmaras. A Liga Nacional para a Democracia será, a partir de agora, a força preponderante no país.
Tim Cook, enquanto tenta
vender o iPad profissional, uma geringonça maior do que a habitual (nada de piadas sobre o proto-governo) foi a
Milão fazer uma conferência na Universidade Bocconi, de que é diretor
Mario Monti. Autêntico
superstar, como testemunha a jornalista do Expresso
Isabel Leiria, na mesma altura em que a empresa
foi acusada de racismo depois de ter expulso jovens negros de uma loja. Mas o melhor é ler, para não ficarem confusos...
Uma
rede jihadista foi
desmantelada em vários países europeus. Entre eles vários curdos que tinham como objetivo fazer libertar o seu líder, um pregador também curdo
preso na Noruega. Isto é sempre confuso, porque os curdos, contra o autoproclamado Estado Islâmico, são nossos aliados. Aliás, juntamente com os americanos, cortaram a estrada de abastecimento às tropas do ISIS. Entretanto, no começo da noite de ontem,
morreram pelo menos 37 pessoas numa área de
Beirute, capital do Líbano, controlada pelos xiitas do Hezbollah.
O atentado foi reivindicado pelo ISIS.Ao mesmo tempo, ainda, o mais perigoso grupo islamista,
conhecido por Jihadi John, foi alvo de um
ataque da aviação americana. Mohammed Emwazi, ativista britânico nascido no Kuwait foi o alvo.
Sabem que ainda há o problema dos
refugiados? Ou pensavam que a situação confusa da política portuguesa tinha acabado com essa crise? Não. Ela existe e, à medida que o tempo arrefece, torna-se mais grave.
Em Malta, na cimeira com África,
Jean-Claude Juncker, depois de
assegurar dois mil milhões aos africanos, disse que ao ritmo que os refugiados andam a ser colocados,
só terminaremos em 2101. E agora há a Turquia, país que se reunirá com a UE antes do fim do ano. Mas
os turcos querem mais dinheiro para poderem ajudar... e já têm três mil milhões prometidos. Na
Suécia, voltou a haver controlo das fronteiras, embora o primeiro-ministro diga que tal nada tem a ver com a construção de muros, como na Hungria.
FRASES“
Estava eu tranquilamente a reler algumas páginas de um dos seus [André Glucksmann] livros quando, de súbito, aparece na televisão a imagem de alguns deputados socialistas a abraçarem o líder da CGTP (…) Fechei o livro e desliguei a televisão. Um dia destes voltarei a abrir o livro e as páginas conterão as mesmas frases de sempre. Nessa altura, quando olhar para a televisão, espero que as imagens já sejam outras”,
Francisco Assis, deputado do PS no Parlamento Europeu e crítico da solução governativa do seu partido, na sua crónica no
Público.
“
O que António Costa fez foi (…) destruir o sentido que as pessoas dão ao ato de votar. As pessoas votam esperando que o partido, ou coligação, em que votam, se ganhar, forme governo, eventualmente aliando-se a outros partidos. Ou perdendo, que vá para a oposição”,
Paulo Tunhas, filósofo, cronista do
Observador
"O dr. Cavaco não percebeu um ponto básico: em Portugal não é o consenso que produz prosperidade; é a prosperidade que produz consenso. Se houver, evidentemente quem nos dê dinheiro",
Vasco Pulido Valente, no Público.
“
O que é hoje aparente é que as ondas de protesto global podem ter polarizado as sociedades, mas é o ‘partido da estabilidade’ e não as ’redes de esperança’ que beneficiam dessa polarização (…) Estamos a testemunhar um novo momento anticosmopolita”,
Ivan Krastev, chairman do Centro para Estratégias Liberais em Sofia, Bulgária, e membro do Instituto de Ciências Humanas de Viena num interessante artigo do
New York Times intitulado “
Porque falharam as ‘Revoluções do Twitter’”?
“
Há já muito tempo que venho a defendendo a necessidade de uma profunda reforma das onomatopeias portuguesas. Devo dizer que não conheço um único cão que faça ‘béu-béu’”,
Ricardo Araújo Pereira, na sua crónica da revista
Visão.
O QUE EU ANDO A LERAndo a ler um livro que foi lançado quarta-feira, na Fundação José Saramago. Chama-se
Romance e é um longo poema com uma estrutura narrativa, com a chancela da editora Presença. O autor é
Helder Macedo, rapaz que fará 80 anos no próximo dia 30, autor de vasta e aplaudida obra como ensaísta (Bernardim Ribeiro e Camões, entre outras especialidades), romancista e poeta, há muito radicado em Londres, onde é professor emérito do
King’s College (se comprar o
Jornal de Letras tem uma boa entrevista com o autor; outra, também rigorosa, pode ser lida
aqui) . Na mesma ocasião, e que tenho guardado para ler a seguir, foi lançado uma pequena antologia de poemas de amor também de Helder Macedo, mas organizado por um outro poeta, que já foi prémio Saramago –
Paulo José Miranda. O primeiro livro foi apresentado pelo antigo colaborador do Expresso
António Cabrita e o segundo pelo próprio Paulo José Miranda. No fim, como salientou
Pilar Saramago, houve uns copos de vinho, “coisa que liga sempre bem com a poesia”.
E, por agora é tudo. Logo às 18 horas, quando Cavaco receber Carlos Silva da UGT, recebem os nossos leitores o
Expresso Diário. E amanhã de manhã, todos, incluindo o Presidente, têm o
Expresso Semanal e as
escolhas do editor do melhor do Expresso Diário, o que lhes dá leitura suficiente para esperarem pelo
Curto que sai segunda-feira a esta hora.
Cumprimentos e desejos de
bom fim de semana a todos, sem distinção de crenças, filosofias ou filiações.
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