Vem aí o eclipse total da super-Lua
Na noite de domingo para segunda-feira a Lua vai esconder-se na
sombra da Terra. Fenómeno raro aconteceu pela última vez em 1982 e só
voltará a repetir-se em 2033.
É já na noite de domingo para segunda-feira
que se poderá observar um eclipse total da Lua especial, que não se via
há mais de 30 anos. O fenómeno poderá ser visto em Portugal, na
madrugada de segunda-feira, quando a Lua atravessar a sombra da Terra,
ganhando a cor da ferrugem.
Nessa altura, a
Lua vai estar particularmente perto de nós, no chamado perigeu. A
órbita da Lua é elíptica. Por isso, numa parte da sua órbita ela fica
mais perto da Terra e noutra parte fica mais longe. Na madrugada de
domingo, o satélite natural da Terra estará apenas a 356.877 quilómetros
de distância, ou seja, 49.600 quilómetros mais próximo de nós do que se
estivesse no ponto mais distante, o apogeu.
A órbita da Lua vai estar particularmente perto de nós, no chamado perigeu. A
órbita da Lua é elíptica. Por isso, numa parte da sua órbita ela fica
mais perto da Terra e noutra parte fica mais longe. Na madrugada de
domingo, o satélite natural da Terra estará apenas a 356.877 quilómetros
de distância, ou seja, 49.600 quilómetros mais próximo de nós do que se
estivesse no ponto mais distante, o apogeu.
Lua e o seu perigeu não coincidem com as fases lunares. Mas no domingo
será dia de Lua cheia. Como ela estará especialmente perto, o resultado é
que parecerá 14% maior e terá 30% mais brilho do que se estivesse no
apogeu. Nesta situação, estamos na presença de uma super-Lua. Será então
uma super-Lua que vai sofrer um eclipse, o que é uma conjugação
bastante rara. Apesar dos eclipses lunares acontecerem duas vezes por
ano, a última vez que a Terra tapou uma super-Lua foi em 1982, há 33
anos, e a próxima só acontecerá em 2033, daqui a 18 anos.
Segundo o site do Observatório Astronómico de Lisboa,
a Lua vai entrar na penumbra na madrugada de segunda-feira à 1h10 (hora
do continente), quando deixar de ser tocada por parte dos raios
solares. A partir das 2h07, ficará completamente à sombra da Terra
durante três horas e vinte minutos. Sairá da sombra às 5h27 e da
penumbra às 6h24, marcando o fim do eclipse.
Durante a fase em que
atravessar a região da sombra, a Lua não estará completamente
escurecida, poderá antes apresentar um brilho avermelhado, de ferrugem.
Esta cor é causada pela atmosfera da Terra, que dispersa os raios e
absorve muitos deles, principalmente aqueles que estão no comprimento de
onda do azul e do verde. Desta filtragem resulta que, durante o
eclipse, a Lua é iluminada não com luz branca mas sim com luz
avermelhada.
O eclipse será visto em todos os locais da Terra que
naquele momento têm a Lua acima do horizonte: em Portugal continental,
nos Açores e na Madeira, na Europa Ocidental, na África Ocidental, na
América do Sul e Central e no Leste da América do Norte.
Quem não
estiver disposto a ficar acordado durante a madrugada de segunda-feira –
que será uma noite amena com uma mínima de 17 graus, segundo o
Instituto Português do Mar e da Atmosfera – poderá ver, já durante o dia
de domingo, uma super-Lua também encarnada, embora brilhante. O astro
irá nascer às 19h10 e também terá nessa altura a cor da ferrugem. Mas ao
contrário do fenómeno do eclipse, a luz que atingirá então a Lua é
branca. No entanto, como a luz do Sol que é reflectida pela Lua chega
até nós atravessando a atmosfera terrestre, parte dessa luz também é
absorvida e perdida, restando no final, aos nossos olhos, uma Lua
vermelha.
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ANTÓNIO FONSECA
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