segunda-feira, 17 de agosto de 2015

DAG VULPI - 17 DE AGOSTO DE 2015

Dag Vulpi‏



Brasil × impeachment: O jogo político da “mídia isenta, democrática e apartidária”
Posted: 16 Aug 2015 11:51 PM PDT


“Não basta que todos sejam iguais perante a lei.
É preciso que a lei seja igual perante todos.”
Salvador Allende

Faço parte dos 54 milhões de brasileiros e brasileiras de todas as classes sociais, que confiam na competência e honestidade da presidenta Dilma Rousseff.

No Congresso Nacional, há 513 deputados federais e 81 senadores que recebem salário mensal de R$33,7 mil e, além disso, ajuda de custo, auxílio moradia e verba de gabinete para até 25 funcionários.

Se os políticos que têm interesse no impeachment da presidenta Dilma representassem o povo, proporiam a redução do próprio salário e cortariam os próprios privilégios.

De acordo com o art. 52 da Constituição Federal de 1988, é competência do Senado, dentre outras, processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade. Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade que justifique a proposta de impeachment.

Nos tempos de FHC (1995 a 2002), havia várias suspeitas de corrupção envolvendo o ex-presidente, mas o Congresso não propôs impeachment.

Quanto à Petrobras, em 1996, o jornalista Paulo Francis denunciou a corrupção na estatal durante programa de TV GloboNews, mas FHC não instaurou CPI e o Congresso não propôs impeachment do presidente por omissão.

Em 2000, José Eduardo Andrade Vieira, ex-ministro de FHC e ex-senador, denunciou o uso de caixa 2 na campanha de eleição presidencial de FHC em 1994, mas o Congresso não propôs impeachment do presidente.

Se o Congresso não propôs impeachment para FHC com base em denúncias, não tem moral para propor impeachment para Dilma que combate a corrupção, doa a quem doer.

A partir de 2003, foi intensificado o combate à corrupção por meio de ações da Controladoria Geral da União (CGU), CPIs, operações da Polícia Federal e julgamentos no STF.

Pela primeira vez na história do Brasil, além de políticos, empresários e funcionários de alto escalão foram presos por prática de corrupção.

Entre 2003 e 2014, por meio da Controladoria Geral da União, criada no governo Lula e que continua a atuar no governo Dilma, 5.067 funcionários públicos federais foram punidos, com exoneração do cargo, sendo 3.409 por ato de corrupção.

Nunca se combateu tanto a corrupção no Brasil quanto nos governos do PT e isso incomoda os políticos acostumados com a impunidade que vigorava antes de 2003.

Muitos políticos do Congresso alegam que o problema é a corrupção na Petrobras, mas esse não é o verdadeiro motivo pois os criminosos delatores citaram políticos não apenas do PT, mas também do PSDB, PMDB, PP e PSB.

Por exemplo, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e todos os políticos do PSDB que votarão a favor do impeachment da Dilma têm seus respectivos partidos citados, pelos delatores, como participantes de esquemas de corrupção na Petrobras.

Então, se votarem a favor do impeachment de Dilma, terão de votar também a favor da cassação do mandato dos políticos do PSDB e PMDB citados pelos criminosos delatores. Somente após o julgamento pelo STF se saberá os nomes dos políticos que lesaram a Petrobras e o valor desviado.

A corrupção no Brasil começou no século 16 e continuou nos séculos seguintes, inclusive na ditadura militar (1964-1985), mas a mídia isenta, democrática e apartidária, principalmente a TV Globo e a Veja, não mostrava.

A corrupção na Petrobras não é o maior escândalo de corrupção na história do Brasil, pois, antes de 2003, houve escândalos maiores que não foram investigados pois não houve CPI.

A verdade que a TV Globo e Veja escondem da população é que os políticos do Congresso que são a favor do impeachment da presidenta Dilma é porque são contra:

– a reforma política com financiamento público transparente, pois, atualmente, as eleições são financiadas por ricos empresários e banqueiros interessados na continuidade do atual sistema político que favorece a corrupção entre empresas e diferentes partidos políticos;

– a reforma tributária, pois seus financiadores – os ricos empresários e banqueiros – querem que continue tudo como está, ou seja, os ricos cada vez mais ricos, os pobres continuarem pobres e a classe média reclamando dos impostos;

– a regulamentação da mídia, pois querem continuar sendo proprietários de emissoras de tevê e rádio, o que contribui para serem eleitos e reeleitos durante décadas.

O povo não quer impeachment, porque sabe que o problema do Brasil não é a presidenta Dilma. O que o povo quer é a solução para seus problemas nas áreas de educação, saúde, habitação e transporte.

Os maiores problemas do Brasil são corrupção política e sonegação fiscal que não se resolverão com impeachment, muito pelo contrário.

O Brasil perde com a corrupção política mas muito mais com a sonegação fiscal. Em 2013, perdeu R$415 bilhões e em 2014, R$500 bilhões com a sonegação de impostos. Os maiores sonegadores são os ricos que não pagam todos os impostos, apesar de terem plenas condições de cumprir seu dever como cidadãos do Brasil.

As vítimas da corrupção política e sonegação fiscal são os pobres e a classe média, que precisam de mais investimentos públicos nas áreas essenciais para terem melhor qualidade de vida.

Quantas creches, escolas, universidades e hospitais poderiam ter sido construídos no último biênio com R$915 bilhões?

A corrupção política e a sonegação fiscal são responsáveis pelos problemas cotidianos enfrentados pelos pobres e classe média nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte e segurança.

A reforma política, reforma tributária e regulamentação da mídia são as soluções para os dois grandes problemas do Brasil.

Se os políticos interessados no impeachment amassem nossa bandeira, apoiariam as reformas fundamentais para avançarmos na justiça social, condição para a paz.

Tais políticos são inimigos da pátria, pois, além de defender o impeachment, são contra as reformas propostas pela presidenta Dilma que representam a solução para os maiores problemas do Brasil.

Espero que o Brasil ganhe esse jogo político contra o impeachment para o bem de todos os brasileiros, especialmente dos pobres e da classe média.

Viva o Brasil! Viva a justiça! Viva a democracia! Fica, Dilma
 
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ANTÓNIO FONSECA

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