360º (com uma correção)
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Enquanto dormia
"Tenho uma reação quase visceral quanto a uma política de casos", disse António Costa, numa entrevista à RTP, quando explicava o seu silêncio inicial sobre o chamado Caso Passos Coelho, ontem discutido na Assembleia. Costa quis deixar o dito caso "encerrado" e entregue aos eleitores.
Horas antes, Passos Coelho fazia distribuir uma declaração escrita da Segurança Social que garantia não ter qualquer dívida por pagar, mesmo que já prescrita, permitindo-lhe dizer no debate que a sua autoridade "não foi beliscada" - conclusão naturalmente contestada pela oposição, mas desta vez aceite pelo habitualmente crítico Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre este caso, vale a pena ler esta notícia escrita por nós, no Observador, que explica como o caos que era a Segurança Social em 2006 e 2007 levou a que o Governo da altura tenha decidido desistir de cobrar dívidas anteriores a 2006 - e fez com que muitos dados tenham ficado pelo caminho, nomeadamente no centro distrital de Lisboa, onde Passos estava inscrito.
Voltando à entrevista a António Costa, ela serviu para o líder socialista marcar o seu calendário: o programa eleitoral do PS só virá no dia 6 de junho, mas no fim deste mês será apresentado um estudo sobre o cenário macroeconómico que o partido espera nos próximos anos. De resto, Costa desvalorizou as sondagens e criticou o Governo pela posição assumida nas negociações sobre o futuro da Grécia.
Na capa do jornal i, Costa tem hoje um novo obstáculo: conta o jornal que, em 2007, o atual líder do PS recebeu 12.500 euros como assessor do partido, logo depois de sair do Governo e ao mesmo tempo que era candidato à Câmara de Lisboa. Funções? Apoiar “a ação governativa” durante a presidência portuguesa da União Europeia.
Talvez uma notícia melhor para Costa: Maria de Belém Roseira admitiu pela primeira vez uma candidatura presidencial, aos microfones da Renascença. Carvalho da Silva, ao que parece, também.
O Governo prepara-se para aprovar algumas medidas paratentar trazer de volta alguns emigrantes: apoios a empresas que os contratem, também a emigrantes empreendedores. Falta ainda concretizar o quadro financeiro do programa.
Menos pacífico - e há muito adiado - é o novo estatuto da PSP, que a nova ministra da Administração Interna está a negociar com os sindicatos. A proposta inclui, por exemplo, o aumento da idade para pedir a pré-reforma dos 55 para os 58 anos. E levou os representantes dos polícias a ameaçar voltar aos protestos (em ano de eleições, acrescenta o DN).
Na Educação, o Governo está agora a promover consórcios entre universidades e politécnicos, para que partilhem nomeadamente cantinas e residências.
Não será um jovem, mas continua empreendedor e está preocupado com o ensino: de saída da Sonae, Belmiro de Azevedo anunciou que vai criar um think tank sobre Educação, prometendo dedicar-se pessoalmente ao projeto.
Na Justiça, os advogados de José Sócrates acusaram o Procurador Rosário Teixeira de enganar o juiz Carlos Alexandre. E explicaram aos jornalistas os três argumentos para o pedido dehabeas corpus entregue no Supremo.
Pela produtividade no setor, o Instituto de Registos e Notariadolimpou dos ficheiros 25 mil empresas-fantasma em 2014, conta esta manhã o Público.
Na banca, destaque para a pressão de Isabel dos Santos para que a administração do BPI se pronuncie sobre a sua proposta de fusão com o BCP, mas também sobre o Caixabank para que decida se mantém a OPA e sobe o preço ou deixa cair a proposta. As declarações do seu representante podem ser lidas no Económico e Negócios.
Se quiser manter a OPA, o Caixabank terá ainda de assegurar a não oposição do BCE e do supervisor dos seguros, além da aprovação de Bruxelas - o que atirará sempre a oferta para o final de abril, como explica o Negócios.
Um último dado, também vindo do Jornal de Negócios: Entre 2012 e 2014, anos da troika, os salários em Portugal aumentaram, em termos médios e acumulados, 1%.
Os nossos especiais
Tratado Orçamento. Já nasceu torto? Pois nasceu, responde o Nuno Martins, anotando a nova tensão que emergiu na zona euro: a França desafiou as novas regras do Tratado, dizendo que não ia cumprir as metas desenhadas com Bruxelas e... não foi punida. Já há ex-comissários a contestar, membros do BCE a avisar que se está a voltar atrás e até sinais de divisão na equipa de Juncker. Dejá vu? Ou desta vez é diferente?
Amor na Operação Vagô - nos panfletos que Palma Inácio lançou podia estar esta história. Em 1961, o voo da TAP que ligava Casablanca a Lisboa foi desviado por um grupo de seis antifascistas. Foi o primeiro desvio de um avião comercial da História. E como tem uma história de amor em fundo, o Ricardo Oliveira Duarte foi falar com Maria Luiza Infante, a mulher que viveu aquele dia como o primeiro da sua vida.
A guitarra de Peixe agora tem um "Motor" de alta cilindrada, conta-nos a Sara Otto Coelho, depois ir conversar com o guitarrista que fundou os Ornatos Violeta e que agora se lançou à estrada num monovolume. "É bom ver que está a ressurgir algum interesse do público pela música instrumental. A ver vamos se não é só uma pequena moda". Vai uma viagem?
Notícias surpreendentes
Voltaram os problemas em Ferguson, EUA, onde dois agentes foram atingidos, durante as celebrações que aconteciam após o anúncio de demissão do chefe da polícia.
Sílvio Berlusconi quer voltar. À política, claro. Aos 78 anos, depois de ter sido absolvido num caso de prostituição com uma menor, o ex-primeiro-ministro. “A decisão tirou-me um peso do coração”, disse o antigo primeiro-ministro ao Corriere della Sera, já depois de anunciar que vai fazer campanha nas próximas eleições regionais pelo Força Itália.
Os Estados Unidos e Cuba restabeleceram ligações telefónicas diretas, o mais recente passo do processo de normalização das relações entre Havana e Washington. Desde 1999 que era impossível fazer um telefonema de um país para o outro.
Informação relevanteSílvio Berlusconi quer voltar. À política, claro. Aos 78 anos, depois de ter sido absolvido num caso de prostituição com uma menor, o ex-primeiro-ministro. “A decisão tirou-me um peso do coração”, disse o antigo primeiro-ministro ao Corriere della Sera, já depois de anunciar que vai fazer campanha nas próximas eleições regionais pelo Força Itália.
Os Estados Unidos e Cuba restabeleceram ligações telefónicas diretas, o mais recente passo do processo de normalização das relações entre Havana e Washington. Desde 1999 que era impossível fazer um telefonema de um país para o outro.
"Tenho uma reação quase visceral quanto a uma política de casos", disse António Costa, numa entrevista à RTP, quando explicava o seu silêncio inicial sobre o chamado Caso Passos Coelho, ontem discutido na Assembleia. Costa quis deixar o dito caso "encerrado" e entregue aos eleitores.
Horas antes, Passos Coelho fazia distribuir uma declaração escrita da Segurança Social que garantia não ter qualquer dívida por pagar, mesmo que já prescrita, permitindo-lhe dizer no debate que a sua autoridade "não foi beliscada" - conclusão naturalmente contestada pela oposição, mas desta vez aceite pelo habitualmente crítico Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre este caso, vale a pena ler esta notícia escrita por nós, no Observador, que explica como o caos que era a Segurança Social em 2006 e 2007 levou a que o Governo da altura tenha decidido desistir de cobrar dívidas anteriores a 2006 - e fez com que muitos dados tenham ficado pelo caminho, nomeadamente no centro distrital de Lisboa, onde Passos estava inscrito.
Voltando à entrevista a António Costa, ela serviu para o líder socialista marcar o seu calendário: o programa eleitoral do PS só virá no dia 6 de junho, mas no fim deste mês será apresentado um estudo sobre o cenário macroeconómico que o partido espera nos próximos anos. De resto, Costa desvalorizou as sondagens e criticou o Governo pela posição assumida nas negociações sobre o futuro da Grécia.
Na capa do jornal i, Costa tem hoje um novo obstáculo: conta o jornal que, em 2007, o atual líder do PS recebeu 12.500 euros como assessor do partido, logo depois de sair do Governo e ao mesmo tempo que era candidato à Câmara de Lisboa. Funções? Apoiar “a ação governativa” durante a presidência portuguesa da União Europeia.
Talvez uma notícia melhor para Costa: Maria de Belém Roseira admitiu pela primeira vez uma candidatura presidencial, aos microfones da Renascença. Carvalho da Silva, ao que parece, também.
O Governo prepara-se para aprovar algumas medidas paratentar trazer de volta alguns emigrantes: apoios a empresas que os contratem, também a emigrantes empreendedores. Falta ainda concretizar o quadro financeiro do programa.
Menos pacífico - e há muito adiado - é o novo estatuto da PSP, que a nova ministra da Administração Interna está a negociar com os sindicatos. A proposta inclui, por exemplo, o aumento da idade para pedir a pré-reforma dos 55 para os 58 anos. E levou os representantes dos polícias a ameaçar voltar aos protestos (em ano de eleições, acrescenta o DN).
Na Educação, o Governo está agora a promover consórcios entre universidades e politécnicos, para que partilhem nomeadamente cantinas e residências.
Não será um jovem, mas continua empreendedor e está preocupado com o ensino: de saída da Sonae, Belmiro de Azevedo anunciou que vai criar um think tank sobre Educação, prometendo dedicar-se pessoalmente ao projeto.
Na Justiça, os advogados de José Sócrates acusaram o Procurador Rosário Teixeira de enganar o juiz Carlos Alexandre. E explicaram aos jornalistas os três argumentos para o pedido dehabeas corpus entregue no Supremo.
Pela produtividade no setor, o Instituto de Registos e Notariadolimpou dos ficheiros 25 mil empresas-fantasma em 2014, conta esta manhã o Público.
Na banca, destaque para a pressão de Isabel dos Santos para que a administração do BPI se pronuncie sobre a sua proposta de fusão com o BCP, mas também sobre o Caixabank para que decida se mantém a OPA e sobe o preço ou deixa cair a proposta. As declarações do seu representante podem ser lidas no Económico e Negócios.
Se quiser manter a OPA, o Caixabank terá ainda de assegurar a não oposição do BCE e do supervisor dos seguros, além da aprovação de Bruxelas - o que atirará sempre a oferta para o final de abril, como explica o Negócios.
Um último dado, também vindo do Jornal de Negócios: Entre 2012 e 2014, anos da troika, os salários em Portugal aumentaram, em termos médios e acumulados, 1%.
Os nossos especiais
Tratado Orçamento. Já nasceu torto? Pois nasceu, responde o Nuno Martins, anotando a nova tensão que emergiu na zona euro: a França desafiou as novas regras do Tratado, dizendo que não ia cumprir as metas desenhadas com Bruxelas e... não foi punida. Já há ex-comissários a contestar, membros do BCE a avisar que se está a voltar atrás e até sinais de divisão na equipa de Juncker. Dejá vu? Ou desta vez é diferente?
Amor na Operação Vagô - nos panfletos que Palma Inácio lançou podia estar esta história. Em 1961, o voo da TAP que ligava Casablanca a Lisboa foi desviado por um grupo de seis antifascistas. Foi o primeiro desvio de um avião comercial da História. E como tem uma história de amor em fundo, o Ricardo Oliveira Duarte foi falar com Maria Luiza Infante, a mulher que viveu aquele dia como o primeiro da sua vida.
A guitarra de Peixe agora tem um "Motor" de alta cilindrada, conta-nos a Sara Otto Coelho, depois ir conversar com o guitarrista que fundou os Ornatos Violeta e que agora se lançou à estrada num monovolume. "É bom ver que está a ressurgir algum interesse do público pela música instrumental. A ver vamos se não é só uma pequena moda". Vai uma viagem?
Notícias surpreendentes
O artista francês Pierre Gonord fotografou os últimos ciganos nómadas do Alentejo e os respetivos animais ao estilo de retratos pictóricos do barroco. A exposição está agora em Nova Iorque - mas também em modo preview aqui no Observador.
Também dos EUA, uma história curiosa: o Governo americano lançou 2500 comboios para o fundo do Oceano Atlântico, a fim de reconstruir os recifes. Stephen Mallon é o fotógrafo que saiu da linha e fotografou os comboios em mar alto. Estes comboios.
E mais fotografias, agora no género vida moderna: viajando por várias cidades do mundo, como Nova Iorque e Londres, o fotógrafo britânico Josh Pulman registou uma série (enorme) de imagens que nos mostram como estamos cada vez mais presos aos telemóveis - e às ao mundo virtual. A série chama-se, apropriadamente, Somewhere Else.
Quantas vezes já se irritou com aquele problema irritante que nos traz a nova tecnologia? Aqui está uma lista de dez dessas dores de cabeça. Vai uma check list?
Nem de propósito, hoje estreia "Citizenfour", o filme centrado em Edward Snowden e que pergunta quem vigia os vigilantes. Aqui tem a crítica do Eurico de Barros.
Resta-me desejar-lhe um dia bom. Quem sabe com boas surpresas. Nós contamos contar-lhe algumas, aqui pelo Observador. Sem hora marcada, esteja onde estiver.
Até já!
Também dos EUA, uma história curiosa: o Governo americano lançou 2500 comboios para o fundo do Oceano Atlântico, a fim de reconstruir os recifes. Stephen Mallon é o fotógrafo que saiu da linha e fotografou os comboios em mar alto. Estes comboios.
E mais fotografias, agora no género vida moderna: viajando por várias cidades do mundo, como Nova Iorque e Londres, o fotógrafo britânico Josh Pulman registou uma série (enorme) de imagens que nos mostram como estamos cada vez mais presos aos telemóveis - e às ao mundo virtual. A série chama-se, apropriadamente, Somewhere Else.
Quantas vezes já se irritou com aquele problema irritante que nos traz a nova tecnologia? Aqui está uma lista de dez dessas dores de cabeça. Vai uma check list?
Nem de propósito, hoje estreia "Citizenfour", o filme centrado em Edward Snowden e que pergunta quem vigia os vigilantes. Aqui tem a crítica do Eurico de Barros.
Resta-me desejar-lhe um dia bom. Quem sabe com boas surpresas. Nós contamos contar-lhe algumas, aqui pelo Observador. Sem hora marcada, esteja onde estiver.
Até já!
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ANTÓNIO FONSECA
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