sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela A Liberdade está de luto. O Mundo também. Até sempre, Madiba - 6 de Dezembro de 2013

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Nelson Mandela A Liberdade está de luto. O Mundo também. Até sempre, Madiba

A Liberdade está de luto.

O Mundo também.

Partiu Nelson Mandela.

A África do Sul ficou órfã do seu pai.

Lágrimas que se choram, palavras que evocam a memória daquele que se vergou pela Humanidade.

Daquele que abdicou de tanto por tantos.

Até sempre, Madiba.

A Liberdade está de luto. O Mundo também. Até sempre, Madiba

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Belson Mandela  -  6 de Dezembro de 2013

DR

08:16 - 06 de Dezembro de 2013 | Por Notícias Ao Minuto

"O nosso querido Nelson Mandela deixou-nos".  A morte do ‘Pai’ da África do Sul foi ontem à noite confirmada pelo actual Presidente daquele território, Zacob Juma. “Partiu em paz”. Paz, da qual fez lema de vida, mote de luta e pela qual se sacrificou.

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A notícia não foi inesperada. Não apanhou o Mundo de surpresa. Afinal, há muito se sabia que a sua partida era iminente. A saúde de Mandela, cada vez mais frágil, fazia adivinhar este desfecho a qualquer momento. Aconteceu ontem. Tinha 95 anos. Mas se o seu óbito não constituiu surpresa, nem por isso o desaparecimento de uma das figuras maiores da Liberdade deixou de chocar o Mundo. Chora-se Mandela, chora-se Madiba.

Para a História ficarão, mais do que as palavras, os seus actos, os gestos, o Homem. "Está nas vossas mãos fazer do Mundo um lugar melhor". "Eu prezo muito a minha liberdade mas prezo ainda mais a vossa". "Eu sou um ser humano se tu fores um ser humano. Eu só sou um ser humano se for humano contigo". Apenas frases feitas? Não. Assim era Mandela.

O Adeus

As cerimónias fúnebres de Nelson Mandela vão durar dias e o povo sul-africano terá direito a despedir-se do ex-líder.

Ontem o actual chefe de Estado da África do Sul comunicou que haveria lugar a um funeral de Estado completo, sem adiantar a sua duração exacta. Um plano interno de actuação após a morte de Mandela revelado pela imprensa há meses dava conta de um cerimonial de 12 dias.

Pelo menos três dias de luto deverão ser reservados à família, e tudo indica que Mandela venha a ser enterrado em Qunu, pequena aldeia vizinha de Mveso, onde nasceu, mas só depois da despedida pública, a que o povo terá acesso.

Durante o período de luto, os edifícios governamentais colocarão a bandeira nacional a meia haste, mas não existe o hábito de se decretar feriado e, portanto, o comércio deverá permanecer aberto. Se assim for, os funcionários necessitarão de autorização dos patrões para prestar homenagem a Madiba, nome do clã a que Mandela pertence e pelo qual era tratado entre os sul-africanos.

Dirigentes políticos, líderes religiosos e celebridades de todo o Mundo deverão marcar presença nas cerimónias, provavelmente ultrapassando em número o funeral do Papa João Paulo II.

Uma vida de luta

Num Continente onde a Democracia e os Direitos Humanos são poucas vezes respeitados, Mandela é e será para sempre um dos grandes símbolos da liberdade.

Os princípios pelos quais viveu são a fórmula a partir da qual construiu a sua estatura nacional e internacional. Enquanto prisioneiro, negociador, chefe de Estado e activista nunca se desviou da sua 'persona': humilde no trato, mas firme na defesa dos ideais.

Rolihlahla Dalibhunga Mandela, conhecido no seu país por Madiba, nasceu na aldeia de Mvezo, Qunu, na região sul-africana do Transkei, hoje parte do Cabo Oriental. Era bisneto do rei xhosa Tembu e foi ‘rebaptizado’ Nelson por um professor que achou por bem dar-lhe um nome inglês.

Activista anti-apartheid desde os tempos em que estudou Direito na Universidade de Fort Hare, no Sudeste do país, abriu o seu escritório de advogados em Joanesburgo em 1952, em parceria com outro ‘histórico’ do movimento de resistência, também já falecido, e que foi mais tarde presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Oliver Tambo.

Frustrado pela intransigência do regime do Partido Nacionalista após várias tentativas de negociar uma transformação que conferisse direitos iguais a todos os seus compatriotas, Nelson Mandela acabou por aceitar pegar em armas para combater a injustiça, sendo nomeado comandante da ala militar do ANC, Umkhonto we Sizwe (A Flecha da Nação), em 1961, recebendo treino militar na Argélia e na Etiópia.

Um ano depois foi capturado pela polícia do apartheid, julgado por traição e condenado a prisão perpétua.

As palavras que proferiu durante o seu julgamento, em Rivónia, a Norte de Joanesburgo, definem o seu carácter: "Durante toda a minha vida dediquei-me a esta luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática", declarou em tribunal antes de ser condenado em 1964.

Vinte e sete anos de cárcere foi o preço que pagou por não aceitar meios-acordos, tantas vezes propostos pelo regime de P.W.Botha, e que não conferiam liberdade total e o poder do voto ao seu povo.

Quando em 11 de Fevereiro de 1990 o ‘reformador’ Frederik Willem de Klerk, com quem partilhou o Prémio Nobel da Paz três anos mais tarde, ordenou a sua libertação, Nelson Mandela não se deixou ofuscar pelos tributos do mundo, perseguindo de forma obstinada o objectivo da sua juventude.

A Constituição sul-africana, aprovada por altura das primeiras eleições gerais multirraciais de 1994, que Mandela venceu, é considerada um dos mais ricos, abrangentes e sólidos textos fundamentais do Mundo moderno.

O seu (único) mandato como Presidente foi também um exemplo para o Mundo. Mandela não se agarrou ao poder, ao invés, afastou-se, ao fim de cinco anos, abrindo caminho à nomeação de um sucessor, Thabo Mbeki, que considerava o mais apto a prosseguir a tarefa no seu partido de sempre, o Congresso Nacional Africano.

No seu 80.º aniversário, Mandela casou-se pela terceira vez, com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo Presidente moçambicano e aliado do ANC.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e dos direitos humanos, como o apoio à campanha de recolha de fundos contra a sida, chamada '46664' - número que evoca a sua ficha prisional.

Com o envelhecimento e o gradual afastamento da vida pública, a ausência serviu também para adaptar as instituições, o povo e os dirigentes a resistirem aos choques, aos desgostos e às crises.

Um outro Nobel da Paz sul-africano, o arcebispo Desmond Tutu, disse, por ocasião dos 90 anos de Mandela: "Sentimos a falta de um líder inspirador que é um gigante moral e sentimo-nos um pouco desorientados. É impossível imitá-lo".

Transcrição através de

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ANTÓNIO FONSECA

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