Caros Amigos:
Conforme mencionei no Comunicado feito há minutos, junto cópia do texto que publiquei no
blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos).
Aos Bancários da área de jurisdição do Sindicato dos Bancários do Norte, sejam ou não sócios e aos Beneficiários dos SAMS-SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL
Conforme mencionei no Comunicado feito há minutos, junto cópia do texto que publiquei no
blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos).
Aos Bancários da área de jurisdição do Sindicato dos Bancários do Norte, sejam ou não sócios e aos Beneficiários dos SAMS-SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL
Faleceu o ANTÓNIO MOURA DE OLIVEIRA, que trabalhou no Sindicato dos Bancários do Norte desde 1947 até se reformar (por volta de 1987).
Embora tardiamente, e por motivos técnicos que originaram uma avaria no meu computador, só hoje me é possível fazer aqui referência a este facto e render a minha singela homenagem ao meu Melhor Amigo, ao meu quase Irmão e ao meu Chefe que me ensinou tudo o que aprendi e consegui levar a cabo nos 40 anos em que trabalhei para a Classe Bancária.
ANTÓNIO MOURA DE OLIVEIRA,começou a trabalhar em 1 de Outubro de 1947, (com 12 anos de idade) no Sindicato dos Bancários do Norte "que nessa altura não tinha ainda esse nome" e que teve a sua primeira sede na Rua João das Regras e, depois na Praça Humberto Delgado e finalmente foi para a Rua Cândido dos Reis, junto dos Clérigos.
Devido a uma queda ocorrida há mais ou menos 15 dias, numa quinta que a família possuía para os lados de Guimarães, onde ia de vez em quando com os filhos, quis subir uma escada, perdeu o equilíbrio e caiu fracturando o crânio. Levado para o Hospital de Guimarães, onde esteve algumas horas, foi transferido para o Hospital de Santo António, onde veio a falecer no passado dia 10 (dia de Portugal). Por razões forenses do âmbito da Medicina Legal, apenas no dia 12 o seu corpo foi colocado em câmara ardente, na Capela Mortuária da Igreja de Aldoar, tendo-se realizado o féretro para o cemitério de Paranhos, ontem dia 13, (dia de Santo António) pelas 10 horas, para jazigo de família. A missa do 7º dia será celebrada no próximo dia 15 (sábado) às 19 horas, na Igreja Nova de Aldoar.
No primeiro parágrafo, falo em "minha singela homenagem" e vou agora explanar porque o faço:
Em Fevereiro de 1962, fui prestar provas de admissão no Sindicato dos Empregados Bancários do Distrito do Porto (creio que era assim designado nessa altura) e tive ali o primeiro contacto com o Moura de Oliveira, que resultou numa grande empatia entre nós, que a partir de 4 de Março com a minha entrada ao serviço como simples Escriturário, foi aumentando gradualmente e rapidamente se tornou numa Grande AMIZADE que se prolongou até hoje. Era total o nosso acordo sobre todos os pontos de vista profissional e completava-mo-nos mutuamente nas decisões que marcaram a nossa passagem pelos serviços do Sindicato (e ultimamente, desde 1976) pelos serviços dos SAMS.
Através dos conhecimentos profundos que ele tinha sobre os Serviços e sobre a Classe Bancária representada pelo Sindicato, fui obtendo também os mesmos conhecimentos e com a ajuda primacial dele e de mais alguns colegas, nomeadamente, Manuel Monteiro, Álvaro Ribeiro e Manuel Ricardo, consegui convencer a Direcção em exercício em 1975/76 a lançar os alicerces para a fundação dos SAMS-Serviços de Assistência Médico-Social que se tornaram em muito pouco tempo, uma referência de Sistema de Saúde, em muitos aspectos, melhor do que o próprio Serviço Nacional de Saúde.
No antigo Sindicato (hoje conhecido por SBN/SAMS) o Moura de Oliveira era perito (digamos assim) na Contabilidade, tendo chegado a ser Chefe dos Serviços. Entretanto, e pós 25/4/74, os interesses políticos tentaram apoderar-se do Sindicato e colocaram na Chefia dos Serviços, gente da sua cor, relegando-o para lugar secundário, voltando apenas a ser Chefe da Contabilidade.
Quando se deu início à laboração dos SAMS, pensei e consegui que o Moura de Oliveira fosse transferido da Contabilidade do Sindicato para ser ele o Chefe dos Serviços Administrativos, o Manuel Ricardo fosse o Chefe dos Serviços Clínicos, e ambos fossem coadjuvados por mim, o que foi aprovado integralmente pelos Corpos Gerentes (Conselho de Gerência dos SAMS e Direcção do SBN). Esta situação ficou a vigorar durante dois ou três anos, mas entretanto outros poderes mais altos se levantaram e a minha posição foi alterada para Chefe de Secretaria, embora efectivamente até 1987, eu exercesse as funções de substituto de qualquer dos referidos Chefes, quando eles estavam ausentes, por qualquer motivo.
Bem, mas isto é outra história, que ficará para outra oportunidade, se Deus quiser.
O Moura de Oliveira, a partir de determinada altura (que neste momento não posso precisar...) começou a ter problemas de saúde (coração, etc.) e entrou em situações de baixas contínuas por ordem médica, resultando daí que os Serviços Clínicos e Administrativos estavam a ser chefiados pelo Manuel Ricardo e muitas vezes por mim, quando este estava de férias, ou doente ou por qualquer outro motivo de ausência forçada. Quando em 1987 fui transferido por convite (e a meu pedido) para o Sindicato, como Chefe da Secretaria de Apoio à Direcção, funções que exerci durante 10 anos, deixei de ter contacto frequente com o Moura de Oliveira, mas a amizade e o respeito mútuo, mantinha-se e aumentava dia a dia.
Já com mais de 40 anos de serviço, o António reformou-se devido aos problemas de saúde, e pouco depois, em 2001, ficou viúvo e tendo os filhos a sua vida própria, ficou a viver sozinho e durante
muito tempo, pôde fazer a sua vida regularmente, passeando, indo à quinta, caçando, lendo, vendo filmes antigos na TV, etc., A determinada altura a saúde começou a declinar e a Alzheimer apoderou-se dele. Como não podia estar só, foi residir para os Apartamentos da TrofaSenior onde os filhos o iam visitar frequentemente até que sucedeu o desenlace final, no passado dia 10.
Curiosamente, na passada semana, tinha pensado que algo não estaria bem com ele, e tentei falar com dois colegas para irmos lá em breve fazer-lhe uma visita, o que acabou por não acontecer infelizmente.
Eu perdi um Amigo (o meu melhor Amigo durante mais de 51 anos); um Irmão e um Chefe competentíssimo; (tudo o que soube, ali, foi-me ensinado por ele) o Sindicato e os SAMS perderam um Trabalhador conhecedor dos meandros de toda a actividade sindical dos bancários; e a Classe Bancária perdeu o mais antigo e o melhor Colaborador de todas as Direcções que passaram pelo Sindicato dos Bancários desde 1947 - ou seja há quase 66 anos.
Registe-se ainda que seu pai, António Oliveira, foi o primeiro Chefe da Secretaria do Sindicato, tendo lá estado a trabalhar mais de 25 anos e faleceu em 16/1/1973; Sua irmã Eva Oliveira, também ali trabalhou desde o início dos serviços clínicos, (21-7-1959) como empregada dos consultórios de Estomatologia, reformou-se e faleceu em 2004, após prolongada doença; e sua irmã Maria de Fátima Oliveira, deu entrada em 1/4/1965, como enfermeira, tendo chegado a Chefe de Enfermagem dos SAMS e actualmente encontra-se na situação de reforma desde 1/4/2005. (*)
Considerei sempre que a família Oliveira fez sempre parte da minha própria Família, e como o António foi o meu melhor Amigo, quase irmão, também a Maria de Fátima, marido e filhos, usufruem desta mesma Amizade e sinto que o mesmo acontece com eles. Claro que aqui também estão incluídos o António, a Paula, a Cristina e a Teresa, seus filhos, que atrevo-me a considerar também quase como meus filhos.
Gostaria de expressar aqui o sentimento de grande Saudade, pelo Amigo, e Irmão (e Chefe) que perdi, e a quem tudo devo e garanto aqui desde já que espero continue durante muitos anos através da Maria de Fátima, e faço sinceros votos para que a Classe Bancária do Norte de Portugal, não esqueça nunca o melhor trabalhador que jamais o Sindicato teve ao seu serviço.
(*) Tanto o Moura de Oliveira, como a Fátima e eu, trabalhamos exactamente 40 anos ao serviço dos bancários!!!
ANTÓNIO FONSECA
Funcionário reformado do SBN/SAMS
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