terça-feira, 30 de abril de 2019

DIA DO ASSOCIATIVISMO JOVEM - 30 DE ABRIL DE 2019

Associação

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Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas ou até mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, sem fins lucrativos para a realização de um objetivo comum.

Associativismo[editar | editar código-fonte]

A expressão associativismo designa, por um lado a prática social da criação e gestão das associações (organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática: assembleia geraldireçãoconselho fiscal) e, por outro lado, a apologia ou defesa dessa prática de associação, enquanto processo não lucrativo de livre organização de pessoas (os sócios) para a obtenção de finalidades comuns. Este mesmo não deve ser utilizado para ferir susceptibilidades nem para ataques morais. Serve para servir os estudantes e o instituto ou local em causa.
O associativismo, enquanto forma de organização social, caracteriza-se pelo seu caráter, normalmente, de voluntariado, por reunião de dois ou mais indivíduos usado como instrumento da satisfação das necessidades individuais humanas (nas suas mais diversas manifestações).
A Associação também era usada em Roma.[carece de fontes]
Salomon (2009), citado por CNI (2013)[1], apresenta o conceito de associativismo como a prática social que se refere à criação de associações, como entidades jurídicas, formais ou informais, reunindo pessoas físicas ou organizações para a representação e a defesa dos interesses dos associados.
Estas organizações de tipo associativo são o eixo de qualquer política de desenvolvimento, na medida em que constituem um pilar fundamental na construção de solidariedades, “são a expressão de uma forma de vida em comunidade, que favorece o exercício da democracia e da cidadania” (Coelho, 2008)[2].
Em termos gerais, a prática associativa consiste na organização voluntária de pessoas, sem fins lucrativas, com o objetivo de satisfazer as necessidades coletivas ou alcançar os objetivos comuns, via cooperação. Esta forma de organização coletiva tem como objetivos reforçar os laços de amizade e solidariedade, reunir esforços para reivindicar melhorias na comunidade, defender os interesses dos associados, desenvolver interesses coletivos de trabalho, produzir e comercializar de forma cooperada, melhorar a qualidade de vida e participar no desenvolvimento da região na qual as associações estão inseridas.

Princípios do associativismo[editar | editar código-fonte]

O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas[3] defende que o associativismo se rege por um conjunto de princípios:
  • Princípio da Adesão Voluntária e Livre
As associações são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a usar os seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial, política, religiosa e de género”;
  • Princípio da Gestão Democrática pelos Sócios
As associações são organizações democráticas, controladas pelos seus sócios, que participam ativamente no estabelecimento das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e mulheres, eleitos como representantes, são responsáveis para com os sócios”.
  • Princípio da Participação Econômica dos Sócios
Os sócios contribuem de forma equitativa e controlam democraticamente as suas associações através da deliberação em assembleia-geral.
  • Princípio da Autonomia e Independência
“As associações são organizações autónomas de ajuda mútua, controlada pelos seus sócios”. Podem entrar “num acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, devendo fazê-lo de forma a preservar o seu controlo democrático pelos sócios e manter a sua autonomia”.
  • Princípio da Educação, Formação e Informação
As associações devem proporcionar educação e formação aos sócios, dirigentes eleitos e administradores, de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento”.
  • Princípio da Interação
As associações podem satisfazer as necessidades dos seus sócios mais eficazmente e fortalecer o movimento associativista, se trabalharem juntas, através de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais.
  • Princípio do Interesse pela Comunidade
As associações trabalham pelo desenvolvimento sustentável das suas comunidades, municípios, regiões, estados e país através de políticas aprovadas pelos seus membros”.
Estes princípios são importantes não só, para as associações mas também, para a construção da sociedade. Estes contribuem para o desenvolvimento económico e social de uma sociedade cada vez mais solidária, democrática e com autonomia de gestão, como preconizado pelo Princípio do Interesse pela Comunidade.

Associativismo empresarial - Perspetiva global[editar | editar código-fonte]

Partindo agora para uma vertente mais empresarial, o associativismo empresarial pressupõe que as empresas utilizam a cooperação/colaboração para defender e potencializar o seu segmento e melhorar as suas estratégias competitivas no mercado.
Decorre então, que o associativismo empresarial tem como objetivo principal promover as atividades económicas de uma região, defender os interesses dos empresários e cooperar com entidades públicas e privadas (Bonassi, 2003)[4].
Bianchi (2007)[5] considera que as associações empresariais surgem das “relações que os empresários estabelecem entre si, no ato da concorrência, motivando a coordenação de interesses empresariais individuais e setoriais, a fim de evitar práticas ou ações que comprometeriam a viabilidade do segmento”.

Motivações ao associativismo[editar | editar código-fonte]

De acordo com Battisti & Denuzi (2009) [6] o associativismo pode funcionar como uma ferramenta estratégica para o crescimento empresarial. Por outras palavras, o associativismo potencia a competitividade dos empresários que decidem cooperar/associar-se e consequentemente, aumenta as suas oportunidades de crescimento profissional individual e coletivo.
Bonassi (2003)[4] considera que os principais motivos que levam as empresas a associarem-se são:
  • Partilha de ideias e experiências para resolver problemas, com o objetivo de expansão e desenvolvimento do negócio;
  • Elaboração de pesquisas de mercado e campanhas promocionais com vista a aumentar a sua competitividade no mercado;
  • Procura de formação profissional, visando melhorias na gestão do negócio, na qualidade do trabalho e no atendimento dos clientes;
  • Partilha de custos para obtenção de maiores lucros;
  • Procura de independência e convergência de interesses.

Benefícios proporcionados pelo associativismo[editar | editar código-fonte]

Sob a perspectiva econômica, observa-se que a união de empresas permite-lhes obter melhores resultados, beneficiar de economias de escala, maior poder de negociação e redução de riscos. É por esta razão que os agentes econômicos procuram a cooperação para maximizarem a sua satisfação individual (Maeda & Saes, 2009)[7]. Estes autores defendem também que o sucesso da ação coletiva depende do seu tamanho, isto é, grupos mais pequenos tendem a promover melhores resultados aos indivíduos envolvidos, porque possuem maior facilidade de controlo e flexibilidade no ajustamento das ações.
Com base em Balestrin, Verschoore & Antunes (2010), citados por CNI (2013)[1], é possível perceber a diversidade de benefícios que decorre do associativismo entre as empresas, sobretudo para as empresas de pequena dimensão, nomeadamente:
  • Fortalecimento da capacidade de ação das empresas perante os mais diversos atores, através da união de esforços conjuntos;
  • Obtenção de economias de escala e ganhos relativos ao poder de mercado, nomeadamente maior poder de negociação junto de fornecedores e de clientes;
  • Criação e disponibilização de soluções coletivas, como por exemplo, serviços de garantia de crédito, prospeção de oportunidades de negócios, infraestruturas, desenvolvimento de produtos e sistemas de informação;
  • Redução de custos e riscos relativos de ações e investimentos que podem ser assumidos coletivamente. Por exemplo, diminuição dos custos de prospeção, produção, informação e inovação;
  • Acumulação de capital social pela partilha de normas e valores e pela criação de confiança entre os associados, proporcionando maior abertura para a discussão de problemas, igualdade na repartição dos resultados obtidos, partilha do poder, ajuda mútua e aprendizagem coletiva;
  • Condições mais favoráveis nas atividades de inovação, facilitando a interação e a parceria com diversas instituições nacionais e internacionais, tais como: governo, centros de tecnologia, universidades e empresas de grande dimensão.
Para além dos benefícios anteriormente referidos, Bonassi (2003)[4] considera que a associação de pequenos empresários proporciona-lhes não só, vantagens competitivas mas também, uma redução de custos de comunicação com o mercado e de despesas administrativas, oferece benefícios conjuntos na preparação dos empresários e trabalhadores e principalmente, favorece o poder de negociação junto de fornecedores.

Formas de associativismo empresarial[editar | editar código-fonte]

Foltran (2009)[8] destaca cinco formas de associativismo empresarial, alegando que estas são as mais estudadas e referidas na literatura. Refere ainda, que a utilização de uma ou outra forma depende da estratégia e necessidade de cada empresa.
Deste modo, apresentam-se as cinco formas de associação empresarial:
  • Acordos Produtivos Locais;
  • Clusters;
  • Consórcios Empresariais;
  • Parcerias Estratégicas e Alianças Estratégicas;
  • Núcleos Setoriais.
Entende-se por Acordos Produtivos Locais as aglomerações de agentes económicos, políticos ou sociais, localizados num determinado território que apresentam especialização produtiva e estabelecem relacionamentos de interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como, governo, associações empresarias, instituições de crédito, organizações de ensino e investigação (Albagli & Brito, 2003[9]).
Os clusters são definidos como concentrações geográficas de empresas e instituições numa particular forma de competição. Estas empresas normalmente apresentam semelhanças nos produtos ou serviços oferecidos. A formação de empresas em clusters permite-lhes aumentar o seu nível de produtividade, têm acesso a informação especializada, tecnologia e instituições que potenciam a sua capacidade de inovação, beneficiam de um melhor acesso a fornecedores locais e recursos humanos especializados e experientes porque a proximidade geográfica facilita e melhora o fluxo de informação e comunicação (Porter, 1998[10]).
O consórcio empresarial corresponde à união de várias empresas com a finalidade de executar determinado empreendimento, ficando cada empresa obrigada a responder apenas pelas obrigações assumidas e previstas no contrato celebrado (Miranda, 2010).[11]
As parcerias ou alianças estratégicas são acordos estabelecidos entre dois ou mais parceiros que visam alcançar um objetivo comum, através da união de capacidades e recursos e da coordenação de atividades. Este tipo de associação empresarial implica algum grau de coordenação estratégica e operacional mútua, nomeadamente no que respeita a acordos de desenvolvimento conjuntos de produtos ou serviços, acordos de Investigação e Desenvolvimento (I&D), transferência mútua de tecnologia e acordos de cooperação na área de marketing (Teece, 1992[12]).
Os núcleos setoriais distinguem-se de outras formas de associação por representarem a união de empresários de um mesmo setor que se reúnem para discutir problemas comuns e encontrarem soluções conjuntas (SEBRAE & CACB, 1994[13]).

A Lei[editar | editar código-fonte]

Direito internacional[editar | editar código-fonte]

Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de Dezembro de 1948 estipula na alínea 1 do Artigo 20 que "toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.".
Convenção Europeia dos Direitos Humanos, aprovada para ratificação, pela Lei nº 65/78, de 13 de Outubro, convenciona que "qualquer pessoa tem direito à liberdade de reunião pacífica e à liberdade de associação, incluindo o direito de, com outrem, fundar e filiar-se em sindicatos para a defesa dos seus interesses", e ainda que "o exercício deste direito só pode ser objeto de restrições que, sendo previstas na lei, constituírem disposições necessárias, numa sociedade democrática, para a segurança nacional, a segurança pública, a defesa da ordem e a prevenção do crime, a proteção da saúde ou da moral, ou a proteção dos direitos e das liberdades de terceiros."

Direito português[editar | editar código-fonte]

Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976, na redacção que lhe foi dada pelas Leis Constitucionais n.º 1/82, de 30 de Setembro, n.º 1/89, de 8 de Julho. N.º 1/92, de 25 de Novembro, n.º 1/97, de 20 de Setembro e n.º 1/2000, de 20 de Novembro e 1/2004 de 24 de Julho, constitui no seu artigo 46º que "1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal."; "2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial."; "3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela." e "4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista"
O Artigo 51.º da aludida constituição completa, em especial no que concerne aos partidos políticos, que "1. A liberdade de associação compreende o direito de constituir ou participar em associações e partidos políticos e de através deles concorrer democraticamente para a formação da vontade popular e a organização do poder político."
Dá ainda destaque na alinea 3. do artigo 60º, aos direitos dos consumidores, em que constitui que "As associações de consumidores e as cooperativas de consumo têm direito, nos termos da lei, ao apoio do Estado e a ser ouvidas sobre as questões que digam respeito à defesa dos consumidores, sendo-lhes reconhecida legitimidade processual para defesa dos seus associados ou de interesses colectivos ou difusos."
Código Civil Português (CCP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47334 de 25 de novembro de 1966, protege igualmente a criação de associações.

Direito brasileiro[editar | editar código-fonte]

Segundo o artigo 53 do Código Civil Brasileiro [14] “constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. Assim, quando regularmente registrada e constituída, a associação é uma espécie de pessoa jurídica na qual não há finalidade econômica. Ou seja, é formada por pessoas naturais (ou físicas como denominadas na área tributária) que têm objetivos comuns, exceto o de auferir lucro através da pessoa jurídica. Por exemplo, no Brasil, as organizações não governamentais (ONGs) são, do ponto de vista legal, associações. Portanto, há grande diferença entre associação e sociedade, pois nas sociedades (com exceção das cooperativas que têm regras específicas e diferenciadas) a principal finalidade é a obtenção de lucro.
No Brasil para se constituir uma pessoa jurídica como uma associação é preciso realizar alguns procedimentos legais para que a associação tenha personalidade jurídica. O processo de criação de associação no Brasil acontece com a reunião de pessoas que deliberam e decidem fundar uma entidade com personalidade jurídica. Toda associação tem um estatuto que é aprovado pela assembleia geral, convocada em edital publicado em mídia de acesso ao território que se planeja representar. O estatuto deve observar a disciplina do artigo 54 e seguintes do Código Civil[14] e, assim como a ata, deve ser assinado por um advogado devidamente registrado na Ordem dos Advogados do Brasil. Depois de aceito o estatuto e a ata da reunião, assinada pelos presentes e descrito todos os responsáveis tais como presidente e secretário, eleitos pelos presentes. Depois desses eventos são encaminhados os documentos ao cartório, registra-se inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, no Instituto Nacional do Seguro Social, na junta comercial do estado e na prefeitura da cidade sede onde obterá o alvará de licença de funcionamento. Os registros na junta comercial e no INSS só são necessários se a entidade praticar algum ato comercial.
Toda associação com personalidade jurídica é dotada de patrimônio e movimentação financeira, porém não poderá repartir o retorno econômico entre os associados, uma vez que será usada no fim da associação e nunca está sujeita à falência ou recuperação econômica.

Distinção entre vários tipos de associação[editar | editar código-fonte]

Diferença entre associações com personalidade jurídica e associações sem personalidade jurídica ou comissões:
Há, antes de mais, que distinguir associações enquanto pessoas coletivas com personalidade jurídica das associações sem personalidade jurídica.
Constituição de Associações
Conforme estipulado na alínea 1 do artigo 167º do CCP, "O ato de constituição da associação especificará os bens ou serviços com que os associados concorrem para o patrimônio social, a denominação, fim e sede da pessoa coletiva, a forma do seu funcionamento, assim como a sua duração, quando a associação se não constitua por tempo indeterminado." - ver acima como legalizar uma associação
Estatutos
Os estatutos, enquanto conjunto de regras que orientam e regem a atividade e caráter corporativo da associação, dão corpo ao que é, o que se pretende e como funciona a associação.
Está definido na alínea 2 do artigo 167º do CCP que "Os estatutos podem especificar ainda os direitos e obrigações dos associados, as condições da sua admissão, saída e exclusão, bem como os termos da extinção da pessoa coletiva e consequente devolução do seu patrimônio". Por exemplo, a Associação de Investidores Portugueses (ATM), tomada aqui como referência - dando corpo a essa obrigação e, sobretudo, à necessidade de gestão e orientação - tem estatutos bem definidos e de acordo com a Lei, mas também de caráter muito próprio de forma a seguirem os objetivos e especificações necessárias à satisfação das necessidades da associação e em resultado de todos os sócios.
Existem ainda atenções especiais a dar à forma como se organizam e gerem as associações, também regulado pelo CCP e que se distinguem, em especial, das associações sem personalidade jurídica e comissões especiais, como são exemplo os "Clubes de Investidores", respeitando estes, para além dos Estatutos e outros regulamentos internos, as disposições legais relativas às associações, à exceção das que pressupõem a personalidade destas. (alínea 1. art. 195º do CCP).
No Brasil, as associações têm sua disciplina legal nos artigos 53 a 61 do Código Civil[14]. Por exemplo, tanto as ONGs quanto as OSCIPS são espécies de associações civis, sendo que, no entanto, as OSCIPs são uma modalidade diferenciada, a qual tem mais requisitos (deveres) do que as demais espécies de associações e, em consequência, mais direitos. Inclusive, as OSCIPs não se regem apenas pelos dispositivos do Código Civil, mas também pela Lei 9.790/1999[15], a qual é dedicada exclusivamente às OSCIPs e criou o termo de parceria, mediante o qual a organização pode celebrar termos de parceria com o Poder Público, condição que não ocorre no caso das ONGs. Além disso, algumas doações destinadas às OSCIPs têm benefícios fiscais, o que igualmente não ocorre no caso das ONGs.

DIA INTERNACIONAL DO JAZZ - 30 DE ABRIL DE 2019

Jazz

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Jazz
Origens estilísticas
Contexto culturalFinal do século XIX no sul dos Estados Unidos
Instrumentos típicosSaxofone · piano · teclado · trompeteTrombone · Clarinete · Tuba · Guitarra · Contrabaixo · Bateria · Vocais
Subgêneros
Asian American jazz • Avant-garde jazz • Bebop • Big band • Chamber jazz • Continental jazz • Cool jazz • Free jazz • Gypsy jazz • Latin Jazz• Mainstream jazz • Mini-jazz • Modal jazz • M-Base • Neo-bop • Orchestral jazz • Post-bop • Stride • Swing • Third stream • Trad jazz • Pop Tradicional • Vocal jazz
Gêneros de fusão
Acid jazz' • Afrobeat • Bluegrass • Bossa nova • Calypso jazz • Crossover jazz • Dansband • Deep house • Free funk • Funk• Hard bop • Humppa • Jam band • Jazz blues • Jazz funk • Jazz fusion • Jazz rap • Jump blues • Kwela • Livetronica • Mambo • Math rock • Mod revival • Modern Creative • No Wave • Novelty piano • Nu jazz • Nu soul • Post-metal • rock progressivo• Punk jazz • Reggae • Rhythm and blues • Samba Jazz • Sambalanço • Shibuya-kei • Ska • Ska jazz • Smooth jazz • Soul jazz • Spank jazz • Swing revival • World fusion • Yé-yé • "Sambalanço"
Formas regionais
Austrália • Brasil • Cuba • França • Índia • Itália • Japão • Malawi • Países Baixos • Polônia • África do Sul • Espanha • Reino Unido
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Exemplo de Jazz, subgênero dixieland
Jazz é uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleães, nos Estados Unidos.[1] Tal manifestação teria surgido por volta do final do século XIX na região de Nova Orleães, tendo origem na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam, um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.
jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições religiosas, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue noteschamada e respostaforma sincopadapolirritmiaimprovisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metaispalhetasbaterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.
As origens da palavra "jazz" são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".
Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o jazzproduziu uma grande variedade de subgêneros, como o dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o bebop de meados da década de 1940, o jazz latino das décadas de 1950 e 1960 e o fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o jazzse adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo, assim, uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.

Conceituação[editar | editar código-fonte]

Como o termo "jazz" tem, desde longa data, sido usado para uma grande variedade de estilos, uma definição abrangente que incluísse todas as variações é difícil de ser encontrada. Enquanto alguns entusiastas de certos tipos de jazz tem colocado definições menos amplas, que excluem outros tipos, que também são habitualmente descritas como "jazz", os próprios jazzistas são muitas vezes relutantes quanto a definição da música que são executadas. Duke Ellington dizia, "é tudo música." Alguns críticos tem dito que a música de Ellington não era de fato jazz, como a sua própria definição, segundo esses críticos, o jazz não pode ser orquestrado.
Por outro lado, os 20 solos de Earl Hines "versões modificadas" das composições de Duke Ellington (em Earl Hines Plays Duke Ellington gravado por volta dos anos 70) foi descrito por Ben Ratliff, crítico do New York Times, como "um exemplo tão bom do processo de jazz quanto qualquer outra coisa que temos."[2]
Há bastante tempo existem debates na comunidade do jazz sobre a definição e as fronteiras do "jazz". Em meados da década de 1930, amantes do jazz de Nova Orleans criticaram as "inovações" da era do swing como contrárias a improvisação coletiva, eles pensavam nisso como essencial para a natureza do "verdadeiro" jazz.
Pelos anos 40, 50 e 60, eram ouvidas criticas dos entusiastas do jazz tradicional e dos fãs do BeBop, na maioria das vezes dizendo que o outro estilo não era, de alguma forma, o jazz "autêntico". Entretanto, a alteração ou transformação do jazz por novas influências tem sido desde o princípio criticada como "degradação", Andrew Gilbert diz que o jazz tem a "habilidade de absorver e transformar influências" dos mais diversos estilos de música.[3]
As formas de música tendo como objetivo comercial ou com influência da música "popular" tem sido ambas criticadas, ao menos quando ocorre o surgimento do Bop. Fãs do jazz tradicional rejeitaram o Bop, o "jazz fusion" da era dos anos 70, é definido por eles como um período de degradação comercial da música. Todavia, de acordo com Bruce Johnson, jazz sempre teve uma "tensão entre jazz como música comercial e uma forma musical".[4] Gilbert nota que como a noção de um cânone de jazz está se desenvolvendo, as "conquistas do passado" podem se tornar "...privilegiadas sob a criatividade particular..." e a inovação dos artistas atuais. O crítico de jazz da Village Voice Gary Giddins diz que assim que a disseminação e a criação do jazz está se tornando cada vez institucionalizada e dominada por firmas de entretenimento maiores, o jazz está lidando com "...um perigoso futuro de aceitação de respeitabilidade e desinteresse." David Ake adverte que a criação de "normas" no jazz e o estabelecimento de um "jazz tradicional" pode excluir ou deixar de lado outras mais novas, formas de jazz avant-garde.[5]
Uma maneira de resolver os problemas de definição é expor o termo "jazz" de uma forma mais abrangente. De acordo com Kin Gabbard "jazz é um conceito" ou categoria que, enquanto artificial, ainda é útil ser designada como: "um número de músicas com elementos suficientes em parte comum de uma tradição coerente". Travis Jackson também define o jazz de uma forma mais ampla, afirmando que é uma música que incluí atributos tais como: "swinging, improvisação, interação em grupo, desenvolvimento de uma "voz individual", e estar "aberto" a diferentes possibilidades musicais".[5]

Improvisação[editar | editar código-fonte]

Um músico tocando saxofone, instrumento muito usado no jazz
Enquanto o jazz pode ser de difícil definição, improvisação é claramente um dos elementos essenciais. O blues mais antigo era habitualmente estruturado sob o repetitivo padrão pergunta e resposta, elemento comum em músicas tradicionais. Uma forma de música tradicional que aumentou em parte devido as canções de trabalho e field hollers. No blues mais antigo a improvisação era usada com bastante propriedade.
Essas características são fundamentais para a natureza do jazz. Enquanto na música clássica europeia elementos de interpretação, ornamento e acompanhamento são, às vezes, deixados a critério do intérprete, o objetivo elementar do intérprete é executar a composição como está escrita. No jazz, entretanto, o músico irá interpretar a música de forma peculiar, nunca executando a mesma composição exatamente da mesma forma mais de uma vez.
Dependendo do humor e da experiência pessoal do intérprete, interações com músicos companheiros, ou mesmo membros do público, um intérprete/músico de jazz pode alterar melodiasharmonias ou fórmulas de compasso da maneira que achar melhor. No Dixieland Jazz, os músicos revezavam tocando a melodia, enquanto outros improvisavam contra melodias. A música clássica da Europa tem sido conhecida como um meio para o compositor. Jazz ,contudo ,é muitas vezes caracterizado como um produto de criatividade democrática, interação e colaboração, colocando valor igual na contribuição do compositor e do intérprete.
Na era do swingbig bands passaram a ser mais baseadas em arranjos musicais - os arranjos foram tanto escritos como aprendidos de ouvido e memorizados (muitos músicos de jazz não liam partituras). Solistas improvisavam dentro desses arranjos. Mais tarde no bebop, o foco mudou para os grupos menores e arranjos mínimos; a melodia (conhecida como "head") era indicada brevemente no início e ao término da música, e o âmago da performance era uma série de improvisações no meio.
Estilos de jazz que vieram posteriormente, tais como o jazz modal, abandonando a noção estrita de progressão harmônica, permitindo aos músicos improviso com ainda mais liberdade, dentro de um contexto de uma dada escala ou modo (ex.: "So What" no álbum do Miles DavisKind of Blue).
As linguagens avant-garde jazz e o free-jazz permitem, e exigem, o abandono de acordes, escalas, e métrica rítmica, o grupo Das erste Wiener Gemüseorchester é um exemplo de free-jazz. Quando um pianista, violonista ou outro instrumentista com instrumentos harmônicos, improvisam um acompanhamento enquanto um solista está tocando, isso é chamado de comping (contração da palavra "accompanying"). "Vamping" é um modo de comping que é normalmente restrito a poucos acordes repetitivos ou compassos, como oposição ao comping na estrutura do acorde ao longo da composição. O Vamping também é usado como uma maneira simples de estender o começo ou fim de uma música ou continuar uma segue.
Em algumas composições modernas de jazz, onde os acordes fundamentais da composição são complexos ou de mudança rápida, o compositor ou o intérprete podem criar uma série de "blowing changes", que é uma série de acordes simplificada, melhor aplicada em comping e no improviso solo.

História[editar | editar código-fonte]

Origens[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do sul. Grande parte dos escravos vieram do oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal.[6] Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando "a música maluca", satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde Thomas Jeffersonsimilarmente notou "o banjar, que foi trazido da distante África". Foi feita de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do Oeste da África. Festas de abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos em Place Congo Nova Orleães, até 1843, sendo como uma festa similar em Nova Orleães e Nova Iorque.
Escravos da mesma tribo eram separados para evitar formações de revolta. E, pela mesma razão, nos estados da Geórgia e Mississippi não era permitido aos escravos a utilização de tambores ou instrumentos de sopro que fossem muito sonoros, pois poderiam ser usados no envio de mensagens codificadas. Entretanto, muitos fizeram seus próprios instrumentos com materiais disponíveis, e a maioria dos chefes das plantações incentivaram o canto para que fosse mantida a confiança do grupo. A música africana foi altamente funcional, tanto para o trabalho quanto para os ritos.
As work songs e field hollers incorporaram um estilo que poderia ser ainda encontrado em penitenciárias dos anos 1960, e em um caso eram parecidas com uma canção nativa ainda utilizada em Senegal. No porto de Nova Orleães, estivadores negros ficaram famosos pelas suas canções de trabalho. Essas canções mostravam complexidade rítmica com características de polirrítmica do jazz. Na tradição africana eles tinham uma linha melódica e com o padrão pergunta e resposta, contudo, sem o conceito de harmonia do Ocidente. O ritmo refletido no padrão africano da fala e o sistema tonal africano levaram às blue notes do jazz.
No começo do século XIX, um número crescente de músicos negros aprendiam a tocar instrumentos do ocidente, particularmente o violino, provendo entretenimento para os chefes das plantações e aumentando o valor de venda daqueles que ainda eram escravos. Conforme aprendiam a música de dança europeia, eles parodiavam as músicas nas suas próprias danças cakewalk. Por sua vez, apresentadores dos minstrel showeuro-americanos com blackface, estilo de maquiagem usado para sátira, popularizavam tal música internacional, a qual era combinação de síncopas com acompanhamento harmônico europeu. Louis Moreau Gottschalk adaptou música latina e melodia de escravos para músicas de piano de salão, com músicas tais como Bambouladanse de nègres de 1849, Fantaisie grotesque de 1855 e Le Banjo, enquanto sua música polka Pasquinade, em torno do ano 1860, antecipou ragtime e foi orquestrado como parte do repertório de concerto da banda de John Philip Sousa, fundada em 1892.
Outra influência veio dos negros que frequentavam as igrejas. Eles aprenderam o estilo harmônico dos hinos e os adaptavam em spirituals. As origens do blues não estão registradas em documentos, entretanto, elas podem ser vistas como contemporâneas dos negro spiritualsPaul Oliver chamou a atenção à similaridade dos instrumentos, música e função social dos griots da savana do oeste africano, sob influência Islâmica. Ele notou estudos mostrando a complexidade rítmica da orquestra de tambores da costa da floresta temperada, que sobreviveram relativamente intacta no Haiti e outras partes do oeste das Índias mas não era farta nos Estados Unidos. Ele sugeriu que a música de cordas do interior sudanês se adaptou melhor com a música popular e baladas narrativas, dos ingleses e dos donos de escravos scots-irish e influenciaram tanto o jazz como o blues.

Décadas de 1890-1910[editar | editar código-fonte]

Ragtime[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ragtime
Nessa época, salões para baile público e tea rooms foram abertos nas cidades. A música popular de bailes na época eram em estilos blues-ragtime. A música era vibrante, entusiástica e, quase sempre, improvisada. A música ragtimedaquele tempo era em formato de marchasvalsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a característica consistente era a sincopação. Notas e ritmos sincopados se tornaram tão populares com o público que os editores de partituras incluíram a palavra "sincopado" em seus anúncios. Em 1899, um pianista jovem e treinado, de Missouri, Scott Joplin, publicou o primeiro de muitas composições de Ragtime que viriam a ser música de gosto popular. As apresentações do líder de banda Buddy Bolden em Nova Orleães, desfiles e danças são um exemplo de estilo de improviso do jazz. O rápido crescimento do público que apreciava a música no pós-guerra produziu mais músicos treinados que fossem formais. Por exemplo, Lorenzo TioScott Joplin e muitas outras importantes figuras, no período inicial do jazz tiveram como base os paradigmas da música clássica.
A abolição da escravidão levou a novas oportunidades para a educação dos afro-americanos que eram livres, mas a segregação racial ainda limitava muito o acesso ao mercado de trabalho. Havia exceções: ser professor, pregador ou músico; e muitos obtinham educação musical. Euro-americanos costumavam ver os músicos negros como provedores de entretenimento de "classe-inferior" nas danças e nos minstrel shows, e mais tarde o vaudeville. Várias bandas marciais foram formadas, aproveitando a disponibilidade dos instrumentos usados nas bandas do exército. Um pianista negro não podia ser aceito em salas de concertos, mas poderia ser encontrado tocando na igreja ou tinham oportunidades de trabalho em bares, clubes e bordéis de zonas de prostituição, sendo que, aqueles que liam partitura eram chamados de "professores" enquanto os outros eram tocadores(ticklers)" que tocavam marfim. Antonin Dvorák escreveu um artigo controverso, publicado em fevereiro de 1898 no Harper's New Montly Magazine, aconselhando os compositores americanos a basearem a sua música nas melodias dos negros.
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Projeto Jazz
As danças são normalmente inspiradas pelos movimentos de dança africanos, e foram adotadas por um público de pessoas brancas que viram as danças em vaudeville shows. O cake walk, desenvolvido por escravos como uma cópia satirizada dos bailes formais, se tornou popular. Os Cakewalks, as canções de negros e a música de Jig Bands se desenvolveram em ragtime, em 1895. Posteriormente, Tin Pan AlleyIrving Berlin começaram a incorporar o ragtime em suas composições.
ragtime, gradualmente, se desenvolveu como música de improviso, com fontes incluindo o cakewalk, as marchas de Sousa e as peças para piano de salão, tais como as variações de Gottschalk, baseados na América Latina e nas melodias dos escravos. Apareceram registradas como partitura, através do animador Ernest Hogan, canções supostamente ditas como canções de sucesso em 1895, e dois anos mais tarde Vess Ossman gravou um medley dessas músicas no banjo solo: "Rag Time Medley".
Também em 1897, o compositor William H. Krell publicou seu "Mississippi Rag"; como a primeira peça de rag escrita para piano. Scott Joplin, pianista instruído na forma clássica, produziu seu "Original Rags" no ano seguinte, então em 1899 o "Maple leaf Rag" foi um sucesso internacional. Ele compôs vários rags populares, combinando sincopação, figurações do banjo e, às vezes call-and-response, entretanto, suas tentativas no ragtime na ópera e no balé foram sem sucesso. Porém, a banda de Philip Sousa tocou ragtime em suas jornada pela Europa, de 1900 até 1905, e a linguagem "ragtime" foi continuada por compositores clássicos, incluindo Claude Debussy e Igor Stravinsky.
O suave sincopado de Irving BerlinTin Pan Alley marcha "Alexander's Ragtime Band" foi um hit em 1911.
A música blues foi publicada e popularizada por W. C. Handy, no qual "Memphis Blues" de 1912 e "St. Louis Blues" de 1914, se tornaram jazz standards.

Nova Orleães[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Nova Orleães
Nova Orleães tinha se tornado uma mistura de raças. Os franco-criolos aproveitavam muitas das oportunidades dos brancos, e grupos de negros participavam em músicas clássicas e em óperas da cidade. Entretanto, a lei de segregação, que entrou em vigor no ano de 1894, classificou a população afro-crioula como "negra", colocando as duas comunidades em uma só definição. Desde 1857, existia prostituição legalizada na área conhecida como "The Tenderloin", e em 1897 essa zona de meretrício, próximo a Basin Street, ficou conhecida como "Storyville", lendário provedor de emprego para os talentos do jazz que surgia.
Na época, diversas bandas marciais, tais como a Onward Brass Band (fundada por volta de 1880), encontraram serviço em diversas situações, particularmente em funerais luxuosos. Neles, se tocava música solene no caminho do cemitério, e posteriormente no caminho de volta eram executadas versões de músicas como a Marcha Fúnebre em estilo ragtime.
A partir do ano de 1890, o trompetista Buddy Bolden liderou uma banda que fazia apresentações em Storyville, incorporando dança Afro-criola, música com elementos de blues e adicionando swing ao ritmo, trazendo inspiração a futuros músicos de jazz. Sua carreira acabou abruptamente em 1907, antes que ele gravasse, até então não se sabe ao certo o seu estilo. Suas apresentações nos desfiles e danças de Nova Orleães parecem ter sido exemplos iniciais do improviso no jazz.
O inovador pianista afro-criolo Jelly Roll Morton começou sua carreira em Storyville, e mais tarde disse ter usado o termo jazz em 1902 quando demonstrou a diferença entre ragtime como um tipo de sincopação, adequada somente para algumas canções, e jazz como "um estilo que pode ser aplicado a qualquer tipo se canção", inclusive clássicos populares, tais como as árias de Giuseppe Verdi. De 1904, ele fez tours com shows vaudeville, em torno das cidades do sul, também tocando em Chicago e Nova Iorque.
O "Jelly Roll Blues", composta por Jelly Morton em 1905 e publicada em 1915, foi o primeiro arranjo de jazz impresso. Isso permitiu que mais músicos fossem apresentados ao estilo de Nova Orleãs. Bolden influenciou Freddie Keppard, o qual iniciou tocando por volta de 1906. Rapidamente obteve sucesso. Aproximadamente em 1917, Keppard se juntou à Bill Johnson's Original Creole Orchestra, que fazia performances em Los AngelesCalifornia, meses antes de fazer tours em várias cidades com o vaudeville, introduzindo o estilo nas áreas do norte.
No mesmo ano a liderança estava com Joe "King" Oliver, que possuía um estilo mais relativo ao blues. Oliver tocava com o trombonista Kid Ory, e ensinava o jovem fã de Bolden Louis Armstrong. Enquanto a maioria das bandas eram afro-criolas ou negras, Papa Jack Laine era talvez o primeiro músico de jazz que não era negro. Sua banda, Reliance Brass Band, começou em 1888 e continuou com várias etnias apesar das leis de segregação.

Décadas de 1920-1930[editar | editar código-fonte]

A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 a 1933, resultou na criação dos speakeasies, locais onde a bebida era vendida ilegalmente. Esses estabelecimentos acabaram sendo grandes difusores do jazz, que, por isso, ganhou a reputação de ser um estilo musical imoral.
Nesse período, em 1922, a Original Creole Jazz Band se tornou a primeira banda de jazz de músicos negros de Nova Orléans a fazer gravações.[7][8] No entanto, era Chicago o novo centro do desenvolvimento do Dixieland, porque lá se juntaram King Oliver e Bill Jonhson. Naquele ano Bessie Smith, famosa cantora de blues, também gravou pela primeira vez.
Bix Beiderbecke formou o grupo "The Wolverines" em 1924. No mesmo ano Louis Armstrong se tornou solista da banda de Fletcher Henderson por um ano e depois formou o seu próprio grupo, o Hot FiveJelly Roll Morton gravou com os New Orleans Rhythm Kings, e em 1926 formou os Red Hot Peppers. Na época havia um grande mercado para a música dançante influenciada pelo Jazz tocada por orquestras de músicos brancos, como a de Jean GoldKette e a de Paul Whiteman. Em 1924 Whiteman pediu ao compositor George Gershwin que ele criasse um concerto que misturasse características de Jazz com a música clássica, o que resultou na famosa Rhapsody in Blue, que foi executada na première o concerto An Experiment in Modern Music, regido por Whiteman.

Músicos e compositores notórios de jazz[editar | editar código-fonte]



Jazz no Brasil[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Vídeo Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa 06.webm
Programa "Primeiro Plano", da TV Tupi, mostrando bandas de Jazz em apresentação no auditório da Universidade Católica da Guanabara. Imagem do Fundo da Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa.
Apesar de o Brasil não ter uma tradição de músicos exclusivamente dedicados ao jazz, é notável a influência desse estilo na bossa nova e em algumas fusões como o samba-jazz. Alguns bons exemplos de bandas são:AzymuthBanda Black RioZimbo Trio, entre outras .

Músicos brasileiros que tocam jazz[editar | editar código-fonte]

No cenário musical brasileiro existe uma grande variedade de músicos de jazz, alguns com sólida carreira internacional como ( Tom JobimIvan Lins e Ed Motta.

Jazz em Portugal[editar | editar código-fonte]

Portugal não tem uma grande tradição no jazz, mas alguns nomes são notórios.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Jazz history nps.gov
  2.  Ratliff 2002, 19.
  3.  In "Jazz Inc." by Andrew Gilbert, Metro Times, 23-12-1998
  4.  In Review of The Cambridge Companion to Jazz by Peter Elsdon, FZMw (Frankfurt Journal of Musicology) No. 6, 2003
  5. ↑ Ir para:a b In Review of The Cambridge Companion to Jazz Arquivado em 30 de setembro de 2007, no Wayback Machine. by Peter Elsdon, FZMw (Frankfurt Journal of Musicology) No. 6, 2003
  6.  Cooke 1999, p. 7-9
  7.  Cooke 1999, p. 54
  8.  «Kid Ory». The Red Hot Archive. Consultado em 29 de outubro de 2007

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