quinta-feira, 19 de novembro de 2015

EXPRESSO CURTO - 19 DE NOVEMBRO DE 2015

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
Pedro Santos Guerreiro
POR PEDRO SANTOS GUERREIRO
Diretor Executivo
 
19 de Novembro de 2015
 
Caça ao homem. Morto ou vivo?
 
Aqui chegados, não chegámos ainda a lado nenhum. Não é cinismo, é pela razão de que este é um processo complexo e longo. As autoridades continuam a "caça ao homem" (que na verdade são várias caças a vários homens) mas esta manhã ainda não se sabia se Abdelhamid Abaaoud, o suposto "autor moral" dos atentados de Paris, é um dos cadáveres da operação antiterrorista de ontem em Saint-Denis.

"Morto ou vivo?"questiona a CNN, numa pergunta que parece ter dois sentidos: a de sabermos se estamos dispostos a matar em vez de capturar; e a de saber se Abaaoud esta morto ou anda a monte. O chefe de operações do assalto de ontem conta os detalhes aqui. Para acompanhar minuto a minuto o que se passou ontem e o que acontece hoje, siga emdireto aqui. Desta manhã: o primeiro-ministro francês apresenta medidas no Parlamento e não exclui risco de ataque “químico”.

O tema ganhou contornos globais e testa aliados e inimigos. A França quer envolver a Rússia e os Estados Unidos numa "grande aliança" contra os terroristas do Daesh, como lhe chama o Wall Street Journal. Mas a posição de cada país sobre os diversos intervenientes na guerra da Síria afasta-os.

Se a Rússia defende a manutenção de Bashar al-Assad no poder, os Estados Unidos estão contra e a França acusa o líder do regime sírio de, com as suas atrocidades, ter levado à criação do Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico. As negociações serão longas, assim como a definição da estratégia, militar e económica, para umaregião onde confluem interesses e afluem forças não só internas mas externas: os curdos, os rebeldes, os extremistas, os do regime, os iranianos, os turcos, os russos, os americanos, agora os franceses.

Nos Estados Unidos, o debate está aceso também em relação ao acolhimento dos refugiados. Muitos republicanos estão contra, Obama está a favor. Mesmo assim, o presidente americano anunciou apenas o acolhimento de dez mil refugiados. Uma gota, comparando com a Europa.

Por cá, o julgamento do suspeito de terrorismo na Portela começa hoje. E a Raquel Moleiro publicou um mural que é um memorial sobre as vítimas dos ataques de Paris: Uma morte é uma tragédia, 129 mortos não são uma estatística.

Um vídeo de dois jiadistas portugueses foi lançado na véspera dos atentados em Paris. Como explicamos, é pura propaganda extremista. Pura e perigosa.

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OUTRAS NOTÍCIAS
Muita gente pressiona a decisão de Cavaco Silva:Carlos César ("o país não pode ficar em silêncio só porque o Presidente está a pensar"), Maria de Belém ("É inadequado estar em suspenso") Marcelo Rebelo de Sousa ("é fundamental a conclusão da formação do Governo"), Jorge Sampaio "Portugal precisa de um Governo na plenitude das suas funções"), Jerónimo de Sousa (que acusa Cavaco de "privilegiar contactos com o grande capital”). De pressão em pressão tudo se encaminha para um governo PS, opção aliás com que Freitas do Amaral hoje na Visão concorda. O Henrique Monteiro explica "por que está Costa a ganhar a batalha".

Os presidentes dos bancos (que vão precisar de mais capital em em 2016andam muito requisitados. Depois de almoçarem à porta fechada no Ritz em Lisboa na segunda feira com António Costa, na terça foram ao Palácio de Belém. E falaram à saída do encontro com Cavaco Silva. Vieira Monteiro pede um governo forte e estávelNuno Amadoquer estabilidade dos regimes fiscais, Fernando Ulrich elogia Passos e diz que confia em António Costa, Stock da Cunhapede ao Estado que seja pessoa de bem.

Hoje, Cavaco ouve sete economistas (saiba quem).

Entretanto, Jorge Miranda declara apoio a Sampaio da Nóvoa nas eleições presidenciais.

Sobre o clima político e a agressividade verbal (incluindo a do jovem deputado do PS que ontem chamou "gangster" a Cavaco e depois pediu desculpa), Nuno Melo escreve um texto de opinião no JN em que diz que a esquerda fala como se estivesse na taberna.

António José Seguro defendeu ontem tese de mestrado no ISCTE, em Lisboa, em que conclui que a reforma de 2007 aumentou o controlo político do Parlamento em relação ao Governo, ao conferir às oposições, por via regimental, instrumentos de que não dispunham na Constituição. Classificação: 18 valores.

devolução da sobretaxa está em risco e já divide PSD e CDS. Se os portugueses nada receberem, e tendo em conta as expectativas anunciadas antes das eleições, estaremos perante "um embuste monumental", escreve Armando Esteves Pereira, no Correio da Manhã. Já ontem, o Martim Silva escrevia sobre "o grande embuste".

Quanto do passado, a TAP perdeu cem mil passageiros no verãorevela o EconómicoQuanto ao futuro, a CGTP não quer a companhia no jogo das "low-cost". Quando ao que não se sabe, António Ramalho demite-se se esquerda reverter fusão da Infraestruturas de Portugal (no Negócios).

OntemPortugal financiou-se a taxas negativas. Como é isso possível? O Negócios explica. Há outra explicação mais curta, tem apenas três letras: BCE.

Na próxima semana arranca o Banco CTT, um projeto que tem mais barbas que o Pai Natal mas que finalmente nasce menino. Terá 50 lojas até março de 2016

queda histórica do peso dos salários está a aumentar a desigualdadediz o Negócios. "Nunca desde pelo menos desde os anos 60 do século XX os salários pesaram tão pouco face ao lucros, rendas e juros".

Segundo um relatório publicado pelo World Economic Forum, as desigualdades entre homens e mulheres continuam enormes, nomeadamente nos salários. Mas há esperança: como escreve o The Guardian, homens e mulheres terão salários iguais... daqui a 118 anos. "Parem de culpar as mulheres por ganharem menos dinheiro que os homens", escreve Emily Peck no Huffington Post. "Não, nós não somos más negociadoras". Por cá, titula o Público em manchete, "mulheres ainda gastam o dobro do tempo dos homens em tarefas do lar". 

A notícia está hoje nos diários todos, por exemplo no Diário de Notíciastrês freiras e um padre são suspeitos de escravizar noviças em convento.

Notícias etílicas: dentro da garrafa, o Porca de Murça tinto é o melhor vinho mais barato do mundo; fora da garrafa, osPêra-Manca são agora vendidos com sistema antifraude.

No sábado fará um ano que José Sócrates foi preso à chegada ao aeroporto de Lisboa. No Expresso, vamos publicar três vídeos, um por dia às 18 horas, sobre a Operação Marquês. O primeiro já saiu, começa na "lavandaria" do Zé das Medalhas.

"Vêm aí os russos", titula o Valdemar Cruz, que aqui assina outros Curtos: a Casa da Música, no Porto, programa para 2016 a maior mostra de música russa alguma vez apresentada em Portugal.


FRASES
"No final só fica um ou uma", disse a candidata a Presidente da República Marisa Matias ontem em Bruxelas. "Só há lugar para um”, concordou Marcelo Rebelo de Sousa.

"Nem vos quero dizer qual era o montante que o Tesouro português tinha em cofre em 2011 (...) de tão exíguo que ele era”. Cavaco Silvaontem.

"Cavaco prefere não tomar decisões. O que, no caso, é uma decisão: favorecer Passos Coelho", escreve Fernando Sobral no Negócios.

"A alegada 'tradição' segundo a qual todo o governo minoritário de partido mais votado teria, “ipso facto”, o direito de governar é, salvo o devido respeito – que é muito – uma enormidade", escreve José Ribeiro e Castrono Observador.

“Guerra à Síria por si não resolve nada”, afirma o generalRamalho Eanes.

"Chular o Estado" é o título do texto de opinião de Vital Moreira, a propósito da subsidiação aos colégios privados.No Económico.


O QUE VOCÊ ANDA A LER
Sim, você, caro leitor. É uma pequena subversão, a propósito do noticiário dos últimos dias. Nas redes sociais, há muitas críticas sobre o facto de os jornais darem agora tanta importância aos atentados de Paris, depois de ignorarem os de Beirute, de dias antes. Utilizo o título de uma coluna do Vox (que vale mesmo a pena ler, se quer perceber como pensam os jornalistas): "Os média ignoraram os bombardeamentos de Beirute? Ou ignoraram-no os leitores?".

Os atentados de Beirute foram noticiados, sim, em muitos jornais, mas não tiveram o impacto que teriam os de Paris, o que é compreensível. Assim como não deve ter havido uma só semana no último ano e meio que o Expresso não tenha publicado notícias e análises sobre o Daesh, tema que acompanhamos com uma equipa especial desde então. Mas só quando há grandes tormentos as leituras se disseminam. Outro exemplo: o caso de Luaty Beirão.Pelas audiências das notícias, no Expresso sabemos que o número de leituras do processo era enorme durante a greve de fome do ativista angolano. Quando a greve de fome parou, a audiência caiu a pique. Esta constatação não encerra nenhuma moral, é só mesmo uma constação. Mas as notícias sobre o julgamento de Luaty continuam a ser publicadas e o caso investigado. Pelo seu evidente interesse público.

O que eu vou ler: soube ontem pelo DN que, no início da próxima semana, chegará às livrarias um "espesso volume que reúne o diário 'Não Percas a Rosa' e as crónicas 'Ó Liberdade, Brancura do Relâmpago'", de Natália Correia. São 704 páginas, que incluem textos inéditos. E, ainda não sei, talvez incluam o poema édito que, começando assim, acaba nunca: "Trago-te a rosa na ponta de uma espada./Eu sou o enigma, tu a decifração."

(Natália Correia haveria de escrever umas coisas hoje, no arranque no Parlamento da discussão de propostas para asleis do aborto, adoção por casais homossexuais, alargamento da procriação medicamente assistida e "barrigas de aluguer"...)

Fique com o Expresso, com o site agora, com o Diário às 18, com semanário daqui a dois dias. E tenha um dia bom, ofrio regressa em força no fim de semana mas hoje astemperaturas máximas são réstia de São Martinho e atrás das nuvens está o sol. Está sempre.
 
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OBSERVADOR - 19 DE NOVEMBRO DE 2015

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia 

França avisa para terroristas com armas químicas. Em Bruxelas há operação policial em cursoÉ assim que abre o liveblog do dia, muito agitado também no campo geopolítico. É que o Governo francês admite já adiar a saída do poder do Presidente sírio.

Assad defendeu-se. O Presidente sírio culpou o Ocidente pela criação de organizações jihadistas, afirmando que "não começou na Síria, começou no Iraque, e começou antes disso no Afeganistão".

Do Irão, uma boa notícia. O país começou a desmantelar algumas das suas instalações nucleares, em conformidade com o acordo de Viena assinado com as grandes potências em julho.

Paris de luto5.000 mil tiros e dois terroristas mortos ainda por identificar. O cerco em Saint Denis durou mais de sete horas e pode, segundo o Washington Post, ter abatido o homem que organizou os atentados de sexta-feira. A síntese do dia de ontem, muito centrado na investigação, está aqui.
Se quiser saber como tudo aconteceu em Saint Deniso melhor será ler os detalhes aqui - descritos pormenorizadamente por quem comandou a operação.

Há um outro ponto de situação que se impõe, nesta caça ao homem. Quem são os terroristas de Paris? A Maria Catarina Nunes conta-nos quem são o terrorista a monte, o cabecilha morto e o outro, para que não se perca nas notícias.

Fechada está a identificação das 129 vítimas de Paris.Uma a uma, aqui estão as histórias delas.

Os portugueses contra o Estado Islâmico. A participação de Portugal na coligação internacional de combate ao Estado Islâmico passa pelo treino de tropas iraquianas. Um contingente regressou agora e o João Pedro Pincha falou com um dos responsáveis. O título, atenção, é provocador: “O EI não é um bando de selvagens” .

E quem são os jihadistas portugueses? Uns eram alunos aplicados nos estudos, outros menos. Alguns tiveram educação católica, uns são licenciados, rapazes aparentemente normais. A lista e história dos portugueses que se renderam ao terrorismo

Para ler, ouvir - e guardar. O Conversas à Quinta, onde o Jaime Gama e o Jaime Nogueira Pinto debatem os "muitos anos que vamos ter de conviver com este terrorismo" (com moderação do José Manuel Fernandes); a prateleira com 6 livros e 6 filmes para entender o terrorismo, avaliados pelo Miguel Freitas da Costa; e a nossa lista de 36 razões para não deixar de visitar Paris.
O Impasse político
Ontem foram os banqueiros (todos eles a pedir estabilidade e contas certas), hoje são os economistas (ex-ministros) e o governador do Banco de PortugalA bola está do lado de Cavaco Silvaque amanhã recebe os partidos políticos - com altíssima pressão à esquerda.  

Pressão e tensão, isso mesmo. Parece até nervosismo, comoanota o José Manuel Fernandes. Carlos César acusa o Presidente de "incontinência verbal"Jerónimo de Sousa promete resposta na rua, caso Cavaco não dê posse a Costa; na Assembleia, PS, PCP e BE exigem uma decisão já - com a direita a dizer que "qualquer decisão do PR é legítima"

Na Assembleia, aliás, até os atentados de Paris acabam numa troca de insultos - mesmo com Costa a sugerir aos seus deputados um pouco de água fria.

E à esquerda, como está tudo? Se o PS anuncia já a suaprimeira medida na área da Justiça, se Costa prepara uma número dois (no feminino) para o substituir no Rato; à esquerda ecoaFrancisco Louçã, que critica o PCP e a não assinatura de acordo a três.

Dito isto tudo, convém passar por dois jornais da manhã, para ter o quadro todo. O Económico diz que o Presidente pode dar posse a Costa num quadro de transição, exigindo-lhe que aceite eleições daqui a uns meses. Enquanto, no Público, Jorge Sampaio anota a sua preferência pelo Governo de esquerda.
Informação relevante
A investigação a José Sócrates não deve ser concluída tão cedo. O procurador Rosário Teixeira pediu ao DCIAP mais tempo para investigar, face ao muito que ainda está por analisar. Ainda faltam ouvir 20 testemunhas, ler mil documentos e analisar 5.540.127 ficheiros informáticos. A notícia foi dada em primeira mão aqui, no Observador.

Uma suspeita no Convento. A PJ constituiu como arguidos três freiras e um padre da Fraternidade Missionária Cristo Jovem, convento situado perto de Famalicão, por suspeitas de cárcere, escravidão e maus-tratos

O que nos mostram as estatísticas mais recentes da cobrança de IRS? Que Portugal tem menos contribuintes ricos, pelo menos que declaram IRS, e um maior número de contribuintes com rendimentos baixos que estão a pagar mais impostos. A análise é da Ana Suspiro.

Os sindicatos votam contra a venda da TAP. Os trabalhadores da TAP aprovaram em plenário uma moção contra a privatização da companhia aérea. Ontem, Gérman Efromovich (candidato derrotado) desistiu de todos os processos contra a decisão do Governo, diz a TVI.

Foi adiada a reposição dos feriados. PCP, PS e Blocodesentenderam-se ontem sobre a pressa em repor os quatro feriados prometidos. A história deve ter, porém, desfecho em breve.

As escolas básicas e secundárias ficaram sem videovigilância. Os diretores estão preocupados com a segurança noturna.

Uma nota a fechar este bloco: vem aí chuva, chuva, chuvinha, como cantou Linda de Suza. Mas só para o fim de semana.

Os nossos Especiais"Sim, sou muçulmano. Não, não sou terrorista". Em Paris, o João de Almeida Dias foi percorrer um dos bairros mais sensíveis de França. Para nos contar a história dos que nasceram em França - mas que muitos se recusam a reconhecer como franceses. A reportagem começa assim:
"Na empresa de seguros onde Rachid Sibari trabalha, de tempos a tempos toda a gente leva um bolo ou outros doces para serem partilhados. Numa dessas ocasiões, um dos chefes deste francês de terceira geração — o avô de Rachid emigrou de Marrocos para França —  virou-se para ele e perguntou-lhe: “Olha lá, quando é que nos trazes um bolo lá da tua terra para a gente provar?”.
Lá da tua terra.
“Porra, a minha terra é a França! Os meus bolos são o éclair de chocolate e tarte tatin!"

Aaron Sorkin: os génios por trás das séries e filmes dele.Os argumentos de "West Wing", de "A Rede Social" e de "Steve Jobs", todos ao comando de Aaron Sorkin, estão povoados por pessoas muito, muito espertas. O Rogério Casanova explica-nos como isso é feito (aviso: envolve Diderot).

Um aperto de mãos e um sorriso amarelo entre Taiwan e China. Com os atentados de Paris, mal demos por outro momento histórico. O Nélson Moura conta-nos que que o encontro entre os líderes da China e Taiwan foi mal recebido pelos habitantes da ilha. O assunto entrou no debate que divide as forças políticas, mas também duas gerações com visões diferentes.
Notícias surpreendentes
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EL VENTANO - 19 DE NOVEMBRO DE 2015

Un poema de Celaya entre las ruinas de Siria

Alepo, Deir al-Zor, Homs, Deraa, Idlib, Damasco… Ciudades destrozadas en un país cargado de muerte y horror. Sobre sus ruinas, un grito de esperanza con un poema de Gabriel Celaya: Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan decir que somos quien somos…
1

Cuando ya nada se espera personalmente exaltante,
mas se palpita y se sigue más acá de la conciencia,
fieramente existiendo, ciegamente afirmando,
como un pulso que golpea las tinieblas
2
Cuando se miran de frente
los vertiginosos ojos claros de la muerte,
se dicen las verdades:
las bárbaras, terribles, amorosas crueldades.
3
Se dicen los poemas
que ensanchan los pulmones de cuantos, axfisiados,
piden ser, piden ritmo,
piden ley para aquello que sienten excesivo.
5
Con la velocidad del instinto,
con el rayo del prodigio,
como mágica evidencia, lo real se nos convierte
en lo idéntico a sí mismo.
6
Poesía para el pobre, poesía necesaria
como el pan de cada día,
como el aire que exigimos trece veces por minuto,
para ser y en tanto somos, dar un sí que glorifica.
10
Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan
decir que somos quien somos,
nuestros cantares no pueden ser sin pecado un adorno.
Estamos tocando el fondo.
11
Maldigo la poesía concebida como un lujo
cultural por los neutrales
que, lavándose las manos, se desentienden y evaden.
Maldigo la poesía de quien no toma partido hasta mancharse.
15
Hago mías las faltas. Siento en mí a cuantos sufren
y canto respirando.
Canto, y canto, y cantando más allá de mis penas
personales, me ensancho.
17
Quisiera daros vida, provocar nuevos actos,
y calculo por eso con técnica, qué puedo.
Me siento un ingeniero del verso y un obrero
que trabaja con otros a España en sus aceros.
19
Tal es mi poesía: poesía-herramienta
a la vez que latido de lo unánime y ciego.
Tal es, arma cargada de futuro expansivo
con que te apunto al pecho.
20
No es una poesía gota a gota pensada.
No es un bello producto. No es un fruto perfecto.
Es algo como el aire que todos respiramos
y es el canto que espacia cuanto dentro llevamos.
21
Son palabras que todos repetimos sintiendo
como nuestras, y vuelan. Son más que lo mentado.
Son lo más necesario: lo que tiene nombre.
Son gritos en el cielo, y en la tierra, son actos.
29
Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan
decir que somos quien somos,
nuestros cantares no pueden ser sin pecado un adorno.
Estamos tocando el fondo.
30

‘La poesía es un arma cargada de futuro’ (Gabriel Celaya)

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Categorías: Sociedad

EL VENTANO - 19 de Novembro de 2015

Francia prohíbe las marchas convocadas por los ecologistas durante la cumbre del clima

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El Gobierno francés ha prohibido la celebración de todo tipo de manifestaciones y marchas en el país, utilizando las prerrogativas que le concede el estado de emergencia, en el que el Ejecutivo puede adoptar medidas extraordinarias sin la intervención de la Justicia.
La decisiòn afecta sobre todo a las protestas convocadas por el movimiento ecologista sobre el cambio climático.  Las marchas planeadas para los próximo 29 de noviembre y 12 de diciembre con motivo de la cumbre internacional del clima en París (COP-21) no serán autorizadas por razones de seguridad.
Todas las manifestaciones organizadas en espacios cerrados o en lugares donde la seguridad puede ser fácilmente garantizada podría seguir adelante, ha dicho el Gobierno en un comunicado. “Sin embargo, con el objetivo de garantizar riesgos adicionales, el Gobierno ha decidido no autorizar las marchas por el clima planeadas en lugares públicos en París y en otras ciudades franceses convocadas para los días 29 de noviembre y 12 de diciembre”, señala el texto.
“La situación creada por los atroces ataques del 13 de noviembre y tras las investigaciones llevadas a cabo, se requiere que las condiciones de seguridad sean reforzadas. En este sentido,solo se van a mantener todos los eventos en espacios cerrados y que se puedan asegurar con facilidad”, señala el comunicado oficial.
Los ecologistas habían calculado que las marchas podrían congregar a unas 200.000 personas para presionar a los gobiernos para que reduzcan las emisiones de gases con efecto invernadero. El movimiento ecologista estudia qué tipo de actividades podría llevar a cabo tras la decisión del Gobierno francés.
El estado de emergencia que se ha decretado en Francia permite que el Gobierno pueda tomar medidas que en situaciones normales no tiene permitidas. La legislación del país reserva ese estado para casos de “riesgo inminente como resultado de daños graves al orden público”.


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