sábado, 20 de março de 2021

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA - INAUGURADO EM 2006 - 20 DE MARÇO DE 2021

 



Museu da Língua Portuguesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Museu da Língua Portuguesa
Logotipo
MPL 067.jpg
Sede da instituição.
TipoArtes
Inauguração20 de março de 2006 (15 anos)
Visitantes386 789 (2014)[1]
Websitemuseudalinguaportuguesa.org.br
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo São Paulo
Coordenadas23° 32' 06" S 46° 38' 06" O

Museu da Língua Portuguesa ou Estação Luz da Nossa Língua é um museu interativo sobre a língua portuguesa localizado na cidade de São PauloBrasil, no histórico edifício Estação da Luz, no Bairro da Luz, região central da cidade. Foi concebido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo um investimento de cerca de 37 milhões de reais.[2]

O objetivo da instituição é criar um espaço vivo sobre a língua portuguesa, considerada como base da cultura do Brasil, onde seja possível causar surpresa nos visitantes com os aspectos inusitados e, muitas vezes, desconhecidos de sua língua materna. Segundo os organizadores do museu, "deseja-se que, no museu, esse público tenha acesso a novos conhecimentos e reflexões, de maneira intensa e prazerosa".[3]

O museu tem como alvo principal a média da população brasileira, composta de pessoas provenientes das mais variadas regiões e faixas sociais do país, mas que ainda não tiveram a oportunidade de obter uma ideia mais precisa e clara sobre as origens, a história e a evolução contínua da língua. De sua inauguração até o final de 2012, mais de 2,9 milhões de pessoas já haviam visitado o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.[4]

Em 21 de dezembro de 2015, o museu foi atingido por um incêndio que destruiu dois andares de sua estrutura.[5] Seu acervo, contudo, não se perdeu, por ser virtual, sendo recuperado dos backups.[6]

História

Idealização

O projeto foi iniciado em 2002, quando se começou a restaurar o prédio da Estação da Luz, sendo concluído em 2006. Teve como aliada no projeto a Lei de Incentivo à Cultura, que demonstra a contemporaneidade em que vivemos. São Paulo ainda possui um fator simbólico para o local do museu, sendo a maior cidade de falantes do português no mundo.[7][2]

Foram ainda parceiros o Ministério da Cultura, IBM BrasilCorreiosRede GloboPetrobrasVivoEletropauloGrupo Votorantim e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Contou também com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Prefeitura de São Paulo, da CPTM, dos elevadores Otis, dos sistemas de climatização Carrier e da Fundação Luso-Brasileira.

A ideia foi de Ralph Appelbaum, autor também do Museu do Holocausto, em Washington, e da Sala de Fósseis do Museu de História Natural, em Nova Iorque. O projeto arquitetônico do museu é de Paulo e Pedro Mendes da Rocha, pai e filho, ambos brasileiros. A direção do museu fica por conta da socióloga Isa Grinspum Ferraz, que coordenou uma equipe de trinta especialistas do idioma para o museu. A direção artística é de Marcello Dantas.[8]

Inauguração

O museu foi inaugurado na segunda-feira de 20 de março de 2006[2], com a presença do cantor e então ministro da cultura Gilberto Gil, representando o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da cultura de PortugalIsabel Pires de Lima, do governador paulista Geraldo Alckmin, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de António Carmona Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e outras autoridades representativas, não apenas de Portugal e do Brasil, mas de todos os países lusófonos.

Incêndio

Combate ao incêndio de 2015

No dia 21 de dezembro de 2015, um incêndio de grandes proporções atingiu o prédio do museu, mobilizando 37 viaturas do Corpo de Bombeiros. O incêndio foi causado por curto-circuito que teve início no primeiro andar do prédio, no qual era exibida a exposição "O tempo e eu", baseada nos trabalhos do historiador Câmara Cascudo.[9] O bombeiro civil do museu, Ronaldo Ferreira da Cruz, faleceu de parada cardiorrespiratória enquanto tentava conter o fogo.[10]

Apesar das instalações terem ficado totalmente destruídas, não houve grande prejuízo ao acervo, por ser na maior parte digital, podendo ser recuperado a partir de cópias de segurança.[6] O maior prejuízo foi ao patrimônio arquitetônico do prédio, inaugurado originalmente em 1867 e restaurado em 2006 para receber as instalações do museu.[11]

Recuperação

Um mês depois do incêndio, foi assinado um acordo de cooperação entre o Governo do estado, a Secretaria de Cultura, a Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil, para a execução da reforma do museu.[12][13]

Em 12 de dezembro de 2016, o governo do estado de São Paulo anunciou a parceria "Aliança Solidária" e anunciou que o museu deve voltar a receber visitantes no primeiro semestre de 2019. O custo total da obra de recuperação será de 65 milhões de reais, dos quais 34 milhões são investimentos da iniciativa privada. A empresa portuguesa Energias de Portugal é a principal patrocinadora. O Grupo Globo e o Grupo Itaú também participam da Aliança. O arquiteto Pedro Mendes da Rocha, responsável pelo desenvolvimento do projeto original do Museu da Língua junto com seu pai, o premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, fará as adaptações necessárias no projeto.[14]

No dia 21 de dezembro de 2016 foram iniciadas as reformas no Museu, restaurando primeiramente a face leste do edifício. De acordo com a gerente geral de Patrimônio da Fundação Roberto Marinho, Lucia Basto, no ano de 2017 a restauração teve como foco reconstituir e restaurar as fachadas restantes do Museu que sofreram deteriorações no incêndio de 2015. A gerente também disse que o modelo da estrutura arquitetônica será mantido, porém adaptado às leis vigentes atuais. Ainda de acordo com ela, os planos e projetos para 2018 enquadravam a reconstituição do telhado, como também a parte hidráulica e elétrica. A reforma também contará com a cobertura de zinco no estabelecimento, vidros temperados (para combater o alastramento de chamas) e equipamentos mais modernos, prevenindo possibilidades futuras de incêndios.[15] Com o término das reformas, a data da reabertura do museu foi marcada para 27 de junho de 2020. [16] [17]

O Museu da Língua Portuguesa fez exposições itinerantes do seu acervo no estado de São Paulo em 2016, durante o processo de restauração do incêndio. A mostra de "Estação da Língua" foi aberta no dia 4 de março, em Araraquara, interior paulista, e passou por outras cidades durante o ano. Segundo a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a exposição itinerante seguirá o conceito central do Museu da Língua Portuguesa, propondo interatividade e tecnologia como veículos para apresentar o idioma ao público, nos seus mais variados sotaques e evoluções. Como o acervo do museu é digital, ele pode ser aplicado e adaptado para outros espaços. A "Estação Língua" terá 300 metros quadrados de área expositiva, e terá entre as atrações o "Mapa dos Falares", que exibe a singularidade do português falado em diferentes regiões do estado de São Paulo.[18]

Estrutura

Estação da Luz

O museu possui um acervo inovador e predominantemente virtual, combinando artetecnologia e interatividade, lembrando que o museu está localizado num prédio histórico. Composto das mais diversificadas exposições nas quais são utilizados objetos, vídeos, sons e imagens projetadas em grandes telas sobre a língua portuguesa, considerada do ponto de vista de patrimônio cultural dos povos lusófonos.

O museu ocupa três andares da Estação da Luz, com 4 333 metros quadrados.[19] Criação do arquiteto brasileiro Rafic Farah, logo na entrada vê-se a chamada "Árvore da Língua", uma escultura com três andares de altura em que nas folhas surgem contornos de objetos e as raízes são formadas por palavras que deram origem ao português. A árvore pode ser visualizada quando o visitante usa o elevador de acesso aos outros andares com paredes transparentes.

Instalações

Auditório e Grande Galeria

O auditório possui um telão de nove metros de largura, onde é apresentado um curta-metragem, criado por Antônio Risério e com direção de Tadeu Jungle, sobre o surgimento, história, diversidade, e a importância das línguas para a humanidade. O telão se revela uma grande porta basculante para a "Praça da Língua".[20]

Grande Galeria

"Grande Galeria", com seu telão de 106 metros de extensão.

A "Grande Galeria" é um espaço que lembra uma estação de trem e um grande túnel, possui um telão de 106 metros de comprimento, onde são projetados onze filmes simultaneamente, dirigidos por Marcello Dantas, Victor Lopes, Carlos Nader e Eduardo Menezes. Cada projeção ocupa nove metros da parede, com seis minutos de duração, tratando de temas como cotidiano, dança, festas, carnavaisfutebolmúsica, relações humanas, culinária, valores, saberes e um dedicado à cultura portuguesa.[20]

Participaram da concepção de som e imagens desse amplo espaço Eloá Chouzal, Jorge Grinspum, Solange Santos, Mônica Médici, Marialice Generoso, Ana Lucia Pinho, Andréa Wanderley, Eduardo Magalhães e Sérgio Marini, sob a orientação e coordenação de Helena Tassara. Os textos-base foram escritos por Antônio Risério, Manuela Carneiro da Cunha e Marilza Oliveira. Os roteiristas foram Isa G. Ferraz, Marcos Pompéia e Marcelo Macca.

A Grande Galeria é considerada a maior tela de projeção do mundo, onde são utilizados 38 projetores que exibem simultaneamente três filmes sobre as relações da língua portuguesa com os mais variados aspectos da cultura brasileira. O software utilizado para o gerenciamento simultâneo das imagens é o Watchout, da empresa sueca Dataton.[21]

Mapa dos Falares

"Mapa dos Falares"

Mapa dos Falares é uma grande tela interativa que mostra os falares do Brasil, onde é possível navegar pelo mapa e acessar áudios com amostras da forma de falar dos brasileiros dos estados da Federação. No site do museu é possível acessar esses áudios.[20]

Beco das Palavras ou Jogo da Etimologia

Considerado um dos espaços mais lúdicos da exposição permanente, onde os visitantes se divertem movimentando imagens que contém fragmentos de palavras, que incluem sufixosprefixos e radicais, formando um jogo curioso que tem como objetivo formar palavras completas. Quando o objetivo é alcançado, a mesa de projeção se transforma uma tela futurista que mostra animações e filmes sobre a origem e o significado da palavra formada. Criado por Marcelo Tas com o suporte do etimologista Mário Viaro, da diretora de arte Liana Brazil e do diretor de tecnologia Russ Rive.[20]

Lanternas das Influências ou Palavras Cruzadas

Totens interativos presentes no espaço "Lanternas das Influências"

Espaço com oito totens multimídia, em formato triangular e são dedicados às línguas que formaram e influenciaram o português brasileiro, composto de dois totens dedicados às línguas africanas, dois às línguas indígenas, um para espanhol, um para inglês e francês, um para línguas dos imigrantes e o último para o português no mundo, sendo que cada totem possui três monitores interativos, um para cada face. O objetivo dos totens é transmitir a riqueza cultural da nossa língua, bem como mostrar a contribuição desses povos que ajudaram a gerar a língua e identidade brasileiras.[20]

O roteirista Marcello Macca, sob a coordenação de Isa G. Ferraz, desenvolveu os conteúdos das telas multimídia com base nos textos de Ataliba Teixeira de Castilho, Aryon Dall'Igna Rodrigues, Yeda Pessoa de CastroAlberto da Costa e Silva, Ivo Castro, Carlos Alberto Ricardo, Marilza Oliveira, Ana Suely Cabral, Ieda Alves, Mirta Groppi, Oswaldo Truzzi e Mário Eduardo Viaro.

Praça da Língua

Visitantes observando o piso luminoso da Praça da Língua.

Lembrando um anfiteatro, com arquibancadas, é um planetário de palavras no qual efeitos visuais são projetados no teto e um piso que se torna luminoso. Na tela são apresentados os grandes clássicos da prosa e da poesia em sons e imagens, tendo como temas amor, exílio, pessoas, favela e música, acompanhados de imagens criadas por Eduardo Menezes, Guilherme Specht e André Wissenbach, com direção artística de Marcello Dantas e produção musical e sonora de Cacá Machado.[20]

A seleção, que reúne poesias de Carlos Drummond de AndradeGregório de MatosFernando Pessoa e Luís de Camões, textos de Guimarães RosaEuclides da Cunha e Machado de Assis e canções de Noel Rosa e Vinícius de Moraes, foi elaborada pelos professores de literatura e músicos José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski.

A apresentação completa possui três versões de vinte minutos cada, que ocorrem alternadamente. Os narradores selecionados são Arnaldo AntunesBete CoelhoChico BuarqueJuca de OliveiraMaria BethâniaPaulo JoséZélia Duncan, dentre outros selecionados pela beleza da voz.

Linha do Tempo ou História da Língua Portuguesa

Painel mostrando a "Linha do Tempo da Língua Portuguesa"

Num grande painel, resultado da pesquisa do professor Ataliba de Castilho, são mostradas as origens remotas e indo-europeias da nossa língua, apresentando a evolução histórica do português desde o etrusco, o latim clássico e vulgar, as línguas românicas antigas e as três línguas que compõe o cerne da língua portuguesa contemporânea: o português lusitano, as línguas indígenas e as africanas, revelando que a história da língua portuguesa remonta a quatro mil anos antes de Cristo. O painel cobre um período de seis mil anos da história humana. Uma seleção de 120 grandes obras da literatura brasileira, escolhidas por Alfredo Bosi, complementam a exposição histórica da língua.[20]

Ver também

Wikipédia:Há uma data final - Ensaio que aborda a importância de realizarmos cópias de segurança de nossas informações.

Referências

 Edison Veiga (4 de abril de 2015). «Diretor do Museu de Arte do Rio quer inverter eixo cultural da cidade». O Estado de S. Paulo. Consultado em 4 de abril de 2015

 Governo do Estado de São Paulo (ed.). «Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015

 Museu da Língua Portuguesa (ed.). «O Museu». Consultado em 19 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2015

 Museu da Língua Portuguesa, ed. (28 de dezembro de 2012). «Museu da Língua Portuguesa já recebeu mais de 2.920.000 visitantes!». Consultado em 19 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2015

 Almeida Moreira, José (23 de dezembro de 2015). «Brasil - Lâmpada provocou incêndio no Museu da Língua Portuguesa». Diário de Notícias. Consultado em 27 de agosto de 2016

 «Acervo do Museu da Língua Portuguesa pode ser recuperado, diz curadora». Jornal Zero Hora (RBS). 21 de dezembro de 2015. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2015

 Edison Veiga (25 de janeiro de 2016). «São Paulo, uma cidade vibrante como o fogo». O Estado de S.Paulo. Consultado em 8 de abril de 2018. Arquivado do original em 6 de junho de 2017

 Bob Fernandes (14 de novembro de 2011). Terra Magazien, ed. «A verdade sobre o Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015

 «Câmera registra início do fogo que destruiu Museu da Língua Portuguesa». G1. 5 de janeiro de 2016. Consultado em 27 de agosto de 2016

 Oliveira, André (22 de dezembro de 2015). «Incêndio destrói o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo». El País. Consultado em 27 de agosto de 2016

 «Com acervo virtual, maior dano do incêndio ao Museu da Língua Portuguesa deve ser à arquitetura». Jornal Zero Hora (RBS). 21 de dezembro de 2015

 Assesoria de Imprensa, Secretária da Cultura (11 de março de 2016). «Alckmin assina convênio para reconstrução do Museu da Língua Portuguesa». Museu da Língua Portuguesa. Consultado em 27 de agosto de 2016. Arquivado do original em 11 de setembro de 2016

 «Governo faz acordo para restaurar Museu da Língua Portuguesa». Época Negócios. 21 de janeiro de 2015. Consultado em 23 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2016

 «SP anuncia parceria para restauração do Museu da Língua Portuguesa». G1. 12 de dezembro de 2016

 «Museu da Língua Portuguesa começa reforma da face leste do prédio». O Globo. 21 de dezembro de 2016

 «Museu da Língua Portuguesa já tem data para reabrir»

 «Restauração do Museu da Língua Portuguesa em SP está pronta». Agora São Paulo

 http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/02/fechado-apos-fogo-museu-da-lingua-portuguesa-tera-mostras-itinerantes.html

 UOL, ed. (20 de março de 2008). «Museu da Língua Portuguesa comemora segundo aniversário». Consultado em 19 de fevereiro de 2015

 Mus

COMPANHIA HOLANDESA DAS ÍNDIAS ORIENTAIS - FUNDADA EM 1602 - 20 DE MARÇO DE 2021

 


Companhia Holandesa das Índias Orientais

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Companhia Holandesa das Índias Orientais
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Criação
Extinção
Forma jurídica
Sede social
Oost-Indisch Huis (en)Visualizar e editar dados no Wikidata
Sector de atividade
Fundador


Império colonial holandês com as possessões da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais a verde claro.
Edifício principal de VOC em Amsterdão.

Companhia Holandesa das Índias Orientais ou Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, formalmente Companhia Unida das Índias Orientais (em neerlandêsVereenigde Oost-Indische Compagnie, com a sigla VOC) foi uma companhia majestática formada por holandeses, em 1602 - dois anos depois da formação da Companhia Inglesa das Índias Orientais – com o objectivo de tentar excluir os competidores europeus daquela importante rota comercial.

A sede era em Amesterdão, onde se cria, em 1609, o Banco de Amsterdão para apoiar o comércio colonial, fonte de metais preciosos. É na dinâmica financeira dessa companhia holandesa que surgirá o conceito actual de acções (aktien) por via da divisão, em 1610, do seu capital em quotas iguais e transferíveis. Tornar-se-á, contudo, devido aos bons resultados, cada vez mais um organismo estatizado, com autoridade militar e poder bélico, para administrar ou impor os seus direitos e pretensões nos mares. Os impostos sobre as mercadorias e as rendas encheram os cofres do Estado neerlandês.

Em 1605 mercadores holandeses da VOC, armados, capturaram o forte português de Amboyna (ou Ambon), nas ilhas Molucas; em 1619, invadiram Jacarta, que renomearam Batavia (o nome latino dos Países Baixos) e transformaram em sua capital; em 1682, tomaram Bantam, que era o último porto importante ainda em mãos dos nativos. A partir dessa altura, a colónia das Índias Orientais Holandesas, actual Indonésia, passou a ser administrada pela VOC, até à sua liquidação, em 1799. Concentrando o seu monopólio nas especiarias, os holandeses encorajaram a monocultura: em Amboíno, o cravinho, no Timorsândalo e nas Ilhas Banda, a noz moscada.

Em 1609, o explorador inglês Henry Hudson, ao serviço da VOC, tentou uma passagem para as “Índias” pelo noroeste e acabou descobrindo regiões da América do Norte. Deu o seu próprio nome ao rio e à baía de Hudson, proclamando as terras circundantes propriedade da VOC. Depois de algumas expedições, a primeira colónia foi fundada em 1615: Fort Nassau, em Castle Island, perto da actual cidade de Albany, capital do estado de Nova Iorque.

Em 1652Jan van Riebeeck, também da VOC, fundou a Cidade do Cabo. Mais tarde, toda a região tornar-se-ia uma colónia neerlandesa.

Em 1669, a VOC era a mais rica companhia privada do mundo, com mais de 150 navios mercantes, 40 navios de guerra, 50 000 funcionários, um exército privado de 10 000 soldados e uma distribuição de dividendos de 40%.

Depois da Quarta Guerra Anglo-Holandesa (1780-1784), a VOC começou a ter problemas financeiros e foi liquidada em 1799. No Congresso de Viena, em 1815, as Índias Orientais Holandesas foram oficialmente transferidas para a coroa neerlandesa.

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