sábado, 3 de setembro de 2022

SILVES - MUNICIPIO E VILA DE PORTUGAL - FERIADO - 3 DE SETEMBRO DE 2022

 

Silves (Portugal)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Se procura pelo município brasileiro do estado do Amazonas, veja Silves (Amazonas).
Silves
Cidade de Silves12.jpg
Vista parcial de Silves
Brasão de SilvesBandeira de Silves
Localização de Silves
GentílicoSilvense
Área680,06 km²
População37 813 hab. (2021)
Densidade populacional55,6  hab./km²
N.º de freguesias6
Presidente da
câmara municipal
Rosa Cristina Gonçalves da Palma (PCP-PEV2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1266
Região (NUTS II)Algarve
Sub-região (NUTS III)Algarve
DistritoFaro
ProvínciaAlgarve
OragoNossa Senhora da Conceição
Feriado municipal3 de setembro (Conquista aos Mouros)
Código postal8300 / 8365 / 8375 Silves
Sítio oficialCM SILVES
Município de Portugal Flag of Portugal.svg

Silves é uma cidade portuguesa no distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, com cerca de 6 300 habitantes.[1] É sede do município de Silves com 680,06 km² de área[2] e 37 813 habitantes (censo de 2021)[3], subdividido em 6 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelo município de Ourique, a nordeste por Almodôvar, a leste por Loulé, a sudeste por Albufeira, a sudoeste por Lagoa, a oeste por Portimão e Monchique e a noroeste por Odemira e a sul tem litoral no oceano Atlântico. Silves foi, durante diversos séculos, nomeadamente durante o domínio muçulmano, capital do actual Algarve.[5]

Pertence à rede das Cidades Cittaslow.[6]

Nos últimos anos o número de turistas que visitam o município tem vindo a aumentar de forma substancial, destacando-se nomeadamente como destino de turismo de cultura.[7] Silves é uma das cidades mais antigas de Portugal.[8]

História

Ver artigo principal: História de Silves

O povoamento da região data desde o Paleolítico, sendo esta uma área de assentamento de povos, como os Cónios e os Célticos. Posteriormente, durante o domínio romano, chamar-se-ia Cilpes, nome que surge em algumas moedas romanas cunhadas nesse local no século I a.C.. Um dos espécimes encontrados apresenta no obverso o nome CILPES entre duas espigas deitadas e no reverso um cavalo a galope, para a esquerda. Os vestígios romanos estão presentes um pouco por todo o município silvense.[2]

Com a queda do Império Romano, e as invasões dos povos germânicos, Silves foi integrada no reino dos Visigodos, no século V. As primeiras fortificações erguidas no Castelo de Silves podem ter tido origem no período romano, sobre um castro lusitano ou mais tarde pelos Visigodos.

Xelb, Xilb ou al-Shilb era a cidade de Silves durante o domínio muçulmano. Foi onde o poeta e terceiro e último rei Abábida da Taifa de Sevilhaal-Mu'tamid, viveu enquanto ainda príncipe.[9]

O aspeto de Xelb por volta de 1230 foi notavelmente reconstituído pelo artista plástico Victor Borges num conjunto de painéis.

Reconstituição de Shelb (Silves) em 1230
Gravura representando a rendição dos mouros de Silves

A primeira tentativa da reconquista de Silves, por parte de D. Sancho I, teve início nos começos de 1189, com o auxílio de uma frota de cruzados nórdicos,[5] principalmente dinamarqueses, e de frísios, dos Países Baixos. Posteriormente, o rei português interceptou uma nova frota de cruzados que ia caminho da Terra Santa. Logrou firmar um acordo com estes: a troco da ajuda prestada, poderiam saquear a cidade. Esta nova vaga de soldados era composta por ingleses, alemães e flamengos.[5] A esquadra, constituída por trinta e seis navios de alto bordo e por aproximadamente três mil e quinhentos soldados fortemente armados, partiu do Tejo a 16 de Julho, chegando a Silves quatro dias depois. Sancho I intentou a conquista de Silves, à qual impôs um duro sítio que durou até 3 de Setembro. O rei português prestou-se a grandes esforços que visavam impedir que os guerreiros estrangeiros se entregassem a grandes matanças. Não obstante, o resultado do cerco e dos ataques provou-se desastroso; uma considerável porção da população foi morta e a cidade fortemente pilhada e destruída.[5] Alguns dos sobreviventes partiram rumo a Sevilha, onde encontraram refúgio.[5] Dois anos depois, o miramolim de Marrocos retomou-a, passando-a novamente para as mãos dos mouros que por mais meio século voltariam a controlá-la.[5] Em 1242, D. Paio Peres Correia reconquistou-a definitivamente para os portugueses, no reinado de D. Afonso III.[3]

Estátua de D. Sancho I, no Castelo de Silves. Rei que reconquistou a cidade

Em 1266, D. Afonso III concede o foral Afonsino a Silves. Nos séculos seguintes a cidade teve uma relevância acentuada na expansão marítima, tendo o Infante D. Henrique sido recebido como alcaide-mor da cidade em 1457, na qual viveu antes de se ter mudado para Lagos e depois para Sagres.[10]

Em 1495, D. João II morreu inesperadamente em Alvor, próximo a Silves, e seu corpo foi provisoriamente sepultado na capela-mor da Sé. Em 1499, com a presença de D. Manuel em Silves, os restos de D. João II foram exumados e transladados ao Mosteiro da Batalha, onde foram sepultados definitivamente. Esse evento é recordado por uma lápide com inscrições góticas localizada na capela-mor da Sé e possivelmente pela construção da Cruz de Portugal, situada já fora do centro da cidade.[11] O sismo de 1755,[12] a reanimação dos portos de Lagos e Tavira, assim como as actividades norte-africanas, afectaram enormemente a cidade de Silves,[5] que só no século XIX começou a recuperar a sua importância, graças principalmente ao desenvolvimento industrial. No final deste século e principalmente no século XX, devido à construção do caminho de ferro e à abertura de importantes estradas, Silves inicia a sua recuperação e ascensão, tornando-se nessa altura numa importante zona agrícola e um centro de produção de frutos secos e de indústria corticeira.[13][14] Silves foi, em séculos passados, capital do Algarve, perdendo esse estatuto em parte devido ao assoreamento do rio Arade, acontecimento esse que diminuiu alguma da sua importância portuária e, por conseguinte, económica.[5]

Segundo José Hermano Saraiva, Silves foi, durante o domínio muçulmano, uma colónia de iemenitas.[5]

População

População do município de Silves
AnoPop.±%
186418 996—    
187822 860+20.3%
189026 096+14.2%
190029 598+13.4%
191131 790+7.4%
192032 433+2.0%
193034 461+6.3%
194036 333+5.4%
195037 705+3.8%
196033 368−11.5%
197025 838−22.6%
198131 389+21.5%
199132 924+4.9%
200133 830+2.8%
201137 126+9.7%
202137 813+1.9%

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário[15]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos10 88012 02611 59911 44210 8779 2767 4244 7355 8215 5294 4015 129
15-24 Anos5 3985 6236 0647 0036 4507 1205 3023 9154 2294 1874 2293 499
25-64 Anos11 70112 16312 91114 42616 05918 30017 17713 46515 70516 49817 52720 155
= ou > 65 Anos1 4361 8371 7621 9272 4302 8163 4653 6405 6346 7107 6738 343
> Id. desconh236410556255

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias

Freguesias do município de Silves

O município de Silves está dividido em 6 freguesias:

Freguesias do município de Silves
FreguesiaResidentes (2011)Residentes (2021)[3]
Alcantarilha e Pêra49725004
Algoz e Tunes64916857
Armação de Pêra48676003
São Bartolomeu de Messines84308164
São Marcos da Serra13521114
Silves1101410671
Total3712637813

Património

Portas da cidade (cuja construção remonta à primeira dinastia portuguesa) e Torre Albarrã.[1]
Ver artigo principal: Património edificado em Silves

Transportes

A localidade é servida pela estação ferroviária de Silves.

Política

Eleições autárquicas [16]

Data%V%V%V%V%V%V%V%V%V%VParticipação
PSFEPU/APU/CDUPPD/PSDCDS-PPPCTP/MRPPUDP/BEPPMCHILA
197639,79326,60220,8324,71-2,66-
62,00 / 100,00
197937,49329,35227,8922,20-
73,29 / 100,00
198237,83329,29227,4621,58-
72,89 / 100,00
198519,25142,64431,0423,14
64,41 / 100,00
198935,15332,81227,742
61,98 / 100,00
199328,15233,87331,3521,99-
65,31 / 100,00
199722,34232,00238,2231,13-2,04-
61,45 / 100,00
200117,80131,61242,5142,26-0,92-
59,58 / 100,00
200527,54219,27144,1840,99-3,18-
59,41 / 100,00
200931,89318,67139,5435,88-
57,22 / 100,00
201325,62234,68327,3225,09-
51,87 / 100,00
201714,39152,65421,6122,32-3,18-CDS-PP
51,39 / 100,00
202118,97143,10423,1821,82-2,00-5,10-1,33-CDS-PP
48,39 / 100,00

Eleições legislativas

Data%
PSPCPPSDCDSUDPADAPU/

CDU

FRSPRDPSNBEPANPàFLCHIL
197641,3222,0316,075,502,99
197931,50APUADAD2,8529,7127,09
1980FRS1,7931,8823,2132,84
198340,3919,866,401,0725,55
198520,1625,944,571,6120,8420,09
198723,25CDU41,932,970,9716,406,18
199129,5747,852,8310,681,211,84
199548,3427,396,180,8711,860,51
199948,0928,845,0411,351,75
200239,8835,647,329,702,12
200551,3521,444,7110,036,40
200930,2823,859,2411,9315,67
201122,6133,8511,4812,337,991,62
201531,02PàFPàF13,3413,421,7328,120,72
201934,1119,153,4913,1911,654,320,902,410,67

Cultura

Praia de Armação de Pêra

Praias

Educação

A cidade de Silves possui escolas do ensino básico primário e secundário - Escola EB 2,3 Doutor Garcia Domingues, Escola Secundária de Silves e jardins de infância.

Possui também uma instituição de ensino superior - Escola Superior de Saúde Jean Piaget, que ministra cursos de licenciatura, mestrado e pós-graduação no âmbito do Ensino Superior Politécnico, em áreas como Enfermagem, Fisioterapia, Osteopatia, e Serviço Familiar e Comunitário, entre outras.

Economia

Parte rural de Silves. O município é o maior produtor de laranjas do Algarve

Em Silves, e de uma forma geral todo o município silvense e no restante Algarve, domina essencialmente o sector terciário, onde o comércio é complemento do turismo.[4] A cidade de Silves historicamente sempre teve um sector secundário dinâmico, caracterizado pela indústria corticeira (possuiu fábricas de cortiça existentes na sua malha urbana), indústria de grande relevo na região algarvia.

Em 2011 (censos), Silves, a par de Albufeira, Portimão, Aljezur, Lagoa e São Brás de Alportel, eram os municípios com maiores taxas de atracção da região do Algarve, com valores superiores a 12%.[5]

Personalidades (silvenses ilustres)

De acordo com a carta do catalão Gabriel de Valseca (1439), estudada pelo historiador Damião Peres, foi o descobridor da Ilha de Santa Maria e, muito provavelmente, da Ilha de São Miguel, nos Açores, no ano de 1427.

Desporto

Vista parcial de Silves

Silves sempre foi uma cidade bastante ligada ao desporto. Sobretudo ao maior clube desportivo da cidade e do município - o Silves Futebol Clube (fundado em 1919).[6] O município ainda possui outros clubes desportivos como o Clube de Futebol "Os Armacenenses" (localizado em Armação de Pêra) e, em São Bartolomeu de Messines, a União Desportiva Messinense.

Outros desportos também têm alguma relevância, como a natação, que se desenvolveu bastante com a construção das Piscinas Municipais de Silves - uma instalação desportiva de referência no município, não só pela dimensão e qualidade do edifício em si, mas sobretudo pela quantidade de utilizadores que movimenta diariamente em torno de um conjunto de actividades orientadas ao dispor da população e que se dividem nas seguintes áreas:

  • Escola Municipal de Natação;
  • Ginásio;
  • Sala de Fitness;
  • GAF – Gabinete de Avaliação do Perfil de Saúde e da Atividade Física.[7]

Ver também

Bibliografia

  • SARAIVA, José Hermano (1986). O tempo e a alma. Segundo Volume. Editora: Resopal.

Referências

  1.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Algarve 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 27. ISBN 978-989-25-0215-1ISSN 0873-0008. Consultado em 11 de janeiro de 2015
  2.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  3. ↑ Ir para:a b INE. «Censos 2021 - resultados preliminares». Consultado em 29 de julho de 2021
  4.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  5. ↑ Ir para:a b c d e f g h i SARAIVA, 1986:44-46
  6.  Sul Informação (22 de Dezembro de 2012). «Quatro municípios do Algarve criam associação de cidades Slow». Consultado em 10 de Maio de 2020
  7.  Sapo Viagens (11 de setembro de 2016). «SILVES: ANTIGA CAPITAL ALGARVIA AFIRMA-SE COMO DESTINO CULTURAL». Consultado em 11 de novembro de 2019
  8.  Susana Sousa Ribeiro (19 de Fevereiro de 2020). «Estas são as cidades mais antigas de Portugal. Já as visitou a todas?». Sapo. Consultado em 10 de Maio de 2020
  9.  RTP. «Visita Guiada»
  10.  ncouto. «Arqueólogos vão desenterrar objetos do Infante D. Henrique | Jornal do Algarve»www.jornaldoalgarve.pt (em inglês). Consultado em 28 de janeiro de 2017
  11.  «Monumentos». Consultado em 28 de janeiro de 2017
  12.  «DGPC | Pesquisa Geral»www.patrimoniocultural.pt. Consultado em 28 de janeiro de 2017
  13.  Dias, Fernando. «História e Evolução de Silves, Silves (Cidade)»Visitar Portugal. Consultado em 28 de janeiro de 2017
  14.  Ruiva, Terra. «A Indústria Corticeira em Silves - I»www.imprensaregional.com.pt (em inglês). Consultado em 28 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2017
  15.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  16.  «Concelho de Silves : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media»www.marktest.com. Consultado em 3 de janeiro de 2022
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