sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

EXPRESSO CURTO - 29 DE JANEIRO DE 2016


Contributos para uma teoria do caos

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
Valdemar Cruz
POR VALDEMAR CRUZ
Jornalista
 
29 de Janeiro de 2016
 
Contributos para uma teoria do caos
 
O mundo está perigoso. Se eu fosse o Chico Buarque optaria por dizer que a coisa está preta. A Simone, a brasileira Bettencourt de Oliveira, talvez optasse por uma mais dolorosa e incomodada versão do "Começar de Novo", enquanto o Fausto não deixaria de confirmar que o barco está de saída e, como vêm aí mouros e turcos, quem nos acode que o barco vai ao fundo? Vamos por partes. Comecemos com uma das grandes dores de cabeça do momento. O vírus Zika está a mobilizar exércitos e a colocar governos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) num estado de alerta profundo. Uma dúvida surge: Poderá o "El Niño" estar na origem da explosão do temível vírus Zika? Há cientistas inclinados a aceitar esta hipótese, como reporta num bem documentado trabalho a revista norte-americana Mother Jones. O caso está tomar proporções extremas, ao ponto de asmulheres em El Salvador terem sido aconselhadas a não engravidar. No Expresso Diário, a Vera Lúcia Arreigoso dá-nos conta da confirmação de seis casos em Portugal, e a Mafalda Ganhão fala do alerta lançado pela OMS. A situação é mesmo muito grave e a BBC avança já com uma previsão da OMS segundo a qual o vírus pode vir a afetar 4 milhões de pessoas.

A revista Atlantic traz um excelente trabalho construído a partir de uma espécie de manual de como não receber bem ou não dar as boas vindas aos refugiados. Refere-se, é claro, e perdoe-se o adjetivo, à infame decisão da Dinamarca de confiscar os bens de refugiados. Podia acrescentar-lhe a atitude da Suécia de, como sublinha hoje o editorial do Público, instituir um programa de deportações para lidar com as vagas de refugiados. A BBC faz um trabalho sobre esta vontade sueca de deportar 80 mil refugiadosAntónio José Teixeiratinha ontem ontem no Expresso Diário este título: "Tapa-se a vergonha e confisca-se a dignidade", para dizer que "o medo está a condenar a Europa. Medo de si própria, medo do outro, de dar a mão, medo de se afirmar, medo de honrar os valores por que tanto se sacrificou". Estão a ver porque chamei a canção de Fausto à colação? A EU é na verdade um enorme navio. Navega em águas muito agitadas e corre o risco de, para usar uma linguagem do basquetebol, sofrer um grande afundanço.

Veja-se a Grécia. Até já é ameaçada de ser excluída do Espaço Shengen por alegadamente não estar a cumprir as suas obrigações de conter os refugiados. É que, enquanto sopram grandes e verdadeiras tempestades, daquelas para as quais é necessária coragem e determinação, como única forma de enfrentar os fortes (ventos, se quiserem, embora fique implícita a metáfora), a grande, a candente questão da Europa é a preocupação com o défice de um minúsculo país como Portugal. Há uma diferença substancial de estimativas entre o Governo e a Comissão Europeia em relação à variação do valor do défice estrutural em 2016. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental-UTAU também veio sustentar que o exercício orçamental considera medidas extraordinárias e temporárias não conformes com o Código de Conduta para a Implementação do Pacto de Estabilidade e Crescimento e acusa o Governo demelhorar "artificialmente" o esforço orçamental. A Deloit vem dizer que o Orçamento é um documento sem grandes medidas e que assenta na crença. O Governo está a ensaiar uma defesa assente num pressuposto: a inscrição da reversão da austeridade como medida extraordinária, lê-se no Público, está baseada no facto de, quando as medidas foram aplicadas em 2011 e 2012, terem sido apresentadas como sendo temporárias. Assim, o carater temporário dessas medidas devia estar expresso nas contas.

A pressão é enorme e, dizia ontem Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo, vai aumentar, até pelo jogo que será feito no âmbito da União Europeia a partir do que se considera ser a fragilidade inerente ao facto de o Governo ter o apoio do BE e do PCP. Há a expectativa de que a corda rompa, o que nos conduz à pescadinha de rabo na boca. Já se perguntou porque é que os governos parecem incapazes de resolver os problemas concretos das pessoas? Há quem explique esta situação com uma afirmação com a qual qualquer pessoa de bom senso, como diria o futuro ex-presidente da República, estará de acordo. Hoje é possível estar na política sem estar no poder. O verdadeiro poder pertence a quem controla a economia. E quando assim é, aproximamo-nos perigosamente do incontrolável caos na gestão da coisa pública. É uma teoria.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Está em curso uma greve convocada pelos sindicatos da Frente Comum, afetos à CGTP. Escolas e hospitais estão a ser os locais mais afetados nesta luta pela reposição imediata das 35 horas semanais de trabalho.

IVA na restauração está de volta. A partir de 1 de julho regressa a aplicação da taxa de 13%, mas apenas para a comida. As bebidas continuarão a ser taxadas a 23%.

Hoje a partir do final da tarde vai começar a discutir-se o BANIF. O PS vai tomar posição pública e o Ministro das Finanças, Mário Centeno, será ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças. Entretanto já se sabe que a Comissão Parlamentar de Inquérito será presidida pelo deputado do PCPAntónio Filipe. Na Comissão estarão parlamentares comoMariana Mortágua, do BE, ou João Galamba, do PS, bem como João Almeida, do CDS. Ainda não se conhecem nomes do PSD.

Um conjunto de militantes do PS de Coimbra vão fazer um acordo com o Ministério Público para evitar a ida a julgamento com a acusação de crimes de falsificação de documentosno preenchimento de fichas na filiação de militantes. Em troca prestarão trabalho comunitário ou pagarão algumas verbas em dinheiro.

A estação de comboios de S. Bento, no Porto, vai acolher umhotel e áreas comerciais e culturais. O objetivo é a ocupação comercial de uma área de perto de 9 000 metros quadrados em plena baixa portuense.

Álvaro Siza está a construir uma torre de alto luxo em plena Manhattan, em Nova Iorque. É um prédio a partir de cujo topo se desfruta de uma paisagem única, equipado com solário, terraços privados, piscina, o último grito em spa e centro de "fitness", espaços para as crianças brincarem e outras mordomias. "Siza Matters", como diz o Architects Newspaper, que nos mostra uma primeira foto do edifício.

Pode a estrela de "Titanic" assumir a pele de um ícone bolchevique? Ver Leonardo di Caprio a encarnar no cinema a figura de Lenine não é algo passível de agradar aos comunistas russos, que já expressaram as suas reservas de forma clara. Apolémica está lançada, o ator diz-se entusiasmado com a ideia desenvolvida pelos estúdios russos Lenfilm. O ator acrescentou que de igual modo ficaria deliciado se lhe entregassem o papel de Putin ou de Rasputine.

Blade Runner vai regressar com Harrison Ford, assegura a revista Esquire. Lançada em 1982, a fita teve então modestas receitas de bilheteira. Transformou-se, porém, em filme de culto. Surgem agora notícias de um Blade Runner 2, realizado, já não por Ridley Scott, que sempre colocou muitas reservas quanto a essa hipótese, mas pelo canadiano Denis Villeneuve.

Há sinais de mudança na Lego. Pela primeira vez na sua história, a companhia produtora das peças responsáveis pela consrução de muitos imaginários e incontáveis sonhos, admite criar uma figura que se movimentará em cadeira de rodas. Deverá acontecer no próximo Verão e é uma espécie de primeira e tímida resposta às insistentes críticas relativas à pouca diversidade revelada pela companhia.

NÚMEROS
42,1
Custo em euros do trabalho/hora no setor privado na Dinamarca. Seguem-se a Bélgica (41,1) e Suécia (40,1).

24,6
Custo médio
 em euros do trabalho/hora na União Europeia. Imediatamente acima está o Reino Unido (25,1). Imediatamente abaixo está a Espanha (21).

12,7
Custo em euros do trabalho/hora no setor privado emPortugal. O último da lista dos 28 países da UE é a Hungria (7,9).

(Fonte: Institut für Makroökonomie und Konjunkturforschung, Dusseldorf)

FRASES
"As democracias não vivem com medo, vivem com exigência",Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda em entrevista à SIC

"O governo caiu num erro, devia ter sido mais cauteloso, sobretudo nas medidas tomadas ainda antes do Orçamento de Estado", Bagão Félix, ex-ministro das Finanças no DN

"É um sinal perigoso alguém sair da televisão para o Palácio de Belém sem um programa políticoJacinto Lucas Pires,escritor, em entrevista ao Jornal de Negócios

"Suceder a Cavaco Silva na presidência é como casar em segundas núpcias com a Tina Turner. Depois daquele primeiro marido, qualquer um é um príncipe", Ricardo Araújo Pereira, humorista

O QUE ANDO A LER
Já aqui chamei a atenção para Teresa Veiga, em minha opinião uma das grandes contistas portuguesas da atualidade. Falei dela com entusiasmo a propósito de "Gente melancolicamente louca" e regresso para assinalar a minha mais recente leitura, há dias terminada. Trata-se de "Uma aventura secreta do Marquês de Bradomín", Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco.

Ainda nos livros, estou a beneficiar de elevadas doses de boa disposição, graças a um novo regresso ao imortal "Cadernos de Pickwick", de Charles Dickens, o livro que Fernando Pessoa lamentava já ter lido, por não poder voltar a lê-lo pela primeira vez, inserido na imperdível coleção de humor dirigida por Ricardo Araújo Pereira para a Tinta da China. Publicado em fascículos entre 1836 e 1837, constituiu um imediato êxito absoluto, ao ponto de fazerem já parte da lenda os relatos vários de pessoas cuja saúde terá tremelicado com tanto riso provocado pelas corrosivas peripécias vividas pelo clube de pensadores, chamemos-lhe assim, reunidos à volta do Sr.Pickwick. Numa Inglaterra vitoriana, Pickwick e os seus discípulos apresentam abundantes e mordazes críticas às quais ninguém parece escapar.

A pretexto de Dickens, um dos grandes escritores cuja atualidade, importância e qualidade têm vindo a ser redescobertas, iniciemos um percurso por outras pequenas leituras que me têm ocupado os dias, saídas de jornais e revistas de acesso fácil. Basta tocar na respetiva hiperligação. O Guardian publica um trabalho de Claire Tomalin, autora da muito aplaudida biografia "Charles Dickens: a Life". A escritora defende que a proliferação de bancos alimentares, a falta de apoio do Estado aos serviços destinados a crianças, o ataque ao Serviço Nacional de Saúde, a comercialização do ensino nas universidades, fazem de Dickens um autor mais essencial do que nunca, dado serem muitos destes temas aqueles que o escritor defendeu e pelos quais lutou.

A partir desta abordagem estabeleço a ponte com a entrevista à escritora indiana Arundhati Roy, autora do tocante "O Deus das pequenas coisas", publicada no suplemento Babelia do El País. O título diz ao que vem: "O capitalismo fracassará como ocomunismo". Prognósticos antes do fim do jogo são arriscados, dada a notável capacidade de regeneração do sistema. A afirmação surge, porém, a propósito do último livro de Roy, "Espectros del capitalismo" na sua edição espanhola. Corajosa, com uma paixão ancorada no seu forte empenhamento cívico, a escritora, diz o jornal, socorre-se de uma infinidade de dados para denunciar "os desmandos dos poderosos contra os mais débeis".

É ainda e segregação, embora a um outro nível, que nos fala a fotógrafa Catherine Talese, filha do grande e inimitável jornalista e escritor Gay Talese, ao recuperar a vivência de Gordon Parks, a primeira fotógrafa negra da revista Life. Em 1956 foi enviada ao Alabama para fotografar o dia a dia de uma família negra num ambiente de profunda segregação. Sessenta anos depois, as fotos (aqui e aqui), algumas delas só recentemente conhecidas através da sua publicação em livro, continuam aí a gritar a dolorosa verdade dos momentos retratados. A história perdida de uma América segregada, com toda a sua emoção, é contada em detalhe pela revista Time.

Termino num outro registo, com a fantástica entrevista a Eduardo Lourenço conduzida pela Luciana Leiderfarb e publicada no Expresso a propósito da disponibilização pelo jornal do livro "Cultura - Tudo o que é preciso saber", do alemão Dietrich Schwanitz, dividido em seis volumes. Ainda não começou a ler? Então não sabe o que perde. Se ler, perceberá que aquele "Tudo" é relativo. Há sempre algo mais que podemos saber. Por isso remeto para um livro grátis, disponível no sítio do jornal El Mundo, intitulado "Obras fundamentales del arte del siglo XX". É, através da reprodução de 47 obras capazes de descrever o século, uma memorável viagem pela produção artística de um tempo feito de grandes mudanças.

E é tudo. Fico-me por aqui, na esperança de que lhe tenha feito bom proveito este café da manhã. Segunda-feira estará cá o Ricardo Costa para lhe dar conta das últimas da noite e do fim de semana. Ao longo do dia tem à sua disposição o sempre atualizado Expresso on line e, a partir das 18 horas, pode abrir o Expresso Diário. Tenha um bom dia.
 
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EL VENTANO - 29 DE JANEIRO DE 2016

Rajoy, y las (poderosas) cloacas del PP valenciano

pp valencia
Han sido muchos años de Gobierno con el objetivo de quitarse el complejo de comunidad segundona, con mucho dinero, y en los que se ha metido en la organización a muchas personas sin ningún tipo de escrúpulos y eso lo ha contagiado todo (Javier Casqueiro)

La burbuja política en España ha sido el PP de la Comunidad Valenciana. En la época de la manga ancha y la explosión de dinero fácil, el entonces presidente autonómico Eduardo Zaplana impulsó un plan para convertir esa autonomía en la envidia de España y del mundo. Su sucesor en el virreinato, Francisco Camps, salvó en la campana a Mariano Rajoy en el fratricida congreso del PP de 2008 gracias al poderío de sus 150.000 militantes. En ese tiempo, Rajoy, que fue el que afilió a Alfonso Rus, se proclamaba con el cacique de Xàtiva el amor mutuo en público. Ahora el PP valenciano está socarrado.
El retrato que hacen ahora los dirigentes del PP valenciano de Alfonso Rus, el imputado e investigado presidente del partido en la provincia de Valencia desde 2007, explica qué le ha ocurrido a esa organización en otro tiempo envidiada y modélica. Rus, de hecho, no es un pata negra del PP ni de AP. En los primeros ochenta, militó en las filas populares y en el CDS, pero luego montó su propia Agrupación Independiente de Xàtiva (Aix). Entonces ya era millonario, conducía dos ferraris y fumaba habanos. Sin estudios, hijo de una familia de comerciantes, hizo el dinero de financiar en su tienda de electrodomésticos los aparatos a todos los vecinos que sufrieron las inundaciones del pantano de Tous en 1982.
En 1995, a través de un hermano de Mariano Rajoy, conoció al entonces vicesecretario general del PP, que le afilió y se cautivó de su personalidad campechana, simpática y de su don de gentes. En las municipales de ese año, ya dentro del PP, arrasó y desde entonces campó a sus anchas durante estos 20 años primero en Xàtiva y luego como presidente de la Diputación y el partido en toda la provincia.
El caso de Rus en Valencia podía extenderse a lo que sucedió en esas décadas en Castellón con el ahora detenido Carlos Fabra o en Alicante con Joaquín Ripoll, imputado por el caso Brugal. El PP valenciano aportaba votos, militantes y poder.
Un responsable del PP valenciano que vivió de cerca esa etapa, y las privilegiadas relaciones de Rajoy primero con Zaplana, luego con Camps, siempre con Rita Barberá y más tarde con Rus, ofrece ahora una explicación sociológica y económica a que 154 de los 353 imputados totales que tiene el PP en distintas tramas de corrupción en toda España sean precisamente de esa comunidad, según estudios independientes. La pregunta se ha difuminado estos días por todo el país: ¿Qué le pasa al PP valenciano?
“Han sido muchos años de Gobierno, con mayorías absolutas, y con una necesidad imperiosa de crecer en todos los sentidos, marcados desde el principio por Zaplana con el objetivo de quitarse el complejo de comunidad segundona y dependiente de Cataluña, con mucho dinero, y en la que se ha metido en el seno de la organización a muchas personas sin ningún tipo de escrúpulos y eso lo ha contagiado todo”, concluye uno de los máximos dirigentes del PP en la comunidad.
El PP valenciano, además, no era ni es una agrupación cualquiera. José María Aznar lo entendió rápido, cuando aupó a Zaplana en 1995 y renovó la apuesta por Barberá para la alcaldía. Rajoy no solo cuidó ese huerto, sino que lo consideró propio.
En la primavera de 2008, Rajoy fue derrotado por el socialista José Luis Rodríguez Zapatero por segunda vez en unas elecciones generales. El PSOE sumó 169 escaños y el PP se quedó en 154. Rajoy llegó a preparar las maletas en su despacho de Génova 13. La misma noche electoral Esperanza Aguirre disparó a sus huestes mediáticas y políticas. En un comité ejecutivo del PP le lanzó a Ignacio González, su segundo, con un discurso muy duro en su cara. Luego, en un foro del Abc, desgranó su famosa diatriba del “no me resigno” y con el congreso del partido ya convocado ese año en junio y precisamente en Valencia sopesó sus opciones para presentar una candidatura alternativa, con las destemplanzas de Aznar ya públicas.
Rajoy llamó a Camps, que ya se había desembarazado de Zaplana, y logró sus determinantes votos, que correspondían a los 150.000 afiliados de su organización, la segunda en importancia del PP. Los sumó a los del eterno Javier Arenas, que acarreó desde Andalucía los 162.000 militantes de la primera federación del PP y ganó el cónclave con el 84% de los votos. Enterró a su rival y sepultó a la disidencia, hasta ahora.
Pocos meses antes de aquel decisivo congreso, Rajoy visitó Valencia y recibió de Rus un piropo en público: “I love you”. Rajoy le contestó desde el atril: “Yo te quiero Alfonso, coño, te quiero”.

ALETEIA - 29 DE JANEIRO DE 2016

 
 
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29/01/16
 
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São Valério de Treviri
Evangelho de 29 de janeiro de 2016
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EL VENTANO - 29 DE JANEIRO DE 2016

Quiérete tal y como eres, pero no tengas ojeras, ni arrugas, ni pelos donde no toca…

000000 mmm
Quiérete tal y como eres. Pero no tengas ojeras, ni arrugas, ni pelos donde no toca, ni grasa, ni tetas pequeñas, ni un culo muy grande ni muy pequeño, ni, ya puestos, demasiadas ideas… Pero quiérete (Michelle Jenner)

Mujer. Imperfecta. Toca hacer fotos.. ¡Hay que prepararse!
Depílate. Eres imperfecta. Todos esos pelos no deberían estar allí. En la cabeza sí, nunca tendrás suficiente
Hoy tocan fotos. Tu compañero está listo en dos minutos. Él es un hombre, no necesita todo eso, es guapo tal y como es. ¿Tú? Puede que en hora y media estés presentable. Ya sabes, eres mujer, imperfecta. Tapa la ojera, unifica la piel, oculta ese vergonzoso grano, ¡ay esa arruga!, pinta la ceja, pon más pestañas en las pestañas, rízalas con un instrumento de tortura, más eye-liner para marcar el ojo, colorete, boca perfecta, iluminador en las zonas estratégicas, rimmel como si no hubiera un mañana.
El pelo, tan lacio y tan sin gracia.. Más volumen, más bucles, más extensiones, más más.
Ahora sí, ya te ves un poco mejor. Porque lo necesitas, porque lo quieres. Porque te sientes imperfecta.
La ropa. ¡Qué pecho tan pequeño! ¿Eso es celulitis? Algo que sea sexy, femenino, sofisticado, y por supuesto lo más incómodo posible. No importa si hace frío. Y tacón, que eres bajita y hay que estilizar. Da igual si estás a punto de caerte o te sangran los pies. Eres mujer, imperfecta.
Ahora sonríe, natural.
Ahora mira esa revista: “Nos gustan las mujeres reales”, pero esa no, que tiene celulitis y es horrible. Aquella tampoco, ¡has visto qué dedos de los pies!, y esa de ahí tiene el culo un poco caído. Cómo puede ser que no le dé vergüenza salir así. Pero, eh, nos gustan las mujeres reales.
Quiérete tal y como eres. Pero no tengas ojeras, ni arrugas, ni pelos donde no toca, ni grasa, ni tetas pequeñas, ni muchos años (si los tienes que no lo parezca), ni un culo muy grande ni muy pequeño, ni uñas mordidas, ni, ya puestos, demasiadas ideas. Pero quiérete.
Y mañana trabajas y te levantarás hora y media antes por voluntad propia porque tienes que depilarte, maquillarte, peinarte, vestirte. Porque así te ves bien, y guapa, y femenina. Porque tú lo quieres. Porque si no lo haces te sientes desnuda, rara, fea, mal. Porque así te sentirás un rato como se supone que deberías ser.
Porque no sabes ni por qué ni cómo pero lo llevas grabado hasta el tuétano.
Porque eres mujer. Imperfecta

0000000 mmmm


EL VENTANO - 29 DE JANEIRO DE 2016

Parejas imaginarias contra la homofobia en Francia

El fotógrafo francés Olivier Ciappa ha realizado una serie de fotografías en blanco y negro en las que retrata a parejas de personas para reivindicar la diversidad en Francia y como una forma de luchar contra la homofobia a través del arte de la fotografía. En el proyecto, que llama ‘Las parejas imaginarias’, han participado artistas, cantantes y deportistas.

01
Jenifer y Vahina Giocante, cantante y actriz, respectivamente.

02
Julie Zenatti y Sophia Essaïdi, cantantes francesas

04
Denis Villeneuve y Jean-Marc Vallee, directores de cine

05
Los actores Nicolas Duvauchelle y Guillaume Gouix

06
Alice David y Alysson Paradis, actrices

07
La actriz Axelle Laffont y la cómica Anne Marivin

08
Los nadadores Florent Manaudou y Frédérik Bousquet, entre los deportistas participantes

03
La actriz Eva Longoria y la cantante Lara Fabián


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