sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Blog Dag Vulpi: Meninos no lixo

Blog Dag Vulpi: Meninos no lixo: Por  Urariano Mota – Recife O Jornal do Comercio, do Recife, nos últimos dias arrancou do sono o jornalismo impresso do Brasil. Qu...

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Meninos no lixo


Por Urariano Mota – Recife

O Jornal do Comercio, do Recife, nos últimos dias arrancou do sono o jornalismo impresso do Brasil. Quem lê a reportagem “No Recife, infância perdida na lama e no lixo” não sabe o que  mais se destaca, se o texto de Wagner Sarmento e Marina Borges, ou se as fotos de Diego Nigro. As imagens de fotógrafo a esta altura correm o mundo, que se espanta pela composição da cena: uma cabeça de menino mergulhado no lixo e na lama de tal forma, que se torna ele próprio lixo também.     
Escreveram os repórteres:
Eles nadam onde nem os peixes se atrevem. De longe, suas cabeças se confundem com os entulhos. Pela falta de quase tudo na terra, mergulham no rio de lixo atrás da sobrevivência. Lá sim tem quase tudo: latinhas, garrafas, papelão, móveis velhos, restos de comida, moscas, animais mortos. Menos dignidade. Lá, no Canal do Arruda, Zona Norte do Recife, o absurdo é rotina....

O trio de crianças se acotovelava entre dejetos mil para catar latas de alumínio e garantir o alimento de duas famílias com, ao todo, 18 pessoas. Nadava em meio a tudo que a cidade vomita. Paulinho, o menor e mais astuto dentro d’água, tapava a boca com veemência. Tinha noção exata do risco que corria. Ainda não sabe ler, mas conhece da vida o suficiente para não deixar entrar uma gota sequer daquela lama de cheiro insuportável e chamariz de doenças. Febre e diarreia são constantes”.

O escândalo, o falso espanto que causa a reportagem, é na verdade a descoberta desta coisa comum, a miséria de meninos que sobrevivem entre o descaso e a morte. Isso é  tão onipresente que não vemos. A transformação da pessoa – perdão, do menino, que há quem julgue não ser uma pessoa -, a mudança de alguém em coisa, e o pior tipo de coisa, a sem valor, descartável,  é tão secular que virou natural, como se fossem restos de plástico ao lado dos quais nós passamos imersos em nossas vidas, que achamos ser a mais digna da paisagem. A vida, este bem nosso a que outros não têm o direito. Por que deitar os nossos olhos sobre o que não é gente?
Sobre os meninos do Recife eu já havia notado que as ruas, as avenidas onde eles dormem, jazem, têm nomes poéticos, belos: da Aurora, do Sol, da Boa Vista. Mas essa poesia não lhes cola na pele, ou melhor, neles se cola uma poesia invisível, até porque ninguém mesmo os vê. Eles são à semelhança de ratos pela madrugada, porque com ratos se confundem ao sair das cavernas e cloacas da cidade no escuro da noite. Então eles ficam todos negros, na pele ou na camuflagem dos animais que correm pelo asfalto da avenida.
Quando em grupos, aos bandos, ainda assim ninguém os vê. Ou melhor, às vezes, sim, quando rondam como símios as bolsas e os relógios dos adultos. Veem-se sem serem vistos, assim como vemos e evitamos no solo um buraco, um obstáculo ou grandes montes de merda. As pessoas fazem a volta e tratam de assuntos mais sérios. Todos estamos já acostumados àqueles figurantes, no cenário. Os meninos nas ruas são personagens que nem falam, porque estão sempre em porre de sonho, delirantes, com a voz trôpega, plenos do sonho que a cola dá. De repente, alguns deles, os mais sóbrios, os que podem, saltam para a traseira de um ônibus. Então os meninos se transformam em morcegos, à beira da morte nos testes que o motorista faz, ao frear e acelerar e a fazer voltas velozes com os ônibus, para ver se os morcegos se estendem no chão. Às vezes os motoristas conseguem.
Na foto do Jornal do Commercio, procura-se no canal do Arruda uma criança no meio do lixo espesso na água suja. Onde está Wally? Ninguém vê uma cabecinha negra perdida no lixo e podridão do rio. Ou do canal, que no Recife é um braço do rio. Se o colunista fosse poeta, poderia compor um poema com o nome Os Meninos–Urubus. Ou meninos-ratos. Ou meninos-lixo, simplesmente. Meninos-lixo? Não. Lixo Tudo e Igual, pois uma bola escura à semelhança de cabeça flutua entre plásticos. Para que tentar a poesia que escapa ao colunista? João Cabral de Melo Neto já expressou como ninguém o encontro de lama e rio, de resistência do homem que procurar sair do que o mata no Capibaribe.
Com as devidas adaptações, porque o menino da foto ainda não é o homem do poema de João Cabral, dele podemos dizer nesta livre interpretação de O Cão sem Plumas:

Aquele canal jamais se abre aos peixes,
ao brilho, à inquietação de faca  que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes. 

Abre-se em flores pobres e negras como negros.
Abre-se numa flora suja e mais mendiga
como são os mendigos negros.
Abre-se em mangues de folhas duras e crespos como um negro.  

No Canal do Arruda difícil é saber onde começa o canal
onde a lama começa do canal
onde a terra começa da lama;
onde o novo, onde a pele começa da lama;
onde começa o novo homem daquele menino.


Perigo Islâmico: O fogo islâmico causa mais vítimas inocentes


SEM COMENTÁRIOS...


Perigo Islâmico: O fogo islâmico causa mais vítimas inocentes: Muçulmano que matou a esposa depois de ter pegado fogo à casa como forma de impedir que a sua filha se casasse com um homem que ele não apr...


O fogo islâmico causa mais vítimas inocentes

Muçulmano que matou a esposa depois de ter pegado fogo à casa como forma de impedir que a sua filha se casasse com um homem que ele não aprovava, foi hoje considerado culpado [ed: 30 de Outubro]. Mohammed Riaz Inayat, de 56 anos, ficou irritado quando a sua filha, Kalsoom Bibi, lhe disse que planeava mudar-se para o Dubai e casar-se com um polícia. Ele disse que ela havia trazido "desonra para a família" pouco antes de despejar galões de gasolina sobre a casa familiar e ter ateado fogo.


Na noite de 7 de Abril Inayat matou a sua esposa e causou a que as suas 3 filhas ficassem feridas como consequência do fogo que demorou segundos a envolver a casa. Naika morreu de envenenamento com monóxido de carbono e uma das filhas, Saimah (16 anos), que sofreu queimaduras na ordem dos 50%, saltou duma janela partida do quarto. Ele foi considerado culpado de ter assassinado a sua esposa mas foi ilibado de ter tentado matar as suas 3 filhas.

Durante o julgamento, o tribunal ficou a saber como foi que o pai-de-seis encharcou sete partes da sua casa com gasolina por volta das 5 da manhã, enquanto todos dormiam, poucas horas antes de Kalsoom Bibi, de 28 anos, viajar para o Dubai para se casar com o oficial policial.

Depois de inicialmente ter dito à policia que o fogo havia sido iniciado por um "gangue liderado por uma mulher de meia idade", ele admitiu a culpa na acusação de assassínio.

Philip Bennett QC, advogado de acusação, disso o seguinte ao tribunal:
Para o acusado, um casamento baseado no amor não era apropriado. Ele era tradicional nas suas crenças e o casamento teria que ser combinado.

A senhorita Bibi, que era já divorciada dum casamento arranjado pelo pai, conheceu o polícia em 2011 mas teve que viajar em segredo para o Dubai para o ver. Quando a família descobriu o affair em Dezembro último, eles desaprovaram-no e, segundo o que foi dito ao júri, o pai tornou-se cada vez mais zangado e irritado.

Kalsoom Bibi, que trabalha para a World Duty Free, disse o seguinte ao tribunal:
Ele disse-me que me mataria e que me envenenaria se eu me casasse com ele. Ele disse que eu traria desgraça à família. Ele não estava contente com o que estava a acontecer  e eu entendo que ele estivesse pouco feliz com isto porque ele nunca tinha conhecido o homem. Demorou muito tempo até ele aceitar, mas no final, ele lá aceitou porque viu que era o que eu queria. 

Na noite do fogo, Bibi acordou e viu chamas a aparecerem por baixo da porta do quarto.

Enquanto a esposa, as 3 filhas e um amigo da família dormiam no andar superior, Inayat usou gasolina como acelerador tanto no andar superior como no inferior da casa familiar, pegando fogo ao edifício e encurralando a família no andar superior. Os vizinhos chamaram os serviços de emergência e tentaram em vão salvar os ocupantes da casa. As três filhas e o amigo da família saltaram da janela dum quarto do primeiro andar, o que causou a que alguns ossos se tivessem partido.

Quando os bombeiros chegaram ao local, entraram dentro da casa só para encontrar o corpo da esposa morto num dos quartos do andar superior. Ela havia morrido como consequência da inalação de fumo. Kalsoom Bibi sofreu um braço partido e 3 vértebras partidas depois de ter saltado da janela do terraço da sua casa em  Tyseley, Birmingham.

Inayat, que é original do Paquistão, disse ao júri que ele tentou tirar a sua própria vida nessa noite usando 3 facas de cozinha. Depois disso, ele disse que tentou usar cordas eléctricas à volta do seu pescoço antes de entornar petróleo nele mesmo.

Depois do veredicto, Zafar Siddique, Vice-Procurador-Chefe da Coroa do "West Midlands Crown Prosecution Service" [CPS], disse:
Crimes cometidos supostamente para defender a honra familiar não serão tolerados na nossa sociedade e hoje, a condenação de Mohammed Inayat demonstra isso mesmo.

A violência baseada na honra e os casamentos forçados centram-se no policiamento masculino em relação ao comportamento feminino. Isto pode incluir direitos fundamentais como a escolha do parceiro, como no caso de hoje, e este abuso pode escalar de modo assustador de comportamento controlador para o assassínio. 

Inayat cometeu um crime horrendo, crime esse que ele levou a cabo porque ele foi incapaz de aceitar o facto da sua filha ser ir casar com alguém que ela amava e com quem queria passar o resto da sua vida. Ele sentiu que isto trazia desonra à família e a ela, mas a condenação de hoje demonstrou que a vergonha só ele é que a vai carregar.

A CPS não deixará de impedir a violência baseada na honra. Isto é um abuso fundamental dos direitos humanos e como tal, não deve ser tolerado por qualquer sociedade civilizada.

Os nossos pensamentos encontram-se hoje junto da família e dos amigos de Naika Inayat 

Fonte: http://ow.ly/qqCML

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A palavra que melhor poderia descrever o comportamento de Inayat foi cautelosamente deixada de fora: islão.



Post  -  8-11-13  -  15H20

ANTÓNIO FONSECA

terça-feira, 5 de novembro de 2013

E eu já venho dizendo isto há muito tempo....


Silva Lopes "Ninguém devia receber uma pensão superior a dois mil euros"
O antigo ministro das Finanças, Silva Lopes, afirmou ontem, na antena da TVI24, que “nas actuais circunstâncias do País”, nenhum português devia receber “uma pensão líquida” que exceda os “dois mil euros”. Além disso, referiu Silva Lopes, ninguém com “uma receita de mil euros” devia receber pensão de viuvez.
ECONOMIA
Ninguém devia receber uma pensão superior a dois mil euros
DR
No programa ‘Olhos nos Olhos’ da TVi24, o comentador habitual Medina Carreira convidou, esta segunda-feira, o antigo ministro das Finanças, Silva Lopes, que abordou alguns temas que têm marcado a actualidade informativa.

“Isto não é um problema de opinião política é um problema de facto. A gente não pode continuar com o sistema actual, não há dinheiro para isso”, justificou.
Particularmente em relação às pensões e aos cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014, Silva Lopes defendeu “que uma pensão líquida de dois mil euros, nas circunstâncias actuais do nosso País, não devia ser excedida”.
Além disso, Silva Lopes considerou ainda que um outro corte de 10% devia ser aplicado às pensões médias, acumulando com a tesourada no mesmo valor que o Governo prevê aplicar às reformas no próximo ano, de acordo com o Orçamento de Estado para 2014.
O ex-governante que aufere, actualmente, três pensões, entre as quais uma de sobrevivência, revelou na antena da TVI24 que “no total líquido” não recebe “mais de três mil euros por mês” mas que está “disposto a que esses três mil passem para dois mil”.
Já em relação às pensões de sobrevivência, disse não concordar com as mesmas, afirmando mesmo: “Nem eu, nem ninguém que tenha mais de mil euros de receita” devia recebê-la.
Opinião diferente manifestou em relação aos cortes dos salários dos funcionários públicos, considerando que “atingiram o limite”.


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ANTÓNIO FONSECA

Ao manter a criança no carro sabia que ia ser apanhada" - 5 DE NOVEMBRO DE 2013




França "Ao manter a criança no carro sabia que ia ser apanhada"
Arrependida mas sem revelar os motivos que a levaram a fechar a filha durante dois anos na mala de um carro, Rose Marie Cruz falou pela primeira vez desde que o seu crime macabro foi descoberto. À televisão francesa TF1, a emigrante portuguesa alega que só soube que tinha uma criança dentro de si depois de ter dado à luz.
MUNDO
Ao manter a criança no carro sabia que ia ser apanhada
DR
“Mereço a punição e aceito-a”. Foi assim que Rose Marie Cruz, a mulher que barricou a filha dentro da mala do carro durante dois anos, confessou o crime e mostrou arrependimento. Em liberdade condicional enquanto aguarda julgamento, a mulher admitiu ter consciência dos riscos que corria.´
“Ao manter a criança no carro sabia que ia ser apanhada”, disse a emigrante portuguesa, mas sempre sem revelar os motivos que a levaram a cometer o crime. Para já, a única justificação conhecida foi apresentada pela sua advogada, que diz que a mulher apenas soube “que tinha uma criança dentro de si” no dia do parto.
Selena foi descoberta na semana passada e com dois anos apresenta grandes atrasos. A menina, que está internada num hospital, ainda não fala nem anda, mas os médicos admitem que tem “uma vontade de viver fantástica”.



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ANTÓNIO FONSECA

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