domingo, 20 de dezembro de 2020

INVASÃO DO PANAMÁ PELOS ESTADOS UNIDOS EM 1989 - 20 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989

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Invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989
Operação Justa Causa
Operation Just Cause Rangers 3rd sqd la comadancia small.jpg
Soldados do 75º Regimento de Rangers se preparam para tomar La Comandancia no El Chorrillo bairro da Cidade do Panamá, Dezembro de 1989.
Data20 de dezembro de 1989 - 31 de janeiro de 1990
LocalPanamá
DesfechoVitória dos Estados Unidos[1]
Beligerantes
 Panamá Estados Unidos
Panamá Oposição Panamenha
Comandantes
Panamá Manuel NoriegaEstados Unidos George H. W. Bush
Estados Unidos Maxwell R. Thurman
Panamá Guillermo Endara
Forças
16 000 – 20 00027 684
Baixas
205-314 militares mortos
1 906 capturados
200-3 500 civis panamenhos mortos ou desaparecidos
23 soldados mortos
324 feridos
1 civil americano morto[2]
1 jornalista espanhol morto[3][4]

invasão do Panamá foi uma operação militar realizada pelo exército dos Estados Unidos, durante a administração do presidente George H. W. Bush, em 20 de dezembro de 1989[5] com o objetivo de capturar o General e ditador panamenho Manuel Noriega, que atuava Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa da República do Panamá, que foi exigido pela justiça estadunidense acusado de tráfico de drogas. A operação foi denominada Operation Just Cause (Operação Justa Causa) pelo comando militar dos Estados Unidos.

Antecedentes

Em 1977, o general Omar Torrijos Herrera como chefe de Estado da República do Panamá e Jimmy Carter como presidente dos Estados Unidos da América, assinaram um novo tratado sobre o canal do Panamá, o Tratados Torrijos-Carter cujas principais cláusulas os Estados Unidos concordaram com a devolução dos territórios administrados, a monitorização do funcionamento do canal, o encerramento de bases militares e a partida de todos os soldados norte-americanos do Panamá. Carter concordava com um calendário para a transição de todos os aspectos referentes ao Canal de Panamá, antes do ano 2000. No entanto, a condição de defesa em conjunto, dando a possibilidade de uma intervenção armada no Panamá, caso a operação do canal estivesse comprometida. Em 1983, tomou posse como Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa do Panamá, o general Manuel Antonio Noriega, que serviu por muitos anos como um G2 ou chefe de inteligência militar panamenho e foi identificado como um associado próximo da CIA. Nas eleições presidenciais de 1984, a primeira votação popular desde o início da ditadura militar de 1968, foi declarado o vencedor Nicolas Barletta Arditto ao clamor popular de fraude. Entretanto, nos EUA, o senador Jesse Helms exigiu que o governo norte-americano tomasse medidas para eliminar Noriega, o diretor da CIA William Casey saiu em defesa do general panamenho, afirmando que realizou grandes tarefas para o governo dos Estados Unidos.

Manuel Antonio Noriega, ex-presidente do Panamá, capturado e julgado pelos EUA: acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção.

Em 1985, Nicolás Barletta Arditto renunciou à presidência e foi substituído pelo primeiro Vice Presidente Eric Arturo Del Valle. Algumas fontes atribuem a renúncia de Nicholas Barletta Arditto a decisão de esclarecer o assassinato do Dr. Hugo Spadafora, que repetidamente acusou Noriega de vários crimes, incluindo assassinato e tráfico de droga. O segundo no comando das Forças da Defesa, coronel Roberto Diaz Herrera, foi aprovado em 1986, retirando as ordens diretas do general Noriega. Díaz Herrera emitiu declarações públicas acusando Noriega de fraude eleitoral em 1984, assassinato político e cumplicidade na morte de Torrijos, levando a fortes protestos da população.

Apesar da colaboração disfarçada com Ronald Reagan em sua guerra contra a Nicarágua (incluindo o famigerado Escândalo Irã-Contras), as relações entre os Estados Unidos e o regime do Panamá piorou na década de 1980. Os Estados Unidos congelaram a ajuda econômica e militar ao Panamá, no Verão de 1987 em resposta à crise política interna e um atentado contra a embaixada americana. O General Noriega, em fevereiro de 1988 foi acusado pelos EUA em tribunal sobre o tráfico de droga. Em Abril de 1988, o Presidente Reagan invocou a lei de emergência internacional com potências económicas, congelamento de ativos aos bancos do Governo panamenho, taxas de retenção para o uso do canal, e proíbe os pagamentos por agências americanas, empresas e indivíduos para o regime de Noriega. O país entrou em turbulência. Quando as eleições nacionais foram realizadas em maio de 1989, foram manchadas por acusações de fraude a partir de ambos os lados.

Quando Guillermo Endara ganhou as eleições presidenciais realizadas em maio de 1989, o regime Noriega anulou a eleição, citando maciça interferência norte-americana. Observadores eleitorais estrangeiros, incluindo a Igreja Católica e Jimmy Carter certificaram a vitória eleitoral de Endara, apesar de tentativas de fraude generalizada pelo regime. A mando dos Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos convocou uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, mas foi incapaz de obter a partida de Noriega. Os EUA, então, começaram a enviar milhares de tropas para as bases na zona do canal.

Em Dezembro de 1989, a Assembleia Nacional concedeu poderes especiais ao general Noriega nomeado chefe do Gabinete de Guerra, ao mesmo tempo que declara a República do Panamá, em um estado de guerra contra os Estados Unidos da América.

A justificativa para a invasão

Mapa da Operação Justa Causa.

A justificativa oficial dos Estados Unidos para a invasão foi articulada pelo presidente George H.W. Bush, na manhã de 20 de dezembro de 1989, poucas horas após o início da operação. O presidente Bush listou quatro razões para a invasão:[6]

  • Proteger a vida dos cidadãos norte-americanos no Panamá. Em sua declaração, Bush afirmou que Noriega havia declarado que existia um estado de guerra entre o Panamá e os Estados Unidos, e que ele também ameaçava a vida dos cerca de 35 mil cidadãos estadunidenses que lá viviam. Houve numerosos confrontos entre forças dos Estados Unidos e do Panamá; um marine foi morto alguns dias antes;
  • A defesa da democracia e dos direitos humanos no Panamá;
  • Combate ao tráfico de drogas. O Panamá havia se tornado um centro de lavagem de dinheiro e de um ponto de passagem para o tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa;
  • Proteger a integridade dos Tratados Torrijos-Carter. Os membros do Congresso e outros políticos norte-americanos alegaram que Noriega ameaçava a neutralidade do Canal do Panamá e que os Estados Unidos tinham o direito, nos termos dos Tratados, de intervir militarmente para proteger o Canal do Panamá.

A invasão

Um blindado LAV-25 americano no Panamá.

Os norte-americanos dispuseram de 26 mil soldados das unidades de elite, dos comandos da marinha, do exército e da 82ª Divisão Aerotransportada para a invasão. As Forças de Defesa Panamenhas somaram apenas 12 mil soldados e o país dispunha de uma minúscula força aérea.

O exército dos Estados Unidos transferiu para o Panamá a 82ª Divisão Aerotransportada para a operação militar, que possuía 12 mil soldados. As bases militares estadunidenses nas margens do Canal do Panamá, de acordo com o Tratado Torrijos-Carter legalizavam a presença militar no istmo para a defesa conjunta por ambas as nações na via navegável, contavam com um exército de 12 mil que não participaram na Operação Just Cause.

Dois dias antes do ataque, um soldado norte-americano foi morto quando passou um posto de controle em frente ao Quartel Central da Guarda Nacional, o que foi considerado como o desencadeador do conflito.[7] A invasão começou na madrugada de 20 de dezembro de 1989 com bombardeios de muitas instalações militares e políticas. O objetivo do ataque era anular qualquer resposta por parte do exército panamenho. Os bombardeios destruíram vários aeroportos e bases militares do país.

Apesar das armas de alta tecnologia utilizadas pelos Estados Unidos, houve muitas mortes de civis por devido a realização de muitos ataques a edifícios não-militares.[8] A entrada dos soldados americanos no bairro de Chorrillo, onde havia muitos adeptos de Noriega, foi particularmente sangrenta.

Não houve qualquer declaração de guerra e a ação foi condenada pela Assembleia Geral da ONU e pela Organização dos Estados Americanos (OEA). A operação durou poucos dias diante da superioridade do exército ocupante e a pouca resistência encontrada.

Um M113 do Exército dos EUA no Panamá.

Poucas horas após o início da invasão, Guillermo Endara foi empossado como presidente do país em uma base militar estadunidense.[9] É geralmente aceito que Endara teria sido o vencedor na eleição presidencial, que havia sido marcada anteriormente naquele ano.[10] Nos dias seguintes à intervenção, devido à ausência da polícia e da passividade das tropas norte-americanas, ocorreram pilhagem e vandalismo em várias cidades o que aumentaram as perdas materiais.

Captura de Noriega

Operação Nifty Package foi uma operação lançada para impedir a fuga de Noriega; foi afundado um barco de Noriega e destruído seu jato, a um custo de quatro mortos e nove feridos. As operações militares continuaram por várias semanas, principalmente contra unidades militares do exército panamenho. Noriega manteve-se em avultado por vários dias, mas ao perceber que ele tinha poucas opções diante de uma caçada massiva e uma recompensa de US$ 1 milhão por sua captura, obteve refúgio na missão diplomática do Vaticano na Cidade do Panamá. Uma pressão psicológica do exército estadunidense sobre ele e uma pressão diplomática sobre a missão do Vaticano, no entanto, foi implacável, como foi a reprodução de música alta de rock and roll dia e noite em uma área densamente povoada.[11] Noriega finalmente se rendeu aos militares estadunidenses em 3 de janeiro de 1990.

Reações internacionais

A invasão do Panamá provocou indignação internacional. Alguns países acusaram os Estados Unidos de cometerem um ato de agressão ao invadir o Panamá e que estavam tentando esconder uma nova manifestação da sua política intervencionista na América Latina. Em 29 de dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou por 75-20, com 40 abstenções, condenando a invasão como uma violação flagrante do direito internacional.[12]

Em 22 de dezembro, a Organização dos Estados Americanos aprovou uma resolução lamentando a invasão e pedindo a retirada das tropas norte-americanas, bem como uma resolução condenando a violação do status diplomático da Embaixada da Nicarágua no Panamá por forças especiais norte-americanas que tinham entrado no edifício[13]. No Conselho de Segurança da ONU, após discutir a questão durante vários dias, um projeto de resolução que exigia a retirada imediata das forças estadunidenses do Panamá [14] foi vetado em 23 de dezembro por três dos membros permanentes do Conselho de Segurança,[15] FrançaReino Unido e Estados Unidos, que citaram o direito de defesa de 35 mil norte-americanos presentes no Canal do Panamá.[16]

Consequências

Incêndio em Chorrillo.

Humanas

Segundo fontes panamenhas, instituições sociais, organizações governamentais e sociedade civil, há estimativas de que houve 3 mil mortes entre os soldados das Forças de Defesa do Panamá e civis.[17] No entanto, não há número oficial.

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos na América Central (CODEHUCA) estimou entre 2,5 mil a 3 mil mortes, e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos no Panamá (Comisión Nacional de Derechos Humanos de Panamá, CONADEHUPA) estimou em 3,5 mil mortes.[18] Um relatório do antigo procurador-geral Ramsey Clark reivindica mais de 4 mil mortes.[19] O relatório também concluiu que "nem os governos estadunidense nem o panamenho forneceram uma contabilidade cuidadosa dos feridos não-letais" e que "os esforços de socorro foram insuficientes para satisfazer as necessidades básicas de milhares de civis desabrigados pela invasão". O relatório estima que o número de civis deslocados para mais de 15 mil, enquanto que os militares estadunidenses forneceram apoio para apenas 3 mil destes.

Segundo dados oficiais do Pentágono, 516 panamenhos foram mortos durante a invasão, no entanto, um memorando interno do exército estimou o número em mil[20]; a ONU estima 500 mortes.[21] Os Estados Unidos perderam 23 soldados[22] e 325 ficaram feridos.

Um relatório da Human Rights Watch de 1991, na sequência do pós-invasão do Panamá, afirmou que mesmo com algumas incertezas quanto à dimensão de vítimas civis, os números são "ainda problemáticos" porque:

[As mortes de civis do Panamá] revelam que a "operação cirúrgica" pelas forças americanas infligiram um saldo em vidas civis que seria pelo menos quatro e meio vezes superior as baixas militares do inimigo, e 12 ou 13 vezes maior do que o número de vítimas sofridas por tropas americanas. Por si só, estes índices sugerem que o princípio da proporcionalidade e o dever de minimizar danos a civis, onde isso não comprometeria um objetivo militar legítimo, não foram observados fielmente pelas forças invasoras norte-americanas. Para nós, a controvérsia sobre o número de vítimas civis não deve obscurecer o importante debate sobre o modo como essas pessoas morreram.[23]

Econômicas

A invasão causou prejuízos materiais pela ação militar e uma crise econômica produzida pelas ações de saques ao comércio em geral por parte da população temerosa pela falta de alimentos e necessidades básicas. O bairro de Chorrillo, constituído principalmente de antigos casarões de madeira construídos na época da construção do canal, foi quase que totalmente destruído, em parte devido aos incêndios causados pelo bombardeio ao Quartel Central.[24] No entanto, há relatos de que alguns grupos organizados por Noriega conhecidos como os Batalhões da Dignidade incendiaram parte de Chorrillo durante os confrontos.[25]

Sendo a polícia um componente das Forças de Defesa, a autoridade policial foi deixada para a cidade do Panamá, permitindo o ataque a prédios públicos, escolas, empresas e até mesmo casas particulares, por criminosos comuns, até que foi restaurada a força policial.[26]

Políticas

Noriega foi levado para os Estados Unidos, julgado pelo crime de tráfico de drogas e condenado a 40 anos de prisão. Também no Panamá foi julgado à revelia e condenado a 15 anos pelo assassinato de Hugo Spadafora; 20 anos pelo Massacre de Albrook e pelo fuzilamento de membros das Forças de Defesa do Panamá; 20 anos pela execução de Moisés Giroldi; 5 anos por crimes contra a liberdade individual de Humberto Macea; e 18 meses por corrupção.

Guillermo Endara, que venceu as eleições em maio de 1989, foi empossado como presidente do Panamá na base militar estadunidense de Fuerte Clayton, pondo fim à ditadura militar que começou em 1968 e conduzindo o país a eleições democráticas, realizadas até o presente. Por meio de reformas constitucionais, o Panamá aboliu seu exército. Em 31 de dezembro de 1999, em comprimento aos Tratados Torrijos - Carter, se retira o último soldado norte-americano do território panamenho e ocorre a reversão do território da Zona do Canal para a soberania da República do Panamá.[27]

Referências

  1.  Operation Just Cause: the Invasion of Panama, December 1989
  2.  The Panama Deception (1992 Documentary)
  3.  «U.S. Sued in Death of a Journalist in Panama» NY Times,24 de junho de 1990
  4.  «'It's Been Worth It': Bush - U.S. Troops Take Control of Panama» LA Times, 21 de dezembro de 1989
  5.  Comando General, Servicio Nacional Aereonaval. «Historia Aerea- Servicio Nacional Aeronaval». Corregimiento de Veracruz, Distrito de Arraiján, Panamá: aeronaval.gob.pa. Consultado em 17 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2014
  6.  New York Times, 21 December 1989, "A Transcript of President Bush's Address on the Decision to Use Force".
  7.  Carlos Christian Sánchez (20 de dezembro de 2004). «Panamá a 15 años de la invasión». BBC Mundo - América Latina
  8.  «Tras la huella de Noriega - La invasión de Estados Unidos». BBC Mundo - América Latina. 5 de setembro de 2007
  9.  John T. Fishel, Civil Military Operations in the New World, Greenwood Publishing Group, 1997
  10.  Los Angeles Times, 21 December 1989, "Combat in Panama, Operation Just Cause".
  11.  Baker, Russell (3 de janeiro de 1990). «OBSERVER; Is This Justice Necessary?»The New York Times. Consultado em 9 de Novembro de 2007
  12.  International Development Research Centre, "The Responsibility to Protect" Arquivado em 13 de dezembro de 2007, no Wayback Machine., December 2001,
  13.  New York Times, 21 December 1989, "U.S. Denounced by Nations Touchy About Intervention", James Brooke.
  14.  S/21048 S-21048
  15.  S/PV/2902 S-PV-2902
  16.  S/PV/2902 S-PV-2902
  17.  Porcel G., Néstor; Tapia L., Octavio (1994). «Genocidio en Panamá» (PDF)Revista Cultural La Lotería (Nº 399). p. 72
  18.  Central American Human Rights Commission, Panama Delegation, "Report of Joint CODEHUCA-CONADEHUPA delegation," January–February 1990, San Jose, Costa Rica.
  19.  Operation Just Cause
  20.  John Lindsay-Poland (2003). Emperors in the Jungle: The Hidden History of the U.S. in Panama. Duke University Press. ISBN 0-8223-3098-9, p. 118.
  21.  «Global Security»Operation Just Cause
  22.  «US Invasion of Panama 1989»Wars of the World
  23.  [1] 7 April 1991 Human Rights in Post-Invasion Panama: Justice Delayed is Justice Denied
  24.  Beluche, Olmedo (1994). «La Verdad sobre la Invasión». Revista Cultural La Lotería (Nº 399). 45 p.
  25.  Soler, Ricaurte (1994). «La Invasión de los Estados Unidos a Panamá». Revista Cultural La Lotería (Nº 399). 24 p.
  26.  Méndez, Roberto N. (1994). «¿Liberación... o Crimen de Guerra?». Revista Cultural La Lotería (Nº 399). 14 p.
  27.  En Panama existen lalala Sánchez, Carlos Christian (20 de dezembro de 2004). «Panamá a 15 años de la invasión»BBC Mundo. Panamá: news.bbc.co.uk. BBC. 4112000. Consultado em 17 de fevereiro de 2011Tras la invasión, los dirigentes políticos Guillermo Endara, Guillermo Ford y Ricardo Arias Calderón fueron juramentados en el Fuerte Clayton como gobernantes del país.[...]

Bibliografia

  • New York Times, 21 de Dezembro de 1989, "For a Panamanian, Hope and Tragedy", Roberto Eisenmann.

Bibliografia adicional

Ligações externas

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS - FUNDAÇÃO EM 1971 - 20 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Médicos sem Fronteiras

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Médicos sem Fronteiras Nobel prize medal.svg
(MSF)
Unidade de atendimento de Médicos sem Fronteiras no Chade, em campo de refugiados provenientes de Darfur
TipoOrganização internacional
Fundação20 de dezembro de 1971
PropósitoAjuda humanitária de urgência a vítimas de conflitos armadosepidemiascatástrofes e exclusão.
SedeGenebra Suíça
Membros36 000
PresidenteJoanne Liu
Fundador(a)Marcel Delcourt, Max Récamier, Gérard Pigeon,
Bernard Kouchner, Raymond Borel, Jean Cabrol,
Vladan Radoman, Jean-Michel Wild,
Pascal Grellety Bosviel, Jacques Bérès,
Gérard Illiouz, Philippe Bernier, Xavier Emmanuelli
OrganizaçãoJérôme Oberreit, Secretário-geral
Sítio oficialhttp://www.msf.org/

Médicos sem Fronteiras (MSF, em francêsMédecins sans Frontières) é uma organização internacional, não governamental e sem fins lucrativos que oferece ajuda médica e humanitária a populações em situações de emergência, em casos como conflitos armados, catástrofes, epidemiasfome e exclusão social. É a maior organização não governamental de ajuda humanitária do mundo, na área da saúde.

MSF proporciona também ações de longo prazo, na ajuda a refugiados, em casos de conflitos prolongados, instabilidade crônica ou após a ocorrência de catástrofes naturais ou provocadas pela ação humana. A organização foi criada com a ideia de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, e que essa necessidade é mais importante do que as fronteiras nacionais (com base na tese do direito de ingerência humanitária).

MSF recebeu o Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento do seu combate em favor da ingerência humanitária. Atualmente, a organização atua em mais de 70 países e tem como presidente Joanne Liu.[1] A Carta de MSF indica que as intervenções são realizadas em nome da ética médica universal, e não permite nenhuma discriminação de raçareligiãofilosofia ou política.[2]

História

A organização foi criada em 1971 por jovens médicos e jornalistas franceses, liderados pelo médico francês Bernard Kouchner, que tinham ido a Biafra com a Cruz Vermelha para tentar ajudar a população. No grupo de fundadores estavam, entre outros:[3]

  • Raymond Borel, jornalista da revista Tonus
  • Dr Jean Cabrol, cirurgião
  • Dr Vladan Radoman, cirurgião
  • Dr Jean-Michel Wild, cirurgião
  • Dr Pascal Greletty-Bosviel, médico generalista

Ao retornarem à França, estimaram que a política de neutralidade e de reserva da Cruz Vermelha havia sido um erro, e que era necessário criar uma associação que aliasse ajuda humanitária e ações de sensibilização junto à mídia e às instituições políticas.

Em 1972MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 36 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades trabalham com Médicos Sem Fronteiras em 72 países, principalmente do Terceiro mundo, assim como aqueles em estado de guerra. MSF frequentemente protesta junto às Nações Unidas contra atrocidades cometidas contra comunidades sem representação oficial, como os povos da Chechénia e do Kosovo.

Durante a operação "Un bateau pour le Vietnam " (Um barco para o Vietnã), em 1979, o fundador mais conhecido do público, Bernard Kouchner, defendeu a ideia de alugar um barco para que médicos e jornalistas pudessem presenciar e testemunhar as violações dos Direitos Humanos naquele país. Houve então uma violenta discussão com a direção da MSF, que considerou a operação mediatizada demais. O que se seguiu foi uma cisão do movimento e a criação da Médicos do Mundo, em 1980.

Desde 1999 a organização promove a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, visando chamar a atenção para doenças negligenciadas, como a maláriadoença de Chagas e a doença do sono, que matam milhões de pessoas a cada ano. Além disso, a Campanha também visa proporcionar o acesso a medicamentos para tratamento da AIDS nos países mais atingidos.

Chade. Campo de refugiados de Darfur.

Em 2008, a organização lançou a sua 11ª lista de conflitos esquecidos pela mídia - especialmente na Somália, no Sudão e na República Democrática do Congo - além de se manifestar sobre outros problemas médicos emergentes como a desnutrição infantil e a co-infecção HIV-TB. No Zimbábue, onde atua desde 2000 e mantém mais de 219 profissionais trabalhando (dados de 2015), MSF abriu dezenas de Centros de Tratamento de Cólera. A doença, endêmica no campo, era rara em áreas rurais, mas já atinge a capital do país.

Em fevereiro de 2009, dois profissionais de MSF, Riaz Ahmad, de 24 anos, e Nasar Ali, de 27, foram mortos em Swat, no Paquistão, quando viajavam em ambulâncias. Um terceiro profissional ficou ferido.[4]

Durante os ataques à faixa de Gaza em 2008-2009, MSF não obteve autorização para usar a passagem de Kerem Shalom, por onde passavam suprimentos, e teve que expor suas equipes a situações de risco, para atender a população de Gaza, conseguindo entregar 21 toneladas de suprimentos médicos e um hospital móvel com duas salas de cirurgia e cuidados intensivos com dez leitos. Em 17 de janeiro de 2009, seis profissionais de MSF conseguiram entrar em Gaza.

Estrutura

Organização é composta de profissionais recrutados para os projetos em campo e de um corpo de empregados permanente, sendo majoritariamente financiada por contribuições de pessoas físicas. Segundo dados do seu relatório de prestação de contas para 2015, 92% das contribuições eram individuais, 7% de instituições públicas e 1% de outras fontes. Naquele ano, 5,7 milhões de doadores[5] tornaram o trabalho de MSF possível.

Sua assistência à saúde não é restritamente médica mas abrange ações nas áreas de nutrição, prevenção, formação de profissionais na área da saúde, água e saneamento, revitalização de hospitais e postos de saúde.

MSF é também cofundadora e financiadora da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases Initiative - DNDi), organização internacional não governamental com fins científicos que, no Brasil, atua na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para malária e doença de Chagas.

Em 31 de dezembro de 2011, havia 6.573 pessoas trabalhando na organização, sendo:

  • 409 trabalhadores permanentes, nas sedes;
  • 601 expatriados;
  • 5 563 empregados nacionais.

Depois de operar durante os últimos dois anos com superávit, MSF fechou o ano de 2011 com um déficit de 9,3 milhões de euros. MSF arrecadou 221,2 milhões e teve despesas da ordem de 230 milhões de euros. Para cada 100 euros gastos em 2011, 89,9 euros foram destinados a missões sociais; 4,6 euros destinaram-se à busca de fundos e 5,5 euros para o funcionamento da própria estrutura.[6]

Ver também

Referências

  1.  «Dra Joanne Liu». msf.org. Consultado em 10 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 10 de outubro de 2015
  2.  «Carta de MSF». Consultado em 22 de novembro de 2004. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2004
  3.  (em francês) «1971 : La création de Médecins Sans Frontières». Médecins Sans Frontières. 18 de outubro de 2004. 1971 : La création de Médecins Sans Frontières. Consultado em 19 de dezembro de 2012
  4.  Two Aid Workers Killed in Pakistan. 5 de fevereiro de 2009.[ligação inativa]
  5.  «Our finances»Médecins Sans Frontières (MSF) International (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2017
  6.  Médecins sans Frontières Rapport financier - Comptes 2011 Arquivado em 16 de outubro de 2012, no Wayback Machine. (em francês)
  • Informativo Médicos sem Fronteiras, ano 10, nº.20, 2007 e ano 12, n°. 23, 2009.

Ligações externas

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